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UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE ANÁLISE , Notas de estudo de Cultura

Histograma para Planejamento

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 04/07/2011

joao-maciel-12
joao-maciel-12 🇧🇷

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UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA
Edson Kurokawa (*)
Engenheiro Civil pela UFG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC.
Trabalha na empresa Saneamento de Goiás S/A, onde atuou como gerente das
regionais de Ceres, Porangatu e gerente do distrito de Trindade. Atualmente
exerce atividades na supervisão de pitometria e macromedição.
Antonio Cezar Bornia
Universidade Federal de Santa Catarina
(*) Endereço: rua 236, nº. 375 apto.703 Edifício Júlio Verne.
Setor Universitário Goiânia – GOIÁS- BRASIL CEP 74610-090
Telefone: 55 (062) 202-35-47 e 55 (62) 202-40-60 r. 206
e-mail: edsonkurokawa@uol.com.br e kurokawa@saneago.com.br
RESUMO
As unidades de produção de água tratada geram uma grande quantidade de dados e informações. Estes dados
podem ser armazenados através de tabelas e boletins operacionais. A análise gerencial destes dados através da
interpretação dos formulários é extremamente trabalhosa, devido a enorme quantidade de informações
presentes nos relatórios. Estas informações são referentes aos volumes produzidos no processo de tratamento
e produção mostrados através de números. A utilização do histograma pode ser uma ferramenta de auxílio
nesta avaliação. Através desta ferramenta estatística é possível estudar esta enorme massa de dados
graficamente e de forma simplificada. O artigo vai mostrar uma aplicação desta ferramenta gerencial para
análise de dados de históricos de produção da ETA João Leite (Goiânia). Esta ferramenta também pode ser
utilizada para auxiliar no planejamento e controle de previsões futuras de produção.
Palavras Chave: histograma, volume produzido, análise, ferramenta, qualidade.
INTRODUÇÃO
O histograma é uma das ferramentas estatísticas da qualidade. Ele é utilizado para representar graficamente
uma grande quantidade de dados numéricos. Através da análise do histograma é possível interpretar estas
informações de forma mais fácil e simples, do que acompanhando uma grande tabela ou um relatório com
somente números e/ou valores.
O presente trabalho vai propor a utilização do histograma como uma ferramenta para auxílio na gestão da
produção em ETA’s (Estações de Tratamento de Água). Será utilizado para representação gráfica dos dados
de produção anual destas unidades. Através da interpretação do histograma é possível avaliar o
comportamento de consumo da população abastecida, fazer estudos comparativos com anos anteriores e
auxiliar no planejamento de futuras atividades da produção.
REVISÃO TEÓRICA
O Histograma é um gráfico de colunas utilizado na estatística. É composto de vários retângulos adjacentes,
representando a tabela de freqüências com perda de informações (valores agrupados por classes) de um
conjunto de valores. Na escala horizontal, marcam-se os intervalos de classes, e cada intervalo é a base de
cada retângulo ou barra; na escala vertical, marcam-se as alturas dos retângulos ou barras, que são as
respectivas freqüências absolutas das classes (Lopes, 1999).
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UTILIZANDO O HISTOGRAMA COMO UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA DE

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ÁGUA TRATADA DE GOIÂNIA

Edson Kurokawa ( *)

Engenheiro Civil pela UFG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC. Trabalha na empresa Saneamento de Goiás S/A, onde atuou como gerente das regionais de Ceres, Porangatu e gerente do distrito de Trindade. Atualmente exerce atividades na supervisão de pitometria e macromedição.

Antonio Cezar Bornia Universidade Federal de Santa Catarina

() Endereço* : rua 236, nº. 375 apto.703 Edifício Júlio Verne. Setor Universitário Goiânia – GOIÁS- BRASIL CEP 74610- Telefone: 55 (062) 202-35-47 e 55 (62) 202-40-60 r. 206 e-mail: edsonkurokawa@uol.com.br e kurokawa@saneago.com.br

RESUMO

As unidades de produção de água tratada geram uma grande quantidade de dados e informações. Estes dados podem ser armazenados através de tabelas e boletins operacionais. A análise gerencial destes dados através da interpretação dos formulários é extremamente trabalhosa, devido a enorme quantidade de informações presentes nos relatórios. Estas informações são referentes aos volumes produzidos no processo de tratamento e produção mostrados através de números. A utilização do histograma pode ser uma ferramenta de auxílio nesta avaliação. Através desta ferramenta estatística é possível estudar esta enorme massa de dados graficamente e de forma simplificada. O artigo vai mostrar uma aplicação desta ferramenta gerencial para análise de dados de históricos de produção da ETA João Leite (Goiânia). Esta ferramenta também pode ser utilizada para auxiliar no planejamento e controle de previsões futuras de produção.

Palavras Chave : histograma, volume produzido, análise, ferramenta, qualidade.

INTRODUÇÃO

O histograma é uma das ferramentas estatísticas da qualidade. Ele é utilizado para representar graficamente uma grande quantidade de dados numéricos. Através da análise do histograma é possível interpretar estas informações de forma mais fácil e simples, do que acompanhando uma grande tabela ou um relatório com somente números e/ou valores. O presente trabalho vai propor a utilização do histograma como uma ferramenta para auxílio na gestão da produção em ETA’s (Estações de Tratamento de Água). Será utilizado para representação gráfica dos dados de produção anual destas unidades. Através da interpretação do histograma é possível avaliar o comportamento de consumo da população abastecida, fazer estudos comparativos com anos anteriores e

auxiliar no planejamento de futuras atividades da produção.

REVISÃO TEÓRICA

O Histograma é um gráfico de colunas utilizado na estatística. É composto de vários retângulos adjacentes, representando a tabela de freqüências com perda de informações (valores agrupados por classes) de um conjunto de valores. Na escala horizontal, marcam-se os intervalos de classes, e cada intervalo é a base de cada retângulo ou barra; na escala vertical, marcam-se as alturas dos retângulos ou barras, que são as respectivas freqüências absolutas das classes (Lopes, 1999).

Vários autores descrevem a utilização do histograma como Ferramenta da Qualidade para avaliação e análise de dados:

  • Vieira (1999, p. 21) afirma que: “A quantidade de informação fornecida por uma amostra é tanto maior quanto é a quantidade de dados. Fica, porém, difícil captar a informação contida em uma tabela muito longa. Para dar visão rápida e objetiva da questão, existe uma ferramenta: é o histograma”.
  • Para Kume (1993, p. 44): “O histograma é uma ferramenta de visualização de uma grande quantidade de dados de uma amostra de uma população. É um método rápido para exame, que por meio de uma organização de muitos dados, permite conhecer a população de maneira objetiva”.
  • Paladini (2000, p.232) define o histograma como uma ferramenta na gestão da qualidade; assim descreve sua utilização: “... Sua aplicação na gestão da Qualidade tem um número considerável de utilidades. Inicialmente, exemplificam como se pode descrever, de forma simples e eficiente, uma dada situação; estimulam o uso de imagens como elementos básicos de descrição da realidade e induzem as pessoas a utilizar visões globais dos processos para melhor entendê-los. Dessa forma, sua aplicação tem reflexos na concepção e na implantação de processos gerenciais”.
  • Wadsworth (1986, p.300) ensina como fazer a montagem do histograma e avaliar seu uso: “o histograma é um caminho muito direto para observar freqüências de ocorrências ou indicadores... Para construir um histograma .... um número de intervalos ou faixas são selecionados, a largura de cada faixa é especificado, os dados são classificados, e o números são encaixados por faixas, e, então, são plotados, podendo ser representados por valores percentuais.” Os histogramas também são construídos com uma certa quantidade de dados. Quando os dados são aumentados, há a tendência de se criar a representação gráfica de uma curva suave. Entre as mais típicas e características, ocorre a distribuição da curva normal (Kume, 1993).

UTILIZAÇÃO DO HISTOGRAMA

No processo de produção e distribuição de água em sistemas de abastecimento, os valores do volume produzido e distribuído diariamente tendem a seguir um padrão, que contém um valor médio e valores de dispersão. Esses valores de dispersão representam a variação de consumo, que pode ser influenciado por várias razões (clima, dia da semana, maior ou menor demanda dos usuários, sazonalidade, consumo excepcional e outros). Uma forma de representar esse padrão é através do histograma, que é uma representação gráfica de uma grande quantidade de dados. Por esta maneira de representação gráfica, a visualização dos dados é melhor, se comparada a uma tabela. O histograma de dados de volumes diários, distribuídos ou produzidos, mostra a dispersão e as variações no consumo de água tratada da população. Pela dispersão, é possível levantar a constante K1 (coeficiente de maior consumo diário) de um sistema de abastecimento de água. Outra utilidade do histograma é a possibilidade de verificar a tendência à normalidade dos dados. Esta verificação, conforme Schissatti (1998), permite avaliar a possibilidade de aplicação do CEP (Controle Estatístico do Processo).

Capacidade

Um conceito associado à utilização dos histogramas refere-se ao uso dos limites de especificação. Através do LI (limite inferior) e LS (limite superior), pode-se avaliar como está funcionando o sistema de produção e distribuição. O LS em um sistema de produção pode estar associado à capacidade máxima de produção do sistema, ou seja, a vazão limite de produção. Várias situações de dados levantadas podem ser avaliadas, com a utilização do histograma, conforme exemplos a seguir:

Produção com reserva de capacidade - os dados tendem a seguir uma simetria em ambos os lados, e tender para uma curva de distribuição normal. Como a capacidade de produção é maior que de consumo, existe uma folga e reserva no sistema. O LS é a capacidade máxima de produção do sistema. O primeiro gráfico da figura 1 mostra um modelo de representação de volumes produzidos ou distribuídos através do histograma de acordo com um período de tempo.

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Histograma de Produção da ETA João Leite - ano 1998

Produção diária (m³)

Frequência

75000 85000 95000 105000 115000 125000 135000 145000 155000 165000 175000 185000 195000

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5 0 0

Média Produção Anual Mínima Máxima Desvio Padrão

137.383 m³/dia 50.144.939 m³ 75.815 m³/dia 178.936 m³/dia 14.649 m³/dia

Figura 2 – Histograma representando a produção diária da ETA João Leite no ano de 1998. O limite superior é a capacidade máxima de produção do sistema.

As figuras 3 e 4 mostram os histogramas representando os dados da produção dos anos de 1999 e 2000.

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Histograma de Produção da ETA João Leite - ano 1999

Produção diária (m³)

Frequência

75000 85000 95000 105000 115000 125000 135000 145000 155000 165000 175000 185000 195000

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7

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45

87

117

28

4 4 0 0

Média Produção Anual Mínima Máxima Desvio Padrão 135.195 m³/dia (^) 49.346.419 m³ 90.937 m³/dia 174.098 m³/dia 14.434,43 m³/dia

Figura 3 – Histograma representando os dados de produção diária no ano de 1999.

Capacidade limite

Capacidade limite

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Histograma da Produção da ETA João Leite - ano 2000

Produção diária (m³)

Frequencia

75000 85000 95000 105000 115000 125000 135000 145000 155000 165000 175000 185000 195000

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(^85 )

25

7 9 1

Média Produção Anual Mínima Máxima Desvio Padrão 141.858 m³/dia (^) 51.920.098 m³ 82.738 m³/dia 193.781 m³/dia 17.231 m³/dia

Figura 4 – Histograma representando a produção diária do ano de 2000.

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Histograma de Produção da ETA João Leite ano 2001

Produção diária (m³)

Frequencia

75000 85000 95000 105000 115000 125000 135000 145000 155000 165000 175000 185000 195000

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9 (^1 )

Média Produção Anual Mínima Máxima Desvio Padrão 145.070 m³/dia 52.950.786 m³ 100.722 m³/dia 182.121 m³/dia 13.410 m³/dia

Figura 5 – Histograma representado a produção diária do ano de 2001.

Capacidade limite

Capacidade limite

Verifica-se que em todos histogramas relativos aos anos de 1998 a 2001, foram observadas as maiores quantidades de observações na faixa (140.000 a 150.000 m^3 /dia). Verifica-se que nos anos 2000 e 2001, nas faixas de (160.000 a 170.000m^3 /dia) e (170.000 a 180.000 m^3 /dia), houve um aumento nas freqüências em relação aos anos anteriores.

COMPARAÇÃO ENTRE HISTOGRAMA DO ANO 1998 e 2001

A figura 6 mostra os histogramas dos anos 1998 e 2001 com as colunas lado a lado. Neste formato é possível visualizar e comparar o aumenta da demanda de água tratada nos dois períodos.

Ano 1998

Ano 2001

Histograma Comparativo de Produção da ETA João Leite nos anos 1998-

Faixa de Produção Diária (m³/dia)

Número de observações

1 1 4 4

38

48

105 106

36

17 5 0 0 0 3 0

11

32

73

125

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41

9 1 0

(70000;80000](80000;90000]

(90000;100000](100000;110000](110000;120000](120000;130000](130000;140000](140000;150000](150000;160000](160000;170000](170000;180000](180000;190000)(190000;200000)

Capacidade Máxima do Sistema

Figura 6 – Histogramas comparando a produção dos anos 1998 e 2001.

Nas faixas menores que (130.000 a 140.000 m^3 /dia) a quantidade de ocorrências da produção do ano 2001 diminui em relação a 1998. Acima da faixa citada anteriormente ocorre o contrário, com o aumento das ocorrências. Verifica-se que existe uma tendência com o passar do tempo, onde os valores se aproximam da capacidade máxima de produção do sistema. A curva representada pela curva normal vai se deslocando progressivamente para a direita.

CONCLUSÃO

Neste artigo é proposto uma aplicação do histograma. Esta ferramenta estatística é utilizada de forma didática, pois a mesma não foi aplicada no sistema como um instrumento gerencial para avaliação dos dados de produção da ETA João Leite (Goiânia). Neste caso é possível avaliar graficamente uma grande quantidade de dados gerados nos boletins e relatórios operacionais. Os dados representados nos histogramas representam o conteúdo parcial de mais de 50 páginas de relatórios em formulários de papel. Foram utilizadas as mesmas escalas, faixas de produção e quantidade de colunas no gráfico. Desta forma é possível uma análise comparativa nos histogramas entre períodos anuais. Esta avaliação possibilita ao gestor acompanhar como está o processo de demanda e consumo de água tratada pela população atendida. Esta análise é feita comparando a quantidade de freqüências para mesmas faixas de produção em períodos anuais diferentes. É possível acompanhar o aumento da demanda por faixas da figura gráfica. Este acompanhamento pode ajudar na previsão para futuras demandas e no planejamento de atividades futuras. Desta forma, o histograma é uma ferramenta que pode auxiliar o gerente do sistema na gestão do processo de produção. Outra aplicação possível do histograma é na representação gráfica de dados da distribuição. Neste caso, através do uso desta ferramenta é possível acompanhar o comportamento de consumo também na distribuição de água tratada para população. Ele pode ser utilizado para representar os dados de distribuição levantados na macromedição de um setor para o controle.

AGRADECIMENTO

À colega e bióloga Maura Francisca da Silva (coordenadora do sistema João Leite de Goiânia) e sua equipe, pelo fornecimento dos dados e informações de produção deste sistema de produção de água tratada.

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KUME, Hitoshi. Métodos Estatísticos para Melhoria da Qualidade. 11. ed. São Paulo: Gente, 1993. 245 p. KUROKAWA, Edson. Sistemática para Avaliação de Dados e Indicadores de Perdas em Sistemas de Distribuição de Água. Florianópolis, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2001, 192 p. LOPES, Paulo Afonso. Probabilidades & Estatística. 1. ed. Rio de Janeiro: R&A, 1999, 174 p. PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000, 330 p. SCHISSATTI, Márcio Luiz. Uma Metodologia de Implantação de Cartas de Shewhart para o Controle de Processos. Florianópolis, 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 1998. WADSWORTH, Harrison M.; STEPHENS, Kenneth S.; GODFREY, A. Blanton. Modern Methods for Quality Control and Improvement. EUA: John Wiley, 1986, 690 p. VIEIRA, Sônia. Estatística para a Qualidade. 1. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999, 198 p.