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Um pano de fundo para o marginalismo.
Tipologia: Resumos
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Um pano de fundo para o marginalismo
O capitalismo começou como um sistema comercial onde a exclusividade na exploração de rotas comerciais era concedida a países ou áreas de influência, criando um ambiente de poder econômico concentrado. Monarcas absolutistas e corporações privadas controlavam o comércio, limitando a concorrência e mantendo preços elevados. Com a Revolução Industrial, a introdução de fábricas transformou essa dinâmica, promovendo uma competição acirrada entre as unidades produtivas, que passaram a interagir de forma mais competitiva no mercado. Por volta de 1750, o crescimento da demanda devido à expansão dos mercados internos na Europa e ao comércio ultramarino levou ao domínio do sistema fabril na indústria de transformação ocidental. Essa transição marcou a mudança do local de produção do lar para a fábrica. A completa mudança para a fábrica foi finalizada em 1880. Ao mesmo tempo em que as novas técnicas de produção se espalha, am (como as máquinas a vapor, divisão do trabalho, etc.), também crescia uma insatisfação com o sistema antigo, onde o Estado dava privilégios a certos grupos. As pessoas começaram a questionar esse controle estatal e dos monopólios. Ou seja, o modelo de mercado virou mais aberto e competitivo. No lugar das antigas guildas (que eram associações que regulavam a produção artesanal) e do comércio controlado pelo Estado, agora existiam várias fábricas pequenas competindo entre si em nível regional , cada uma tentando atender melhor o seu mercado. Essas fábricas não tinham logística própria (como caminhões, lojas, etc.). Por isso, dependiam de intermediários — como comerciantes ou distribuidores — para vender seus produtos ao consumidor final. Durante a Revolução Industrial, as firmas industriais britânicas eram predominantemente pequenas e enfrentavam desafios significativos para expandir suas operações. Com recursos gerenciais e financeiros limitados, essas empresas geralmente operavam com uma única unidade produtiva e não utilizavam a escala de produção como estratégia para aumentar a produtividade. Embora as economias externas em distritos industriais proporcionassem eficiência coletiva, a falta de recursos técnicos e financeiros impedia investimentos em equipamentos e na organização necessária para a produção em massa. As economias externas referem-se aos benefícios que as empresas obtêm ao operar em um ambiente industrial favorável, o que permite uma redução gradual dos custos totais médios à medida que a produção aumenta. No entanto, a escassez de recursos técnicos, financeiros e de gestão impedia que as empresas expandissem indefinidamente; após um certo ponto de produção e distribuição, os custos totais começavam a aumentar. Essa
situação limitava o crescimento das empresas, pois elas não conseguiam acompanhar a demanda ou melhorar sua eficiência operacional. Antes de 1850, a figura do administrador de empresas não era necessária, pois os negócios eram geridos pelo capitalista e seus familiares ou sócios, que operavam em um mercado regional com pequenos fluxos produtivos e monetários. De acordo com Rosenberg e Birdzell, os proprietários não eram totalmente especializados em atividades comerciais e financeiras, mas tinham um profundo conhecimento dos processos de produção e estavam diretamente envolvidos no trabalho. Essa abordagem refletia uma continuidade das tradições de especialização na produção que vinham das guildas e oficinas artesanais, adaptadas para uma escala de produção maior. O período de 1840 a 1873 é considerado a era de ouro do capitalismo de livre concorrência, com a Inglaterra se destacando como a potência industrial dominante, aumentando suas exportações, incluindo 22% de bens de capital, como máquinas e locomotivas. No entanto, após esse período, começaram a emergir processos de concentração e centralização de capitais, evidentes nos setores industrial e comercial, onde empresas maiores começaram a dominar o mercado. Esse movimento também se refletiu no setor financeiro, que passou a apresentar conglomerações, indicando uma mudança na dinâmica econômica em direção a estruturas mais centralizadas. Os avanços em energia, transporte e comunicação, como trens e navios a vapor, telégrafos e cabos submarinos, permitiram a produção de mercadorias em locais com condições mais favoráveis, minimizando a preocupação com os custos de transporte a longas distâncias. Isso possibilitou a concentração da produção em áreas específicas, permitindo que empresas expandissem suas operações e alcançassem mercados antes inacessíveis. Com o aumento da concorrência, essa dinâmica levou à formação de oligopólios industriais, onde grandes empresas operavam em escalas produtivas e comerciais significativas, incluindo no mercado internacional. Em 1870, o varejo massificado, incluindo lojas e cadeias de departamentos, começou a competir com os atacadistas, todos com estruturas administrativas semelhantes. Utilizando ferrovias, telégrafos, barcos a vapor e serviços de postagem, esses comércios coordenavam o fluxo de produtos, conectando muitos produtores a consumidores. Essa coordenação reduziu transações intermediárias, aumentando a velocidade e regularidade do fluxo de bens, o que diminuiu custos e ampliou a produtividade do sistema de distribuição nacional. por que a revolução na produção industrial (ou seja, dentro das fábricas) foi mais lenta do que a revolução na distribuição (como lojas, transportes, etc? A revolução na produção industrial ocorreu de forma mais lenta do que a na distribuição (foi mais rápido melhorar como os produtos eram distribuídos e vendidos (com ferrovias, lojas de departamento, telégrafo etc.) do que melhorar como os produtos eram fabricados nas fábricas.) porque requereu mudanças técnicas, de invenção de novas máquinas e processos, que permitissem aproveitar o crescente e constante fluxo de matérias-primas. A coordenação de grandes fluxos através de vários processos de produção exigiu a contratação de gerentes assalariados e o desenvolvimento organizacional das firmas, com novos desenhos de fábricas, novas técnicas de contabilidade e de controle de trabalhadores. As indústrias em geral tornaram-se capital-intensivas, energia-intensivas e gerente-intensivas. As indústrias de produção em massa são caracterizadas como aquelas em que a inovação
ótima em condição de escassez relativa de fatores (Moura et al., 2019). O neoclassicismo é uma extensão do marginalismo. Ou seja, a ideia de utilidade marginal vem da economia marginalista, que busca entender como as pessoas tomam decisões de consumo utilidade na economia tá ligado com prazer, o quanto algo é prazeroso pra você, e o termo marginal fala sobre uma unidade adicional. Então, utilidade marginal é quando uma pessoa ganha ao consumir mais de uma unidade. Isso está ligado ao hedonismo, é um princípio que fala que as pessoas querem sempre diminuir esforço/dor e maximizar os benefícios, no contexto econômico, isso diz que a pessoa busca o maior benefício com o menor custo. Um exemplo é se vc estiver com sede, o primeiro copo de água tem grande utilidade, o segundo tem uma utilidade decrescente e assim vai indo… Em relação a crítica de Veblen ele critica que os neoclássicos (nome que dá aos economistas que aplicavam o marginalismo), focavam muito no indivíduo por si só, como se nada influenciasse nas suas decisões de consumo, como questões sociais, culturais… Então, os economistas neoclássicos viam a escolha do indivíduo baseada em uma questão de prazer e dor, Veblen acreditava que estavam ligadas com questões sociais, culturais, institucionais… Hugon nos diz que os hedonistas sabem que existem outras questões que baseiam as decisões econômicas, porém, afirma que reduzem a uma questão de dor/prazer por dois principais motivos, o primeiro: para instituir a economia como uma ciência exata, o segundo: pois consideram a questão de dor/prazer a mais importante “Conforme Ganem (2012), a passagem da economia política de Adam Smith para a visão de hard science de Walras é também a passagem de uma ordem de mercado inspirada em uma herança empirista para outra ordem de mercado baseada em explicações racionais e aprioristas.” Essa transformação marca a passagem de uma economia mais filosófica e empírica (como a de Smith) para uma mais abstrata e racionalista (como a de Walras). “O aporte do lado do consumo é complementado por uma ótica da oferta com a noção de firma representativa e de custos de variação marginal. Estas duas faces são necessárias para teorizar o propósito do sistema, definir preços nos estados de equilíbrio entre oferta e demanda. O aperfeiçoamento da conjugação teórica de variações marginais no consumo e na oferta implica a passagem do marginalismo para o neoclassicismo” O marginalismo analisa o consumo com base na utilidade marginal (quanto prazer a pessoa sente ao consumir mais uma unidade de algo). E é complementado por uma ótica de oferta, para isso, os economistas criam a ideia de uma “firma representativa”, que é uma empresa modelo usada para representar o comportamento típico das empresas. Essa firma produz com base nos seus custos marginais — ou seja, quanto custa produzir uma unidade adicional de um bem.
O consumo (utilidade marginal) mostra o quanto as pessoas querem comprar. A produção (custo marginal) mostra o quanto as empresas querem vender. Essas duas coisas são as faces da mesma moeda e precisam ser analisadas juntas para entender como se formam: os preços, as quantidades trocadas no mercado e os pontos de equilíbrio entre oferta e demanda, o marginalismo, no começo, focava mais no consumo. Quando os economistas passam a incluir também o lado da oferta, e usam matemática pra
juntar os dois lados (consumo + produção) dentro de modelos de equilíbrio de mercado, aí sim a gente entra no que chamamos de economia neoclássica.
Resumidamente, a economia neoclássica surge quando os economistas unem dois lados da mesma moeda, consumo e custo, o lado do consumidor e da empresa, utilidade marginal e custo marginal usando modelos matemáticos para definir preços nos estados de equilíbrio em oferta e demanda
O marginalismo, ao adotar uma lógica positivista, reduz a economia a um jogo de indivíduos isolados, onde tudo pode ser somado como se fosse neutro e previsível. Mas, ao fazer isso, ignora as interações sociais reais e exclui transformações qualitativas importantes, como a inovação, o conflito ou a mudança estrutural.
Ao longo do século XIX, a economia passou a ser influenciada por ideias "pseudocientíficas" de evolução, criando uma narrativa que justificava a concentração de poder nas mãos de poucas empresas como algo “natural”.
Até o século XIX, a ciência era entendida como um sistema de leis exatas, semelhantes às da física newtoniana, como a gravitação dos planetas. Nesse contexto, a economia imitava esse modelo, tratando consumidores e empresas como “planetinhas” que gravitavam em torno de pontos de equilíbrio de mercado, onde tudo era previsível, racional e estático. No entanto, a partir de 1850, esse modelo começou a ser desafiado com o surgimento das ideias evolucionistas, especialmente com a publicação da teoria de Darwin sobre a seleção natural. A física e a astronomia começaram a dividir espaço com a biologia e a ideia de evolução das espécies.
Essa mudança influenciou a forma como a economia passou a interpretar o mercado. A concorrência começou a ser vista como um processo seletivo, ainda que de maneira confusa e distorcida, é diferente da proposta original de Darwin. Essa visão, chamada posteriormente de “darwinismo social”, foi fortemente influenciada por Herbert Spencer. Segundo Spencer, a sociedade evolui se os benefícios forem distribuídos de acordo com os méritos dos indivíduos, ou seja, se cada um colher os frutos — ou as consequências — de suas próprias ações. Ele acreditava que a intervenção do Estado para redistribuir riqueza distorceria esse processo natural de seleção social, que, para ele, era também um processo de progresso e aperfeiçoamento.
Essa lógica foi aplicada diretamente à economia: a eliminação de pequenas empresas e a concentração de mercado nas mãos de grandes firmas passaram a ser vistas como um processo “natural”, fruto da aptidão e superioridade dessas empresas ou de seus dirigentes. Os preços de equilíbrio continuavam sendo considerados como orientadores da produção e da distribuição, sem necessidade de regulação externa. Essa leitura pseudoevolucionista servia para justificar os oligopólios e monopólios como produtos legítimos de uma concorrência seletiva.