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Transtorno Autístico, Teses (TCC) de Psicopedagogia

Artigo conclusão do curso de psicopedagogia

Tipologia: Teses (TCC)

2019

Compartilhado em 16/10/2019

Leomira
Leomira 🇧🇷

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E TRANSTORNO AUTÍSTICO:
REVISÃO DE LITERATURA
LEOMIRA GAMBINE CARRILHO
SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP
2019
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

FAVENI

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E TRANSTORNO AUTÍSTICO:

REVISÃO DE LITERATURA

LEOMIRA GAMBINE CARRILHO

SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

FAVENI

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E TRANSTORNO AUTÍSTICO:

REVISÃO DE LITERATURA

LEOMIRA GAMBINE CARRILHO

Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Clínica Institucional e Educação Infantil. SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP 2019

A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA, 2019). Porto (2007) divide a Psicopedagogia em três processos: prevenção, diagnóstico e intervenção. O psicopedagogo atua na prevenção ao investigar a instituição, analisando a metodologia e procedimentos didáticos utilizados, com vistas ao entendimento dos aspectos do ensino/aprendizagem, sugerindo opções que otimizem os esforços dos envolvidos. Barbosa (2008) destaca as ações da Psicopedagogia no ambiente clínico, que consistem no atendimento a pessoas, de forma individual, ou em grupo, com vistas a unir os estudantes aos seus modos de como aprender, a fim de que entendam o funcionamento e as estratégias que possibilitem a superação dos problemas de aprendizagem. Para Andrade (1998), a vertente clínica da Psicopedagogia objetiva a promoção da saúde mental, procurando ajudar a pessoa no enfrentamento dos transtornos de aprendizagem, por meio da verificação dos sintomas, dos meios de aprendizagem, e do desenvolvimento de atividades interventivas. Este atendimento prevê o caráter singular do indivíduo, os aspectos inconscientes envolvidos na dificuldade de aprendizagem, em seus diversos meios (biológico, afetivo e cognitivo), além da inclusão da família e da escola. Dentre os aprendizes que podem buscar apoio na Psicopedagogia, em virtude de dificuldades de aprendizagem, se encontram os portadores do Espectro Autista, que tendem, segundo o DSM 5^1 ( Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ) a ter déficits de comunicação, como responder inadequadamente em conversas, interpretar mal as interações não-verbais ou ter dificuldade em formar amizades adequadas à sua idade. Além disso, Autistas podem ser excessivamente dependentes de rotinas, altamente sensíveis a mudanças em seu ambiente ou intensamente focadas em itens inadequados, com alguns indivíduos apresentando sintomas leves, e outros com sinais muito mais graves. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Baseado neste contexto, surge a seguinte questão? Como a intervenção da Psicopedagogia Clínica pode contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem de portadores do Espectro Autista? Entende-se como relevante a busca desta resposta, a partir do desenvolvimento dos principais aspectos inerentes ao tema apresentado, delimitados nos (^1) Manual diagnóstico e estatístico elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria

objetivos, e que podem servir como base para o aprofundamento da temática, e fonte de consulta para estudantes e profissionais das áreas de Saúde e Educação. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo o levantamento do histórico e definições da Psicopedagogia Clínica, e sua possibilidade de aplicação no Transtorno Autístico, com enfâse nos distúrbios de aprendizagem. Para a organização desta revisão, o seguinte arranjo foi adotado para a divisão dos capítulos: Após a Introdução, que define e contextualiza o tema, além de descrever os objetivos e justificativa do trabalho, o desenvolvimento desta revisão de literatura divide-se em três capítulos, que apresentam a metodologia utilizada para a elaboração do trabalho, e cumprimento dos objetivos, e descrevem as contribuições teóricas levantadas na literatura: O capítulo 2, Metodologia, descreve como foi realizado o levantamento de informações para este trabalho. No capítulo 3, e em suas subdivisões, é desenvolvida a revisão da literatura acerca dos aspectos conceituais, e sintomatológicos dos distúrbios da aprendizagem em portadores de Transtorno Autístico, e ainda, é abordado o tratamento Psicoeducacional nos problemas de aprendizagem relacionados a síndrome destacada nesta pesquisa. As conclusões trazem a interpretação do autor acerca dos principais argumentos dos estudos consultados, e os aspectos observados a partir da revisão da literatura. 2 METODOLOGIA Com vistas ao cumprimento dos objetivos, e resposta a questão norteadora, este trabalho utiliza a pesquisa bibliográfica, para a coleta de artigos com conteúdo disponível para o desenvolvimento de revisão de literatura. O levantamento de literatura foi realizado em janeiro e fevereiro de 2019 em bases de dados da área de Ciências da Saúde, com abrangência nacional e internacional, sem delimitação de recorte cronológico relativo as datas de publicação dos estudos. Para a realização da busca na literatura nacional optou-se pela base de dados LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram utilizados os descritores “Transtorno Autístico” e “Transtornos de Aprendizagem”, retirados do vocabulário controlado Descritores em Ciências da Saúde (DECS)^2 , elaborado e desenvolvido pelo Centro (^2) BIREME. Descritores em Ciências da Saúde (DECS). Disponível em: http://decs.bvs.br/

semelhantes. Ele usou a palavra autismo para descrever essa condição, sem conhecer o trabalho de Kanner. Este estudo recebeu pouca atenção na literatura inglesa, até que o trabalho de Wing, em 1981, trouxe visibilidade a pesquisa de Asperger (MCPARTLAND; VOLKMAR, 2012). De acordo com o trabalho desenvolvido pelo National Research Council (2001), órgão consultor do governo norte-americano para a Ciência e Tecnologia, a dificuldade na interação social, e na comunicação, representam grandes desafios para a aprendizagem efetiva de portadores do Transtorno Autístico. Conhecidos como “Condições Debilitantes”, termo designado nos Estados Unidos, em 1968, os alunos com Distúrbios da Aprendizagem representam a metade das crianças que recebem assistência especial neste país (FLETCHER et al, 2009). Os Distúrbios da Aprendizagem são definidos pelo National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD), órgão norte-americano responsável pela integração de instituições de ensino, comprometidas com a educação e bem-estar de pessoas com problemas de aprendizagem (NATIONAL JOINT COMMITTEE ON LEARNING DISABILITIES, 2016 ) : Dificuldades de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos manifestado por dificuldades significativas na aquisição e uso de habilidades de escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou matemática. Esses distúrbios são intrínsecos ao indivíduo, presumivelmente devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo da vida. Problemas em comportamentos auto- reguladores, percepção social e interação social podem existir com dificuldades de aprendizagem, mas não constituem, por si só, uma dificuldade de aprendizagem. Embora dificuldades de aprendizagem possam ocorrer concomitantemente com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiências intelectuais, distúrbios emocionais), ou com influências extrínsecas (como diferenças culturais ou lingüísticas, instrução insuficiente ou inadequada), elas não são o resultado dessas condições ou influências (NATIONAL JOINT COMMITTEE ON LEARNING DISABILITIES, 2016 ). Hammill (1990) analisou os esforços empreendidos, desde 1962, para definir as dificuldades de aprendizagem, recomendando uma forma de consenso em torno da definição proposta pelo NJCLD, em virtude de seu conceito abrangente. Além da identificação e definição do Transtorno Autístico, e dos problemas relacionados a aprendizagem, os recursos terapêuticos fazem parte do histórico de pesquisas, que investigam os meios de intervenção aplicados no contexto educacional e clínico.

3. 2 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E TRANSTORNO AUTÍSTICO

A literatura destaca diversos tratamentos para os problemas relacionados ao Autismo, incluindo os transtornos de aprendizagem, desde a utilização de medicamentos até a abordagem psico-educativa. Francis (2005) classifica as intervenções terapêuticas em Psicofarmacológicas e Psicoeducacionais, baseadas, respectivamente, na administração de drogas antipsicóticas, inibinidoras de seretonina, Naltrexona, estabilizadores de humor, dentre outras drogas, além de técnicas comportamentais. Chamat (2008 apud PEREIRA, 2017) destaca a importância da intervenção psicopedagógica no processo de tratamento das dificuldades de aprendizagem. Desta forma o psicopedagogo atua de forma direta nos transtornos verificados a partir do diagnóstico psicopedagógico, auxiliando o paciente a redescobrir o gosto pela aprendizagem, de modo que possa enfrentar seus limites. O trabalho de Bosa (2006), de carater teórico, reuniu uma visão geral de estudos acerca das intervenções da Psicopedagogia no distúbios de aprendizagem, decorridos do Transtorno Autístico, que recomendam, basicamente:

  1. estimular o desenvolvimento social e comunicativo; 2) aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas; 3) diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do cotidiano; e
  2. ajudar as famílias a lidarem com o autismo. Mc Partland e Volkmar (2012) ressaltam que crianças com comprometimento cognitivo significativo ou dificuldades comportamentais apresentam os maiores desafios para os programas educacionais, e necessitam de um ambiente de sala de aula altamente estruturado, com muita atenção individual. A abordagem multidisciplinar inclui educadores especiais, psicólogos, fonoaudiólogos, e terapeutas ocupacionais ou físicos. Para crianças sem comunicação verbal, tecnologias assistivas podem ser indicadas (MIRENDA, 2008). É necessário o ensino explícito de habilidades sociais com reforço extrínseco, pois as crianças com Transtorno Autístico tendem a não adquirir essas habilidades por meio de imitação ou observação (KRANSNY et al., 2003). Na vertente clínica, experiência de Martins e Kortmann (2015, p. 27) buscou promover a estimulação precoce de individuo acometido por Transtorno Autístico, a partir de abordagem psicopedagógica sistêmica, baseada nas seguintes etapas: “queixa, anamnese, avaliação da aprendizagem (instrumentos de sondagem conforme dificuldades de aprendizagem evidenciadas), devolução, parecer psicopedagógico e plano terapêutico”.

EVANS, B. How autism became autism: The radical transformation of a central concept of child development in Britain. Hist Human Sci. , London, v. 26, n. 3, p. 3 - 31 , 2013. FLETCHER, J.M. et al. Transtornos de Aprendizagem : da identificação à intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2009. FRANCIS, K. Autism interventions: a critical update. Dev Med Child Neurol , Oxford, v. 47, p. 493–499, 2005. HAMMILL, D. On defining learning disabilities: an emerging consensus. J Learn Disabil , Thousand Oaks, CA, v. 23, n. 2, p. 74-84, 1990. KRANSNY, L. et al. Social skills interventions for the autism spectrum: Essential ingredients and a model curriculum. Child Adolesc Psychiatr Clin N Am. , Philadelphia, v. 12, n. 1, p. 107 – 122, 2003. MARTINS, C.; KORTMANN, G.L. Recorte da experiência psicopedagógica clínica: Possibilidades de aplicação do inventário portage operacionalizado com sujeito com transtorno do espectro autista. DIÁLOGO , Canoas, n.28, p. 24-40, 2015. MC PARTLAND, J.; VOLKMAR, F.R. Autism and related disorders. Handb Clin Neurol. , Amsterdam, v. 106 , p. 407 - 418 , 2012. MIRENDA, P. Autism Spectrum Disorders and AAC. Baltimore, MD: Paul Brooks, 2008. NATIONAL JOINT COMMITTEE ON LEARNING DISABILITIES. What are Learning Disabilities? NJCLD, 2016. Disponível em: < https://njcld.org/ld-topics/>. Acesso em: 8 fev. 2019. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Educating Children with Autism. Washington, DC: The National Academies Press, 2001. NUNES, L.G.A. et al. A psicologia e a psicopedagogia no cotidiano Escolar: percursos históricos e possibilidades de atuação. Olhares & Trilhas , Uberlândia, v. 8, n. 8, p. 27-35,

PEREIRA, Julia Scalco. Processos educativos na adolescência: possibilidades interventivas na clínica psicopedagógica por meio das tecnologias digitais. Rev Psicopedagogia, São Paulo, v. 34 , n. 105 , p. 332 - 341, 2017. PORTO, O. Psicopedagogia institucional : teoria, prática e assessoramento psicopedagógico. São Paulo: Wak Editora; 2007.