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TRABALHOS DAS DISIPLINAS OBRIGATORIADA AULAS
Tipologia: Traduções
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As florestas energéticas são uma alternativa viável para a produção de energia renovável. O Brasil apresenta condições de clima e solo favoráveis à produção florestal que nos colocam em vantagem competitiva em relação a outros países. No entanto, apesar da lenha e do carvão representarem aproximadamente 9% da oferta de energia disponível no país, uma grande parte da lenha comercializada é proveniente de florestas nativas. As tecnologias disponíveis permitem a obtenção de grandes volumes de madeira em curtos intervalos de tempo. As espécies mais cultivadas são as do gênero Eucalyptus , sendo as mais plantadas o E. grandis, E. urophylla, E. urograndis, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. globulus, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. saligna e E. tereticornis. Os volumes produzidos são de aproximadamente 40 a 60 m^3 /ha.ano; podendo atingir até 100 m^3 /ha.ano em plantios adensados. Pesquisas realizadas na região Nordeste, demonstraram a viabilidade da implantação de plantios de eucalipto na região do polo gesseiro do Araripe, sendo possível obter-se IMA de até 29 m^3 /ha.ano com boas taxas de sobrevivência das plantas e viabilidade econômica. Dentre os desafios enfrentados para garantir a sustentabilidade dos plantios está a manutenção dos níveis de fertilidade do solo, pois as altas taxas de crescimento das árvores exercem forte demanda sobre as reservas minerais do solo e muitos nutrientes são exportados na colheita, principalmente nos sistemas que utilizam as árvores inteiras, e ciclos de corte reduzidos.
Palavras-chave :energia renovável, plantios adensados, biomassa florestal, lenha.
A madeira foi o primeiro combustível utilizado pela humanidade para aquecimento e cocção de alimentos. Atualmente, apesar da ampla disseminação do uso dos combustíveis fósseis, a madeira ainda ocupa uma posição relevante na matriz energética mundial, especialmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, os dados do Balanço Energético Nacional, indicam que lenha e carvão são componentes relevantes da matriz energética. O consumo de energia de origem florestal na forma de lenha e carvão, no ano de 2012, foi equivalente a 27, Mtep, o que representam aproximadamente 9% da oferta total de energia disponível no país (BRASIL, 2013). O uso de lenha, e outras biomassas, vem recebendo atenção dos governos e entidades de pesquisas, por tratar-se de uma fonte de energia renovável, com baixa emissão de carbono e baixo custo, especialmente em nosso país, quereúne condições favoráveis ao plantio de florestas energéticas. O Brasil apresenta muitas vantagens na produção florestal, devido à sua extensão territorial, à disponibilidade de área, clima adequado, extensas áreas mecanizáveis, disponibilidade de mão-de-obra, empresas especializadas e estruturadas, investimentos públicos e privados em pesquisa e inovação. Todos estes fatores fazem com que as florestas energéticas brasileiras apresentem as maiores taxas de produtividade do planeta. Enquanto em países com tradição florestal, as taxas de incremento apresentam valores como 2,5 m³/ha.ano ( Picea glauca, no Canadá), 5,5 m³/ha.ano ( Betula sp., na Suécia) e 10 m³/ha.ano ( Pinus elliottii , nos Estados Unidos), no Brasil são obtidos valores de incremento entre 40 a 60 m^3 /ha.ano, podendo chegar até 100 m^3 /ha.ano, em plantios adensados. O tempo entre o plantio e a colheita também é rápido em nosso país. Enquanto em outros países são utilizados ciclos de corte de até 55 anos (Canadá), aqui são comumente utilizadas rotações de 4,5 a 7 anos para madeira destinada à produção de carvão e até ciclos de corte anuais, em plantios adensados de curta rotação, destinados a produção de biomassa para queima direta (SBS 2008; COUTO e MÜLLER, 2008; PEREIRA et al. 2000) Outro fator importante são os custos de produção. Enquanto o preço de um hectare no Estado norte-americano de Ohio é de US$ 6.400, no Brasil, o mesmo hectare pode custar US$ 160, o que reflete em um menor custo de produção
(MORITA, 2007). Em São Paulo, os custos de florestas energéticas são de US$ 1,16/GJ (considerando a produtividade de 44,8 m^3 /ha.ano e distância média de transporte de 21,4 km) (BRASIL, 2005). Estes custos são comparativamente atraentes, considerando que alguns programas nos Estados Unidos tem objetivo produzir energia de biomassa florestal a custo entre 1,5 e 2,0 US$/GJ (MACEDO, 2001). As áreas disponíveis para reflorestamentos foram estimadas em cerca de 140 milhões de hectares, dos quais boa parte não é apropriada para agricultura de alimentos (BRASIL, 2005). Sendo que a área atual de florestas plantadas no país é de aproximadamente 7,2 milhões de hectares, mas apenas 16% deste total são florestas energéticas, destinadas ao setor de siderurgia. Estas áreas de plantio não suprem toda a demanda de lenha e carvão, sendo ainda muito significativa a participação de lenha proveniente de florestas nativas no mercado. Segundo dados do IBGE (2013), no ano de 2011, a produção de nacional de lenha proveniente de reflorestamentos foi de aproximadamente 52 milhões de esteres, enquanto as florestas nativas produziram cerca de 38 milhões de esteres. Especificamente na região Nordeste, onde cerca de 30% da demanda primária de energia são atendidos por lenha e carvão, observa-se um predomínio da lenha proveniente de florestas nativas. O volume total produzido, no ano de 2011, foi de 22 milhões de esteres, e apenas 1,2 milhão de esteres foram produzidos por florestas plantadas (IBGE 2013). Além dos plantios florestais, outra forma sustentável de atendimento da demanda por lenha, é a implantação de planos de manejo florestal. Riegelhaulpt e Pareyn (2010), estimaram a área necessária em planos de manejo, para atender a demanda no Nordeste, em 2,5 milhões de hectares. No entanto, a área atualmente manejada é de apenas 250 mil hectares. O estabelecimento de florestas energéticas no Nordeste tem sofrido várias limitações, por questões climáticas no sertão, e pelo custo da terra no litoral (RIEGELHAULPT e PAREYN 2010). No entanto, devido à necessidade de alternativas sustentáveis de fornecimento e aos constantes avanços tecnológicos, principalmente na silvicultura do eucalipto, faz-se necessário conhecer o estado da arte dos plantios florestais, no Brasil e no mundo, como subsídio ao planejamento de ações que visem ao suprimento sustentável de lenha e carvão, tanto a nível local, regional e nacional.
Conceito
O termo floresta energética é usado para definir os plantios florestais com espécies de rápido crescimento, visando à produção de maior quantidade de biomassa por unidade de área em um menor intervalo de tempo. As diferenças básicas entre as florestas energéticas e as florestas tradicionais estão no menor ciclo de corte e no menor espaçamento entre as árvores, geralmente menor que 2 x 2 m, ou seja, mais de 2.500 árvores por hectare. Além da alta densidade, as florestas energéticas são caracterizadas por árvores de pequeno diâmetro (COUTO e MÜLLER, 2008).
Histórico
O conceito de florestas energéticas foi introduzido na década de 80, referindo- se a plantações com alta densidade e curta rotação, com o objetivo de produzir o maior volume possível num curto espaço de tempo. Os espaçamentosutilizados variavam entre 1,0 x 1,5 m; 2,0 x 1,0 m; 2,0 x 1,5 m até 2,0 x 2,0 m. A empresa pioneira na introdução do conceito de floresta superdensas foi a Acesita, plantando até 40 mil mudas por hectares quando o convencional é em torno de 2 mil mudas (COUTO e MÜLLER, 2008). Entretanto, essas experiências pioneiras não apresentaram os resultados esperados, devido principalmente ao pouco conhecimento técnico, à qualidade do material genético e ao baixo desenvolvimento da silvicultura na época. A fase inicial destes métodos de plantio foi marcada por baixa produtividade e alta mortalidade, além de impactos negativos sobre a fertilidade do solo. No estado atual de desenvolvimento da silvicultura, com o desenvolvimento de técnicas de manejo e melhoramento genético, altos índices de produtividade estão sendo alcançados com espaçamentos de 3 x 2 m a 3 x 3 m (COUTO e MÜLLER, 2008).
Área plantada com florestas no Brasil e no mundo
Segundo informações divulgadas pela Indústria Brasileira de Árvores – IBA (associação de empresas dos setores de painéis, celulose e papel, carvão, pisos,
investidores institucionais), os plantios florestais no Brasil somam aproximadamente 7,2 milhões de hectares, sendo os principais plantios: celulose e Papel - 37%; siderurgia a carvão vegetal - 16%; painéis de madeira - 6%; produtos sólidos de madeira - 4%; Investidores Institucionais - 6% e produtores Independentes - 31%; conforme ilustrado na figura 1.
Figura 1 - Área de florestas plantadas no Brasil (fonte: IBA, 2014)
A área total com florestas no Brasil e as principais espécies cultivadas são apresentados na tabela 1, com base nos dados divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas – ABRAF.
Tabela 1 - Composição da área de florestas plantadas no Brasil (ano base 2012) Espécie Nome científico Área (ha) % Eucalípto Eucalyptus spp 5.102.030 71, Pinus Pinus spp 1.562.782 21, Acácia Acacia mearnsii / Acacia mangium
Seringueira Hevea brasiliensis 168.848 2, Paricá Schizolobium amazonicum 87.901 1, Teca Tectona grandis 67.329 0, Araucária Araucaria angustifolia 11.343 0, Populus Populus spp. 4.216 0, Outras 33.183 0, Total 7.185.943 ha Fonte: ABRAF (2013)
Celulose e Papel 37%
Siderurgia a carvão vegetal 16%
Painéis de madeira 6%
Produtos Sólidos de Madeira 4%
Investidores Institucionais 6%
Independentes^ Produtores 31%
Área de Florestas Plantadas 7,2 milhões de ha
Acácia negra
O gênero Acacia possui entre 700 e 800 espécies que são originárias das savanas da Austrália, India, África e América do Sul. Toleram baixas precipitações e desenvolvem-se bem em regiões de clima ameno. No Rio Grande do Sul, na região do escudo rio-grandense, a Acacia mearsii , originária da Austrália, é uma das espécies mais cultivadas, em reflorestamentos comerciais. Seu produto principal é a casca, destinada à produção de taninos, utilizados na indústria de curtimento de couro, no entanto, é uma espécie que produz madeira de excelente qualidade, para uso como lenha, carvão e celulose. A madeira é densa, 0,7 a 0,85g/cm3, e o poder calorífico varia de 3.500 a 4.000kcal/kg. O carvão produzido apresenta densidade de 0,3 a 0,5 g/cm3 com poder calorífico de 6000 kcal/kg (COUTO e MÜLLER, 2008). Segundo Scheneider et al. (2001), em sítios medianos, o incremento médio anual varia entre 13 e 20 m^3 .ha-1.ano-1^ aos 7 anos, plantada em espaçamento 2 x 3m. No entanto, em sítios de melhor fertilidade, pode atingir produtividades de até 40 m^3 .ha-1.ano-1, e 20 m de altura dominante aos 5 anos de idade. O estabelecimento da espécie no RS ocorreu por volta de 1918 e atualmente representa uma importante fonte de renda para a população de vários municípios gaúchos, sendo cultivada em mais de 4 mil propriedades rurais (SCHENEIDER et al ., 2001). Dentre os fatores que contribuem para seu bom crescimento está a capacidade de fixação do nitrogênio do ar, por meio de bactérias ( Rhyzobium ) presentes no seu sistema radicular, que auxilia seu crescimento mesmo em solos pobres, podendo ser utilizada para recuperação de áreas degradadas (GRIGOLETTI et al., 2003). A implantação pode ser feita por meio de sementes, pelo plantio de mudas ou pela condução da regeneração natural. Uma técnica bastante comum é queima dos resíduos das áreas exploradas para quebrar a dormência das sementes e formar o novo povoamento pela germinação do banco de sementes. Alguns viveiristas ainda utilizam a coleta realizada em formigueiros, uma vez que as formigas após retirarem parte do arilo da semente, as depositam na lixeira, podendo armazenar até 3 kg por formigueiro (GRIGOLETTI et al., 2003). Para que ocorra a germinação é necessário quebrar a dormência das sementes, utilizando imersão em água fervente por 4 – 10 minutos, posteriormente, são semeadas nos recipientes. Sendo o mais utilizado atualmente, o tubete. Para
plantio a campo, não é necessário preparo intensivo do solo. Para áreas com histórico de uso agrícola, basta efetuar a subsolagem na linha de plantio. Em áreas que estavam sendo anteriormente utilizadas para pastagens, basta fazer o controle de gramíneas, e em áreas onde já haviam plantios de acácia, não é necessário o preparo do solo, podendo ser feito o coveamento direto (GRIGOLETTI et al ., 2003). Os espaçamentos usados variam entre 3,0m x 1,33 m e 3,0m x 1,66 m, correspondendo a uma densidade de 2500 a 2000 árvores/ha, respectivamente. Como é uma leguminosa fixadora de nitrogênio, sua principal exigência é o fornecimento de fósforo para melhorar o crescimento. Em plantios comerciais, a adubação de 50 gramas de NPK (5:30:15) por cova tem sido muito usada somente no primeiro ano. Uma forma de manutenção da fertilidade do sítio é a manutenção dos resíduos da exploração, evitando a queima (GRIGOLETTI et al., 2003). Embora não seja muito exigente em fertilidade, a espécie não tolera solos mal drenados. A condução do povoamento consiste no controle de: ervas daninhas, pragas e doenças. A principal praga da cultura é o cascudo-serrador, que causa mais danos no primeiro ano do plantio. Os desbastes podem ser necessários em áreas implantadas pela germinação do banco de sementes do solo. A acácia-negra é uma espécie que se adapta bem em sistemas agroflorestais, consorciada com milho, batata, fumo, melancia, mandioca, etc. se beneficiando dos resíduos da adubação aplicada à cultura agrícola (GRIGOLETTI et al ., 2003). Uma análise econômica, efetuada pela Embrapa, dos custos e do volume de produção da cultura, num ciclo de corte de 7 anos, indicou que a atividade é bastante rentável, pois os custos totais correspondem ao valor de 54 st de lenha, enquanto a produção foi estimada em 180 st de lenha e 15 toneladas de casca por hectare (GRIGOLETTI et al ., 2003).
Eucalipto
Segundo informações de Pereira et al. (2000), as primeiras plantas do gênero eucalipto foram introduzidas no Brasil por volta do início do século XIX. As primeiras árvores teriam sido plantadasem 1825, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Até o início deste século passado, o eucalipto foi plantado com a finalidade deornamentação ou para servir de quebra-ventos, pelo seu extraordináriodesenvolvimento. O responsável pela introdução de plantações
originalmente para produção de papel e celulose. Consequentemente, produzem florestas vistosas, com árvores de grandes dimensões e madeira de baixa densidade, que não é o ideal para produção de carvão (VALVERDE, 2014). Por isso, além das taxas de incremento outras propriedades precisam ser consideradas visando à utilização energética das florestas, principalmente a densidade básica da madeira. Madeiras mais densas apresentam maior poder calorífico por unidade volumétrica, enquanto que madeiras mais leves possuem aproximadamente o mesmo poder calorífico por unidade de peso, mas possuem menor poder calorífico por unidade de volume. Além disso, o uso de madeiras de maiores densidades, para fins energéticos, apresenta as seguintes vantagens: a) menor área de estocagem e manuseio da madeira; b) maior rendimento energético no transporte; c) maior rendimento das caldeiras para queima direta da madeira; e) maior rendimento dos gaseificadores da madeira para produção de gasogênio ou gás de síntese do metanol; f) maior rendimento dos reatores para hidrólise ácida (PEREIRA et al ., 2000). A densidade básica da madeira também é determinante para a qualidade do carvão produzido. Madeira com maior densidade produz carvão com densidade aparente maior. Essa característica confere ao carvão maior resistência mecânica e maior capacidade calorífica por unidade de volume. Na siderurgia, também, haverá vantagem no uso de madeira mais densa, pois o volume requerido pelo termorredutor será menor (PEREIRA et al .,2000). Outra propriedade importante é o teor de lignina da madeira. Quanto maior o teor de lignina, maior o rendimento gravimétrico de carvão e maior o teor de carbono fixo no carvão produzido. Desta forma, muitos clones selecionados para a produção de celulose, mostram-se inadequados para produção de carvão, pois o objetivo do melhoramento para fins de produção de papel e celulose é justamente reduzir o teor de lignina da madeira (PEREIRA et al .,2000). Algumas características de espécies de eucalipto com influencia sobre as propriedades energéticas da madeira e do carvão são apresentados na tabela 3. Conforme demonstrado na tabela 3, as diferentes espécies de eucalipto apresentam diferenças em suas propriedades. A densidade básica pode variar de 0,37 g/cm3 no E. grandis aos 3 anos de idade até 0,73 g/cm para E. citriodora aos 10,5 anos de idade. Em função das diferenças nas propriedades da madeira,
também ocorrem diferenças no rendimento do carvão produzido, que para as espécies listadas na tabela 03, varia de 29,5 % para E. camaldulensis aos 6,5 anos de idade, até 34,7% para a mesma espécie aos 10,5 anos de idade. Estas características da espécie são determinantes para escolha da espécie a ser cultivada.
Tabela 3 – Propriedades de algumas espécies de eucalipto para fins energéticos.
Espécie (^) camaldulensisE. citriodora^ E. cloeziana^ E. E. dunnii E. grandis E.urophylla
Idade (anos) 6,5^ 10,5^ 10,5^ 6,5^ 10,5^ 4,5^ 8,0^ 3,0^ 8,0^ 10,5^ 10, db(g/cm3) 0,63 0,69 0,73 0,68 0,69 0,44 0,55 0,37 0,51 0,48 0, Lignina (%) 30,0^ 30,6^ 22,4^ 27,6^ 28,7^ 22,8^ 22,2^ -^ 24,1^ 23,9^ 27, R carvão (%) 29,5^ 34,7^ 32,6^ 29,3^ 33,7^ 31,4^ 29,8^ 31,9^ 30,9^ 33,7^ 34, C-fixo (%) 89,2 84,1 81,1 88,7 86,8 82,2 84,7 82,4 84,4 80,7 82, Voláteis (%) 10,0^ 15,4^ 17,3^ 10,8^ 12,9^ 15,5^ 14,1^ 16,3^ 14,8^ 18,7^ 16, Cinzas (%) 0,8^ 0,4^ 1,6^ 0,5^ 0,3^ 2,3^ 1,2^ 1,3^ 0,8^ 0,6^ 0, PCS carvão (kcal/kg)
Fonte: Pereira et al., (2000)
Produção de mudas
A produção de mudas de eucalipto sem sido feita prioritariamente em tubetes, estando em desuso, nas empresas florestais, o uso de sacos plásticos. As mudas podem ser produzidas por duas vias principais (COUTO e MÜLLER, 2008). Via sexuada: a partir de sementes coletadas em área de coleta de sementes (ACS), área de produção de sementes (APS) e pomares de sementes (OS); Via assexuada: a partir de propágulos vegetativos (miniestacas), obtidos por meio de brotação de árvores em jardins clonais.
Implantação
A implantação envolve todas as operações desde o preparo do solo, o plantio, adubação e os tratos culturais necessários ao estabelecimento da floresta. A calagem é obrigatória, pois embora o gênero seja tolerante a acidez e ao alumínio, o calcário é necessário devido às exigências de cálcio e magnésio. A
Manejo
Nas florestas energéticas o manejo consiste basicamente na escolha do material genético adequado, no controle da densidade de plantio e da rotação, considerando critérios econômicos (COUTO e MÜLLER, 2008). Os valores clássicos de densidade adotada variam entre 1.111 a 1. plantas/hectare, com ciclos de corte seis e oito anos. Com o tempo, o estoque tende a se igualar entre os diferentes espaçamentos em um mesmo sítio, sendo que nos plantios mais densos, ocorre a estagnação do crescimento mais rapidamente, enquanto nos plantios menos densos a estagnação ocorre em idades mais avançadas. No caso de plantios energéticos, recomendam-se os espaçamentos mais densos, tendo em vista que o objetivo é a produção da maior quantidade de biomassa no menor intervalo de tempo possível (COUTO e MÜLLER, 2008). O manejo de brotações é uma técnica necessária para assegurar a produção da rotação seguinte. Recomenda-se realizar a exploração na estação chuvosa para que haja maior sobrevivência de brotações. Também é recomendável a aplicação de fertilizantes (150 g/cepa) com a formulação recomendada pelo resultado da análise de solo (COUTO e MÜLLER, 2008). Deve-se realizar a desbrota após 10 a 12 meses do corte, para reduzir o número de brotos por cepas. Recomenda-se deixar entre 2 e 3 brotos por cepa.
Custos de implantação
Os custos de implantação variam muito. Dependem do local do plantio, do tipo de preparo de solo necessário, das necessidades de adubação,da quantidade de formigas e de mato/competição existente na área. Para plantios realizados na região central de São Paulo, com espaçamento 3 x 2 m, custo da muda entre R$ 0,20 e 0,30 e com ciclo de corte de 7 anos, o custo gira em torno de R$ 2.500,00/ha(WILCKEN, et al ., 2008).
Experiências com o plantio de eucalipto na Caatinga
Uma experiência com plantio de eucalipto na Caatinga foi iniciada em 2001, na Estação experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, em Araripina-PE. O objetivo do experimento é selecionar espécies e clones adaptados ao local, com o objetivo de estabelecer florestas energéticas destinadas ao suprimento de madeira para as indústrias do polo gesseiro do Araripe. As espécies implantadas são apresentadas na tabela 4.
Tabela 4. Avaliação do crescimento de espécies e clones de eucalipto para plantio na Chapada do Araripe aos 90 meses. Código Espécie ou clone Volume (m³/ha)
(m³/ha.ano)
Sobrevivência (%) C49 Híbrido de E. tereticornis 141 85 18, C80 Híbrido^ de^ E.^ urophylla^ x^ E. terreticornis
134 98 17, C315 Híbrido de E. urophylla x E. terreticornis
132 85 17, C101 Híbrido de E. urophylla x E. terreticornis
147 99 19, C78 Híbrido de E. urophylla x E. terreticornis
121 72 16, C156 Híbrido de E. urophylla x E. terreticornis
113 82 15, C39 Híbrido de E. urophylla x E. terreticornis
222 89 29, C27 Híbrido de E. urophylla(cn) 115 86 15, C51 Híbrido de E. brassiana (cn) 148 95 19, C158 Híbrido de E. urophylla x E. tereticornis
152 91 20, C41 Híbrido de E. urophylla x E. tereticornis
171 72 22, C31 Híbrido de E. urophylla 74 49 9, C25 Híbrido de E. brassiana 131 79 17, C33 Híbrido de^ E. urophylla^ 130 86 17, C11 Híbrido de E. brassiana 117 51 15, Fonte: Silva (2009) e Rocha (2012).
Conforme informações de Silva (2009), a precipitação no local é de 700 mm/ano, e o espaçamento utilizado foi de 2 x 3 m. Os resultados da medição efetuada aos 5,5 anos de idade, apresentaram valores de IMA de 12,74 m³/ha para E. brassiana , até 34,9 m^3 /há para E. urophylla, e a densidade básica dos clones variou de 0,56 g/cm^3 até 0,65 g/cm^3.
Ao comparar os resultados de produtividade do eucalipto, com a produtividade da Caatinga manejada, Rocha (2012) estimou que para atender a demanda de lenha do polo gesseiro, cerca de 1,6 milhões de st/ano, seriam necessários 8.346 há de eucalipto ou 25.500 ha de Caatinga maneja. A análise econômica, envolvendo todos os custos e receitas para a implantação deste experimento na Chapada do Araripe, foi realizada por Rocha (2012) e é apresentada na tabela 5. Conforme demonstrado na tabela 5, a receita líquida gerada pela venda da lenha do eucalipto foi de R$ 13.876,29, com base nestes dados, Rocha (2012), concluiu que o plantio de eucalipto na região da Chapada do Araripe é uma economicamente viável. O autor também realizou uma análise dos custos e receitas da produção de lenha por meio de planos de manejo da vegetação nativa. A conclusão foi de que o manejo é uma atividade economicamente viável, porém gera receita líquida de 4.833,20/ha, valor inferior ao do plantio de eucaliptos. Ao comparar o uso da lenha com outros energéticos utilizados para a produção de gesso, o autor concluiu que a lenha de eucalipto representa um custo de R$ 12,50/ton, ante ao custo de R$ 15,04/ton da lenha de algarroba; R$ 15,10/ton para lenha nativa; R$ 27,52/ton referente ao custo do GLP e R$ 65,34/ton quando utilizado o óleo BPF.
Eucalipto adensado para fins energéticos
Os plantios adensados de eucalipto têm a finalidade de aumentar a eficiência dos plantios, com aumento da produtividade baseado na inovação tecnológica, melhoramento genético e desenvolvimento de sistemas de colheita (corte, transporte e trituração) adaptados a estes cultivos. Nos plantios adensados objetiva-se reduzir o espaçamento, usualmente de 3 x 2 m, para 3 x 1 m, 3 x 0,5 m, resultando em densidades de 3.300 a 6. plantas/ha, reduzindo o ciclo de corte para 1 ou 2 anos. No Brasil já é possível obter rendimentos de até 120 m^3 /ha em apenas um ano (GUERRA, GARCIA e SPINELLI, 2012). Um dos requisitos para o sucesso dos plantios adensados é a uniformidade das plantas, baixa mortalidade, e alto incremento, sendo recomendado o uso de clones. A análise de um plantio experimental adensado é apresentada por Guerra, Garcia e Spinelli (2012). O experimento foi implantado em Botucatu/SP (clima Cfa, 1.516 mm de precipitação), utilizando clones de E. urograndis. Foram testados 3 níveis de adubação e 5 espaçamentos.
Figura 2 - plantio adensado de E. urograndis no espaçamento 2,8 x 0,5 m. (Fonte: Guerra, Garcia e Spinelli 2012)
A adubação de plantio foi realizada com NPK 6-30-6 e na cobertura foi aplicado NPK 20-0-20, adicionados os micronutrientes Zn (0,5%) e B (0,3%), conforme apresentado na tabela 5. Os cinco espaçamentos entre plantas ficaram