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Tecnologia do Processamento de Frutas eHortaliças Mariane de Vargas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia de Alimentos

Tecnologia do Processamento de frutas e hortaliças

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010
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Compartilhado em 09/09/2010

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Tecnologia do Processamento de Frutas e
Hortaliças
Mariane de Vargas Lobo
Zootecnista
Especialista em Tecnologia de Frutas e Hortaliças
M. Sc. Ciência e Tecnologia dos Alimentos
Profa. de Agroindústria da Escola Agrotécnica Federal de São Vicente do Sul (RS)
Juiz de Fora - 2002
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Tecnologia do Processamento de Frutas e

Hortaliças

Mariane de Vargas Lobo Zootecnista Especialista em Tecnologia de Frutas e Hortaliças M. Sc. Ciência e Tecnologia dos Alimentos Profa. de Agroindústria da Escola Agrotécnica Federal de São Vicente do Sul (RS)

Juiz de Fora - 2002

I.1 Algumas considerações

O reconhecimento da importância da atividade agroindustrial no processo de desenvolvimento econômico e social tem levado os formuladores de políticas públicas, no Brasil e no exterior, a eleger o setor como prioritário para a promoção de investimentos em novos empreendimentos. De fato, sabe-se que a agroindústria é uma das principais geradoras de empregos diretos e indiretos por unidade de capital investido. Além disso, a típica orientação locacional para a fonte de matéria-prima faz com que a agroindústria contribua para mitigar o sério problema do êxodo rural. As características tecnológicas do processamento agroindustrial viabilizam, para algumas matérias-primas e produtos, a implantação de unidades de pequeno e médio porte mais acessíveis a investidores com menor disponibilidade de capital. Outros benefícios sociais importantes dos empreendimentos agroindustriais são gerados pela melhoria da qualidade dos produtos processados, pela redução das perdas no processo de comercialização e pelo papel disseminador que tendem a exercer na promoção de melhorias tecnológicas nas atividades agropecuárias. Atualmente, uma maior proporção de frutas e hortaliças está sendo industrializada, devido ao aumento da população urbana e à necessidade de uma dieta mais diversificada durante o ano todo. A tecnologia do processamento permite converter produtos perecíveis em estáveis, disponíveis em todas as épocas do ano, retendo ao máximo seu valor nutritivo e sua palatabilidade. Apesar do Brasil ser um grande produtor de frutas tropicais e subtropicais (quadro 1), a maior parte de sua produção tem-se destinado historicamente ao mercado interno. Este quadro, no entanto, tende a mudar. O Brasil vem conquistando a condição de exportador e isso se deve à eficiência da comercialização que vem sendo assegurada através do

CAPÍTULO I - Considerações gerais, composição química e valor nutricional das frutas e hortaliças

se dado com o emprego de alta tecnologia, especialmente no que diz respeito a sistemas de irrigação.

Quadro 2 - Situação da produção e área de algumas hortaliças no Brasil, 2000. Hortaliças Produção (mil T)

Área (mil ha) Produtividade (T/ha) Alho 72 12 6. Cebola 1.078 65 16. Cenoura 681 26 26. Ervilha 5 1,8 2. Inhame 230 25 9. Tomate 3.043 58 52. outras 5.184 327 15. Fonte: FAO-FAOSTAT, 2001 (adaptado).

Quais os objetivos da industrialização de alimentos?

  • estimular a produção agrícola, permitindo que grande parte do alimento seja processado no local de produção, interiorizando indústrias e fixando a população no campo pelo oferecimento de novas oportunidades de emprego;
  • reduzir o desperdício de alimentos (perdas no transporte e armazenamento inadequado de produtos "in natura") aumentando a sua disponibilidade;
  • favorecer o transporte de alimentos por longas distâncias, atingindo regiões que não possuem condições por si de produzirem certos alimentos ou o fazem em quantidades insuficientes;
  • oferecer ao consumidor alimentos variados, a exemplo de sucos, polpas, extratos, néctares, etc. com a manutenção máxima possível das suas características nutricionais e organolépticas;
  • (^) facilitar a vida diária do consumidor, pela utilização de alimentos prontos e semiprontos.

Como podemos definir o ramo de atuação?

  • inicialmente optar pela elaboração de produtos que utilizem processos simples, que necessitem de poucos equipamentos e que tenham preços acessíveis;
  • matéria-prima utilizada deve ser abundante e de boa qualidade;
  • levar em consideração as tendências de consumo.

I.2 Composição química e valor nutricional

Os componentes mais importantes das frutas e hortaliças podem ser agrupados deste modo: água, proteínas, carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas, sendo que as quantidades presentes de alguns desses constituintes são mínimas. A água é o componente mais abundante (mais de 80 %), oscilando entre 82 % nas uvas, 90 % nos morangos, 93 % nos tomates, 94 % nas alfaces, etc., sendo que o conteúdo em água de um determinado produto pode variar em função de diferenças estruturais presentes e condições de cultivo. As proteínas representam geralmente menos de 1 % do peso fresco das frutas e hortaliças. As frutas cítricas, os tomates e os morangos contêm quantidades elevadas de substâncias nitrogenadas simples como a asparagina e a glutamina e os ácidos aspártico e glutâmico. Nas maçãs e nas pêras, temos a asparagina e as laranjas são ricas em prolina. Os carboidratos são polissacarídeos ( grupo de carboidratos complexos (polímero) formados pela condensação de mais de 10 unidades de açúcares simples (monossacarídeos) ) como o amido, a celulose e as substâncias pécticas, ou dissacarídeos ( carboidratos compostos por dois monossacarídeos combinados ) como a sacarose, a frutose e a glicose. O conteúdo desses açúcares varia grandemente durante a maturação, quando as frutas que contém amido sofrem a hidrólise deste polissacarídeo. Os açúcares mais importantes das frutas são a glicose e a frutose, mas em algumas, como nos pêssegos, o açúcar principal é a sacarose. A celulose, a hemicelulose e as substâncias pécticas são os componentes essenciais da parede celular das frutas e hortaliças. A pectina pode ser empregada comercialmente para a elaboração de geléias e doces de corte, sendo extraída do albedo ( parte branca da casca de frutas cítricas, também conhecida como mesocarpo )

Desafio: Elabore uma tabela incluindo a composição química (água, carboidratos, lipídios, minerais (3), vitaminas (3)) de 10 frutas e hortaliças in natura e de cinco produtos de origem vegetal processados.

BIBLIOGRAFIA

  • A Granja do ano 2001/2002. Porto Alegre: Editora Centaurus, 2001. 182 p.
  • ARAÚJO, J.M. Química de alimentos: teoria e prática. Viçosa: UFV Imprensa Universitária, 1995. 335 p.
  • BOBBIO, F.O. & BOBBIO, P.A. Introdução à química de alimentos. São Paulo: Varela, 1995. 223 p.
  • FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995.
  • LUENGO, R. de F.A.L. et al. Tabela de composição nutricional das hortaliças. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2000.
  • Sites: www.ibge.gov.br www.fao.org www.unicamp.br/nepa/taco www.fcf.usp.br/tabela/ www.losalimentos.cjb.net

Quando falamos em higiene, as pessoas associam logo com limpeza. Mas, nem sempre algo que tem aparência 'limpa' é higiênico. As pessoas que trabalham com processamento de produtos alimentícios devem fazer tudo que está ao seu alcance para assegurar um alimento 100 % seguro.

Higiene é todo controle que se faz para assegurar que os alimentos atinjam os consumidores nas condições mais aceitáveis e nutritivas, isentos de microrganismos patogênicos e/ou substâncias tóxicas que possam causar prejuízos à saúde pública.

Os custos da falta de higiene:

  • interdição do estabelecimento;
  • pagamento de indenização às vítimas de contaminação alimentar;
  • pesadas multas e custos legais;
  • desperdício de produtos alimentícios devido a deterioração;
  • empregados com baixa moral e, portanto, falta de orgulho no seu trabalho, resultando em alta rotatividade de empregados.

Os benefícios de uma boa higiene:

  • clientes satisfeitos;
  • boas condições de trabalho, com menor rotatividade de empregados;
  • respeito à lei, com a satisfação da fiscalização sanitária (ficar o tempo todo com medo da presença de fiscais sanitários pode ser muito estressante...);
  • aumento nos lucros.

Como o homem pode evitar que os alimentos se contaminem? Através de várias ações e medidas preventivas, o homem, pode evitar a contaminação dos alimentos e consequentemente do comensal.

1. manter unhas limpas e bem aparadas;

CAPÍTULO II - Noções de Higiene Alimentar

  • sabores e odores - presença de ácido sulfúrico, metano, CO 2 , matérias orgânicas e substâncias minerais por ex. são indesejáveis.
    1. Aspectos químicos
  • dureza - presença de sais de cálcio e magnésio lixiviados pela água

Dureza Quantidade de CaCO3 (mg/l) água mole 50 água moderadamente dura 50 – 150 água dura 150 – 300 água muito dura acima de 300

Pode ocorrer uma combinação de resíduos de alimentos, resíduos de detergentes e sais da dureza da água formando "pedras" na superfície dos equipamentos, onde pode se desenvolver microrganismos.

  • acidez e alcalinidade - a acidez total representa teores de CO 2 livres, ácidos minerais e orgânicos, e sais de ácidos fortes - são corrosivos para equipamentos. A alcalinidade representa teores de carbonatos, bicarbonatos, CaOH, Mg (OH), Fe (OH), Mn (OH)
  • sílica - a presença de SiO 2 - de difícil remoção. Normal de 5-50 mg/l;
  • gases - CO 2 e O 2 são corrosivos;
  • ferro e manganês - provocam formação de depósitos e crostas, colorem produtos.
    1. Aspectos Microbiológicos Padrões normais para a água potável

turbidez 5 mg/l (máx)

odor Ausente

cor 20 (Pt/l-Hazen)

pH 6.5-8.

dureza total 200 mg/l

acidez total 5-20 mg/l

alcalinidade total 10-50 mg/l

alcalinidade cáustica Ausente

oxigênio consumido 2 mg/l

nitritos Ausência

cloretos 250 mg/l

cloro residual 0.2 mg/l (mínimo)

fluoretos 1.0 mg/l

silicatos Ausência

sulfatos 250 mg/l

sólidos totais 1000 mg/l

cobre 3 mg/l

chumbo 0.1 mg/l

ferro 0.3 mg/l

manganês 0.1 mg/l

zinco 5 mg/l

fenóis 0.001 mg/l

contagem de aeróbios mesófilos 100 UFC/100 ml

coliformes totais (NMP)

ausente em 100 ml

Quais as características de um sanitizante ideal? < amplo espectro de atividade antimicrobiana; < deve apresentar ação biocida e não somente bioestática, para realmente garantir o processo de limpeza; < não ser corrosivo às superfícies e aos materiais encontrados nas indústrias alimentícias; < (^) deve ser compatível com traços de detergentes, no caso do enxágüe ser deficiente; < não ser tóxico ao operador e ao meio ambiente; < deve apresentar ação rápida, pois nem sempre é possível deixar o produto em contato com a superfície por longos períodos de tempo; < deve ser de fácil enxágüe, quando este procedimento for necessário.

  1. Enxágüe final : este procedimento por vezes é desnecessário, dependendo do tipo de sanitizante utilizado e do tipo de produto a ser processado.

II.2 Cuidados com insetos e roedores

Insetos e roedores não aparecem somente em ambientes sujos. Basta existirem próximo a unidade de processamento lugares abandonados, depósitos de lixo, falta de higienização de depósitos, etc. Para prevenir os insetos e roedores, os meios mais utilizados atualmente são:

  • meios mecânicos: uso de telas nas janelas, portas, cortinas de ar, etc.;
  • meios químicos: toxinas de ingestão, toxinas de contato, fumegantes. Usar apenas produtos autorizados.

II. 3 Armazenamento e descarte de lixo

A contaminação cruzada, a intoxicação alimentar e especialmente as doenças transmitidas por alimentos acabam sendo o resultado de práticas erradas de armazenamento de lixo.

Os recipientes utilizados para armazenamento de lixo devem ser feitos de material facilmente lavável e desinfetável, não devendo ser grandes a ponto de permitir o acúmulo de sujeira produzida durante vários dias. O ideal é que os recipientes sejam esvaziados três vezes ao dia.

Por que termos tanto cuidado com higiene?

  • para promover uma imagem favorável e aceitável tanto para os clientes como para os clientes como para os próprios funcionários do estabelecimento;
  • para a remoção dos materiais sobre os quais as bactérias podem multiplicar-se, causando contaminação, intoxicação alimentar ou outras doenças provocadas por alimentos;
  • para proporcionar um ambiente de trabalho seguro e higiênico;
  • para permitir a desinfecção de equipamentos e superfícies;
  • para remover materiais que poderiam ocasionar infestações por ratos, baratas e insetos;
    • para reduzir os riscos de contaminação física. www.higienedosalimentos.com.br

BIBLIOGRAFIA

  • CAMARGO, R. et al. Tecnologia dos produtos agropecuários. São Paulo: Nobel,
    1. 298 p.
  • GAVA, A. Princípios de tecnologia de alimentos. São Paulo: Nobel, 1984. 283 p.
  • MADASA DO BRASIL. Manual de consulta rápido para laboratório de microbiologia. 1º Curso de Técnicas Avançadas Aplicadas a Microbiologia de Alimentos. Santa Maria: UFSM, 2001. 52 p.
  • SILVA Jr., E.A. Manual de controle higiênico sanitário em alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1995. 385 p.

♦♦♦♦Alterações de ordem química: as mais importantes a serem consideradas são as alterações químicas enzimáticas. Na célula vegetal intacta, a ação de enzimas ( moléculas orgânicas com o poder de acelerar ou catalisar uma reação química, sendo de natureza proteica ) pode ser controlada por vários mecanismos naturais, porém, quando essas células são danificadas, como durante o processamento de frutas e hortaliças, o controle desses mecanismos deixa de existir e as reações enzimáticas podem ocorrer descontroladamente causando alterações indesejáveis, até mesmo em alimentos congelados. Entre as alterações químicas enzimáticas que ocorrem em frutas e hortaliças, as mais importantes são as causadoras do escurecimento dos produtos. O controle das reações químicas dos vegetais catalisadas por enzimas está baseado principalmente na interação de três componentes normalmente encontrados nos tecidos vegetais: enzima, substrato e oxigênio. Também é importante observarmos que as enzimas necessitam de condições ideais para atuação, a exemplo de temperatura e pH ótimos, sendo extremamente sensíveis a variações dos mesmos. Levando-se em consideração essas questões, como podemos então prevenir e/ou retardar a ação enzimática?

  • emprego de temperatura - frio - a refrigeração ou congelamento mantém a velocidade de ação bastante lenta, mas não a paralisa; calor - o tratamento térmico é provavelmente o método mais simples e utilizado para a inativação de enzimas no processamento de alimentos. Através de métodos como o 'branqueamento' ( tratamento térmico que utiliza temperaturas e tempos pré- estabelecidos de acordo com o tipo de matéria-prima. Promove a inativação enzimática ), pode-se inativar as enzimas e preparar o alimento para ser congelado, enlatado, desidratado, etc.
  • remoção do oxigênio - o oxigênio é removido dos alimentos, por exemplo, através do fechamento hermético dos recipientes, obtenção de vácuo, etc.
  • uso de agentes químicos - dióxido de enxofre, ácido ascórbico, ácido cítrico.

♦♦♦♦Alterações de ordem biológica: são alterações resultantes da ação de organismos vivos (microrganismos, insetos e roedores) que estragam ou decompõem os alimentos num

determinado período de tempo após a colheita, principalmente durante um armazenamento inadequado do alimento.

III. 2 Principais métodos de conservação de frutas e hortaliças

Entende-se por conservação de alimentos a aplicação de métodos ou conjunto de técnicas visando impedir ou dificultar a atuação dos fatores promotores de alterações prejudiciais de modo a assegurar aos alimentos um considerável aumento no tempo de vida útil, mantendo tanto quanto possível suas propriedades originais como composição química, aspectos nutricionais e organolépticos.

♦♦♦♦Uso do calor -

  • Pasteurização: técnica desenvolvida por Louis Pasteur ( Químico e bacteriologista francês. Inventor do processo conhecido como pasteurização que consiste na esterilização de elementos orgânicos, sobretudo o leite, mediante aquecimento seguido de resfriamento brusco. Esse notável cientista, em 1837, demonstrou que a acidificação do leite era provocada por microrganismos e, em 1860, conseguiu assegurar a preservação do vinho e cerveja por meio de tratamento térmico suave, processo este que, posteriormente, passou a denominar-se pasteurização ). Tratamento térmico que elimina a grande maioria dos microrganismos existentes no alimento. A temperatura não passa dos 100º C, podendo este aquecimento ser produzido por vapor, água quente, radiação ionizante, microondas, etc. É empregada quando os tratamentos térmicos mais elevados prejudicam a qualidade do produto. Os sucos de frutas, por exemplo, são submetidos a temperaturas em torno de 70º C/ alguns minutos ou temperaturas mais elevadas (sempre abaixo de 100º C) por um tempo menor. É utilizada para alimentos que serão posteriormente armazenados em condições que minizem o crescimento microbiano (refrigeração, conservantes, etc.).
  • Esterilização: completa destruição de microrganismos. Na indústria de alimentos isto poderia depreciar sua qualidade nutricional e organoléptica. Por isso faz-se a
  • obrigatoriamente apertizadas: conservas de hortaliças, frutas ao xarope ou em calda, polpa de frutas, néctar ou purê, suco de frutas, xarope de frutas;
  • facultativamente apertizadas: compota de frutas, geléia, geleiada, doce em massa, pasta de frutas, frutas cristalizadas e glaceadas.
  • Processamento asséptico: todas as etapas são realizadas em condições de esterilidade, ou seja, o produto é aquecido, resfriado e transportado em condições estéreis. O tratamento térmico neste sistema é feito elevando-se a temperatura com redução significativa do tempo quando comparado com o tratamento térmico utilizado na apertização. O metal, o vidro e os plásticos são os três materiais básicos de embalagens assépticas (exemplo Tetra Brik).
  • Sistema Tetra Brik - firma sueca Tetra Pak^ ( www.tetrapak.com ). Consiste em uma embalagem que funciona como uma barreira contra a luz, protegendo assim o produto além de contaminações, da oxidação. Para produtos longa vida, o material de embalagem é um laminado com várias camadas: uma externa e duas internas de polietileno para impermeabilizar a embalagem, uma de papel duplex para dar estrutura e proteção contra a luz e uma de alumínio que evita a penetração de ar e luz.
  • Secagem: é prática comum conservar frutas e hortaliças pelo controle da umidade, secando-se assim uvas, ameixas, pêssegos, damascos, pêras, bananas, figos, etc. Sendo a umidade necessária ao crescimento dos microrganismos, a redução do seu conteúdo vem criar condições desfavoráveis para o desenvolvimento dos mesmos. A secagem pode ser natural (ao sol) ou artificial (desidratação).

♦♦♦♦ Uso do frio - Essa conservação em escala comercial teve início em 1865 com pescado, em 1905 com frutas e em 1929 com hortaliças. A conservação de alimentos pelo uso do frio se dá pela inibição ou retardamento do crescimento e atividade dos microrganismos, reações químicas e atividade enzimática, os quais contribuem para a deterioração dos alimentos. A conservação de frutas e hortaliças pelo uso do frio pode ser feita de duas maneiras:

  • Refrigeração: consiste no resfriamento e armazenamento do alimento em temperaturas de 1 a 15º C, geralmente empregada para conservar alimentos a curto prazo (dias ou semanas) (Tabela 1). Muito utilizada na indústria como meio de preservar a matéria- prima para posterior processamento.

Tabela 1 - Comparação da vida útil (dias) de frutas e hortaliças sob armazenamento à diferentes temperaturas. Alimento 0º C 22º C 38º C Frutas 2 a 180 1 a 20 1 a 7 Verduras 3 a 20 1 a 7 1 a 3 Raízes e tubérculos 90 a 300 7 a 50 2 a 30 Fonte: Barcelos, 1996.

  • Congelamento: geralmente empregada para conservação de alimentos à longo prazo (meses ou anos). Inibe o crescimento microbiano e retarda praticamente todo o seu processo metabólico. É um método caro porque existe a necessidade da chamada 'cadeia de frio' ( denomina o modo como o produto deve ser mantido do momento em que é produzido, colhido, até o momento em que é consumido. É composta por várias etapas: produção, transporte, armazenagem, distribuição e comercialização, onde se houver falha em alguma delas, toda a cadeia estará comprometida, não havendo recuperação da qualidade do produto ). Entre os produtos que se prestam ao congelamento podemos citar: milho, ervilha, morango, goiaba, manga, acerola, maracujá, uva (em pedaços ou a sua polpa ou suco concentrado). Pode ser feito de dois modos:
  • Congelamento lento: realizado em câmaras frias, túneis e placas por contato.
    • duração 3 a 12 horas;
    • usa geralmente T < -18°C ⇒ altera textura do tecido vegetal;
    • formação de cristais grandes intracelulares com rompimento das células;
    • longo tempo de permanência na zona crítica de congelamento.