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TCE - ATLS 9 ed, Notas de estudo de Medicina

Resumo do Capítulo de Trauma Cranioencefálico da nona edição do ATLS

Tipologia: Notas de estudo

2018

Compartilhado em 08/04/2018

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TRAUMA CRANIENCEFÁLICO – TCE
ATLS – 9a ed.
- Quase 90% das mortes pré-hospitalares relacionadas com o trauma envolvem lesão cerebral;
- A vítimas sobreviventes de TCE frequentemente apresentam dano neurofisiológico que
resulta em invalidez, comprometendo o trabalho e as atividades sociais;
- O objetivo principal do tratamento dos doentes com suspeita de TCE é prevenir a lesão
cerebral secundária.
Fornecer oxigenação adequada e manutenção da PA suficiente para garantir a perfusão
do cérebro são as maneiras mais importantes para limitar danos cerebrais secundários.
- É imprescindível a identificação de lesões de massa que necessitam de intervenção cirúrgica.
A melhor maneira de identificar lesões de massa à realização imediata de TC do crânio.
OBS: a realização de TC não deve retardar a transferência do doente para um centro de
trauma capaz de realizar intervenção neurocirúrgica imediata e definitiva.
# ANATOMIA:
>> Couro Cabeludo:
- Possui grande irrigação à laceração pode levar a perda sanguíneas significativa, choque
hemorrágico e mesmo morte.
>> Crânio:
- Base do crânio é irregular à ocorrência de lesões quando o cérebro se desloca e desliza no
interior do crânio, em decorrência de movimentos de aceleração e desaceleração.
- Fossa Anterior: aloja os lobos frontais;
- Fossa Média: lobos temporais;
- Fossa Posterior: porção inferior do TC e o cerebelo.
>> Meninges:
- Dura-máter:
Resistente e fibrosa – adere firmemente à superfície interna do crânio.
Em certas regiões à formam os seios venosos – drenagem do sangue venoso do SNC.
Artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a superfície interna do crânio – espaço
epidural. OBS: a artéria meníngea média, que se localiza na fossa temporal à principal
causa de hematoma epidural à pode causar efeito massa.
- Aracnoide:
Espaço virtual entre a aracnoide e dura-máter à espaço subdural, as veias que vão da
superfície do cérebro para os seios venosos (veias em ponte), podem romper-se levando
à formação de hematoma subdural (mais frequente que o epidural).
- Pia-máter:
Firmemente aderida a superfície do cérebro;
LCR está entre esta meninge e a aracnoide à mecanismo de amortecimento.
Hemorragia subaracnóidea à causada por contusão cerebral.
>> Encéfalo:
- Cérebro, cerebelo e TC;
- Cérebro à hemisférios direito e esquerdo = separados pela foice do cérebro.
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TRAUMA CRANIENCEFÁLICO – TCE

ATLS – 9 a^ ed.

  • Quase 90% das mortes pré-hospitalares relacionadas com o trauma envolvem lesão cerebral;
  • A vítimas sobreviventes de TCE frequentemente apresentam dano neurofisiológico que resulta em invalidez, comprometendo o trabalho e as atividades sociais;
  • O objetivo principal do tratamento dos doentes com suspeita de TCE é prevenir a lesão cerebral secundária.
    • Fornecer oxigenação adequada e manutenção da PA suficiente para garantir a perfusão do cérebro são as maneiras mais importantes para limitar danos cerebrais secundários.
  • É imprescindível a identificação de lesões de massa que necessitam de intervenção cirúrgica.
    • A melhor maneira de identificar lesões de massa à realização imediata de TC do crânio.
    • OBS: a realização de TC não deve retardar a transferência do doente para um centro de trauma capaz de realizar intervenção neurocirúrgica imediata e definitiva. # ANATOMIA:

Couro Cabeludo:

  • Possui grande irrigação à laceração pode levar a perda sanguíneas significativa, choque hemorrágico e mesmo morte.

Crânio:

  • Base do crânio é irregular à ocorrência de lesões quando o cérebro se desloca e desliza no interior do crânio, em decorrência de movimentos de aceleração e desaceleração.
  • Fossa Anterior: aloja os lobos frontais;
  • Fossa Média: lobos temporais;
  • Fossa Posterior: porção inferior do TC e o cerebelo.

Meninges:

  • Dura-máter:
    • Resistente e fibrosa – adere firmemente à superfície interna do crânio.
    • Em certas regiões à formam os seios venosos – drenagem do sangue venoso do SNC.
    • Artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a superfície interna do crânio – espaço epidural. OBS: a artéria meníngea média, que se localiza na fossa temporal à principal causa de hematoma epidural à pode causar efeito massa.
  • Aracnoide:
    • Espaço virtual entre a aracnoide e dura-máter à espaço subdural, as veias que vão da superfície do cérebro para os seios venosos (veias em ponte), podem romper-se levando à formação de hematoma subdural (mais frequente que o epidural).
  • Pia-máter:
    • Firmemente aderida a superfície do cérebro;
    • LCR está entre esta meninge e a aracnoide à mecanismo de amortecimento.
    • Hemorragia subaracnóidea à causada por contusão cerebral.

Encéfalo:

  • Cérebro, cerebelo e TC;
  • Cérebro à hemisférios direito e esquerdo = separados pela foice do cérebro.
  • O lobo frontal à controla as funções de execução, emoções, motoras e motora da fala.
  • O lobo parietal à função sensorial e orientação espacial.
  • O lobo temporal à regula certas funções da memória.
  • O lobo occipital à visão.
  • O TC à mesencéfalo, ponte e bulbo;
    • M – Sistema reticular ativador ascendente.
    • P/B – Centro cardiorrespiratório.
  • O cerebelo à coordenação e equilíbrio,

Sistema Ventriculares:

  • A presença de sangue no LCR pode prejudicar a reabsorção do mesmo, produzindo aumento da PIC.
  • Edemas, lesões de massa, tumores à podem desviar os ventrículos, que normalmente são simétricos, facilmente notados na TC de crânio.

Compartimentos Intracranianos:

  • O cérebro é dividido em regiões por divisórios de meninges.
  • Tenda do cerebelo à compartimento supratentorial e infratentorial.
    • O 3 o NC passa ao longo da margem da tenda do cerebelo à podendo ser comprimido contra ela durante uma herniação do lobo temporal (as fibras parassimpáticas do NC III podem ser comprimidas) à causa midríase pela atividade simpática sem oposição.
  • Uncus à parte medial do osso temporal que geralmente hernia através da incisura tentorial.
  • O trato corticoespinhal à decussa no bulbo ao passar pelo forame magno – sua compressão resulta em déficit motor contralateral.
  • OBS: a dilatação da pupila ipsilateral + hemiplegia contralateral = síndrome clássica da herniação do úncus.

Fluxo sanguíneo cerebral:

  • Lesões cerebrais que causam coma à pode causar redução importante da FSC, durante as primeiras horas após o trauma. Habitualmente aumenta nos próximos 2 a 3 dias, mas em pacientes que permanecem em coma, permanece abaixo do normal por dias ou semanas após o trauma.
  • Esses baixos níveis de FSC são inadequados para satisfazer a demanda metabólica do cérebro após o trauma.
  • PAM = (PAS + 2xPAD)/
  • Pressão de perfusão cerebral – PPC = PAM – PIC.
  • OBS: PAM entre 50 e 150mmHg é autorregulada para manter a FSC constante. No TCE pode ocorrer comprometimento desse mecanismo de autorregulação de tal modo que o cérebro fica incapaz de compensar adequadamente as mudanças na PPC.
  • Os vasos cerebrais se contraem ou dilatam em reposta a alterações na PaO2 ou na PaCO2 do sangue.
  • Lesão secundária pode ocorrer por: hipotensão, hipóxia, hipercapnia ou hipocapnia.
  • Todo o esforço para aumentar a PPC e FSC, redução da PIC elevada à mantendo o volume intravascular normal, mantendo a PAM normal e restaurando a oxigenação normal e normocapnia.
  • Hematomas e outras lesões que aumentam o volume intracraniano devem ser precocemente evacuados. **# CLASSIFICAÇÕES DAS LESÕES CRANIENCEFÁLICAS:

Gravidade da Lesão** :

  • A escala de coma de Glasgow é usado como medida clínica objetiva da gravidade do TCE.
  • Um escore na GCS < ou = a 8 à TCE grave.
  • GCS entre 9- 12 à TCE moderado;
  • GCS – 13 - 15 à TCE leve.
  • Quando existes assimetria D/E ou S/I, é importante que se use a melhor resposta motora no cálculo do escore. >> Morfologia:
  • Pode incluir fraturas de crânio e lesões intracranianas (contusões, hematomas, lesões difusas e inchaço resultante de edema/hiperemia).
  • Impactos de alta velocidade ou em lesões por desaceleração, pode produzir hemorragias pontilhadas por todos os hemisférios cerebrais, concentrando-se nos limites entre as substâncias cinzenta e branca à lesões por cisalhamento – lesão axonal difusa. >> Lesões Cerebrais Focais:
  • Hematomas epidurais, subdurais, contusões e hematomas intracerebrais. à Hematomas Epidurais:
  • 0,5% de todos os TCE;
  • Geralmente apresentam forma biconvexa ou lenticular à medida em que empurram a dura aderente em direção oposta à da tabua interna do crânio.
  • Localizam-se mais frequentemente na região temporal/temporoparietal (trauma em face lateral do crânio) à geralmente resultam da ruptura da artéria meníngea média;
  • *Intervalo lúcido (quase 50% dos casos) – entre o momento da lesão e a deterioração neurológica é a apresentação clássica do hematoma epidural – isso se deve, pelo fato de não comprimir imediatamente o mesencéfalo – SRAA.
  • Muito comum à herniação de uncus;
  • R-x de crânio – traço de fratura no osso temporal;
  • TC de crânio – imagem biconvexa (lenticular) na convexidade do lobo temporal;
  • Tratamento cirúrgico:
    • ECG < ou = 8 + anormalidades pupilares;
    • Desvio da linha média > ou = 5mm;
    • Assintomáticos com espessura do hematoma > 15mm;
    • Volume > 30ml. à Hematoma Subdural Agudo:
  • 30% dos TCE graves.
  • Por ser mais comum que os hematomas epidurais à causa mais comum de efeito massa.
  • Maior mortalidade que o hematoma epidural – devido as lesões associadas à associação com LAD grave; hematomas intraparenquimatosos;
  • Mais comum em alcoólatras, idosos à devido a atrofia cerebral = maior espaço subdural;
  • Pessoas anticoaguladas = maior risco;
  • Frequentemente devido a dilaceração de vasos superficiais pequenos ou vasos ponte do córtex cerebral.
  • Na TC à assumem a forma do contorno do cérebro = imagem hiperdensa que acompanha a convexidade cerebral
  • O comprometimento cerebral subjacente à costuma ser mais grave do que os hematomas epidurais devido à presença de lesão parenquimatosa concomitante.
  • Pode apresentar intervalo lúcido (muito mais comum em hematoma epidural) à devido ao acúmulo progressivo de sangue;
  • Clínica:
    • Cefaleia unilateral, midríase unilateral;
    • Aumento da PIC, coma, hemiparesia contralateral – hematomas volumosos;
  • Tratamento cirúrgico:
    • Espessura > 10mm;
    • Desvios da linha média > ou = 5mm;
    • ECG < ou = 8 ou queda > ou = 2;
    • Assimetria pupilar. à Contusões e Hematomas intracerebrais:
  • A maioria das contusões ocorrem nos lobos frontal e temporal, embora possam ocorrer em qualquer parte do cérebro.
  • As contusões podem evoluir para formar um hematoma intracerebral ou uma contusão coalescente com efeito de massa suficiente para exigir evacuação cirúrgica imediata.
  • OBS: devido a isso, esses pacientes devem ser submetidos a TC repetidas para avaliar as mudanças nos padrões da contusão nas 24h após a TC de crânio inicial.
  • A avaliação 2a^ em pacientes com TCE-L.
  • Identificação do mecanismo da lesão à prestar atenção para ocorrência de perda da consciência, incluindo o tempo de duração, qualquer episódio de convulsão e o nível subsequente do estado de consciência.
  • Determina a duração da Amnésia – retrógrada (antes [consegue se lembrar de eventos posteriores ao trauma, mas não antes]) quanto anterógrada (depois [consegue se lembrar de eventos anteriores ao trauma, mas não posteriores] do evento traumático.

# TRATAMENTO DE TCE MODERADO (GCS 9 - 12)

  • 15% dos pacientes com TCE.
  • Ainda são capazes de obedecer a ordens simples, mas estão confusos ou sonolentos e podem apresentar déficit neurológico focal como hemiparesia.
  • 10 a 20% desses doentes piora e entram em coma – utilizar o exame neurológico seriado para tratar essas doentes.
  • OBS: outros casos de TCE grave sem a necessidade da GCS – geralmente o Glasgow está < ou = a 8 nesses doentes
    • Queda da escala > ou = a 3 pontos nas avaliações subsequentes;
    • Assimetria pupilar;
    • Assimetria motora;
    • Fratura aberta de crânio;
    • Fratura de crânio com afundamento (deve ser maior que a espessura da calota adjacente);

Como tratar elevações da PIC (é prejudicial quando > 20mmHg por mais de 5 minutos) 1. Cabeceira elevada a 30o; 2. Drenagem do líquor (1-2ml/min em 2 a 3 min); 3. Manitol 20%: 0,25 a 1g/kg (pode levar a hiperosmolaridade [deve manter a osmolaridade 300mOl de água]); 4. PaCO2 reduzir para 30-34 por curtos períodos – vasoconstritor (medida desesperadora); 5. Hipotermia (T = 34- 35 o C) à induz a hipometabolismo.

  • OBS: História AMPLA:
  • A = Alergias;
  • M = Medicamentos em uso;
  • P = Passado médico = História Mórbida Pregressa;
  • L = Líquidos e alimentos – há quanto tempo se alimentou e o que.
  • A = Ambiente – eventos que levaram ao trauma. # Avaliação Primária e Reanimação:
  • TCE grave à estabilização cardiopulmonar imediata.

à Via Aérea e Ventilação:

  • Parada respiratória transitória e hipóxia à são comuns em doentes portadores de lesão cerebral grave e podem causar lesão cerebral 2a.
  • Intubação endotraqueal à o mais precoce possível.
  • Deve ser ventilado com oxigênio a 100% até que seja colhida gasometria e sejam feitos os ajustes da FiO2.
  • SpO2 > 98%; PCO2 em torno de 35mmHg à desejável.
  • Estabilização da coluna cervical – grandes chances de fratura de coluna associada. à Circulação:
  • De modo geral a hipotensão não é causada pela lesão cerebral, exceto em estágios terminais, quando sobrevém a insuficiência medular.
  • A hemorragia intracraniana não pode causar choque hemorrágico;
  • Paciente hipotenso à deve-se reestabelecer a volemia logo que possível.
  • OBS: o exame neurológico do paciente hipotenso não é confiável.
  • A fonte primária da hipotensão deve ser procurada e tratada imediatamente. à Exame Neurológico:
  • Primeiramente consiste em avaliar o escore da Escala de Coma de Glasgow, a reposta pupilar e ocorrência de déficit neurológico localizado.
  • OBS: importante reconhecer fatores de confusão à álcool, drogas e substâncias intoxicantes bem como outras lesões associadas.

doentes. Tratamento Clínico do TCE

  • Principal objetivo = prevenir lesão secundária em um cérebro já lesado. à Fluidos Intravenosos:
  • Administrados conforme a necessidade, para reanimar e para manter a normovolemia.
  • Não se devem usar líquidos hipotônicos.
  • O uso de substâncias com glicose à podem causar hiperglicemia, que se mostrou prejudicial ao cérebro lesado.
  • Para reanimação à ringer lactato ou SF isotônica.
  • Os níveis de sódio devem ser monitorados em pacientes vítimas de TCE. A hiponatremia está associada ao edema cerebral e desse ser prevenida. Nem glicose – associada a lesão cerebral. à Hiperventilação:
  • Age reduzindo a PaCO2 e produzindo vasoconstrição cerebral (devido a isso, deve ter cuidado, para não causar isquemia cerebral, caso for por muito tempo).
  • A hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg) à deve ser evitada, por aumentar a PIC.
  • Manter a PaCO2 = 35mmHg.
  • Reduz a PIC em pacientes com hematoma intracraniano em expansão até que a craniotomia de emergência seja realizada. à Manitol:
  • Usado pare reduzir a PIC elevada;
  • Usa-se geralmente uma solução de 20%.
  • Não deve ser administrado em doentes hipotensos por que não abaixa a PIC em situação de hipotensão além de ser um diurético osmótico potente. à Solução Salina Hipertônica:
  • É usada para reduzir a PIC. à (^) Barbitúricos:
  • Eficientes na redução da PIC refratária a outras medidas.
  • Não devem ser usadas na presença de hipotensão ou hipovolemia. Pois o uso desses agentes produz hipotensão à não está indicado na fase aguda de reanimação do trauma. à Anticonvulsivantes:
  • Só devem ser usados quando absolutamente necessário. Não usar como profilaxia.
  • Epilepsia pós-traumática ocorre em 5% de todos os TCE admitidos em hospitais.