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Tipologia: Esquemas
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4.2.1.1. Sócrates
Sócrates nasceu em Atenas em 469 a.C. e morreu em 399 a.c., mestre de Platão, foi acusado de corromper a juventude do seu tempo e foi condenado a morte, em 399, bebendo cicuta.
Os filósofos anteriores a Sócrates, os pré-socráticos, interessavam-se em procurar saber sobre a origem da natureza, por isso, eram chamados de naturalistas (Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes). Procuravam o saber absoluto acerca da origem do Universo e nunca sobre eles mesmos.
Sócrates, surge com uma nova ideia, a necessidade de se saber a respeito do homem, daí a máxima: “Conheça-te a ti mesmo ” (Marques, 200: p17). O conhecer-se a si mesmo possui três elementos fundamentais:
i) Primeiro, que o conhecimento deve ser universalmente válido;
ii) Segundo, que antes de tudo, deve ser um conhecimento moral e
iii) Terceiro, tem de ser, necessariamente, um conhecimento prático – conhecer- se a si para agir correctamente.
Sócrates, por ser o primeiro a introduzir a necessidade de o homem conhecer-se a si mesmo, ele é considerado o fundador da ética, uma ética racionalista, em que a razão é o princípio do bem. Esta ética integra três características principais, designadamente:
o A virtude como uma existência objectiva, em que a moraliade dos actos tem de ser descoberta, sendo tarefa do filósofo e do educador descobrir a essência. A virtude não é útil como um instrumento para um fim, mas sim como um fim em si própria;
o A virtude como conhecimento, sem o qual não é possível a realização da vida boa e feliz. Ela não é ensinada, é um bem moral que existe como referência ao conhecimento;
o A concepção da virtude como conhecimento e do vício como a ignorância. O que significa que a maior virtude que o homem precisa é o conhecimento visto que se opõe à ignorância. Para Sócrates, a pessoa nunca pratica o mal por decisão propria, sabendo que os prejuízos lhe serão maiores do que as vantagens. Quem age mal é porque ignora o bem.
Para Sócrates, a bondade, o conhecimento e a felicidade, entrelaçam-se estreitamente. O homem, age rectamente quando conhece o bem e conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo e ainda, aspirando o bem, o homem sente-se dono de sí mesmo e, por conseguinte, feliz. (Marques, 200: p15)
Segundo Henrique Lima Vaz, a ética Socrática resume-se em três pontos principais:
a) O primeiro, é a ideia do bem e da lei, pois, para Sócrates toda a acção, tem um fim e todo o fim é um bem. E a lei é que ordena o comportamento humano e tudo é para auto realização do homem, isto é, encontrar o bem aspirado;
b) O segundo, é a ideia da consciência moral, que corresponde a interiorização da lei, tornando a pessoa responsável, sujeito da moral;
A ética platónica desemboca na política, uma vez que o homem só se pode realizar dentro de uma comunidade. O homem é bom enquanto bom cidadão.
Neste contexto, Platão constrói um Estado ideal, utópica (que não existe no concreto), na sua Obra A Republica , na qual existem três classes de cidadãos que possui cada uma a sua virtude, à semelhança do que acontece na divisão das partes da alma humana, sendo:
iv) A classe dos governantes (filósofos) - razão, guiada pela sabedoria. Classe Suprema, Guardiã da Cidade. O governo deve ser entregue a sábios, pois estes são os únicos que ascenderam às ideias superiores de Uno-Bem e Beleza;
v) A classe dos guerreiros , a vontade, guiados pela fortaleza. Dedica-se à defesa, manutenção da ordem, tarefas militares e de policiamento da Cidade;
vi) A classe dos artesãos e comerciantes , o apetite, guiados pela temperança. Dedica-se às actividades económicas, produção de bens e ao comércio. (Vasquez, 2005: 271).
Platão entende que a justiça, aquela quarta virtude e maior de todas, que consiste no perfeito ordenamento das três almas, das três classes e das respectivas virtudes que lhe são próprias, guiadas sempre pela razão e onde cada uma deve ocupar-se apenas da sua tarefa sem interferir na do outro. A felicidade consiste neste equilíbrio.
4.2.1.3. Aristóteles.
Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedónia em 384 a.C. Foi durante muito tempo discípulo de Platão.
Para Aristóteles, ética é um conjunto de acções que conduzem o homem à felicidade, isto é, à boa vida. O filósofo, considera a felicidade como o “sumo bem”, ela encontra-se acima de qualquer coisa. A felicidade, é buscada por si mesma e nunca no interesse de uma outra coisa. Enquanto que, por exemplo, o prazer, a honra, e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por si mesmas, fazemos isso no interesse de felicidade, fazemos pensando que por meio delas seremos felizes.
Sendo assim, a felicidade é algo absoluto, auto-suficiente e é a finalidade de toda a acção do homem. Daí que a ética de Aristóteles, se considere ética teleológica ou seja ética finalística. Com efeito, a ética para Aristóteles é a ciência que ajuda o homem a atingir o seu fim como homem.
Por isso, para melhor definirmos a acção moral ou ética, é preciso saber quem é homem, qual é a sua natureza? Posto que a acção moral ou ética é aquela que coloca o homem em conformidade consigo mesmo.
Desta feita, Aristóteles, observa que o homem possui três tendências a que ele chama de almas. Essas almas são:
i) Alma vegetativa ou nutritiva, que corresponde a vida vegetal, que caracteriza o homem enquanto se nutre e luta pela sobrevivência como indivíduo e como espécie. Esta alma também está presente nas plantas.
ii) Alma sensitiva, esta caracteriza o homem enquanto leva uma vida semelhante a do animal atraído e dependente das coisas exteriores, captadas pelos sentidos.
iii) Alma intelectiva ou racional, esta permite o homem não só captar as coisas exteriores mas sim captar-se a si próprio, não só ver e ouvir mas sim avaliar e julgar o que ouve.
Ora sendo a felicidade, o bem supremo para o qual se dirige toda a acção do homem, e que este bem só se adquire mediante uma actividade da alma em conformidade com a virtude, vamos ver como se define a virtude segundo Aristóteles, quais são as virtudes e como adquiri-las.
A Virtude, segundo Aristóteles, ė uma disposição de carácter relacionada com a escolha de acções consistente numa mediana relativa determinada por um princípio racional próprio do homem, dotado de sabedoria, sendo a prática constante do bem. A virtude torna o homem bom e faz o desempenhar bem as suas funções. Ela é o meio- termo entre o excesso e a falta. Em suma, a virtude é a mediana.
Como adquirir a virtude?
Ora vejamos: A visão e a audição, por exemplo, nascemos com elas e à medida em que a pessoa cresce, vai aperfeiçoando. A virtude intelectual, esta depende do ensino e da experiência. Porém, a virtude moral ou ética, adquire-se pelo habito. Só praticando actos justos seremos justos, praticando actos corajosos seremos corajosos. Com efeito, toda a virtude é gerada e destruída pelas mesmas causas e pelos mesmos meios. Por exemplo: Na arte, é tocando a guitarra que se torna bom ou mau guitarrista ou músico. E pelo exercício da contabilidade que sairão bons ou maus contabilistas.
Portanto, para Aristóteles, a ética é a ciência que permite o homem, atingir o seu fim, o qual toda a acção humana pretende atingir que é a felicidade, o que ele considera o sumo bem. Afirma o filósofo que existem fins particulares mas estes nos servem como meio para alcançarmos a felicidade. A ética aplica se nos actos voluntários e conscientes o que significa que a densidade ética de uma acção, depende de maior ou menor grau de consciência. Dado que a ética visa colocar o homem em conformidade consigo mesmo, na execução dos seus actos deve se guiar pela virtude, a qual se encontra a meio termo entre os dois vícios da falta e do excesso. A virtude é a mediana.
Aristóteles não separa a política da moral. Esta trata da virtude e dos meios de adquiri- la, sendo condição da felicidade que, por sua vez é o objetivo (político) visado pela cidade. Existem virtudes intelectuais e virtudes morais.
São virtudes intelectuais: arte, ciência, sabedoria, filosofia e inteligência;
Quanto às virtudes morais, Aristóteles elaborou uma tábua das virtudes e dos vícios. A virtude moral consiste no justo meio. Ex:
o A coragem é o justo meio enquanto a covardia seria a falta de virtude e a temeridade o seu excesso;
o A calma é o justo meio; a pacatez a sua ausência e a irracibilidade o excesso.
o Em relação ao dinheiro e aos bens materiais, a liberalidade é o justo meio enquanto a avareza a sua falta e a prodigalidade o excesso.
o Entre as virtudes morais, Aristóteles enfatiza a posição da Justiça, que considera como a própria virtude. A justiça é uma disposição de caráter sendo o justo o respeitador da lei e probo (honrado, reto).
Aristóteles distingue dois tipos de justiça: Geral ou Universal e Particular
Geral/Universal – engloba todas as virtudes, é a virtude de todas as virtudes, norteia a escolha, exige que as pessoas se guiem, nas suas decisões, pela vontade racional, a qual estabelece a justiça.
Particular/ - Para que cada indivíduo tenha a condição de agir racionalmente, encontrando a justiça universal e moderando as suas paixões. Dois tipos: distributiva e comutativa
Distributiva - Aquela que se aplica na repartição das honras e dos bens da comunidade, segundo a noção de que cada um receba o proveito adequado a seus méritos e honrarias – geométrica;
Comutativa que norteia o processo de troca. Conforme os padrões da justiça distributiva, podem trocar entre si produtos equivalentes ao do outro trocado, mantendo-os na igualdade de satisfazer as necessidades de ambos. Norteia as relações contratuais de troca - aritmética - Por sua vez se subdivide em correctiva e Judicial:
o Correctiva - Em alguns casos, a igualdade criada pela política pode ser rota pela acção voluntária ou culposa de alguém;
o Judiciária - O Estado intervêm, por meio de um julgamento que leve ao restabelecimento da igualdade, condenando o responsável à indemnização dos danos causados e, eventualmente, punindo-o. Corrige a injustiça criada pelo acto culposo ou voluntário do agente, estabelecendo uma proporção entre o desequilíbrio que o acto causa e o grau da punição que será aplicada.
ARISTOTELES, Ética á Nicômaco, 4.ª edição, Martin Claret, São Paulo, 1993.
MARQUES, Ramiro, Breve História da Ética Ocidental , 1ª edição, Platano Edições Técnicas. Lisboa.2000;
PLATÃO, A República, 9.ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian
VAZQUEZ, Adolfo S, Ética , 20ª ed. Rio de Janeiro, 2000.