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Sistema Financeiro - Atualidades concurso Banco do Brasil 2013, Provas de Economia

Noções gerais de atualidades de economia mundial

Tipologia: Provas

2014

Compartilhado em 04/01/2014

Natalino_Vieira_de_Oliveira10
Natalino_Vieira_de_Oliveira10 🇧🇷

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BANCO DO BRASIL
2013
ATUALIDADES DO S.F.N
Prof: Edgar Abreu e Cássio Albernaz
http://acasadoconcurseiro.com.br/
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BANCO DO BRASIL

ATUALIDADES DO S.F.N

Prof: Edgar Abreu e Cássio Albernaz

http://acasadoconcurseiro.com.br/

A CASA DO CONCURSEIRO

Estude com o curso que mais aprovou primeiros colocados nos últimos concursos.

 TRE – RJ (2012): Primeiro colocado do estado

 TRE – PR (2012): Primeiro Colocado do estado

 INSS (2012): Primeiro Colocado (Gravataí)

CEF 2012: Primeiro colocado nas Microrregiões abaixo

1. São Paulo – SP;

2. Porto Alegre – RS;

3. Cruzeiro do Sul – AC;

4. Aracaju – SE;

5. Cascavel – PR;

6. Patos – PB;

7. Osasco - SP;

8. Uruaçu – GO;

9. Jundiaí; Bacabal – MA;

10. Ji-Paraná – RO;

11. Vitória - ES ;

12. Santarém – PA;

13. Teresina – PI;

14. Uruguaiana – RS;

15. Itumbiara – GO;

16. Maringá – PR;

17. Santo Antonio de Jesus – BA;

18. Caxias do Sul – RS;

19. Santo Ângelo – RS;

20. Picos – PI;

21. Castanhal PA

Último concurso do Banco do Brasil: Primeiro colocado nas Microrregiões

abaixo

1. Santo Amaro – SP;

2. Varginha – BA;

3. Bonito – MS;

4. Juiz de Fora – MG (PNE);

5. Irecê – Vitória da Conquista - BA;

6. Jundiaí – SP

7. São Paulo - SP;

8. Jequié – BA;

9. Anápolis – GO ;

10. Sete Lagoas – MS;

11. Pouso Alegre – MG;

12. Lins – SP;

13. Paraíso do Tocantins – TO

14. Rio de Janeiro – RJ;

15. Cabo Frio – RJ;

16. Pelotas – RS;

17. Novo Hamburgo – RS;

18. Rio Branco – AC (2013)

19. Epitaciolândia – AC (2013)

20. Sobral – CE (2013)

21. Aracaju – SE (2013)

22. Cacoal – RO (2013)

23. Porto Velho – RO (2013)

24. Videira – SC (2013)

25. Natal – RN (2013)

  • Prof. Cássio Albernaz Página
    1. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DE ECONOMIA – PROF. CÁSSIO ALBERNAZ. SUMÁRIO
      1. INTRODUÇÃO – O QUE É UMA PROVA DE ATUALIDADES?
      1. ECONOMIA MUNDIAL
      1. PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA MUNDIAL MELHORAM EM
      1. PERSPECTIVAS DA ECONOMIA CHINESA
      1. SUCESSO DOS BRICS GEROU PROLIFERAÇÃO DE ACRÔNIMOS ECONÔMICOS
      1. CRISE FINANCEIRA AMERICANA
      1. OBAMA TOMA POSSE E BUSCA ACORDO CONTRA CRISE FISCAL
      1. EUA APROVAM PROJETO CONTRA "ABISMO FISCAL" E BOLSAS SOBEM
      1. CRISE FINANCEIRA EUROPÉIA
      1. O QUE A GRÉCIA SIGNIFICA
      1. G-20: POSIÇÃO DA GRÉCIA NO CENÁRIO DE CRISE EXPÕE DIVISÃO E VULNERABILIDADE DA UNIÃO EUROPEIA..........................................
      1. PRESIDENTE DE CHIPRE ANUNCIA PACOTE PARA REATIVAR A ECONOMIA
      1. CHIPRE: FILA NOS BANCOS
      1. CASO DO CHIPRE NÃO É MODELO PARA OUTROS RESGATES, DIZ BCE
      1. BLOCOS ECONÔMICOS
      1. A VENEZUELA E O MERCOSUL
      1. O QUE A CRISE DA UNIÃO EUROPEIA ENSINA AO MERCOSUL?
      1. TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA
      1. IPI CONGELADO RENDE ECONOMIA DE ATÉ R$ 2,4 MIL
      1. INDÚSTRIA ATRASADA, ECONOMIA ENIGMÁTICA
      1. NÃO HÁ DESINFLAÇÃO GRÁTIS
      1. INFLAÇÃO EM ALTA, CRESCIMENTO PÍFIO
      1. BRASIL TEM A 6 ª MAIOR ECONOMIA
      1. MESMO 6 ª ECONOMIA, BRASIL CONTINUA POBRE, DIZ ECONOMISTA DA UNCTAD
      1. DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA FOI MAIOR DO QUE A ESPERADA, MAS AJUDOU BANCO CENTRAL A REDUZIR SELIC
      1. INADIMPLÊNCIA JÁ PRESSIONA TAXAS........................................................................................................................................
      1. INFLAÇÃO É MAIOR PARA QUEM GANHA ATÉ 2,5 SALÁRIOS
      1. BB E CAIXA DERRUBAM JUROS PARA ESTIMULAR A ECONOMIA
      1. OCDE INDICA QUE BRASIL VAI CRESCER ABAIXO DA TENDÊNCIA
      1. A CRISE EUROPEIA E O PIBINHO DO BRASIL
      1. ECONOMIA: EM MARCHA LENTA, BRASIL PERDE POSTO DE SEXTA ECONOMIA MUNDIAL
      1. BRASIL E UE TENTAM ACELERAR INVESTIMENTOS
      1. O FIM DA ERA LULA NA ECONOMIA
      1. PARA BRASIL CRESCER, DILMA ACENA COM POLÍTICA 'PROATIVA'
    1. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – PROF. EDGAR ABREU.
      1. BANCOS TÊM DE OFERECER SERVIÇOS GRATUITOS; CONHEÇA ESTE E OUTROS DIREITOS
      1. GOVERNO TORNA PERMANENTE INSTRUMENTO DE CAPTAÇÃO DE BANCOS MENORES
      1. BC E FGC VIRAM RÉUS EM AÇÕES CONTRA O CRUZEIRO DO SUL
      1. LEONARDO GOMES PEREIRA É NOMEADO PRESIDENTE DA CVM
      1. BC CRIA FUNDO PARA GARANTIR DEPÓSITOS EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO
      1. BANCO PÚBLICO AINDA VAI LIDERAR CRÉDITO EM
      1. BB TEM LUCRO LÍQUIDO RECORDE NOMINAL DE R$ 12,2 BILHÕES EM 2012....................................................................................
      1. O PAPEL DOS BANCOS COMUNITÁRIOS NO PROGRAMA FEDERAL CRESCER
      1. ASCENSÃO E QUEDA NA BRASILPREV
      1. BANCO DO BRASIL PREVÊ INSTALAÇÃO DE ESCRITÓRIO NA RÚSSIA
      • Atualidades do S.F.N Banco do Brasil
      1. JUROS MAIS BAIXOS, LUCROS MAIS ALTOS Página 2 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu
      1. ESTUDO REVELA QUE USUÁRIOS DE BANCO BUSCAM SIMPATIA E ATENDIMENTO
      1. COPOM: ESPECIALISTAS APONTAM QUE OS JUROS PODERÃO SER MANTIDOS ATÉ O FIM DO ANO
      1. CAOA BUSCA NOVO PRAZO PARA COMPRAR O BANCO BVA
      1. MOODY’S REBAIXA NOTAS DE BNDES, BNDESPAR E CAIXA
      1. A CORRIDA PELA CREDICARD
      1. OFERTA SECUNDÁRIA DA BB SEGURIDADE PODE CAPTAR ATÉ R$ 12,15 BILHÕES
      1. A PARTIR DE AMANHÃ, BANCOS REDUZEM PARA R$ 1 MIL VALOR MÍNIMO DE TED
      1. BC LISTA 19 BANCOS ESTRANGEIROS NA FILA PARA ENTRAR NO BRASIL
      1. BB LEASING EMITIRÁ DEBÊNTURE
      1. BB PODE COMPRAR BANCO NA FLÓRIDA
      1. BB NEGOCIA PARA TER 75% DO CAPITAL TOTAL DO BANCO VOTORANTIM
      1. BANCO PRIVADO JÁ VÊ CENÁRIO MAIS PESSIMISTA PARA CRÉDITO EM
    1. VÍDEOTECA
      1. REDUÇÃO TAXAS BANCO DO BRASIL
      1. DEPÓSITOS EM CADERNETA DE POUPANÇA SUPERAM RETIRADAS EM QUASE R$ 6 BILHÕES EM MARÇO DE
      1. TAXA DE INADIMPLÊNCIA DAS FAMÍLIAS CAI PELO QUINTO MÊS SEGUIDO
      1. MERCADO ACREDITA QUE OS JUROS VÃO COMEÇAR A SUBIR EM MAIO
      1. ESPECIALISTA COMENTA O RESULTADO DO PIB DE
      1. BRICS FAZEM ACORDO PARA CRIAR BANCO DOS PAÍSES EMERGENTES.............................................................................................
      1. UM DOS MAIORES BANCOS DO CHIPRE SERÁ LIQUIDADO.............................................................................................................

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 3

1. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DE ECONOMIA – PROF. CÁSSIO ALBERNAZ.

Prof. Dr. Cássio Albernaz^1

1. Introdução – O que é uma prova de Atualidades?

O que é uma prova de Atualidades?

Corriqueiramente, concurseiros dos mais diversos níveis se deparam com essa pergunta e a resposta não é tão óbvia quanto parece ser. A origem dessa confusão começa no conteúdo dos próprios programas de provas das diferentes instituições organizadoras. As bancas organizadoras possuem diferentes compreensões sobre o que vem a ser uma prova de Atualidades. Portanto, a aprovação na prova de Atualidades começa por uma leitura atenta do edital de prova e do seu conteúdo programático.

Apesar das dificuldades e das desconfianças que se possa ter com relação a este conteúdo existem alguns terrenos seguros nos quais podemos nos debruçar. Para desvendar esses “nós” devemos definir algumas prioridades. Inicialmente, é possível entender atualidades como o domínio global de tópicos atuais e relevantes. Nesse sentido, domínio global significa saber situar e se situar frente aos temas, algo diferente de “colecionar” e “decorar” fatos da atualidade. A relevância de tais tópicos se dá em função da “agenda” de debates do momento e do conteúdo programático do concurso que se vai realizar. Ou seja, nem tudo interessa para uma prova de Atualidades.

Numa prova séria e bem feita de Atualidades (e pasmem elas existem!), o mundo das celebridades, o vai e vem do mercado futebolístico, o cotidiano do noticiário policial, etc., têm pouco valor como conteúdo de prova. Assim, os fatos só passam a ser conteúdos de prova quando possuem valor histórico, sociológico, e político para compreensão da realidade presente e dos seus principais desafios.

Dessa forma, o conteúdo de prova refere-se as “atualidades” e seus fatos através de um desencadeamento global de conhecimentos e noções que se relacionam ao contexto nacional e ao internacional. Portanto, tal conteúdo tem como característica fundamental a interpretação do fenômeno histórico político e social a partir de seus diferentes tópicos: política econômica; política ambiental; política internacional; política educacional; política tecnológica; políticas públicas; política energética; política governamental; aspectos da sociedade; bem como o desencadeamento de relações entre esses conteúdos e os fatos da atualidade.

(^1) Professor da Casa do Concurseiro. cassioalbernaz@hotmail.com; http://www.facebook.com/cassioalbernaz; Quer mais informações? Veja o meu blog http://saberatualidades.blogspot.com/

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 5

O problema da dívida em países na zona do euro “está assustando o mundo”, nas palavras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Embora esteja no foco das atenções dos investidores, a turbulência na Europa é apenas parte da crise econômica mundial.

Permanecem no radar o elevado nível de endividamento público americano, a fragilidade das instituições financeiras em diversos países e os claros sinais de desaceleração da economia mundial.

O iG conversou com especialistas em economia internacional e selecionou cinco pontos fundamentais para entender a crise. Veja a seguir:

1- Mais do mesmo

“Na verdade, não estamos vivendo uma nova crise mundial. A crise é a mesma que teve início em 2008, estamos só em uma nova fase”, afirma Antonio Zoratto Sanvicente, professor do Insper.

Naquele ano foi deflagrada a crise das hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos, com a quebra do banco Lehman Brothers.

Basicamente, os problemas começaram porque as instituições financeiras emprestaram dinheiro demais para quem não podia pagar. Isso levou à falência de bancos e à intervenção governamental para evitar o colapso do sistema financeiro e uma recessão mais aguda.

Ao injetar recursos em bancos e até em empresas, no entanto, os governos aumentaram seus gastos, em um momento em que a economia mundial seguia encolhendo. O resultado não poderia ser outro: aprofundamento do déficit público, que em muitos países já era bastante elevado.

Na Grécia, por exemplo, a crise de 2008 ajudou a exacerbar os desequilíbrios fiscais que o país já apresentava desde sua entrada na zona do euro, diz o economista Raphael Martello, da Tendências Consultoria.

2- Europa endividada

Faz quase dois anos que a crise da dívida soberana em países da União Europeia tem sido discutida nos mercados financeiros. Mas foi nos últimos meses que o problema veio à tona com mais intensidade e se tornou um dos maiores desafios que o bloco já enfrentou desde a adoção do euro em 2002.

Além da Grécia, países como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha sofrem os efeitos do endividamento descontrolado e buscam apoio financeiro da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional.

Para receber ajuda, no entanto, precisam adotar medidas de “austeridade fiscal” que, na prática, significam enxugar os gastos públicos, por meio do corte de benefícios sociais e empregos, por exemplo, e elevar a arrecadação por meio de impostos.

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 6 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O problema é que essas medidas deprimem ainda mais a economia e geram descontentamento, greves e manifestações. Nas últimas semanas, os movimentos populares têm se intensificado especialmente na Grécia.

Em meio ao clima de instabilidade e discussão até mesmo sobre a manutenção desses países na zona do euro, o parlamento alemão aprovou a ampliação do fundo de socorro europeu para um total de 440 bilhões de euros.

3- Enquanto isso, nos Estados Unidos

O déficit público americano já vinha crescendo vertiginosamente nos anos 2000, respondendo em parte aos gastos exorbitantes com a guerra do Iraque, em 2003, e às perdas causadas pelo furacão Katrina, em 2005. “Já existia um problema estrutural, mas com a crise em 2008 o governo injetou muito recurso nos bancos e empresas e isso levou a um sério aprofundamento do déficit”, afirma Martello.

O resultado é que a dívida saiu de controle. Nos últimos meses, essa situação criou a necessidade de elevar o limite de endividamento público do país, para evitar que fosse decretado um calote. Isso levou a um prolongado embate político entre democratas e republicanos, que gerou enorme estresse nos mercados financeiros e levou a agência de classificação de risco S&P a rebaixar a nota de crédito americana no começo de agosto.

Para piorar o cenário, os números revisados do PIB americano no primeiro e segundo trimestre apontam para desaceleração da economia, que também enfrenta altos índices de desemprego.

Enquanto isso, a disputa política segue firme nos Estados Unidos, desta vez em torno da aprovação de um pacote proposto por Obama para estimular a geração de empregos no país.

Na avaliação do professor José Márcio Camargo, da PUC-RJ, “a proposta do presidente Barack Obama de desoneração de impostos deve passar no Congresso americano, mas o aumento de gastos em infraestrutura para estimular a economia não deve ter aprovação da maioria. A briga entre políticos, que reprovam os programas de incentivo financeiro, e o Fed, o Banco Central dos Estados Unidos, pode comprometer a independência da instituição.”

4- Bancos em risco

A fragilidade do sistema financeiro na Europa e Estados Unidos continua a tirar o sono dos investidores. Se em 2008 os bancos, principalmente americanos, sofreram com a exposição a hipotecas de alto risco, desta vez, instituições de ambos os lados do Atlântico sentem os efeitos da exposição a títulos da dívida soberana de países europeus.

É o caso dos bancos franceses, bastante expostos a títulos públicos da Grécia – país que busca com urgência nova parcela de resgate para evitar o calote.

Alguns estudos tentam estimar o volume total de recursos que seria necessário para recapitalizar os bancos europeus em caso de um default da Grécia ou mesmo de outros países, como Portugal.

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 8 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O motivo de tanta tensão é a dificuldade que alguns países vêm enfrentando para conseguir empréstimos e refinanciar suas dívidas públicas. Essa capacidade de se refinanciar acontece porque existe um grande desequilíbrio fiscal, com a arrecadação dos governos em queda e os gastos em alta.

A União Europeia , sob a liderança da Alemanha , a maior economia do bloco, tem buscado saídas para a crise, mas a falta de medidas concretas e de grande impacto tem contribuído ainda mais com clima de incerteza.

O resultado dessa falta de ação na vida das pessoas comuns pode ser percebida com a queda de vários governos na Europa. A crise econômica já derrubou dez chefes de governo desde 2009, sendo que o último a cair foi o do primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero derrotado nas eleições parlamentares de 20 de novembro.

Eleitores insatisfeitos com as respostas dadas pelos governos para a crise foram às urnas e mudaram o comando de países como Irlanda, Portugal e Espanha. Na Grécia e na Itália, os premiês, também sob forte pressão, renunciaram a seus mandatos.

O sentimento de reprovação às soluções propostas para debelar a crise também pode ser notado nas manifestações de movimentos como o "Indignados" , que tem protestado em diversas cidades da Europa contra as distorções geradas por um mundo financeiro com instrumentos de fiscalização comprovadamente falhos em muitos casos.

Veja a seguir alguns pontos para entender a crise que afeta a Europa e os “Piigs”

Portugal

Portugal enfrenta uma taxa de desemprego superior a 12% e uma economia em contração. O recém empossado primeiro-ministro Pedro Passos Coelho terá que implantar reformas fiscais e sociais amplas e urgentes, incluindo mais medidas de austeridade para restaurar a saúde fiscal do país e encorajar o crescimento econômico.

Os termos do acordo de ajuda financeira acertado com a União Europeia e credores incluem aumento dos impostos, congelamento de aposentadorias e cortes nos benefícios dos funcionários. O novo governo terá que implementar o pacote econômico que prevê uma ajuda financeira de 78 bilhões de euros ao país.

Diferentemente de outros países, não houve qualquer estouro de bolha em Portugal. O que houve foi um processo gradual de perda de competitividade, com o aumento dos salários e redução das tarifas de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa.

Com o baixo crescimento econômico, o governo tem tido dificuldade para obter a arrecadação necessária para arcar com os gastos públicos crescentes, em parte por causa de uma sucessão de projetos, incluindo melhorias no setor de transportes, com o objetivo de aumentar a competitividade portuguesa.

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 9

Quando estourou a crise financeira global, em setembro de 2008, Portugal passou a enfrentar problemas com sua dívida pública, que ficou cada vez mais difícil de ser financiada.

Irlanda

A República da Irlanda foi uma das maiores casos de sucesso recente na Europa, nos anos pré- crise. Tanto que devido a esse fato o país foi apelidado de "Tigre Celta". Mas esse crescimento econômico era dependente de uma frágil bolha imobiliária que ruiu em 2008. O país foi do boom ao desastre financeiro em um período de apenas três anos.

O preço dos imóveis caiu rapidamente cerca de 60% e os empréstimos de risco, concedidos principalmente para as construtoras, se acumularam nas carteiras dos principais bancos. Para ajudar as principais instituições financeiras e evitar um colapso em todo o sistema foi necessário um aporte emergencial de 45 bilhões de euros, mais de R$ 100 bilhões, o que aprofundou ainda mais o já elevado déficit no orçamento do governo irlandês.

As finanças do país também estão sendo afetadas pela queda na arrecadação de impostos. À medida que a economia se retrai, cresce o desemprego e aumentam os temores de que o país esteja à beira de uma volta à recessão.

O país já adotou uma série de programas de austeridade desde o início da crise da dívida, mas o governo terá de fazer muito mais nos próximos anos para cumprir as difíceis metas estabelecidas pela União Europeia (UE), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE), que são credores do país.

Em 7 de novembro, a União Europeia fez uma emissão de bônus dez anos no valor de 3 bilhões de euros destinados ao programa de assistência financeira à Irlanda. A operação foi realizada por meio do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), com vencimento dos títulos em 4 de fevereiro de 2022 e rentabilidade de 3,6%.

Itália

O agravamento da situação da economia italiana tem colocado em dúvida as soluções propostas até agora pela União Europeia para a crise. A Itália possui uma dívida de 1,9 trilhão de euros, muito maior que a de Grécia, Irlanda e Portugal juntos.

A quebra da Itália , terceira maior economia do bloco, que representa cerca de 20% da União Europeia, poderia abalar seriamente a estrutura do euro. Para blindar a Itália, os líderes europeus decidiram em outubro ampliar o Fundo de Estabilidade Financeira (FEEF) para 1 trilhão de euros, mediante um mecanismo que estimule a compra da dívida dos países mais frágeis, oferecendo uma garantia de 20% sobre perdas eventuais.

Diante da gravidade da situação, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, nomeou em 13 de novembro o economista e ex-comissário da União Europeia Mario Monti como primeiro-ministro do país, em substituição a Silvio Berlusconi , que ocupou o cargo por cerca de dez anos, e passava

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 11

Espanha

Com a taxa de desemprego mais alta entre os países industrializadas (22% da população ativa), ameaça de resgate financeiro e risco crescente de recessão, a Espanha vive sua pior crise em mais de quatro décadas.

A fragilidade econômica vem causando uma rápida mudança social na Espanha, empurrando de volta para a pobreza pessoas que vinham ascendendo economicamente. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), mais de um em cada cinco espanhóis, (21% da população), ou cerca de 10 milhões de pessoas, era classificado como pobre em julho, e analistas estimam que este índice chegue a 22% até o fim do ano. Em 1991, o índice era de 14%. Uma em cada quatro famílias no país não tem dinheiro suficiente para saldar as dívidas no fim de cada mês.

Essas estatísticas recentes contrastam com o perfil de um país que até seis anos atrás criava cerca de 500 mil empregos por ano e que em uma década de crescimento contínuo importou 5 milhões de imigrantes.

Algumas medidas para tentar ajustar o país ao momento de baixo crescimento como congelamento de pensões, aumento na idade de aposentadoria, que passou dos 65 para 67 anos, corte de 5% nos salários do funcionalismo, aumento de impostos, entre outras, foram decretadas nos últimos meses. Mas essas decisões acabaram com a popularidade dos políticos socialistas, que chegaram ao poder em 2004, num momento de expansão econômica impulsionada pelo que, no futuro, se transformaria em uma bolha imobiliária. A forte expansão do setor da construção na Espanha fez com que o PIB do país crescesse mais de 60% nos últimos 15 anos. Entre 1994 e 2007, os imóveis tiveram uma valorização de mais 170%.

Após a realização de eleições parlamentares em 20 de novembro e sob o comando do novo primeiro-ministro Mariano Rajoy , de perfil conservador, a Espanha deve ter pela frente períodos de mais ajustes fiscais, com cortes de gastos do governo e crescimento mais lento.

3. Perspectivas para a economia mundial melhoram em 2013

Valor Econômico - 02/01/

Se existem perspectivas mais animadoras para a economia global em 2013, elas se devem especialmente ao fato de os bancos centrais corajosos estarem conduzindo os destinos dos países desenvolvidos. Desde 2008, quando uma pavorosa recessão ameaçou o mundo, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e, depois, o Banco Central Europeu (BCE) conseguiram evitar a quebra generalizada de bancos dos dois lados do Atlântico e falências de países, no caso da zona do euro. Conseguir afastar os piores perigos, nessas circunstâncias, já seria uma façanha. Fazê-lo sem poder contar com o poderoso auxílio das políticas fiscais - e até remando contra as consequências delas, em certo sentido - é admirável. Durante os últimos cinco anos o mundo desenvolvido foi regido por juros reais próximos do zero, quando não negativos. Isso por si só

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 12 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

colocou notáveis desafios para as autoridades monetárias, pois o remédio foi insuficiente para evitar o colapso de economias inteiras. Os EUA conseguiram navegar relativamente bem após forte recessão nos últimos meses de 2008 e início de 2009, graças ao ativismo de Ben Bernanke, um estudioso atento da Grande Depressão. O Fed fez o que nunca tinha feito: comprar títulos privados, aceitar garantias que seriam rechaçadas em tempos normais e inchar seu balanço em mais de US$ 1 trilhão. O Tesouro americano entrou no capital de fortalezas bancárias, como o Citibank. Os grandes bancos levaram uma surra, mas nenhum deles faliu depois da desastrosa derrocada do Lehman Brothers. O epicentro da crise se deslocou para a zona do euro desde 2010 e lá permanece. A Grécia quebrou e ameaçou levar a união monetária junto consigo. Os títulos soberanos, considerados os mais seguros, tornaram-se papéis podres diante da montanha de déficit público acumulada por Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e outros países, em grande parte para evitar uma catástrofe financeira provocada pela ganância e irresponsabilidade dos bancos. Em 2012, a falência combinada de Estados e instituições financeiras esteve prestes a se concretizar. Os líderes europeus agiram com reticências e tardiamente, deixando um vácuo que foi preenchido pela ação do Banco Central Europeu. O bloco monetário foi duas vezes salvo por Mario Draghi, presidente do BCE. Em um dos picos da crise, no fim de 2011, Draghi tomou a dianteira ao dar financiamento ilimitado por três anos, a custo simbólico, para todos os bancos que dele necessitassem. Afastado provisoriamente o risco imediato de quebra bancária generalizada, o outro lado do pêndulo da crise se moveu. O custo de financiamento de países como Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias da zona do euro, foi para a lua. De novo, Draghi, navegando na estreita linha permitida pelos tratados da União Europeia, anunciou a compra dos títulos dos países sob sufoco no mercado secundário, desde que se submetessem aos planos de austeridade da Comissão Europeia, FMI e BCE. Imediatamente o preço exigido pelos investidores para sustentar a rolagem da dívida dos Estados declinou e hoje está significativamente abaixo do pico de 2011 - e, o que é mais curioso, sem que o BCE tenha de fato feito compras maciças de títulos soberanos e Espanha e Itália tenham pedido socorro formalmente. A compra de títulos soberanos foi uma alternativa levantada desde o início da crise do euro e só foi tomada, ainda assim, com a união monetária à beira do precipício. Além disso, os líderes europeus finalmente se convenceram de que deveriam salvar a Grécia e manter a unidade da zona do euro. Aceitaram que seu fundo de estabilização fosse usado para sanear bancos em dificuldades e concordaram em criar uma supervisão bancária única para os grandes bancos, a cargo do BCE. Problemas de fundo do bloco monetário subsistem, como a necessidade de coordenação das políticas fiscais, envolvendo significativa perda de soberania dos Estados membros. Mas o BCE conseguiu finalmente comprar tempo e deter a escalada fatal da crise. A zona do euro continuará em recessão ao longo de 2013 e uma recuperação econômica plena demorará anos. Se os EUA domarem o abismo fiscal como tudo indica, a China melhorar um pouco sua performance e os demais emergentes se recuperarem, como dão sinais de fazê-lo, o drama europeu, que apavorou os mercados nos últimos anos, se tornará administrável. Por isso, 2013 pode ser o ano que marcará o começo do fim da crise global.

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financeira do balanço de pagamentos. A crise de 2008/2009 interrompeu temporariamente o processo. Em resposta à queda nas exportações, o governo expandiu os investimentos, principalmente em infraestrutura e no setor imobiliário. Como consequência, a participação dos investimentos no PIB chegou a quase 50%. A dívida dos governos locais aumentou cerca de 17% do PIB em 2008 para 26% em 2010. Aumentou a incerteza em relação ao pagamento dos empréstimos bancários que financiaram essa expansão, embora o governo tenha espaço para absorver eventuais perdas e prevenir uma crise bancária.

Passada a crise, o rebalanceamento induzido pelo governo foi retomado. Os investimentos ainda crescem mais do que o PIB, mas vêm desacelerando. O superávit na conta corrente do balanço de pagamentos declinou de 10% do PIB em 2007 para menos de 3% em 2011, em parte resultado do aumento da demanda doméstica e da apreciação da taxa de câmbio - embora o baixo crescimento cíclico nos países desenvolvidos também tenha contribuído no ajuste.

As reformas devem continuar. A recente redução da meta de crescimento de 8,0% para 7,5% em 2012 indica disposição do governo em aceitar um crescimento menor, necessário para viabilizar uma evolução mais sustentável à frente (cabe lembrar, contudo, que o crescimento efetivo costuma ser maior do que a meta). A estrutura tributária deve voltar a ser ajustada em 2012, aumentando a renda disponível das famílias. Ao mesmo tempo, o governo já elevou duas vezes os preços de gasolina e diesel e prometeu ajustes nos mecanismos que regulam preços de eletricidade e de combustíveis. No setor financeiro, foi anunciado um programa piloto na cidade de Wenzhou que vai viabilizar uma participação maior do setor privado. Apesar da preocupação com os mecanismos de financiamento fora do balanço dos bancos, estes podem ser vistos como um passo na direção da desregulamentação das taxas para os depósitos e empréstimos, desde que estejam sob um arcabouço regulatório bem desenhado. Por fim, os aumentos da largura da banda de flutuação diária do yuan em relação à taxa de referência e do programa de investimento em ativos domésticos para investidores qualificados, ambos anunciados em abril, vão na direção de diminuir as restrições nos fluxos de capital.

Esses fatores devem levar a uma lenta redução das taxas de crescimento do PIB. A equipe de economistas do Itaú publicou um estudo tentando medir o crescimento potencial das principais regiões do mundo (1). Para a China, o estudo sugere que não há espaço para que o investimento continue crescendo mais rápido do que o PIB, sob pena de surgirem projetos de qualidade duvidosa, como os que apareceram durante a retomada pós-crise de 2008. O consumo, por sua vez, deverá ganhar espaço na demanda doméstica. O cenário do Itaú prevê uma diminuição do crescimento potencial a um valor entre 6,5% e 7,0% no final desta década. O crescimento menor decorre da desaceleração dos investimentos e de fatores demográficos (força de trabalho crescendo menos). Além disso, há uma tendência de relocação da mão de obra: a migração do campo para a cidade continuará, mas os trabalhadores

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irão cada vez mais para o setor de serviços, que é menos produtivo.

Em suma, a China continuará avançando, contribuindo para o crescimento mundial e para a demanda por commodities. Mas o ritmo será mais moderado, em resposta a medidas governamentais para rebalancear a economia. Este é um cenário ainda favorável para o Brasil, mas que traz desafios. Ganham importância reformas estruturais que acelerem a produtividade da economia e abram espaço para aumentar os investimentos em infraestrutura. Desta forma, reduziremos ainda mais a dependência do ambiente internacional. Afinal, os ventos externos favoráveis não devem ser tão forte como nos últimos 10 anos.

(1) Itaú Macro Latam 2020 (março de 2012). Disponível em bit.ly/Macro_Latam_ Caio Megale e Artur Manoel Passos são economistas do Itaú Unibanco.

5. Sucesso dos Brics gerou proliferação de acrônimos econômicos

Nos últimos tempos, noticiário econômico e internacional vê cada vez mais novas siglas como Pigs, Civets, Carbs, Cement ou Cassh.

BBC

Os Brics podem salvar os Pigs? Talvez com a ajuda dos Cement. Com isso, Civets, Mints, Mist, Carbs e Cassh poderão continuar crescendo.

No rastro do sucesso do acrônimo Bric, cunhado há dez anos pelo economista-chefe do banco Goldman Sachs, uma série de novos acrônimos vem aparecendo para denominar grupos de países com algo em comum, seja para a felicidade da mídia, que pode usá-los para simplificar conceitos e economizar espaço, seja para simplesmente 'vender' os países aos investidores internacionais.

Novos acrônimos e siglas vêm sendo apresentados com cada vez mais frequência no noticiário econômico ou internacional. Além dos "filhotes" dos Brics, há a proliferação dos já tradicionais agrupamentos G (G2, G4, G5, G7, G8, G20, G77 etc...).

Quando Jim O'Neill, do Goldman Sachs, criou os Bric, sua intenção era identificar o grupo dos quatro países de grandes dimensões com crescimento econômico acelerado (Brasil, Rússia, Índia e China) nos quais seus clientes poderiam investir com perspectivas de grandes ganhos futuros.

O sucesso do acrônimo, que se utiliza também do trocadilho em inglês com brick (tijolo), numa referência aos blocos de construção do crescimento global, gerou não só uma atenção global maior sobre os países como levou-os a institucionalizá-lo, com reuniões de cúpula periódicas e mecanismos de consultas diplomáticas para a discussão de posições comuns. No rastro, também popularizou o nome de O'Neill.

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A lista não para de crescer. Em alguns casos, porém, quando a lógica do agrupamento dos países não combina com a cunhagem de um acrônimo, outras soluções são necessárias, como no caso dos Next-11 (Próximos 11).

O grupo, criado também pelo pai dos Bric, Jim O'Neill, inclui os países em que ele vê potencial para se juntar às maiores economias do século 21 - Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã. Ganha um prêmio quem conseguir criar um acrônimo simples com as iniciais desses países.

6. Crise financeira americana

Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA

da Folha Online

A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência.

O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano.

Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais).

As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também

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interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos.

Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).

Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis.

Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta --com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.

Financiadoras

Em setembro do ano passado, o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP Paribas-- congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia, citando preocupações sobre o setor de crédito 'subprime' (de maior risco) nos EUA. Segundo o banco, os três fundos tiveram suas negociações suspensas por não ser possível avaliá-los com precisão, devido aos problemas no mercado "subprime" americano.

Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America.

Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns têm anunciado perdas bilionários e prejuízos decorrentes da crise. Entre as vítimas mais recentes da crise estão as duas maiores empresas hipotecárias americanas, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Consideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, "tão grandes e tão importantes em nosso sistema financeiro que a falência de qualquer uma delas provocaria uma enorme turbulência no sistema financeiro de nosso país e no restante do globo", no dia 7 deste mês foi anunciada uma ajuda de até US$ 200 bilhões.