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Este documento aborda a sinusite equina, sua diagnóstico diferencial entre primária e secundária, sintomas, exames clínicos, radiográficos e endoscópicos, tratamentos e procedimentos cirúrgicos. Além disso, são discutidos os distúrbios mais comuns em equinos, como hematomas etmoidais, cistos e neoplasias.
O que você vai aprender
Tipologia: Slides
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Thaís Sodré de Lima Machado Doutoranda, Depto. de Cirurgia – FMVZ/ USP Luis Claudio Lopes Correia da Silva Prof. Associado, Depto. de Cirurgia – FMVZ /USP
Etiologia A sinusite consiste no acúmulo de exsudato no interior dos seios paranasais resultante de infecções virais e bacterianas do trato respiratório superior. A sinusite secundária do seio maxilar geralmente está associada a distúrbios dentais, como dentes fraturados, infundíbulos pérvios e periostite alveolar. A sinusite secundária pode seguir-se também a lesões traumáticas da cabeça, ao desenvolvimento de neoplasias, cistos e hematomas paranasais (Ainsworth e Biller, 2000).
Sinais Clínicos Os sinais clínicos de eqüinos acometidos por sinusite primária são secreção nasal purulenta unilateral, com odor fétido e em alguns casos aumento de volume facial, principalmente quando envolve seio maxilar rostral. Em casos crônicos pode estar presente fístula sobre os seios maxilares drenando secreção semelhante à nasal. Nos casos de sinusite secundária a distúrbios dentais o odor fétido é mais acentuado e a cavidade oral pode apresentar mesmo odor. Ao exame da cavidade oral é possível notar a presença de acúmulo de alimentos ou a presença de secreção ao redor do dente afetado.
Diagnóstico Para diagnóstico definitivo e diferenciação entre sinusite primária e secundária, faz-se necessário um exame criterioso da cavidade oral, exame endoscópico da cavidade nasal e exame radiográfico do crânio (Beard e Hardy, 2001). O exame endoscópico do trato respiratório anterior tem a finalidade de confirmar a presença de secreção proveniente dos seios paranasais drenando a partir do orifício nasomaxilar, na porção caudal do meato nasal médio (Beard e Hardy, 2001). Nos casos de sinusite secundária a distúrbios dentais, pode-se observar a presença de conteúdo alimentar associado à secreção sinusal, assim como secreção sanguinolenta nas sinusites secundárias a
hematoma ou neoplasia paranasal. O exame radiográfico do crânio permite a avaliação das raízes dentárias e a observação das cavidades sinusais. Ao posicionar a cabeça do animal para baixo, pode-se observar nos casos de sinusite uma linha de líquido. Nos casos de sinusite secundária a cistos, hematomas etmoidais e neoplasias, aumento de opacidade de toda cavidade pode estar presente. A colheita de material para cultura e antibiograma é primordial para o êxito do tratamento. Esta colheita pode ser realizada através de sinocentese ou de sinoscopia, que nesse caso permite adicionalmente o exame detalhado do seio paranasal acometido. Nos casos de sinusite primária o achado mais comum durante a sinoscopia é o espessamento da mucosa sinusal, com alteração de coloração (avermelhada). Na sinusite secundária a distúrbios dentais, a região sobre a raiz dentária acometida encontra-se muitas vezes necrosada, com coloração enegrecida. A identificação das estruturas anatômicas sinusais pode ficar prejudicada devido ao espessamento da mucosa decorrente do processo inflamatório. Em casos de cisto, hematoma ou neoplasia, a identificação da massa determina o diagnóstico diferencial.
Tratamento A falha em se instituir um tratamento apropriado durante os estágios iniciais de sinusite primária permite sua evolução para um quadro crônico com osteíte, princípio de necrose e destruição de tecidos moles e ósseos, com formação de abscessos profundos. A resposta à terapia com antibióticos sistêmicos pode ser favorável, especialmente se a escolha do princípio for baseada em cultura e teste de sensibilidade de aspirados coletados a partir de sinocentese ou sinoscopia (Freeman, 1991). O tratamento consiste na utilização de antibiótico selecionado a partir de testes de sensibilidade até que a ausência de secreção seja constatada. Muitas vezes torna-se necessária a realização de novos testes para confirmar se o antibiótico utilizado ainda está sendo eficaz no controle e remissão da infecção. O uso de antiinflamatório não esteroidal nos primeiros dias é recomendado com o objetivo de reduzir a inflamação local e por conseqüência o edema de mucosa, permitindo a drenagem da secreção sinusal acumulada através do orifício nasomaxilar. A lavagem sinusal diária é realizada por meio de sonda fixada sobre o seio frontal, agindo como adjuvante na remoção da secreção sinusal. É importante ressaltar que deve ser mantido fluxo tal para que as placas aderidas à mucosa sinusal sejam também removidas.
útil nos casos em que a endoscopia das vias aéreas ou exame radiográfico do crânio não forneceram resultados conclusivos, como por exemplo, nos casos de massas sinusais onde a semelhança na imagem radiográfica geralmente dificulta a diferenciação entre neoplasias, cistos e hematomas. Outra limitação do exame radiográfico ocorre quando linhas de líquido na cavidade sinusal mascaram massas em seu interior ou infecção em raiz dentária (Ruggles et al. ; 1993). O acesso aos seios é obtido com o auxílio de furadeira e broca ou de um trépano, e o endoscópio utilizado pode ser tanto o rígido como o flexível de pequeno calibre. O local ideal para realização da sinoscopia do seio frontal situa-se 5 cm lateral à linha média, 0,5 cm caudal a linha que une os cantos mediais dos olhos (Fig. 1a). No seio maxilar caudal, este portal situa-se 3 cm rostral e 2,5 ventral ao canto medial do olho e no seio maxilar rostral 1, cm dorsal e 2 cm caudal ao limite rostral da crista facial (Fig. 1b) (Machado e Silva, 2006a).
Figura 1 : A – Imagem digitalizada indicando portais localizados sobre seio frontal direito e esquerdo, a 5 cm lateralmente à linha média (seta azul). B – Imagem digitalizada indicando portais do seio maxilar caudal (SMC - seta amarela) e maxilar rostral (SMR - seta preta).
Através de técnica de triangulação associada a sinoscopia, com a utilização de um portal adicional para introdução de instrumental específico, é possível a realização de sinocentese mais precisa, biopsias e até mesmo pequenos procedimentos cirúrgicos vídeoendoscópicos, como debridamento em casos de sinusite, remoção de cistos e hematomas sinusais (Marques et al ., 2001; Silva, et al ., 2003; Silva et al ., 2004). Os portais para triangulação no seio frontal localizam-se 2 cm rostral e 2cm caudal ao portal do seio frontal. Para a realização da técnica de triangulação no seio maxilar caudal, o portal localiza-se 2,5 cm rostral ao local de introdução da óptica para sinoscopia neste seio. O pequeno tamanho do seio maxilar rostral não permite a realização de técnica de triangulação,
não havendo, portanto, portal específico para este fim (Machado e Silva, 2006a; Machado e Silva, 2006b). As estruturas examinadas através do portal localizado sobre o seio frontal são a bulha conchal ventral, turbinado etmoidal, abertura nasomaxilar, canal infra-orbitário, abertura frontomaxilar, a entrada para o seio esfenopalatino, o seio conchal dorsal e as raízes do segundo e terceiro dentes molares (Figs. 2 e 3).
e ci bc A B^ fm
Figura 2 – Imagem digitalizada obtida a partir do portal do seio frontal. A) seio conchal dorsal. B) região da abertura frontomaxilar, sendo: e – etmóide; ci – canal infraortário; bc – bulha conchal ventral; fm – borda da abertura frontomaxilar; seta amarela – entrada da fenda nasomaxilar.
A B (^) 2m
3m
A^ B
Figura 3 – Imagem digitalizada obtida a partir do portal do seio frontal. A) etmóide. B) seio maxilar caudal, sendo: 2m – raiz do 2° dente molar; 3m – raiz do 3° dente molar.
Com o endoscópio posicionado no portal do seio maxilar caudal pode-se examinar a bulha conchal ventral, turbinado etmoidal, abertura nasomaxilar, canal infra-orbitário, raiz do segundo e terceiro dentes molares, abertura frontomaxilar e o septo do seio maxilar (Fig. 4).
A 3m (^) 2m sep
ci A^ B
J.H.S. Excisão de hematoma paranasal em equino através de sinoscopia vídeo-assistida. Brazilian Journal of Veterinary Reasearch and Animal Science , supl., v.41, p. 240 - 241.
SILVA, L.C.L.C.; ZOPPA, A.L.V.; FERNANDES, W. R.; BACCARIN, R.Y.A.; LIMA, T.S. Removal of sinus cyst through sinoscopy in horses. Anais 8th^ Congress of the World Equine Veterinary Association , Buenos Aires – Argentina, 2003.
TREMAINE, W. H.; CLARKE, C. J.; DIXON, P. M. Histopathological findings in equine sinonasal disorders. Equine Veterinary Journal , v. 31, n. 4, p. 296-303, 1999.
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