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Shisa kanko é uma técnica de segurança do trabalho Japonesa
Tipologia: Trabalhos
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Não perca as partes importantes!
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho Carlos Antônio N.S. Rios SHIZA KANKO Orientadora: Profa^ xxxxxxx Belo Horizonte 2020
RIOS,Carlos Resumo Este artigo tem como objetivo: divulgar e analisar algumas aplicações importantes da técnica Japonesa que eles chamam de Shisa Kanko, traduzido para a língua portuguesa significa Apontar e Falar. Ela surgiu nas ferrovias por volta do ano de 1900 e foi copiada para os manuais ferroviários, com o passar dos anos a segurança do trabalho foi valorizada e com isso a técnica foi aperfeiçoada no Japão, país que possui uma cultura avançada em várias áreas inclusive na prevenção de acidentes. Para usa-la é preciso olhar para a direção em que vai ser realizado a atividade, apontar para o objeto com a mão despertando todos os sentidos, elevar a mão e fazer o movimento de apontar e falar qual o procedimento irá seguir, o objetivo é obter a atenção máxima na tarefa que não pode conter erro. O Instituto de Pesquisa Técnica Ferroviária do Japão realizou uma pesquisa em 1994, na qual trabalhadores que foram solicitados a concluir uma tarefa simples cometeram 2,38 erros por 100 ações, a maior redução no erro foi para apenas 0,38 erros por 100 ações, esta marca foi alcançada quando os trabalhadores usaram os dois passos juntos a combinação de apontar e falar reduziu os erros em quase 85%. Podemos citar uma lista muito extensa de atividades no ambiente de trabalho e até mesmo no dia a dia em que é possível utilizar essa técnica, como por exemplo os procedimentos dos profissionais de enfermagem, pilotos de avião e operadores de empilhadeira. Palavras chave: Shisa Kanko, Apontar e Falar, Japão, Evitar acidentes, Segurança do Trabalho, Enfermagem, Piloto, Empilhadeira, Ferrovias.
(^1) Aluno do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho - IEC/PUCMINAS – carlosnsr@hotmail.com – Outubro/ (^2) Professora e Orientadora. Mestre em Engenharia Elétrica – Coordenadora do Curso - nastrini@pucminas.br
CLT Services (2017). Para usa-la é preciso olhar para a direção em que vai ser realizada a atividade, apontar para o objeto com a mão despertando todos os sentidos, elevar a mão e fazer o movimento de apontar e falar qual o procedimento irá seguir, o objetivo é obter a atenção máxima na tarefa que não pode conter erro. Fonte: CLT SERVICES (2017) Richarz (2017) observou que no metrô de Tóquio a grande maioria dos empregados e condutores inteligentemente usam a técnica a favor da segurança no ambiente de trabalho. O sistema ferroviário do Japão tem uma ótima reputação por estar entre os melhores do mundo, enquanto realizam suas funções eles apontam e falam, associando as tarefas a movimentos físicos e vocalizações para evitar erros ao elevar o nível de consciência dos trabalhadores. Em vez de confiar apenas nos olhos ou no hábito de um trabalhador, cada etapa é reforçada física e audivelmente para garantir que a etapa seja completa e precisa. No contexto Ferroviário, os funcionários da estação garantem que os trilhos ao lado da plataforma estejam livres de detritos ou passageiros caídos, apenas uma verificação visual não é o suficiente. Em vez disso, o funcionário apontará a pista e passará o braço pela extensão da plataforma, olhos seguindo a mão, antes de declarar tudo limpo. O processo se
repete quando o trem parte garantindo que nenhuma bagagem ou passageiro, seja pego pendurado nas portas fechadas do trem. Este sistema está presente em várias industrias do Japão. Os ocidentais subestimam a importância dessa técnica que minimiza os acidentes de trabalho. Uma exceção notável é o sistema de metrô MTA da cidade de Nova York, traduzido para o inglês eles chamam de Pointing and Calling, cujos condutores usam um sistema modificado de ponto único desde 1996. No caso do MTA, os condutores apontam para uma “placa zebra” em preto em branco fixa para confirmar que o trem parado está localizado corretamente ao longo da plataforma. De acordo com a diretora da MTA, os funcionários foram rápidos ao se adaptar ao novo sistema, e dentro de dois anos de implementação, os incidentes de metrô ancorado incorretamente caíram 57%. Richarz (2017)
2. DESENVOLVIMENTO 2.1. PESQUISAS TÉCNICAS QUE COMPROVAM A EFICÁFICA DO MÉTODO. Bhuiyan et al. (2016) explicam que na realização do método apontar e falar, algumas partes do cérebro são ativadas, elas atuam movendo o braço e a boca enquanto trabalha o córtex motor, a área de broca e a área visual simultaneamente. Esses gestos visam nos manter seguros aumentando o foco mental dos trabalhadores antes de tomar uma decisão, nas principais atividades em que é provável que ocorra os acidentes. O Instituto de Pesquisa Técnica Ferroviária do Japão realizou uma pesquisa em 1994, na qual trabalhadores que foram solicitados a concluir uma tarefa simples cometeram 2,38 erros por 100 ações, quando nenhuma medida especial foi tomada para evitar erros. Quando instruídos a adicionar apenas apontar ou falar como etapas de prevenção de erros, a taxa de erros caiu significativamente. A maior redução no erro foi para apenas 0,38 erros por 100 ações, esta marca foi alcançada quando os trabalhadores usaram os dois passos juntos. A combinação de apontar e falar reduziu os erros em quase 85%. Algumas empresas usam apenas apontar ou apenas falar, mas a técnica é mais eficaz quando combinada. Além disso, apontar e falar permite fácil confirmação do processo. Um supervisor que observa o funcionário pode facilmente verificar se o sinal foi visto e se o horário foi verificado. Por isso, é muito mais fácil treinar operadores e corrigir erros. Bhuiyan et al. (2016).
Prevenção de quedas, Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos e Cirurgia segura. Portanto é feito a checagem dos elementos básicos do paciente em serviços de urgência e emergência, bem como servir de modelo para a construção de novas ferramentas assistenciais. Os checklists agregados a técnica de apontar e falar aumenta o foco e atenção nas atividades diárias dos enfermeiros, se tiver alguma falha pode ser fatal ao paciente. Tsang et al. (2017) constatou que é muito importante não ter erros na administração de medicamentos, é responsabilidade do enfermeiro a administração do remédio certo, na dose certa, ao paciente certo, pela via certa, no momento certo. Foi aplicado um ciclo PDCA no hospital de Hong Kong, usando o método de apontar e ligar pois este mecanismo facilita os processos de controle cognitivo e é eficaz na prevenção de erros operacionais quando o controle cognitivo é solicitado. Este método pode reduzir a taxa de incidentes causados por negligência, erros humanos ou mal-entendidos. Em Hong Kong (china), o apontar e falar é comumente aplicado em setores como construção e manufatura, engenharia elétrica e mecânica, empresas ferroviárias e empresas de gás. Alguns pesquisadores recomendaram que a técnica fosse aplicada no setor de saúde para a prevenção e gerenciamento de sistemas de erro semelhantes aos outros setores de alto risco, como a aviação. Ao final do ciclo foi observado que desde junho de 2016, a taxa de incidentes devido à configuração imprecisa do dispositivo diminuiu de 0,21 para 0,13 após a implementação do método. O simples fato de atravessar uma via movimentada requer a atenção do pedestre, apesar do investimento em sinalizações ocorrem vários acidentes e atropelamentos, pois o pedestre confia apenas na visão e devido a atividade ser rotineira perde o foco dos perigos existentes em cada ação, essa técnica possibilita que o pedestre fique atento aos sentidos dos veículos e qual direção é a mais segura de prosseguir e falando, o cérebro é despertado para realizar a tarefa com concentração. Tsang et al. (2017) Balbinota et al. (2016) diz que um condutor, ao dirigir, seu percurso rotineiro pode reduzir sua atenção seletiva e distrair-se com seus pensamentos ou preocupações em sua cognição seletiva. Sternberg (2000) explica que quando estamos diante de uma atividade nova ocorre o processamento de informação que exige muito do esforço consciente para determinar qual passo seguir, à medida que a tarefa se torna cada vez mais
conhecida é adquirido experiência e muitos dos seus aspectos podem se tornar automáticos. O motorista de uma empilhadeira, por exemplo, vai adquirindo experiência e seus movimentos ficam acelerados com o passar dos anos. A vida particular do trabalhador pode atrapalhar o seu rendimento e por isso é preciso aperfeiçoar e aumentar o foco no trabalho rotineiro. A OSHA (2017) estima que as empilhadeiras causem cerca de 85 acidentes fatais por ano; 34900 acidentes resultam em ferimentos graves; e 61800 são classificados como não graves. A grande maioria dos países focam em melhorias dos equipamentos e máquinas, colocando dispositivos alertando o pedestre de que a empilhadeira está passando, mas no continente asiático os treinamentos são direcionados ao colaborador, usando a técnica de Shiza Kanko, ele a cada movimento foca no que está fazendo evitando que problemas externos, a sonolência e outros, afetam em suas tarefas da rotina de trabalho. OSHA (2018) com todos os ruídos e luzes que podem ocorrer durante um turno de trabalho, a percepção de luz se aproximando ou sons de ré, podem se misturar com tudo a mais. O segredo é o pedestre estar ciente de se movimentar em torno das empilhadeiras. Existem muitos outros exemplos de onde usar a técnica, todo trabalhador requer precisão para ter mais produtividade reduzindo os erros e acidentes. Os aeroportos em todo o mundo possuem grandes responsabilidades, pois são muitos passageiros usando este serviço de viagens aéreas, o funcionário que precisa conferir se todo o avião foi fechado corretamente durante a manutenção pode aumentar a sua atenção em cada detalhe apontando e falando para cada compartimento que deve ser fechado. Mentalpilot (2018) destaca que quando o avião decola a responsabilidade é do piloto, a altitude correta é fixada, apesar da automatização e programação do avião, reduzindo o trabalho dos seres humanos é preciso ter muita atenção na interação entre o homem e a máquina, pois o erro de programação pode ter sérias consequências, o monitoramento é essencial para manter a segurança de todos. James Albright (2017) aconselha e mostra exemplos de como utilizar a técnica Shisa Kanko em várias tarefas durante os voos como na alteração da altitude, procedimento de táxi e a entrada da pista correta para decolar.
Abstract This article aims to: disseminate and analyze some important applications of the Japanese technique that they call Shisa Kanko, translated into the significant Portuguese language “Apontar e Falar”. It appeared on the railroads around 1900 and was copied to the railroad manuals, over the years work safety has been valued and with that the technique has been perfected in Japan, a country that has an advanced culture in several areas including the accidents prevention. To use it, it is necessary to look at the direction in which the activity will be carried out, point at the senses, raise the hand and make the movement of pointing and saving which procedure will follow, the objective is get maximum attention on the task that cannot contain error. The Japan Railway Technical Research Institute conducted a survey in 1994, in which workers were asked to complete a simple task and made 2.38 errors per 100 actions, the biggest reduction in error was only 0.38 errors per 100 actions, this mark was reached when workers used the two steps together the combination of pointing and speaking reduced errors by almost 85%. We can cite a very extensive list of activities in the workplace and even on the day that it is possible to use this technique, such as the procedures of nursing professionals, airline pilots and forklift operators. Key words: Shisa Kanko, Point and Talk, Japan, Avoid accidents, Work Safety, Nursing, Pilot, Forklift, Railways.
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