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sexualidade e pulsão, Trabalhos de Psicanálise

A Psicanálise tem como um de seus executores centrais uma compreensão ousada da sexualidade humana. O conceito de pulsão em particular, pulsão sexual possui destaque.

Tipologia: Trabalhos

2019

Compartilhado em 28/09/2019

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mary-kelly-sabara 🇧🇷

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ
MARY KELLY SABARA
SAIONARA
TRABALHO DE PSICANÁLISE: PULSÃO/SEXUALIDADE
CASCAVEL
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ

MARY KELLY SABARA

SAIONARA

TRABALHO DE PSICANÁLISE: PULSÃO/SEXUALIDADE

CASCAVEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO ASSIS GURGACZ

MARY KELLY SABARA

SAIONARA

TRABALHO DE PSICANÁLISE: PULSÃO/SEXUALIDADE

Trabalho acadêmico da disciplina de Psicanálise como requisito parcial para obtenção da aprovação semestral no Curso de Psicologia do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. Professor Orientador: Prof. Izabela

CASCAVEL

INTRODUÇÃO

A Psicanálise tem como um de seus executores centrais uma compreensão ousada da sexualidade humana. O conceito de pulsão em particular, pulsão sexual possui destaque. As

A pulsão sexual, diferentemente do instinto sexual, não se limita às atividades repertoriadas da sexualidade biológica, mas constitui o fator primordial que impulsiona toda a série de manifestações psíquicas, estando, portanto, no fundamento do aparelho psíquico e de seu funcionamento. Freud inaugura, assim, uma nova e revolucionária compreensão da sexualidade humana.

Freud determina a existência de dois grupos de pulsões: as pulsões do Eu ou pulsões de auto preservação e as pulsões sexuais. A diferença básica entre os dois tipos de pulsões é que elas se encontram sob o predomínio de diferentes princípios de funcionamento: como as pulsões do ego só podem satisfazer-se com um objeto real, o princípio que rege seu funcionamento é o princípio de realidade, enquanto as pulsões sexuais, podendo “satisfazer- se” com objetos fantasmáticos, encontram-se sob o predomínio do princípio de prazer. (GARCIA -ROZA , 2009)

Já o desejo se afasta do conceito de necessidade, implicando em algo da ordem física, biológica, onde a satisfação depende de uma ação de um objeto especifico e que permite a redução da tensão, o desejo não implica relação com um objeto real e ele pode até se realizar em objetos, mas jamais vai se satisfazer com eles. O desejo implica um desvio ou uma perversão da ordem natural, o que torna impossível sua compreensão a partir de uma redução à ordem biológica. A relação do desejo com o objeto é na teoria psicanalítica em tudo diferente daquela que caracteriza a relação da necessidade com o objeto numa teoria biológica. O objeto do desejo é uma falta e não algo que propiciará uma satisfação, ele é marcado por uma perversidade essencial que consiste no gozo do desejo enquanto desejo. (LACAN, 1958 apud GARCIA -ROZA , 2009). Para Freud, o que caracteriza esse desejo seria um impulso para a reprodução alucinatória da satisfação, ou seja, o retorno a algo que deixou de ser, a um objeto perdido que tem a presença marcada pela falta.

Logo no início do seu percurso, na primeira metade da década de 1890, Freud postulou a noção de defesa, pela qual o ego se defende de representações ligadas à vida sexual do sujeito. Esta noção, precursora da teoria do recalcamento marca o seu ponto de ruptura com as concepções de Jean Martin Charcot e Joseph Breuer que o inspiraram no começo de sua trajetória. Mais significativamente, a noção de defesa expressa a singularidade e originalidade do pensamento freudiano, ao introduzir a lógica do inconsciente. Para fundamentar a sua teoria do recalcamento, Freud lançou a hipótese da sedução, acreditando que o recalque se aplicava às lembranças sexuais perversos sofridos de forma passiva na infância. Concebido o inconsciente como resultado do recalque das cenas de

sedução no psiquismo, a teoria da sedução não sobreviveu ao impacto de novas descobertas freudianas: o papel da sexualidade infantil e da fantasia na vida psíquica. Segundo essa nova perspectiva, a criança não era desprovida de sexualmente, no sentido de ser capaz de construir no inconsciente fantasias sexuais, apesar da imaturidade biológica.

Freud acabará por exprimir profundamente a noção de perversão, situando a sexualidade infantil e perversa no fundamento da sexualidade humana. É justamente nesse contexto que a noção de pulsão sexual irá emergir. Definida, em termos clássicos, como o representante psíquico das excitações provenientes do corpo, a pulsão sexual constitui a ferramenta teórica que viabiliza a construção da teoria da sexualidade em Freud, teoria que se revelará fundamental para a compreensão de todas as outras formulações que compõem o conjunto de seu pensamento.

Uma das principais preocupações de Freud foi encontrar a pulsão que se oporia às pulsões sexuais. Inicialmente, postulou a oposição entre pulsão sexual e pulsão de auto conservação, visando tematizar o conflito entre a sexualidade impetuosa e o ego, entendido inicialmente como instância psíquica dessexualizada. O caráter disruptivo da sexualidade é um fato evidente em suas primeiras formulações. A pulsão sexual, segundo esta lógica inicial, é entendida como força desestabilizadora para o ego, ocasionando medidas de controle e moderação. A defesa psíquica, o recalcamento, incidiria justamente contra a agressão da pulsão sexual à esfera egoica.

Com a consideração de outras psicopatologias como a esquizofrenia e a paranoia, Freud reavaliou a sua teoria da sexualidade, chegando à conclusão de que o ego também era objeto de investimento libidinal e que esse investimento, quando bem estruturado, servia como fator organizador das pulsões sexuais na esfera psíquica. O corpo infantil, inicialmente devassado por pulsões parciais auto eróticas, pulsões sexuais fragmentadas, não-investidas ainda em um objeto externo, necessitaria de um agente organizador para a sua dispersão pulsional. A descoberta de um investimento da libido no ego, acaba por delimitar qual seria esse agente organizador da fragmentação pulsional: o próprio ego.

Conceituação do narcisismo na primeira metade da década de 1910 (Freud, 1914/1969), grandes reviravoltas começam a se instaurar nessa teoria. A constituição do ego passa a ser profundamente inserida em uma problemática sexual. Para que haja a constituição do ego seria necessário o investimento libidinal nessa instância. Se antes a pulsão sexual