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SEMIOLOGIA 05 - Semiologia Abdominal Aplicada, Notas de estudo de Semiologia

SEMIOLOGIA 05 - Semiologia Abdominal Aplicada

Tipologia: Notas de estudo

2013
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Arlindo Ugulino Netto SEMIOLOGIA MEDICINA P5 2009.2
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
SEMIOLOGIA II
SEMIOLOGIA ABDOMINAL APLICADA
O abdome é a região do tronco situada entre o tórax e a pelve,
limitada posteriormente pelas vértebras lombares e discos intervertebrais, e
anterolateralmente por paredes músculo-tendíneas. É um recipiente dinâmico
e flexível, que abriga a maioria dos órgãos do sistema digestório e parte dos
sistemas urinário e genital. O abdome é capaz de encerrar e proteger seu
conteúdo enquanto permite e a flexibilidade entre o tórax mais rígido e a pelve,
necessária para a respiração, postura e locomoção.
A cavidade abdominal alberga vários órgãos que compõem o sistema
digestivo e urinário, sendo eles relacionados com diversas funções, como a
manutenção do estado nutricional, garantido um bom metabolismo orgânico.
Por esta razão, é necessário uma a avaliação complexa e integrada de todas
essas estruturas, tomando conta da importância da anamnese, do exame
físico geral e do exame físico específico do sistema digestivo.
Exame físico: informações limitadas para órgãos praticamente
inacessíveis como esôfago, estômago.
Anamnese e exame físico geral: informações mais decisivas para
qualquer órgão do sistema digestivo, até mesmo o esôfago.
Anamnese segmentar: o sistema digestivo, que se inicia na boca e
termina no ânus, deve ser avaliado por segmentos, de modo que cada
órgão seja individualizado. O estudo segmentar será feito na seguinte
abordagem: cavidade oral, esôfago, estomago, duodeno, jejuno e íleo,
colos, reto e ânus; fígado e vias biliares, baço e pâncreas.
NO•‚ES DE ANATOMIA TOPOGRƒFICA DO ABDOME
Para estudo anatômico, a cavidade abdominopélvica é dividida em duas porções: cavidade abdominal
(cavidade peritoneal e vísceras abdominais) e cavidade pélvica.O abdome apresenta os seguintes limites:
Aspecto externo:
oLimite superior: apêndice xifóide e arcada costal.
oLimite inferior: sínfise púbica, cristas ilíacas e pregas inguinais.
Aspecto interno:
oLimite superior: diafragma.
oLimite inferior: estreito superior do osso do quadril.
A cavidade abdominal apresenta paredes abdominais músculo-aponeuróticas dinâmicas que não apenas se contraem para
aumentar a pressão intra-abdominal, mas também se distendem consideravelmente, acomodando as expansões causadas por
ingestão, gravidez, deposição de gordura ou patologias. As paredes ântero-laterais do abdome e diversos órgãos situados contra a
parede posterior são cobertos em suas faces internas com uma membrana serosa ou peritônio (serosa) que também se reflete (dobra-
se agudamente econtinua) sobre as vísceras abdominais, como o estômago, intestino, fígado e baço. Assim, se forma uma bolsa ou
espaço virtual revestido (cavidade peritoneal) entre as paredes e as vísceras, que normalmente contém apenas líquido extracelular
(parietal) suficiente para lubrificar a membrana que reveste a maior parte das superfícies das estruturas que formam ou ocupam a
cavidade abdominal.
Internamente, temos ainda o ângulo de Treitz,ângulo formado ao nível da junção entre o duodeno e o jejuno (ângulo
duodeno-jejunal), onde o intestino é fixo, responsável por limitaro tubo digestivo alto do baixo. Logo, sangramentos acima deste
ligamento serão classificados como hemorragia digestiva baixa e o contrário, é verdadeiro.
Para estudo semiológico externo do abdome, alguns pontos de referência devem ser traçados para designar possíveis
achados clínicos consideráveis, tais como: processo xifóide, margem inferior dos arcos costais, espinha ilíaca antero-superior, umbigo,
sínfise púbica e linha mediana abdominal (que liga o apêndice xifóide à sínfise púbica). Tais pontos servirão para melhor localizar
alterações anatômicas, servindo de referência para descrevê-las.
REGIÕES ABDOMINAIS
A cavidade abdominal é dividida em nove regiões por quatro planos: 2 planos horizontais (transversais): plano
subcostal (atravessa a margem inferior da reborda costal que cruza com a linha hemiclavicular de cada lado) e o plano
transtubercular (que atravessa os tubérculos ilíacos, pontos mais elevados da crista ilíaca, ao nível do corpo de L5); e 2
planos verticais (sagitais): geralmente são o planos medioclaviculares (que seguem do ponto médio das clavículas até
os pontos médio-inguinais, que são os pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca ântero-superior e a margem
superior da sínfise púbica).
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MED RESUMOS 2011

NETTO, Arlindo Ugulino.

SEMIOLOGIA II

SEMIOLOGIA ABDOMINAL APLICADA

O abdome é a região do tronco situada entre o tórax e a pelve, limitada posteriormente pelas vértebras lombares e discos intervertebrais, e anterolateralmente por paredes músculo-tendíneas. É um recipiente dinâmico e flexível, que abriga a maioria dos órgãos do sistema digestório e parte dos sistemas urinário e genital. O abdome é capaz de encerrar e proteger seu conteúdo enquanto permite e a flexibilidade entre o tórax mais rígido e a pelve, necessária para a respiração, postura e locomoção. A cavidade abdominal alberga vários órgãos que compõem o sistema digestivo e urinário , sendo eles relacionados com diversas funções, como a manutenção do estado nutricional, garantido um bom metabolismo orgânico. Por esta razão, é necessário uma a avaliação complexa e integrada de todas essas estruturas, tomando conta da importância da anamnese, do exame físico geral e do exame físico específico do sistema digestivo.  Exame físico: informações limitadas para órgãos praticamente inacessíveis como esôfago, estômago.  Anamnese e exame físico geral: informações mais decisivas para qualquer órgão do sistema digestivo, até mesmo o esôfago.  Anamnese segmentar: o sistema digestivo, que se inicia na boca e termina no ânus, deve ser avaliado por segmentos, de modo que cada órgão seja individualizado. O estudo segmentar será feito na seguinte abordagem: cavidade oral, esôfago, estomago, duodeno, jejuno e íleo, colos, reto e ânus; fígado e vias biliares, baço e pâncreas.

NO‚ES DE ANATOMIA TOPOGRƒFICA DO ABDOME Para estudo anatômico, a cavidade abdominopélvica é dividida em duas porções: cavidade abdominal (cavidade peritoneal e vísceras abdominais) e cavidade pélvica. O abdome apresenta os seguintes limites:  Aspecto externo: o Limite superior: apêndice xifóide e arcada costal. o Limite inferior: sínfise púbica, cristas ilíacas e pregas inguinais.  Aspecto interno: o Limite superior: diafragma. o Limite inferior: estreito superior do osso do quadril.

A cavidade abdominal apresenta paredes abdominais músculo-aponeuróticas dinâmicas que não apenas se contraem para aumentar a pressão intra-abdominal, mas também se distendem consideravelmente, acomodando as expansões causadas por ingestão, gravidez, deposição de gordura ou patologias. As paredes ântero-laterais do abdome e diversos órgãos situados contra a parede posterior são cobertos em suas faces internas com uma membrana serosa ou peritônio (serosa) que também se reflete (dobra- se agudamente e continua) sobre as vísceras abdominais , como o estômago, intestino, fígado e baço. Assim, se forma uma bolsa ou espaço virtual revestido (cavidade peritoneal) entre as paredes e as vísceras, que normalmente contém apenas líquido extracelular (parietal) suficiente para lubrificar a membrana que reveste a maior parte das superfícies das estruturas que formam ou ocupam a cavidade abdominal. Internamente, temos ainda o ângulo de Treitz , ângulo formado ao nível da junção entre o duodeno e o jejuno (ângulo duodeno-jejunal), onde o intestino é fixo, responsável por limitar o tubo digestivo alto do baixo. Logo, sangramentos acima deste ligamento serão classificados como hemorragia digestiva baixa e o contrário, é verdadeiro. Para estudo semiológico externo do abdome, alguns pontos de referência devem ser traçados para designar possíveis achados clínicos consideráveis, tais como: processo xifóide, margem inferior dos arcos costais, espinha ilíaca antero-superior, umbigo, sínfise púbica e linha mediana abdominal (que liga o apêndice xifóide à sínfise púbica). Tais pontos servirão para melhor localizar alterações anatômicas, servindo de referência para descrevê-las.

REGIÕES ABDOMINAIS A cavidade abdominal é dividida em nove regiões por quatro planos: 2 planos horizontais (transversais): plano subcostal (atravessa a margem inferior da reborda costal que cruza com a linha hemiclavicular de cada lado) e o plano transtubercular (que atravessa os tubérculos ilíacos, pontos mais elevados da crista ilíaca, ao nível do corpo de L5); e 2 planos verticais (sagitais): geralmente são o planos medioclaviculares (que seguem do ponto médio das clavículas até os pontos médio-inguinais, que são os pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca ântero-superior e a margem superior da sínfise púbica).

As regi€es delimitadas por esses planos so: Hipocondr‚aca direita, Hipocondr‚aca esquerda, Flanco direito, Flanco esquerdo, Fossa il‚aca direita (regio inguinal direita), Fossa il‚aca esquerda (regio inguinal esquerda), Regio Epigƒstrica, Umbilical e Hipogƒstrica. Posteriormente, o abdome „ dividido, a partir de uma linha mediana, em duas regi€es: regio Lombar Direita e regio Lombar Esquerda.

  1. Hipocôndrio Direito : f‚gado, ves‚cula biliar, rim direito, flexura hepƒtica do c lon.
  2. Epigástrio: f‚gado (lobo esquerdo), piloro, duodeno, c lon transverso e cabe†a e corpo do p‡ncreas.
  3. Hipocôndrio Esquerdo: ba†o, estˆmago, flexura espl‰nica do c lon, p‡ncreas (cauda), rim esquerdo
  4. Flanco Direito: c lon ascendente, jejuno e rim direito
  5. Mesogástrio ou umbilical: duodeno, jejuno, ‚leo, aorta abdominal, mesent„rio, linfonodos
  6. Flanco Esquerdo : c lon descendente, jejuno, ‚leo.
  7. Fossa Ilíaca Direita: ceco, ap‰ndice, ovƒrio e tuba uterina direita
  8. Hipogástrio : bexiga, Štero, ureter.
  9. Fossa Ilíaca Esquerda: c lon sigm ide, ovƒrio e tuba esquerda.

QUADRANTES ABDOMINAIS

A cavidade abdominal pode ser dividida tamb„m em quatro quadrantes , a partir de planos como o plano mediano (vertical) , seguindo o trajeto da linha alba; e o plano transumbilical (horizontal) , ao n‚vel do disco IV entre L3 e L4. Os quadrantes so:  Quadrante superior direito: lobo direto do f‚gado, vesicular biliar, piloro do estˆmago, duodeno (1‹ – 3‹ parte), cabe†a do p‡ncreas, gl‡ndula supra-renal direita, rim direito, flexura hepƒtica direita do colo, parte superior do colo ascendente, metade direita do colo transverso.  Quadrante superior esquerdo: lobo esquerdo do f‚gado, ba†o, estomago, jejuno e ‚leo proximal, corpo e cauda do p‡ncreas, rim esquerdo, gl‡ndula supra-renal, flexura c lica (espl‰nica) esquerda, metade esquerda do colo transverso, parte superior do colo descendente.  Quadrante inferior direito: ceco, ap‰ndice vermiforme, maior parte do ‚leo, parte inferior do colo ascendente, ovƒrio direito, tuba uterina direita, ureter direito (parte abdominal) fun‚culo espermƒtico direito (parte abdominal), Štero (se aumentado) e bexiga (se muito cheia).  Quadrante inferior esquerdo: colo sigm ide, parte inferior do colo descendente, ovƒrio esquerdo, tuba uterina, ureter esquerdo (parte abdominal) fun‚culo espermƒtico esquerdo (parte abdominal), Štero (se aumentado) e bexiga (se muito cheia).

EXAME F„SICO DO ABDOME

Durante o exame físico do abdome, deve-se procurar estabelecer uma boa relação médico-paciente, de modo que o paciente deposite confiança no profissional. Para isso, o médico deve avisar sempre ao paciente, para cada manobra, o procedimento que será realizado. Isto porque, quando o paciente se mostra nervoso ou desconfiado, alguns achados semiológicos podem se mostrar alterados. É necessário seguir toda a sequência da anamnese para só então dar início ao exame físico geral. Para a realização de um bom exame físico, é sugestivo procurar um ambiente calmo, com boa iluminação e com o abdome do paciente despido. A principal sequência para o exame físico do abdome é a seguinte;  Inspeção  Palpação  Percussão  Ausculta

Contudo, esta sequência pode ser alterada, como por exemplo, diante de um paciente com abdome agudo cirúrgico, é aconselhável realizar a ausculta do abdome antes da palpação para que os movimentos peristálticos do paciente ou demais eventos abdominais não sejam alterados de forma iatrogênica.

INSPEÇÃO Por meio da inspeção, que deve ser feita com o paciente em decúbito dorsal com as pernas estendidas, são observadas as alterações de superfície cutânea, forma e volume do abdome. Dentre as alterações superficiais mais comumente encontradas estão as cicatrizes operatórias, estrias, distribuição anormal dos pêlos, anomalias da cicatriz umbilical e circulação colateral. Os principais pontos semiológicos a serem abordados na inspeção são:  Forma do abdome: é necessário avaliar o caráter do abdome como um todo, avaliando, também, a sua simetria. Um abdome assimétrico é encontrado nas hepatoesplenomegalias, neoplasias, hérnias da parede, megacólon e síndromes obstrutivas. o Normal (atípico): geralmente é plano ou levemente abaulado e simétrico. o Globoso: pode ser fisiológico, como na obesidade; ou patológico, como na ascite, pneumoperitônio, obstrução intestinal, grandes tumores ou hepatoesplenomegalia, o Ventre de batráquio: caracteriza a ascite, em que, em decúbito dorsal, o líquido tende a escorrer pelos flancos; o Pendular: caracteriza a gravidez; o Em avental: caracteriza a obesidade, o Escavado: como em doença consuptiva ou emagrecimento.

Presença de abaulamentos: podem indicar a presença de massas abdominais no abdome superior (pâncreas, fígado, estômago ou cólon transverso) ou no abdome inferior (bexigomas, gravidez, massas ovarianas ou de cólon). O abdome na gravidez é descrito como abaulamento piriforme. Para diferenciar se uma massa ou tumor está localizado (a) na parede abdominal ou na cavidade abdominal, solicita ao paciente para realizar contrações musculares. Se a massa ficar melhor distinguida, significa que está na parede. Caso contrário, está localizada na cavidade abdominal, em algum órgão interno.

Presença de depressões (retrações): o Retração generalizada: abdome escafóide ou escavado (má-nutrição, marasmo, caquexia, peritonite difusa- rigidez muscular). o Retração localizada: bridas pós-cirúrgicas

Movimentos respiratórios: é importante avaliar a movimentação da parede abdominal com a respiração. Nos processos inflamatórios agudos intraperitoneais (peritonite aguda), pode haver contratura muscular, cessando os movimentos respiratórios abdominais. O normal seria: o Homens e crianças: respiração abdominal ou tóraco-abdominal. o Mulheres: respiração torácica. o Peritonite aguda: movimentos respiratórios são limitados ou desaparecem.

Circulação colateral: em indivíduos normais, as veias abdominais geralmente não são visíveis. Quando há obstrução do sistema venoso porta ou veia cava, os vasos superficiais podem se mostrar distendidos. o Obstrução na circulação porta ( circulação colateral tipo porta ): desenvolvimento da cabeça de medusa ( caput medusae ), que se irradiam a partir do umbigo.

o Obstru†o da veia cava inferior ( circulação colateral tipo cava inferior ): veias evidentes de fluxo ascendente (caudal- cranial) que surgem devido a uma trombose da veia cava inferior. o Obstru†o da veia cava superior ( circulação colateral tipo cava superior ): veias dilatadas e evidentes de fluxo descendente (cr‡nio-caudal) na superf‚cie da parede torƒcica. o Determina†o da dire†o do fluxo: localize um segmento da veia e a comprime com os dois indicadores, esvaziando-as. Depois, solte um dos dedos para observar se houve enchimento vascular, o que determinarƒ o sentido do fluxo. Repita a t„cnica soltando, desta vez, o outro dedo para testar a veracidade.

Ondas peristálticas: os movimentos peristƒlticos do intestino delgado, que normalmente no so observados  inspe†o, podem tornar-se vis‚veis em pacientes caqu„ticos, com adelga†amento da parede abdominal, ou em condi†€es patol gicas, como nas s‚ndromes obstrutivas.  poss‚vel observar as contra†€es peristƒlticas gƒstricas na s‚ndrome de estenose pil rica, e o peristaltismo exacerbado do intestino delgado, quando existe um obstƒculo ao livre transito em sua luz. o Indiv‚duos normais: no vis‚vel. o Obstru†o pil rica: no epigƒstrio, do rebordo costal esquerdo para o direito. o Obstru†o intestinal: peristalse irregular ao redor do umbigo.

Lesões cutâneas: o Erup†€es cut‡neas: quando acompanhadas de diarr„ia, sugere febre tif ide – ros„olas o Colora†o:  Condi†€es normais: pigmenta†o abdominal mais clara que o restante do corpo;  Hipofun†o adrenocortical crˆnica:  Doen†a de Addison: hiperpigmenta†o na linha do cinturo.  Sinal de Cullen: pigmenta†o azulada ao redor do umbigo. Denota hemoperitˆnio.  Sinal de Turner: pigmenta†o azulada nos flancos. Denota hemoperitˆnio (pancreatite hemorrƒgica)  Estrias: podem acontecer em condi†€es fisiol gicas (gravidez, adolesc‰ncia, etc.) ou em condi†€es patol gicas (denotando S‚ndrome de Cushing).

Cicatriz cirúrgica: perguntar sobre as cirurgias as quais o paciente foi submetido. Avaliar as caracter‚sticas da cicatriz.

Distribuição dos pêlos pubianos: a quantidade pode ser modificada por doen†a hepƒtica crˆnica e anormalidades end crinas. o Mulheres: pŠbicos (distribui†o triangular), com base voltada para a s‚nfise pŠbica. o Homens: formato de diamante, com p‰los continuando no abdome.

Presença de hérnias: „ comum nos pacientes com ascite ou depois de opera†€es abdominais. Podem ser confirmadas por meio da manobra de Valsalva.

Diástase dos Mm. retos abdominais: separa†o vis‚vel das fibras do mŠsculo reto abdominal que „ confirmada na palpa†o superficial.

Cicatriz umbilical: normalmente „ plana ou pouco deprimida (normotrusa), localizada na linha mediana no abdome. Contudo, pode apresentar-se retrusa ou protrusa. Um abaulamento da cicatriz pode sugerir um aumento da presso intraabdominal, aumento de rgo abdominal, etc.

Pulsações epigástricas: podem ser fisiol gicas quando vis‚veis em pessoas magras, mas podem apresentar-se na hipertrofia ventricular direita ou em casos de aneurisma da aorta abdominal.

direito. Desperta dor nos processos inflamatórios da vesícula biliar. A colecistite aguda pode ser pesquisada pelo sinal de Murphy durante a palpação profunda.  Ponto apendicular ( Ponto de McBurney ): união do terço externo com os dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. A dor neste ponto sugere apendicite aguda, especialmente quando há sinais de reação peritoneal. A dor na descompressão significa a presença do sinal de Blumberg , verificado na palpação profunda.  Pontos ureterais: localizam-se na borda externa dos músculos retos abdominais em dois níveis: na interseção com uma linha horizontal que passa pela cicatriz umbilical e outra que liga as duas espinhas ilíacas ântero-superiores. A maior sensibilidade nestes pontos é encontrada na cólica nefrétrica durante a migração de um calculo renal.

Presença de nodulações: discriminar a localização das nodulações e as características das mesmas.

Presença de herniações: vísceras que ultrapassam a parede abdominal (são bem evidenciadas fazendo uso do sinal de Valsalva ).

Espessura da parede: põe-se a parede abdominal pinçada entre os dedos indicador e polegar. A espessura do tegumento cutâneo encontra-se aumentada na obesidade, pelo aumento do panículo adiposo, e quando há edema, nos casos de anasarca. A diminuição da espessura pode ser por perda de tecido adiposo, nos pacientes emagrecidos, ou devida à desidratação.

Temperatura: identificar áreas com temperaturas acima ou abaixo do normal. Áreas com maior espessura e aumento da temperatura sugerem abscessos.

Continuidade da parede: é avaliada tocando-se a mão por toda a superfície da parede. Deste modo é possível reconhecer diástases ou hérnias. A diástase mais comumente encontrada é a dos músculos abdominais e consiste na separação destes músculos, criando-se, na linha mediana, uma brecha por onde os dedos podem aprofundar-se. A diástase dos retos abdominais é mais frequente acima da cicatriz umbilical.

2. Palpação profunda: tem como objetivo palpar o conteúdo abdominal, procurando visceromegalias ou tumorações. Para que a palpação profunda atinja seu objetivo, é necessário que a musculatura parietal esteja relaxada. Por isso, é aconselhável palpar na fase expiratória. Nessa fase, a pressão intra-abdominal é menor e a musculatura da parede encontra-se mais flácida. Na palpação profunda das vísceras, se faz bimanualmente, com as mãos superpostas. Tenta-se ir um pouco mais fundo do que a palpação superficial, usando a técnica do deslizamento: desliza-se as mãos na superfície abdominal em movimentos de vai-e-vem, pois existem estruturas que não são fixas, mas são móveis. É necessário avaliar fígado , baço , estômago e intestino. Normalmente, as estruturas não são palpáveis. A avaliação dos pontos dolorosos vem por último, aproveitando para avaliar os sinais e evitar a contratura indesejada do abdome.  Órgãos não-palpáveis incluem corpo e antro gástrico, duodeno, vesícula biliar, baço, alças jejunais, cólon ascendente, cólon descendente, bexiga, útero, trompa, ovários.  Órgãos palpáveis incluem a borda inferior do fígado, piloro, ceco, cólon transverso, cólon sigmóide, pólo inferior Rim D (mulher), coluna vertebral.

Palpação do fígado: é importante para encontrar a borda inferior do fígado, abaixo da 12ª costela direita. Para ter noção da localização do fígado, pode-se percutir a região a procura da macicez hepática. A palpação do fígado pode ser feita por meio das seguintes manobras: o Método de Mathieu: o examinador posiciona-se à direita do tórax do paciente com as costas voltadas para o rosto do paciente. A seguir, tenta agarrar com os dedos fletidos das duas mãos (em paralelo, formando uma garra) a borda anterior do fígado durante a inspiração profunda, com se estivesse procurando o fígado abaixo das costelas (no hipocôndrio direito). Antes de chegar a região subcostal, deve-se iniciar a garra desde a região umbilical, para avaliar casos de expansão hepática. o Método de Lemos Torres: com a mão esquerda espalmada sobre a região lombar direita (no dorso) do paciente, o examinador tenta evidenciar (com esta mão) o fígado para frente e, com a mão direita espalmada sobre a parede anterior do abdome, tenta palpar a borda hepática anterior, durante a inspiração profunda, com as falanges distais dos dedos indicador e médio ou em forma de gancho com o polegar e indicador. o Localização do limite inferior do fígado: Mão direita aberta e espalmada na fossa ilíaca direita e subindo, por meio de movimentos telegrafados ascendentes, chega ao hipocôndrio direito, procurando a margem anterior do fígado abaixo do rebordo costal.

o Outra manobra „ realizar uma garra, colocando os dedos indicador e polegar, em garra, na regio do hipocˆndrio direito para tentar palpar o f‚gado durante a inspira†o profunda.

Depois de achada a borda inferior do f‚gado, deve-se verificar a espessura do rgo. O f‚gado sem patologia pode ou no ser palpƒvel. Se palpƒvel, „ macio, tem superf‚cie lisa, borda fina e, usualmente, „ pouco doloroso. Contudo, podemos achar os seguintes par‡metros: borda fina ou romba; avaliar a regularidade da superf‚cie; sensibilidade; consist‰ncia: elƒstica ou normal; firme ou aumentada; diminu‚da; presen†a de nodula†€es hepƒticas; caracter‚sticas da ves‚cula biliar.

Palpação do baço: normalmente, no „ um rgo palpƒvel. O ba†o „ palpƒvel quando atinge duas ou tr‰s vezes o seu tamanho normal. Esplenomegalia reflete em abaulamento do flanco esquerdo. o Para palpƒ-lo, o m„dico se posiciona  esquerda (ou a direita) do paciente, e com a mo direita em garra, procura sentir o p lo inferior espl‰nico durante a inspira†o profunda, abaixo ou junto ao rebordo costal, esquerdo. o O mesmo procedimento anterior „ repetido com o paciente em posi†o de Shuster: em posi†o intermediƒria entre o decŠbito lateral direito e o dorsal, o paciente estende a perna direita e flexiona a esquerda; e p€e o bra†o esquerdo por traz da cabe†a. Isso faz com que a a†o da gravidade desloque o ba†o para diante e para a direita, facilitando a sua palpa†o. o Esplenomegalia – causas: Hipertenso portal, infec†o ou parasitose (mononucleose, hepatite viral, febre tif ide, malƒria, esquistossomose), hematol gica (anemia hemol‚tica, policitemia Vera, leucemia), neoplƒsica (linfomas sim e no de Hodgkin), metab lica (reticuloendoteliose), colagenose (artrite reumƒtica, lŠpus eritematoso), cistos, amiloidose.

Palpação do estômago: avalia-se apenas na regio epigƒstrica, com movimentos telegrafados acima da cicatriz umbilical.

Palpação da vesícula biliar: a ves‚cula biliar em condi†€es normais no „ palpƒvel. Entretanto, „ poss‚vel perceb‰-la, quando for sede carcinoma ou estiver distendida em consequ‰ncia de colecistite ou obstru†o biliar por carcinoma pancreƒtico ( sinal de Corvoisier-Terrier , ver OBS^6 ). A sensibilidade da ves‚cula deve ser avaliada por meio do sinal de Murphy no ponto c‚stico.

Palpação do intestino: segue-se a moldura do intestino, da fossa il‚aca direita  fossa il‚aca esquerda a procura de nodula†€es ou fecalomas.

Palpação da bexiga: acima da s‚nfise pŠbica.

som maci†o. O limite inferior „ em n‚vel dos arcos costais e „ encontrado realizando a t„cnica de modo inverso: iniciando desde a fossa il‚aca direita at„ o rebordo costal direito. Quando, devido a aumento de tamanho, o f‚gado se projeta para limites ainda mais inferiores que o rebordo costal, deve ser relatado a quantidade em cent‚metros do aumento com rela†o s costelas.

OBS^1 : Abordagem semiol gica da ascite: a ascite „ a acumula†o excessiva de fluidos na cavidade do peritˆnio. Essa condi†o patol gica deve ser avaliada por meio das seguintes manobras: o Sinal de macicez móvel: „ avaliado por meio da percusso nos flancos direito e esquerdo e mesogƒstrio com o paciente em decŠbito dorsal e depois, em decŠbito lateral. Em decŠbito dorsal, percute-se macicez nos flancos e timpanismo do mesogƒstrio, devido ao dep sito de l‚quido nos flancos. Contudo, em decŠbito lateral esquerdo, o timpanismo encontra-se em flanco direito e mesogƒstrio, mas com macicez no flanco correspondente ao decŠbito (por estar repleto de l‚quido que se concentrou na regio). o Semicírculos de Skoda: serve para diferenciar uma ascite de pequeno volume de nodula†€es na regio do hipogƒstrio. Com o paciente em decŠbito dorsal, com o leito inclinado em torno de 30‘, percute-se a regio infra- umbilical de forma radiada, em dire†o s fossas il‚acas e hipogƒstrio. Em casos de ascite, observa-se altera†o do timpanismo caracter‚stico da regio do mesogƒstrio e nas fossas il‚acas. o Sinal do Piparote: para a palpa†o da ascite de grau importante. O m„dico, posicionado do lado direito do paciente, percute o lado direito do abdome com pequenos golpes com a ponta dos dedos (como “petelecos”) enquanto a outra mo (a esquerda), fica posicionada no lado oposto s batidas. Se houver l‚quidos, a mo esquerda capta os choques das ondas l‚quidas ocasionadas pelos piparotes. OBS^2 : Sinal de Torres-Homem: realiza-se punho-percusso na regio da loja hepƒtica. Qualquer sinal de dor, caracteriza a presen†a de abscesso inflamat rio hepƒtico. OBS^3 : Sinal de rechaço hepático: serve para avaliar ou encontrar o f‚gado em pacientes com ascite volumosa. Para isso, realiza-se compress€es na regio do hipocˆndrio direito do paciente. Ao se encontrar o f‚gado, o m„dico, ao soltar a compresso, sente o retorno hepƒtico contra a sua mo. OBS^4 : Sinal de Giordano: percute-se este sinal por meio de golpes leves na regio lombar (dorsal) do paciente sentado. Os golpes sero concentrados na regio da loja renal. O desencadeamento de dor por este tipo de percusso (que geralmente faz o paciente retirar o corpo da posi†o normal), sugere afec†€es inflamat rias retroperitoniais (refletindo dor renal ou uret„rica). OBS^5 : Sinal de Jobert: encontro de timpanismo ao n‚vel da linha axilar m„dia sobre a ƒrea hepƒtica ou no pr prio hipocˆndrio direito, indicando a presen†a de ar livre na cavidade peritoneal ( pneumoperitônio ), via de regra decorrente de perfura†o de v‚scera.

AUSCULTA

Ausculta-se os quatro quadrantes, inicialmente, de forma superficial e delicada para avaliar os ru‚dos hidroa„reos. Para avaliar altera†€es no fluxo a rtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se mais o diafragma do estetosc pio ao longo do trajeto mediano da aorta e de seus ramos. Os ru‚dos intestinais so produzidos pela intera†o do peristaltismo com os l‚quidos e gases. A asculta normal do abdome revela ruídos hidroaéreos que refletem o deslocamento dos gases misturados ao bolo alimentar ao longo de uma v‚scera oca. O melhor local para auscultar os ru‚dos hidroa„reos „ na fossa il‚aca esquerda. De um modo geral, a exacerba†o do peristaltismo „ menos significativa que a redu†o. As exce†€es ocorrem na fase final da obstru†o intestinal, nas hemorragias digestivas intraluminares e nas gastroenterites agudas no complicadas. As principais altera†€es a serem pesquisadas durante a ausculta so:  Presença de ruídos hidroaéreos: descrever sua tonalidade, intensidade, timbre e frequ‰ncia (normal entre 5 e 10 por minuto).  Burburinhos : som de gases e l‚quido passando por dobras intestinais.  Peristaltismo da luta : obstru†o.  Íleo paralítico : sil‰ncio abdominal. Caracteriza, na maioria dos casos, situa†€es de p s-operat rio, em que ocorre um silencio abdominal causado por uma resposta de defesa funcional do trato gastrointestinal em consequ‰ncia a um trauma. O retorno dos movimentos deve acontecer entre 24 e 72 h. Se o tempo for maio, indica complica†€es (infec†o peritoneal ou desequil‚brio hidroeletrol‚tico).  Sopros : sugerem aneurismas e compress€es, arteriais, f‚stulas art„rio-venosas.

OBS^6 : Duas considera†€es cl‚nico-semiol gicas devem ser avaliadas e diferenciadas entre si; o O sinal de Corvoisier-Terrier „ caracterizado por tr‰s sinais: icter‚cia, ves‚cula palpƒvel e indolor, aus‰ncia de irrita†o peritoneal. Estes tr‰s sinais em conjunto indicam neoplasia obstrutiva das vias biliares. o A tríade de Charcot „ caracterizada por icter‚cia (baixa intensidade), ves‚cula dolorosa (palpƒvel ou no) e febre. Indica colangite (inflama†o nas vias biliares).

DIAGN

STICOS SINDR†MICOS

DOR ABDOMINAL

Durante a anamnese, é especialmente importante pesquisar todas as características relacionadas à dor abdominal. Esta pode ser responsável por fornecer bases para diagnósticos de síndromes abdominais.  Início : é necessário pesquisar o tempo exato e a intensidade da dor no início.  Localização : é importante descrever a localização da dor no início do sintoma, as alteração na localização e a sua irradiação.  Caráter: Cólica, Contínua, Aguda, Surda, Aperto ou Pulsátil.

Tipo: dor visceral, dor referida ou dor parietal.  Causas e características: cólicas biliares, úlcera duodenal perfurada, apendicite perfurativa aguda, gravidez ectópica, torção do ovário, diverticulite aguda, obstrução intestinal aguda, pancreatite aguda, úlcera gástrica perfurada, etc.  Irradiação:

ABDOME AGUDO

Abdome agudo é toda condição dolorosa dessa parte do organismo, em geral de início súbito e que requer uma decisão rápida, seja ela clínica ou cirúrgica. Constitui um dos problemas mais importantes para o médico não só pela frequência com que ocorre como também pelas dificuldades diagnósticas que pode vir a apresentar. O conceito de abdome agudo pode ser simplificado como qualquer dor que acometa o abdome de um indivíduo previamente sadio, durando cerca de 6 horas e sendo necessária uma intervenção cirúrgica ou clínica. É necessário lembrar que os músculos da parede abdominal anterior e o peritônio subjacente recebem inervação sensitiva dos seis últimos nervos intercostais. Os músculos da parede lateral recebem ainda inervação de T5 a L1. Isso explica que afecções a distância podem ter reflexos nas paredes do abdome; qualquer doença desses nervos ou das estruturas por eles inervadas, dentro ou fora do abdome, pode acarretar uma contratura desse músculo. O peritônio visceral recebe inervação do simpático e do parassimpático. O abdome agudo pode ser classificado por meio da sua respectiva fisiopatologia:

As principais fun†€es dos rins so: o Manuten†o do volume e da composi†o qu‚mica dos l‚quidos corporais:  Forma†o de urina;  Regula†o end crina do volume l‚quido;  Regula†o da presso arterial: sistema renina-angiotensina-aldosterona; Hormˆnio antidiur„tico; Sistema calecre‚na- cinina; Prostaglandinas renais. o Depura†o de produtos qu‚micos end genos:  Excre†o de res‚duos metab licos.  Detoxica†o e elimina†o de toxinas, drogas.  Degrada†o e catabolismo de hormˆnios pept‚dios: insulina, glucagon, hormˆnio do crescimento. o Regula†o da produ†o de hemƒcias pela s‚ntese de eritropoetina. o Regula†o do metabolismo mineral –cƒlcio, f sforo e magn„sio. o S‚ntese de fatores de crescimento.

Ureteres: os ureteres so condutos musculares que se originam na pelve renal, apresentando 30-35 cm com 4- mm de di‡metro. Ao percorrer o abdome, chegam  bexiga desembocado nos seus respectivos stios.

Bexiga: a bexiga „ um rgo muscular oco, formando uma cavidade virtual, situada no assoalho p„lvico e que se continua com a uretra. A localiza†o da bexiga na primeira inf‡ncia „ abdominal, assumindo progressivamente localiza†o p„lvica  medida que a crian†a se desenvolve. O assoalho p„lvico lhe serve de suporte. A parede da bexiga „ formada por uma rede entrela†ada de tecido muscular cujas fibras se orientam para formar o colo vesical.

Uretra: constitui o conduto para elimina†o da urina e, nos homens, ejacula†o e elimina†o das secre†€es prostƒticas.

ANAMNESE Uma hist ria cl‚nica „ a principal chave para o diagn stico das doen†as do sistema urinƒrio. As manifesta†€es das doen†as do sistema urinƒrio incluem altera†€es da mic†o, do volume e do ritmo urinƒrio, altera†€es das caracter‚sticas da urina, dor, edema e febre.

1. Queixas principais Em condi†€es normais de saŠde e em clima ameno, uma pessoa adulta normal eliminar cerca de 800 – 2500 mL de urina por dia. As altera†€es da mic†o, do volume e do ritmo urinƒrio compreendem a hesita†o, a oligŠria, anŠria, poliŠria, disŠria, urg‰ncia, polaciŠria, noctŠria, reten†o urinƒria, incontin‰ncia e piŠria.  OligŠria: excre†o de um volume de urina inferior s necessidades de excre†o de solutos. Clinicamente, convencionou-se chamar de oligŠria uma diurese inferior a 400 mL por dia ou 20 mL/hora. Geralmente decorre de redu†o do fluxo sangu‚neo renal (desidrata†o, hemorragia, insufici‰ncia card‚aca) ou ento por les€es renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda).  AnŠria: diurese inferior a 100 mL/dia. Ocorre na obstru†o bilateral das art„rias renais ou dos ureteres e na necrose cortical bilateral.  PoliŠria: volume urinƒrio superior a 2500 mL por dia. Como o volume de cada mic†o estƒ limitado pela capacidade vesical, verifica-se um maior nŠmero de mic†€es, inclusive  noite. Os dois mecanismos bƒsicos de poliŠria so por diurese osmótica (decorrente da excre†o de um volume aumentado de solutos, determinando maior excre†o de ƒgua) ou por incapacidade de concentração urinária (diabetes insipidus, hipopotassemia).  DisŠria: mic†o associada  sensa†o de dor, queimor ou desconforto. Ocorre na cistite, prostatite, uretrite, traumatismo geniturinƒrio, irritantes uretrais, rea†€es al„rgicas.  Urg‰ncia e PolaciŠria: a urg‰ncia urinƒria significa a necessidade sŠbita e imperiosa de urinar, podendo, mesmo, haver esvaziamento involuntƒrio da bexiga. A polaciŠria „ o aumento da necessidade de urinar, com o intervalo entre as mic†€es inferior a 2 horas, sem que haja concomitante aumento do volume urinƒrio. Estes sintomas so provocados por uma redu†o da capacidade da bexiga, dor  distenso vesical ou por comprometimento da uretra posterior. Decorrem de vƒrias causas, tais como infec†€es, cƒlculo, obstru†o, altera†€es neurol gicas, frio, ansiedade.  Hesita†o: aumento do intervalo para aparecimento do jato urinƒrio. Indica, geralmente, obstru†o do tracto de sa‚da da bexiga. Para conseguir urinar, o paciente faz um esfor†o maior que em condi†€es normais.  NoctŠria (ou nictŠria): necessidade de esvaziar a bexiga  noite. Pode ocorrer na fase inicial da insufici‰ncia renal, insufici‰ncia card‚aca ou em hepatopatias.  Reten†o urinƒria: incapacidade de esvaziar a bexiga, seja parcialmente ou totalmente. Causas: globo vesical, estenose uretral, hipertrofia e neo pr stata, bexiga neurog‰nica;  Incontin‰ncia urinƒria: elimina†o involuntƒria de urina, sendo normal em crian†as at„ 1 ano e meio de idade. Acontece, principalmente, devido a bexiga neurog‰nica, cistites, les€es tocoginecol gicas, hipertrofia prostƒtica.  PiŠria: exist‰ncia de nŠmeros anormais de leuc citos na urina.

A urina normal é transparente e tem uma tonalidade que varia de amarelo claro ao amarelo escuro, conforma esteja diluída ou concentrada. As principais alterações das características da urina são:  Hematúria: significa a presença de sangue na urina, podendo ser micro ou macroscópica. A hematúria pode ser maciça, inclusive com o aparecimento de coágulos. É importante determinar se a hematúria é total (lesões renais ou ureterais), inicial (lesões da uretra distal ou cólon vesical) ou terminal (lesões do trígono vesical).  Hemoglobinúria: presença de hemoglobina livre na urina, secundária à hemólise intravascular (malária, leptospirose e queimaduras).  Mioglobinúria: decorre da destruição muscular maciça por traumatismos ou queimaduras.  Porfirinúria: é consequência da eliminação de porfirinas ou de seus precursores, os quais produzem uma coloração vermelho-vinhosa da urina, algumas horas após a micção.  Urina turva: relato de urina turva ocorre com frequência por causas diversas. Sendo uma solução supersaturada, algumas horas após emitida e guardada em um vaso, a urina pode apresentar precipitação de diversos tipos de cristais (cristalúria), sendo mais frequentes os de ácido úrico, oxalato de cálcio e uratos amorfos, quando a urina é ácida, e carbonatos e fosfatos de cálcio quando a urina for alcalina. A urina turva, formando depósito esbranquiçado e quase sempre com odor desagradável, está associada à infecção urinária, seja cistite, pielonefrite, abscesso renal, perirrenal, uretral ou prostático. Uma causa rara de urina turva é a obstrução de ductos linfáticos. Nestes casos, a linfa ao ser drenada para a pelve renal origina quilúria (causada por filariose, tuberculose ou neoplasias), assumindo a urina uma coloração esbranquiçada e opalescente.  Mau cheiro: o odor característico da urina decorre da liberação de amônia. Um simples aumento da concentração de solutos na urina pode determinar cheiro desagradável. Porém, fetidez propriamente dita surge nos processos infecciosos, pela presença de pus ou por degradação de substâncias orgânicas. Alguns medicamentos (vitaminas, antibióticos) também alteram o odor da urina.  Urina com espuma: pode ser fisiológica em casos de urina muito concentrada ou pode ocorrer em glomerulonefrites, nefropatia diabética, nefrites intersticiais, hiperfosfatúria.

2. Dor originada no sistema urinário A dor originada no sistema urinário pode assumir características diversas. Os tipos principais são: dor lombar, cólica renal, dor vesical, estrangúria e dor perineal.  Dor lombar e no flanco: embora o parênquima renal seja insensível e não gere dor, a distensão da cápsula renal dá origem a uma dor que é percebida na região lombar e flanco. A dor é descrita como uma sensação profunda, pesada, fixa, piora em posição ereta e se agrava no fim do dia. Geralmente, não se associa a náuseas e vômitos. Na síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, nefrite intersticial e pielonefrite aguda este tipo de dor pode estar presente. Se a dor piora com a movimentação, obrigando o paciente a manter-se imóvel, sugere-se inflamação peri-nefrética acompanhada de irritação capsular, nefrite bacteriana, infarto renal ou ruptura de cisto renal. Se a dor localiza-se no ângulo costo-vertebral, sugere rompimento de cisto de rins policísticos. A dor de origem renal pode ficar restrita à área de projeção dos rins (região lombar) ou seguir trajeto uretral alcançando o pênis e o testículo, no caso do homem, ou o grande lábio, no caso da mulher.

Cólica renal: tipo especial de dor decorrente da obstrução do trato urinário alto, com dilatação da pelve renal e ureter e contrações musculares. Seu início pode ser caracterizado por desconforto lombar, com irradiação para o QI do mesmo lado. Rapidamente esta sensação de desconforto evolui para dor lancinante, de grande intensidade, mal-estar, inquietação, sudorese, náuseas, vômitos, dor em cólica. A dor geralmente tem início no ângulo costo-vertebral, lombar e flanco, irradiando-se para fossa ilíaca e região inguinal, testículo e pênis e grandes lábios. Existem algumas variantes clínicas da cólica renal, conforme a altura da obstrução: obstrução na junção uretero- pélvica (dor em flanco; irradia-se QS), obstrução uretero-vesical (disúria, urgência, frequência), obstrução no final do ureter (dor persistente no testículo e pênis ou grandes lábios).

Dor hipogástrica ou vesical: dor originada no corpo da bexiga que geralmente é percebida na região suprapúbica. Quando ela decorre de irritação envolvendo a região do trígono e do colo vesical, a dor irradia-se para a uretra e meato externo, podendo ser relatada como uma sensação de queimor.

Estrangúria: inflamação vesical intensa que pode provocar a emissão lenta e dolorosa de urina. A estrangúria é um tipo de disúria muito mais dolorosa que decorrente de espasmo da musculatura do trígono e do colo vesical.

Dor perineal: infecção aguda da próstata causa dor perineal intensa, sendo referida no sacro ou no reto. Pode causar também estrangúria.

3. Edema O relato de edema constitui uma manifestação marcante nas doenças renais agudas e crônicas. O edema que surge nas doenças renais resulta de diferentes mecanismos patogênicos e tem características semiológicas próprias.

Palpação: A palpa†o dos rins „ feita com o paciente em decŠbito dorsal da seguinte maneira: enquanto uma das mos procura explorar os quadrantes superiores do abdome, a outra, espalmada, empurra o flanco correspondente de baixo para cima, na tentativa de trazer o rim para uma posi†o mais anterior (palpa†o bimanual), semelhante ao Método de Guyon (ver OBS^7 ). Com o paciente em decŠbito dorsal, pode-se pedir para ele por seus membros superiores ao longo do corpo e fletir um pouco seus membros inferiores para s ento realizar a palpa†o. Tendo em vista suas caracter‚sticas anatˆmicas, especialmente sua localiza†o retroperitoneal, „ fƒcil compreender que os rins normais so praticamente inacess‚veis  palpa†o. Entretanto, o p lo inferior pode ser palpƒvel em crian†as e adultos magros com musculatura abdominal delgada. Aumento de ambos os rins decorre geralmente de doen†a polic‚stica ou de hidronefrose bilateral.  Durante a palpa†o dos rins, deve-se avaliar a sensibilidade renal. Muitas vezes a compresso com as pontas do dedo pode ser suficiente para despertar dor. As caracter‚sticas normais do rim so: rgos duros, superf‚cies lisas, borda inferior n‚tida e no doloroso. Algumas manobras podem ser feitas na tentativa de alca†ar o rgo: manobra de Israel (decŠbito lateral oposto ao rim que se deseja palpar); manobra de Trousseau (decŠbito dorsal); manobra de Glenard (decŠbito dorsal); manobra de Bellington (posi†o ortostƒtica).

OBS^7 : Palpação combinada (Método de Guyon): O m„dico deve posicionar ao lado do rim a ser examinado. Por exemplo, para examinar o rim direito do paciente em decŠbito dorsal, a mo esquerda do examinador „ colocada na fossa renal direita e, apoiando-se sobre a cama, impulsiona a massa renal adiante; no flanco, com a mo direita, o examinar espera o momento do recha†o do rim, tentando palpar o p lo inferior do rim direito (mais fƒcil de ser palpado que o esquerdo).

EXAME DOS URETERES Pela palpa†o profunda da parede abdominal anterior podem-se determinar dois pontos dolorosos quando existe infec†o ou obstru†o dos ureteres. O ponto superior fica na parte m„dia dos quadrantes superiores direito e esquerdo, e o inferior, nas fossas il‚acas direita e esquerda. A rea†o dolorosa  palpa†o profunda destes chamados “pontos ureterais” tem significado diagn stico, especialmente quando esto presentes outros dados sugestivos do comprometimento do tracto urinƒrio alto.

EXAME DA BEXIGA A bexiga vazia no „ palpƒvel, por„m, pode haver hipersensibilidade na ƒrea suprapŠbica ao se fazer a palpa†o. Reten†o urinƒria aguda ou crˆnica levando  distenso vesical pode ser percebida pela inspe†o, palpa†o e percusso da regio suprapŠbica. Se houver reten†o urinƒria, observam-se rea†o dolorosa intensa e presen†a de um abaulamento no hipogƒstrio. ’ palpa†o, observa-se uma massa lisa e firme na linha m„dia (globo vesical). Em mulheres, o esvaziamento vesical por cateterismo poderƒ ser necessƒrio para o diagn stico diferencial com cisto do ovƒrio.

EXAME DA PRÓSTATA O exame da pr stata „ feito pelo toque retal. O toque retal „ um exame de extrema import‡ncia para o diagn stico do c‡ncer de pr stata, e depende muito da experi‰ncia do m„dico.  um exame de grande utilidade, com 80% de sensibilidade e 90% de especificidade. Embora a pr stata no seja um componente do sistema urinƒrio, ela se relaciona com a por†o prostƒtica da uretra masculina e, portanto, a pesquisa de altera†€es do volume ou da consist‰ncia desta gl‡ndula torna-se importante para o diagn stico de reten†o urinƒria por hiperplasia da pr stata, por exemplo. O paciente „ deitado na maca em uma posi†o em que o ‡nus seja acess‚vel e relaxado (deitado de lado, apoiado na mesa de exame, de ventre para cima, etc.). O m„dico vestindo luvas, lubrifica seu dedo indicador em uma

solu†o (com ou sem anest„sico). Solicitando que o paciente efetue um leve esfor†o defecat rio, para facilitar a protruso da mucosa, o m„dico insere o indicador no reto passando atrav„s do ‡nus e palpa seu interior. A consist‰ncia normal da pr stata „ glandular ou fibroelƒstica (semelhante  cartilagem do naiz). Altera†€es relacionadas  consist‰ncia ou textura da gl‡ndula deve ser relatada pelo examinador, e tem-se indica†o de bi psia prostƒtica, tais como:

 Presen†a de n

dulo endurecido

 Superf‚cie irregular.

Como 70% dos tumores so de localiza†o perif„rica, „ bastante eficaz o diagn stico por meio deste m„todo. O exame do toque torna-se mais importante que o pr prio PSA – uma vez alterado o toque prostƒtico, indica-se bi psia, independente dos valores de PSA.

bacterianas, iatrogênicas (uso de laxativos), doenças associadas às vilosidades intestinais, tumores secretores de produtos endógenos (linfoma, adenoma de reto), síndrome da cólera pancreática, doenças do colágeno (atrofiam a mucosa), etc. o Diarréia motora: as alterações da motilidade intestinal poderão causar diarréia tanto por permitir crescimento excessivo de bactérias (estase), como por decréscimo do tempo de contanto entre o fluido intraluminal e a superfície absortiva (atividade peristáltica aumentada). O diagnóstico diferencial com diarréia secretora ou osmótica é feito quando se pesquisa a presença de produtos iônicos ou osmoticamente ativos nas fezes e não se encontra. Portanto, a diarréia motora tem como causas comuns:  Motilidade diminuída: com o transito intestinal lentificado, ocorre aumento da quantidade de bactérias na mucosa intestinal, sendo elas responsáveis por desconjugar sais biliares, o que dificulta a absorção de gorduras, causando diarréias. As causas são: desnutrição, diabetes, pacientes em uso de antiperistálticos, doenças do tecido conjuntivo, divertículos, lesões do sistema nervoso autônomo, drogas (opiáceos e anticolinérgicos).  Motilidade aumentada: com o transito intestinal aumentado, a água tem um menor tempo de contato com a mucosa intestinal, diminuindo a sua absorção. As causas são: drogas (propanolol, quinidina), laxativos, hipertireoidismo, diarréias agudas-infecciosas. o Diarréia exsudativa (inflamatória): ocorre uma inflamação difusa na mucosa colônica e ruptura a integridade intestinal que, não somente pode inibir a função absortiva normal do cólon, mas também produzida exsudato inflamatório contendo sangue, pus e muco. A diarréia inflamatória poderá ser causada por lesões não infecciosas que provocam alterações estruturais ou por lesões secundárias a infecções. As principais causas são: infecções bacterianas invasivas, doenças inflamatórias intestinais, colite isquêmica, neoplasias de colo e reto.

 Considerando os critérios cronológicos , classificados a diarréia em diarréias agudas, persistentes e crônicas. o Diarréia aguda: é aquela cujo período de duração não ultrapassa 14 dias e em que o paciente não apresenta sintomas semelhantes antes do início dos sintomas. As causas mais comuns são: infecções, uso de alguns medicamentos, isquemia intestinal (diarréia exsudativa), impactação fecal (causando diarréia motora de transito lento). o Diarréia aguda persistente: quando seu período de duração ultrapassa 14 dias porém é menor que 30 dias. De modo geral, é causada por agentes infecciosos e sua abordagem terapêutica é semelhante à diarréia aguda. o Diarréia crônica: quando seu período de duração ultrapassa 4 semanas. As principais causas são doenças crônicas: má absorção, inflamações ou infecções crônicas intestinais, medicamentos de uso crônico, alcoolismo crônico, divertículos, metais pesados, colites, tumores, etc.

Diagnóstico de diarréia. A abordagem clínica de um paciente com diarréia deve constar a investigação de várias características semiológicas, tais como:  Pesquisar a idade (as doenças inflamatórias intestinais estão presentes em adultos jovens, enquanto que a incontinência fecal, que pode ser confundida com diarréia, pode estar presente no paciente idoso), naturalidade e procedência, profissão (avaliar a exposição a tóxicos ou ingestão de substancias em ambientes comunitários).  Avaliar, durante a HDA, o início e duração dos sintomas, possibilitando classificar a diarréia quanto a sua cronicidade, garantindo uma atuação mais efetiva.  Número de evacuações diarréicas apresentadas diariamente.  Verificar a quantidade de fezes e seus aspectos.  Avaliar a presença de dor abdominal. Quando o problema acontece no intestino delgado ou no cólon proximal, a dor tende a ser intermitente, do tipo cólica, e localizada na região periumbilical ou no quadrante inferior direito. Quando o problema está localizado no cólon distal ou reto, a dor tende a ser em aperto, ocasionalmente contínua, e localizada no hipogástrio, quadrante inferior direito ou esquerdo, ou região sacral. Esta dor geralmente é aliviada com enemas, evacuação ou eliminação de flatos.  Avaliar o volume das fezes eliminadas e atribuir fatores que inferem neste sintoma: quando o volume da diarréia é muito grande, o problema está situado no intestino delgado ou no cólon proximal (por serem os locais de maior absorção de água) e sugerem estímulo secretor. Essas fezes são aquosas, mal cheirosas e não apresentam sangue. Se a diarréia apresenta pequeno volume, provavelmente a doença subjacente estará localizada no cólon distal ou reto. Esses pacientes se queixam de urgência para defecação, mas eliminam apenas pequenas quantidades de fezes, flatos ou muco. As fezes podem ser grudentas ou com aspecto de geléia avermelhada, geralmente misturada com muco, pus ou sangue.  Presença de febre (poderá estar presente na doença inflamatória intestinal ou nas infecções bacterianas provocadas por agentes invasivos) ou emagrecimento (sugerirá má absorção, neoplasias, doenças inflamatórias e tireotoxicose).  Sintomas constitucionais

 Doen†as associadas  Uso de medicamentos, laxativos ou demais drogas.  Investigar sobre os hƒbitos alimentares (carboidratos e fibras).  Pesquisar sobre hist ricos de viagens para ƒreas end‰micas de parasitoses. Existe ainda a chamada diarréia do viajante causada pela Escherichia coli.  Pesquisar antecedentes pessoais e familiares. A hist ria familiar poderƒ identificar parentes de primeiro grau com a mesma doen†a, por exemplo, doen†as inflamat rias, neoplasias end crinas intestinais, diabetes, etc.  A hist ria social poderƒ contribuir para esclarecer os hƒbitos sexuais do paciente (o homossexualismo e a AIDS so condi†€es frequentemente associadas  doen†a diarr„ica).  Exame f‚sico: deve avaliar sinais gerais presentes na pele e mucosas (procura de sinais de desidrata†o), perda de peso significante, febre, artralgias e edemas, linfadenopatias (poderƒ estar presente na AIDS e no linfoma), hipotenso postural, sinais de neuropatia perif„rica, etc.

Exames complementares. No existe qualquer exame complementar que isoladamente permite determinar a base org‡nica ou funcional de uma diarr„ia em pacientes adultos. A solicita†o de exames deverƒ ser criteriosa e sempre orientada pelos resultados da anamnese e do exame f‚sico do paciente. A diarr„ia aguda geralmente „ auto-limitada, sem maiores intercorr‰ncias, e no „ necessƒrio a realiza†o de exames complementares. Deve-se investigar a etiologia da diarr„ia quando o paciente apresentar sinais de hipovolemia, toxemia, distenso abdominal importante, diminui†o de ru‚dos hidroa„reos ou na dor iminente. Na diarr„ia aguda, devemos solicitar exames de fezes. Na diarr„ia crˆnica, al„m do exame de fezes, pode-se fazer exame parasitol gico, retossigmoidoscopia com bi psia, enema opaco e colonoscopia. Os exames laboratoriais incluem:  Exame de fezes: identificação da presença de leucó citos (pi citos), usando o corante de Wrigth, que, quando presentes, indicam infec†o na mucosa intestinal, especialmente Shigella, Salmonela, Cmapylobacter, Yersina e vibri€es no col„ricos; identificação da lactoferrina; presença de sangue oculto nas fezes ; coprocultura.  Exame protoparasitol gico: muito importante para excluso da presen†a de parasitoses intestinais como causa da diarr„ia.  Testes qu‚micos: fezes alcalinizadas podero resultar da presen†a de fenolftale‚na nas fezes por pacientes que abusam deste laxante ou consomem produtos para emagrecer; fezes acidificadas quando o pH encontra-se abaixo de 5,3, como em casos de diarr„ia secundƒria a mƒ absor†o de glicose.

Os exames endosc picos incluem retossigm idoscpia ou sigmoidoscopia com aparelho flex‚vel, que podero ser importantes para o diagn stico do abuso de laxantes, evidenciando a melanose c lica que „ observada com o uso excessivo de catƒrticos antrac‰nicos. O estudo radiol gico de valor no estudo de pacientes com diarr„ia so: transito intestinal, enema opaco, tomografia abdominal, arteriografia mesent„rica.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

A defini†o epidemiol gica de constipa†o intestinal „ baseada na frequ‰ncia de evacua†€es: um m‚nimo de tr‰s evacua†€es por semana. Tem como sinˆnimos “priso de ventre”, “obstipa†o intestinal”, “intestino preso” ou “ressecamento”. Foram estabelecidos crit„rios cl‚nicos que permitem considerar como portadores de constipa†o intestinal os pacientes que, por pelo menos 12 semanas, apresentem duas ou mais das seguintes queixas:

  1. Ocorr‰ncia de pelo menos um dos seguintes sintomas em mais de “ das evacua†€es:  Esfor†o aumentado.  Fezes endurecidas ou em c‚balos.  Sensa†o de evacua†o incompleta.  Manobras digitais para facilitar a evacua†o (digita†o anal ou vaginal, suporte p„lvico).
  2. NŠmero de evacua†€es por semana inferior a 3.

Epidemiologia. Geralmente, a constipa†o se inicia na idade escolar, piora com o passar dos anos e tem seu pico mƒximo durante a velhice. No se sabe porque o transito intestinal lentifica-se nesta faixa etƒria, mas sabe que hƒ fatores relacionados com a constipa†o como o sedentarismo. Foi confirmado ainda que os hƒbitos alimentares tem grande rela†o com a constipa†o: indiv‚duos que ingerem muita massa e pouca fibra tendem a ser mais constipados.

Etiologia. O mal hƒbito alimentar („ necessƒrio ingerir cerca de 1 g de fibra/10kg de massa corporal/dia), o sedentarismo, pouca ingesto de ƒgua, condi†€es trabalhistas, perda do reflexo de defeca†o, hospitaliza†€es, viagens, algumas drogas (analg„sicos, anticolin„rgicos, neurol„pticos, antiƒcidos, magn„sio, uso crˆnico de laxativos), transtornos