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Primeiras aulas onde se inicia o assunto sobre alguns conceitos básicos da disciplina.
Tipologia: Esquemas
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Por envolver diferentes dimensões e aspectos constitutivos, torna-se bastante difícil uma definição de saúde. Ao contrário da doença, cuja explicação foi perseguida de modo incessante pelo homem, a saúde parece ter recebido pouca atenção de filósofos e cientistas. Nesse sentido, não temos a pretensão de encontrar uma acepção única, mas sim de apresentar e confrontar diferentes olhares que se propõem à difícil tarefa de compreensão desse fenômeno. Posto isso, para pensarmos o conceito de saúde, é preciso abordar, também, as concepções de doença. Assim, neste texto, procuramos discutir as concepções e modelos explicativos de saúde e de doença ao longo da história. A maneira como as pessoas e os grupos sociais concebem a doença, a saúde, as suas causas e a relação entre os dois processos. Ainda que não se ache relevante tal exercício, é importante lembrar que mesmo no nosso dia-dia expressamos compreensões sobre saúde e doença. Quando são exibidas reportagens ou propagandas na televisão sobre alimentos, produtos de beleza, remédios e comportamentos saudáveis; quando buscamos diagnósticos e tratamentos cada vez mais específicos; quando organizamos nosso cotidiano em função de nosso bem-estar; ou ainda quando optamos por um determinado estilo de vida, estamos sempre nos referindo a uma determinada compreensão de saúde e de enfermidade. Por outro lado, as políticas e as práticas desenvolvidas nos serviços de saúde, conscientes ou não, estão relacionadas diretamente a determinadas concepções de saúde-doença-cuidado vigentes. Segundo Scliar (2007) o conceito de saúde é reflexo da conjuntura social, econômica, política e cultural. Não será um conceito único para todos. Dependerá da época, do lugar e da classe social; dos valores individuais, concepções científicas, religiosas, filosóficas. Da mesma forma, a doença também terá diferentes concepções.
Na idade média (séculos V a XV), duas concepções sobre a natureza da doença conviveram em relativa harmonia: A teoria humoral - dos médicos eruditos (formados nas escolas) – que explicava o adoecer aos humores do corpo e do ambiente (Rezende, 2009). Mas, ainda que mantidos os princípios hipocráticos neste período, o cristianismo ganhou força com sua teoria do Objetivo: Apresentar e confrontar diferentes olhares da compreensão dos conceitos de saúde ao longo dos anos.
clero que atribuía o adoecer à vontade divina, um castigo ao pecador, ou penitência purificadora imposta a uma pessoa de bem, que assim se tornaria santo (Oliveira; Egry, 2000). No período do Renascimento e no Iluminismo (séculos XVI a XIX) temos uma intensificação do comércio; há um declínio do poderio da nobreza e da igreja e um intenso desenvolvimento do conhecimento no campo da filosofia, das artes e das ciências (exatas, naturais e humanas). O que traz mudanças na maneira de compreender o mundo e nas ideias sobre a natureza e a origem das doenças. Teoria humoral: Normalmente atribuída a Hipócrates (século IV a.C.) era baseada nos opostos: frio-quente e seco- úmido. Nela temos os quatro elementos: água (fria e úmida), terra (fria-seca), ar (quente e úmido) e fogo (quente e seco). Estes, por sua vez, estão relacionados com os fluídos do corpo (humores) e as possíveis doenças, com as eras da vida, com os temperamentos e com estações do ano. A saúde está relacionada ao equilíbrio dos humores corporais: sangue (quente e úmido); fleuma (fria e úmida), a bílis amarela (quente e seca) e a bílis negra (fria e seca). A doença é decorrente do excesso, falta ou acúmulo destes em lugares errados do organismo. Nesse tempo duas concepções explicavam o aparecimento dessas doenças: a teoria miasmática e a teoria contagionista. A tese miasmática associava a “corrupção do ar” (geradora de miasmas) e a insalubridade das cidades como origem do problema. Certas impurezas existentes no ar (miasmas), que se originavam a partir de exalações de pessoas e animais doentes, emanações dos pântanos, de dejetos e substâncias em decomposição cuja presença era detectada através do mau cheiro causavam doenças. Acreditava-se que ao impedir a propagação dos maus odores, seria possível prevenir ou evitar epidemias. Essa teoria “não científica, curiosamente, foi responsável pelo surgimento do movimento higienista no período, que salvou milhões de vidas. Teoria miasmática: por exemplo, o termo "malária", tem origem em mala aria (maus ares), acreditando-se que esta doença era causada pela presença de "mau ar", já que na época acreditava-se que as zonas pantanosas produziam gases e que as populações que habitavam esses locais facilmente adoeciam com malária. Não existia nenhuma preocupação com insetos, ratos ou outros animais, pois ninguém imaginava que eles pudessem transmitir enfermidades. A teoria contagionista explicava que “sementes do contágio”, capazes de multiplicar no organismo de doentes, seriam transmitidas de um sujeito a outro pelo contato direto ou pelo ar. Oliveira e Egry (2000) ressaltam que essas tentativas de explicar o contágio através de pequenas partículas invisíveis que causavam doença deu início a era bacteriológica, com as descobertas de Pasteur, Koch e outros. No final do século XIX (1878), Pasteur demonstra, com o uso do microscópio, que cada doença infecciosa é provocada por microrganismo específico. Esta descoberta dá origem à “ teoria do germe ” (ou microbiana) o que contribuiu para a identificação de inúmeros agentes etiológicos, responsáveis por diversas doenças (carbúnculo, peste bubônica, gonorreia, febre tifoide, tuberculose, cólera, brucelose, cancro mole, febre puerperal, entre outras). O estudo das doenças agrega elementos laboratoriais (uso do microscópio) reforçando a teoria do germe (ou microbiana)