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Guias e Dicas
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Riscos ocupacionais na mineração de areia., Resumos de Segurança do Trabalho

Mineração de areia em Juruti-PA

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 13/10/2019

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adria-souza-da-silva-11 🇧🇷

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I Congresso Amazônico de Mineração, Metalurgia e Materiais - COAMA
Marabá-PA, 6 a 8 de Junho de 2019
IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS NA
MINERAÇÃO DE AREIA EM JURUTI-PA
SILVA, A. S.1, OLIVEIRA, A. C.2.
1,2 Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Faculdade de Engenharia de Minas. e-
mails: adria.souza.as17@gmail.com, amanda.co@ufopa.edu.br.
RESUMO O objetivo deste trabalho foi identificar os principais riscos ocupacionais
presentes em uma mina de areia localiza no município de Juruti-PA por meio de
visitas à mina e observações. Foram levantados os riscos presentes nas operações
de decapeamento, lavra, processamento e manuseio do material. Nove riscos foram
identificados, os quais calor, poeira, ruído, riscos ergonômicos, biológicos e de
acidentes estão presentes em todas as operações. A operação que apresentou a
menor quantidade de riscos foi o processamento mineral, porém apresenta risco
iminente de acidente por queda. Medidas como a utilização de EPI, sinalização na
área da mina e mudanças comportamentais, por meio de conscientização, podem
contribuir para a redução dos riscos. Espera-se que as identificações contribuam para
direcionar as medidas de controle e investimentos na saúde e segurança do
trabalhador da mineradora.
1. INTRODUÇÃO
A indústria extrativa mineral é classificada com grau de risco máximo (GR 4) à
exposição do trabalhador à acidentes no exercício do trabalho ou doenças por motivo
da ocupação que exerce. Os riscos ocupacionais o classificados em físicos,
químicos, biológicos, ergonômicos e acidentais, de acordo com a natureza da
exposição (Brasil, 1978).
A mineração de areia é uma das atividades mais importantes do setor mineral e
possui como características os grandes volumes de produção, alto número de
empresas e trabalhadores, presença em todos os estados brasileiros, predominância
de empresas de pequeno e micro porte, processos mineiros simples, localização
entorno do local de consumo e carências organizacional, tecnológica, financeira e
mercadológica (Serna, Resende, 2013; Luz, Almeida, 2012). No estado do Pará, 97%
das empresas de mineração de areia são de pequeno e micro porte (DNPM, 2017)
que, em sua maioria, apresentam, além das características citadas, pouca
preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador.
No ano de 2017 o total de acidentes ocorridos no setor de extração de pedras,
areia e argila no Brasil foi de 1.099, resultando no maior número de acidentes no setor
das indústrias extrativas minerais (atingindo 39% dos acidentes) (Brasil, 2017). A
legislação que regimenta as medidas de segurança e saúde ocupacional na
mineração é Norma Regulamentadora 22 (NR-22), onde as situações passíveis de
acidentes e as medidas preventivas são apresentadas (Brasil, 1978). Contudo,
observa-se que grande parte das mineradoras de pequeno e micro porte
desconhecem ou não fazem uso das normativas presentes na legislação.
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I Congresso Amazônico de Mineração, Metalurgia e Materiais - COAMA Marabá-PA, 6 a 8 de Junho de 2019

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS NA

MINERAÇÃO DE AREIA EM JURUTI-PA

SILVA, A. S.^1 , OLIVEIRA, A. C.^2.

1,2 (^) Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Faculdade de Engenharia de Minas. e- mails: adria.souza.as17@gmail.com, amanda.co@ufopa.edu.br.

RESUMO – O objetivo deste trabalho foi identificar os principais riscos ocupacionais presentes em uma mina de areia localiza no município de Juruti-PA por meio de visitas à mina e observações. Foram levantados os riscos presentes nas operações de decapeamento, lavra, processamento e manuseio do material. Nove riscos foram identificados, os quais calor, poeira, ruído, riscos ergonômicos, biológicos e de acidentes estão presentes em todas as operações. A operação que apresentou a menor quantidade de riscos foi o processamento mineral, porém apresenta risco iminente de acidente por queda. Medidas como a utilização de EPI, sinalização na área da mina e mudanças comportamentais, por meio de conscientização, podem contribuir para a redução dos riscos. Espera-se que as identificações contribuam para direcionar as medidas de controle e investimentos na saúde e segurança do trabalhador da mineradora.

1. INTRODUÇÃO

A indústria extrativa mineral é classificada com grau de risco máximo (GR 4) à exposição do trabalhador à acidentes no exercício do trabalho ou doenças por motivo da ocupação que exerce. Os riscos ocupacionais são classificados em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentais, de acordo com a natureza da exposição (Brasil, 1978).

A mineração de areia é uma das atividades mais importantes do setor mineral e possui como características os grandes volumes de produção, alto número de empresas e trabalhadores, presença em todos os estados brasileiros, predominância de empresas de pequeno e micro porte, processos mineiros simples, localização entorno do local de consumo e carências organizacional, tecnológica, financeira e mercadológica (Serna, Resende, 2013; Luz, Almeida, 2012). No estado do Pará, 97% das empresas de mineração de areia são de pequeno e micro porte (DNPM, 2017) que, em sua maioria, apresentam, além das características citadas, pouca preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador.

No ano de 2017 o total de acidentes ocorridos no setor de extração de pedras, areia e argila no Brasil foi de 1.099, resultando no maior número de acidentes no setor das indústrias extrativas minerais (atingindo 39% dos acidentes) (Brasil, 2017). A legislação que regimenta as medidas de segurança e saúde ocupacional na mineração é Norma Regulamentadora 22 (NR-22), onde as situações passíveis de acidentes e as medidas preventivas são apresentadas (Brasil, 1978). Contudo, observa-se que grande parte das mineradoras de pequeno e micro porte desconhecem ou não fazem uso das normativas presentes na legislação.

O curso Engenharia de Minas por meio do projeto de extensão “Mineração: conhecendo a realidade que nos cerca” busca contribuir com o setor mineral do município, unindo esforços para implementação de medidas de prevenção e gerenciamento de riscos por meio de conscientização e treinamentos, buscando tratar do assunto de forma simplificada para que seja compreendido pelos mineradores. Assim, este trabalho foi proposto com o objetivo identificar os riscos ocupacionais presentes nas operações de decapeamento, lavra, processamento e manuseio do processo produtivo de areia em Juruti.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado por meio de observações das atividades desenvolvidas em uma mina de areia no município de Juruti, que produz areia fina e areia grossa. As observações foram realizadas nos meses de fevereiro e abril de 2019. Os principais riscos associados às operações de decapeamento, lavra, processamento e manuseio de material foram identificados e uma análise qualitativa foi realizada.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 apresenta os riscos identificados nas operações de decapeamento, lavra, processamento e manuseio do material (carregamento do material dentro da mina e transporte dos produtos). Os primeiros riscos ocupacionais observados foram os físicos – relacionados a emissão de poeira, ruído e calor. A exposição aos riscos físicos foi identificada em todas as operações. A poeira é consequência do desmonte mecânico, da movimentação de material com granulometria fina pela pá carregadeira e do trânsito de caminhões. A maior exposição ocorre porque os equipamentos de carregamento não possuem portas e os caminhões são operados com os vidros das janelas abertos. A empresa possui 4 unidades de pá carregadeiras, das quais nenhuma possui porta. Não foi observado o uso de máscara para minimizar a exposição. Além da emissão de material particulado, a movimentação das máquinas produz a emissão de ruídos e vibração no interior dos veículos, provocando desconforto ao operador. Não há utilização de protetores auriculares para minimizar os ruídos. A região amazônica registra temperaturas elevadas durante todo o ano, com média de 26 °C, fato que se agrava nos meses entre julho e outubro. Não há na mina uma área construída para abrigar os operários do calor e da chuva (intempérie constante no clima amazônico) e a empresa não fornece protetor solar.

O risco químico foi observado durante as paradas para manutenção corretiva das máquinas (carregadeiras e caminhões). Não foi identificado o uso de luvas e óculos ou um cuidado para manusear os compostos lubrificantes e combustíveis. A empresa não faz manutenção preventiva de seus equipamentos. O risco acidental de queda foi identificado no processamento da areia por peneiramento a úmido. A peneira tem construção artesanal com tábuas de madeira e uma tela de aço e possui uma altura de 2,7 metros. Um trabalhador se posiciona na região superior da peneira para segurar uma mangueira de água que permite a lavagem do material. O operador não faz uso de capacete e realiza uma atividade que pode ser facilmente

dos trabalhadores são fatores que contribuem para o aumento dos riscos em uma atividade inerente e de alto risco ocupacional.

Figura 1. Imagens de alguns dos riscos identificados na mina.

4. CONCLUSÃO

Nove riscos ocupacionais foram identificados nas operações de decapeamento, lavra, processamento e manuseio do material dentro da mina. As operações de decapeamento, lavra e manuseio, por serem realizadas por máquinas, estão sujeitas a todos os riscos ocupacionais estudados, uma vez que as máquinas não apresentam as condições ideais para uso. O processamento da areia foi a atividade que apresentou menor exposição aos riscos, o que poderia ser ainda menor caso fosse utilizado um equipamento adequado ao peneiramento de minérios. Espera-se que as identificações de riscos contribuam para direcionar medidas de controle e investimentos, a fim de melhorar as condições de segurança e saúde do trabalhador. O próximo passo para a continuação deste trabalho será medir o nível da emissão do material particulado no ambiente da mina.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA FAZENDA, SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA, EMPRESA DE TECNOLOGIA E INFORMAÇÕES DA PREVIDÊNCIA. Anuário estatístico da previdência social. Brasília: MF/DATAPREV, 2017. Disponível em:< http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/04/AEPS-2017-abril.pdf>. Acesso em: 04 maio 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n° Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de

  1. Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil , Brasília, 6 jul. 1978. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-22.pdf. Acesso em: 05 maio 2019.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL – DNPM. Anuário mineral estadual

- Pará. Brasília: DNPM, 2017.

LA SERNA, H. Á., REZENDE, M. M. Agregados para a construção civil. Disponível em: http://www.dnpm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/outr as- publicacoes-1/8- 1 - 2013 - agregados-minerais. Acesso em: 20 jun de 2018.

LUZ, A. B., ALMEIDA, S. L. M. Manual de agregados da construção civil. 2.ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2012.