Sala São Paulo: Arquitetura e Acústica, Esquemas de Arquitetura

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SALA SÃO PAULO

soluções adotadas visando o bom desempenho acústico

DISCENTE:ANA JULIA MARQUES E FERNANDA BORIN

DOCENTE: BEATRIZ ARANTES

EXPRESSÃO DE UMA ARQUITETURA ECLÉTICA TRAZENDO EMENTOS NEOCLÁSSICOS, A ESTAÇÃO SOROCABANA É UM

EDIFÍCIO DESLOCADO. JÁ QUE, FOI PROJETADA NA DÉCADA DE 20 PARA UMA CIDADE ESTIMULADA PELO CAFÉ E

PELA FERROVIA, EM UM CONTEXTO URBANO CHEIO DE MUDANÇAS E INPLANTAÇÕES. A OBRA PASSOU POR MUITAS

INTERVENÇÕES DURANTE O PASSAR OS LONGOS ANOS EM QUE FOI CONSTRUÍDA, DEVIDO A FALTA DE UNIDADE DE

ESTILO QUE A OBRA FOI FEITA. LOGO DEPOIS, DURANTE OS ANOS 40, AS RODOVIAS PASSAM A SER PRIORIZADAS

PELO GOVERNO E A FERROVIA COMEÇA A FICAR SUCATEADA. EM 1951, SEU NOME MUDA PARA ESTAÇÃO JÚLIO

PRESTES. EM 1992, O PRÉDIO É RESTAURADO POR PARTES: VITRAIS, TORRE E CONCOURSE. EM 1997, APÓS A

PRIVATIZAÇÃO DA FERROVIA, O GOVERNO DESTINA O EDIFÍCIO A UM COMPLEXO CULTURAL, OPTA-SE POR

ADAPTÁ-LO PARA SE TORNAR SEDE DA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

UMA DAS CASAS DE CONCERTOS MAIS CONHECIDAS E INPORTANTES DO PAÍS, A SALA SÃO PAULO SE ENCONTRA

NO EDIFÍCIO DA ESTRADA DE FERRO DE SOROCABA. PROJETADA EM 1925, MAS SÓ CONCLUÍDA EM 1938 PELO

ARQUITETO CHRISTIANO STOCKLER DAS NEVES.

O LOCAL JA ERA USADO PARA REALIZAÇÕES DE EVENTOS INSTITUCIONAIS, QUANDO NA DÉCADA DE 90 A

SECRETARIA DA CULTURA DE SÃO PAULO TOMA SEU CONTROLE E A TRANSFORMA NO COMPLEXO CULTURAL JÚLIO

PRESTES. LOCALIZADA PERTO DA PINACOTECA E DO MUSEU DE ARTE SACRA. DEVIDO A SALA SÃO PAULO HOUVE A

REVITALIZAÇÃO DA REGIÃO.

NO INÍCIO DE 1997 NELSON DUPRÉ FOI ESCOLHIDO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA, ATRAVÉS DO

ENGENHEIRO ISMAEL SOLÉ, A PARTICIPAR DA CONCORRÊNCIA PARA O RESTAURO DA ENTÃO CONHECIDA ESTAÇÃO

JÚLIO PRESTES E SUA ADEQUAÇÃO PARA O USO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, COM A

IMPLANTAÇÃO DE UMA SALA DE CONCERTOS. SEUS DESAFIOS ERAM ENORMES JÁ QUE ERAM NECESSÁRIOS

ISOLAMENTO E TRATAMENTO ACÚSTICO, RESTAURAÇÃO E NOVA ARQUITETURA NO EDIFÍCIO. ATRAVÉS DE ESTUDOS

DE OUTRAS SALAS DE CONCERTOS LOCALIZADAS NA AMÉRICA DO NORTE E EUROPA O PROJETO COMEÇOU A SER

DESENVOLVIDO, TENDO ATENÇÃO PARA SEU PALCO, SISTEMAS ACÚSTICOS, ÁREAS DE APOIO, ACESSOS E FLUXOS,

SENTINDO COMO ELAS SOAVAM, VAZIAS OU EM CONCERTOS.

O CONCEITO UTILIZADO PELO ARQUITETO FOI QUE SE O PONTO DE EMISSÃO DO SOM NO PALCO FOR FIXO, PARA SE

TER UMA REFLEXÃO SONORA MULTIDIRECIONAL SEMPRE DIFERENCIADA, BASTA SE TER UM MESMO ELEMENTO

MULTIFACETADO QUE SE REPITA EM TODAS AS FACES DE TODAS AS NOVAS SUPERFÍCIES.

DEVIDO AO ÓTIMO PROJETO DA SALA SÃO PAULO, ELA RECEBEU O PRÊMIO DE HONRA 2000 DA USITT – UNITED

STATES INSTITUTE FOR THEATRE TECHNOLOGY. TAMBÉM FOI TOMBADA COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO PELO

CONDEPHAAT, A SALA SÃO PAULO FOI INAUGURADA EM 9 DE JULHO 1999 COM A APRESENTAÇÃO DA SINFONIA A

RESSURREIÇÃO, DE GUSTAV MAHLER, PARA SER MANTIDA COMO IMPORTANTE MARCO DE NOSSA CIDADE.

A SALA SÃO PAULO

O FORRO DA SALA É COMPOSTO POR QUINZE PAINÉIS, COM ESPAÇAMENTOS CUIDADOSAMENTE DEFINIDOS; A SUA

MOVIMENTAÇÃO PERMITE O AUMENTO CONTROLADO DO VOLUME DO INTERIOR DA SALA E TAMBÉM DE SEU TEMPO

DE REVERBERAÇÃO.ISSO POIS CADA TIPO DE MÚSICA É CRIADO PARA UM TIPO DE ESPAÇO E DECORRENTE A ISSO

COM CARACTERÍSTICAS DIFERENTES DE REVERBERAÇÃO.

O QUE INDICA A DEMORA VERIFICADA ENTRE A EMISSÃO DE UM DETERMINADO SOM ATÉ ESSE SOM TORNAR-SE

INAUDÍVEL É O TEMPO DE REVERBERAÇÃO.

SEU FORRO MÓVEL PERMITE, QUE, ALÉM DE UMA SIMPLES REGULAGEM ‘FORRO ALTO = ALTO TEMPO DE

REVERBERAÇÃO’, ‘FORRO BAIXO = BAIXO TEMPO DE REVERBERAÇÃO’, UMA MAIOR EXPERIMENTAÇÃO EM ALTERAR

A CLAREZA EM UM AMBIENTE DE TEMPO DE REVERBERAÇÃO AJUSTÁVEL.

SENDO UMA SALA COM CERTA 'REGULAGEM' ACÚSTICA, A SALA SÃO PAULO, É RELEVANTE PARA ACOMODAR

OUTROS TIPOS DE SUTILEZAS ACÚSTICAS. QUANDO O FORRO SOBE OU DESCE, ELE AUMENTA OU DIMINUI O

VOLUME DE AR DENTRO DA SALA. ESTE MOVIMENTO MODIFICA EFETIVAMENTE O DIMENSIONAMENTO FÍSICO E,

DECORRENTE A ISSO, O TEMPO DE REVERBERAÇÃO DO SOM. ALÉM DISSO, POR SER RETANGULAR E ‘ESTREITA, A

SALA SÃO PAULO TEM AS REFLEXÕES PRIMÁRIAS DO SOM CHEGANDO LATERALMENTE E PARECENDO ASSIM

‘ALARGAR’ A FONTE, DANDO A SENSAÇÃO DE ESPACIALIDADE E DE ENVOLVIMENTO.

DEMAIS ATRIBUTOS PARA A ACÚSTICA NO PROJETO DA SALA SÃO PAULO DESEJAVA-SE UMA CERTA PRESENÇA TONAL, POSSUINDO ENVOLVIMENTO, BRILHO E DEVIDO A ESSES FATORES NÃO HOUVE A UTILIZAÇÃO DE CORTINAS E CARPETES NO LOCAL. A ABSORÇÃO ACÚSTICA É CONTROLADA PELA ÁREA DE POLTRONAS, PELO TIPO DE POLTRONAS, PELO NÚMERO DE PESSOAS SENTADAS E TAMBÉM PELO VOLUME DE AR DENTRO DA SALA. AS PAREDES, O FORRO, AS FRENTES DOS BALCÕES, O PISO DE MADEIRA, TODOS TÊM BAIXA ABSORÇÃO ACÚSTICA COMPARADA COM A PRESENÇA DE PESSOAS. A SALA POSSUI UMA CAPACIDADE PARA 1509 OUVINTES, MAS MESMO SEM O PÚBLICO COMPLETO ELA É CONSIDERADA SEMPRE CHEIA. ISSO DEVIDO A UTILIZAÇÃO UMA ESPUMA CAPAZ DE ABSORVER E REFLETIR A MESMA QUANTIDADE SONORA QUE O CORPO HUMANO NAS POLTRONAS. O VÃO MUITO ALTO TAMBÉM PREJUDICAVA O ESPAÇO ACUSTICAMENTE IMPEDINDO QUE A SALA FOSSE VERSÁTIL, SEM PODER ATENDER A ESPETÁCULOS MENORES. DEVIDO A ESTE FATOR, O ARQUITETO TEVE A IDEIA DE FAZER UM FORRO MÓVEL, ENTÃO O ARQUITETO TEVE O CUIDADO DE BLOQUEAR TANTO AS VIBRAÇÕES ORIGINADAS PELOS TRENS QUANTO AS DE BAIXA FREQÜÊNCIA.

A PRESENÇA EXUBERANTE DE SONS DE BAIXA FREQUÊNCIA (SONS GRAVES) DEPENDE DE PAREDES, TETOS E PISOS

DE MATERIAIS SÓLIDOS E COM BAIXA ABSORÇÃO ACÚSTICA.

NA SALA SÃO PAULO HÁ UMA GRANDE QUANTIDADE DE PEQUENAS IRREGULARIDADES QUE VÃO DESDE OS CAPITÉIS

DE COLUNAS ATÉ FIGURAS MOLDADAS E RECORTES DE PAREDES. ESTES ELEMENTOS, QUE FAZIAM PARTE DO

PROJETO ARQUITETÔNICO ORIGINAL DA SALA, FORAM ARDUAMENTE TRABALHADOS E PENSADOS NO PROJETO

ACÚSTICO PARA ASSIM GARANTIR BOA DIFUSÃO. ALÉM DELES, HÁ OUTROS ELEMENTOS QUE FORAM ADICIONADOS

PELO PROJETO DA SALA, DEVIDO A ESSAS NECESSIDADES ACÚSTICAS: A FRENTE DOS BALCÕES, A ESTRUTURA DO

FORRO MÓVEL QUE FAZ UM RECORTE COM BORDAS MAIS SALIENTES, O FORRO PROPRIAMENTE DITO E QUE TEM O

MESMO TIPO DE RANHURA DOS BALCÕES, SÃO TAMBÉM IMPORTANTES ELEMENTOS DE DIFUSÃO.

O PROJETO DA SALA NA SALA SÃO PAULO TUDO É ACÚSTICA E TUDO É ARQUITETURA, SEU PROJETO MOSTRA QUE ACÚSTICA E A ARQUITETURA FUNDEM-SE NUM ÚNICO CORPO QUE É A PRÓPRIA SALA. SUA ACÚSTICA FOI 'DESENHADA' JUNTO A ARQUITETURA PERMITINDO COM QUE A SALA RESPONDESSE ACUSTICAMENTE. OS BALCÕES, POLTRONAS, RANHURAS DOS BALCÕES, POSICIONAMENTO DAS POLTRONAS, DISTÂNCIA ENTRE FACES DE BALCÕES E TODOS OS DEMAIS DETALHES JÁ MENCIONADOS. ALÉM DE NELSON DUPRÉ A SALA CONTOU COM A AJUDA DO ENGENHEIRO ACÚSTICO E MAESTRO CHRISTOPHER BLAIR QUE PARTICIPOU DO PROJETO BÁSICO DA SALA. ENTRE OUTROS ASSUNTOS, ELE ESTUDOU AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA SALA EM UM MODELO ACÚSTICO FÍSICO, E QUE SERVIU DE NORTE PARA TODO O PROJETO BÁSICO DA SALA SÃO PAULO. ALÉM DE TODAS AS CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS O ARQUITETO DESTACA TAMBÉM ENORMES DESAFIOS NÃO DIVULGADOS. UM DELES É O PROJETO DOS ISOLADORES DE VIBRAÇÕES DA LAJE FLUTUANTE, NO QUAL ELE TEVE A COLABORAÇÃO DO ENGENHEIRO BERNARD BAUDOUIN. GRAÇAS À SUA INVENTIVIDADE SMBOD CHEGARAM A UMA SOLUÇÃO MUITO EFICAZ, QUANDO PARECIA SER IMPOSSÍVEL OBTÊ-LA NO BRASIL.