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Resumo Completo de Hanseníase – Atualizado, Esquematizado e com Quadro Comparativo, Resumos de Dermatologia

Disciplina: Dermatologia Curso: Medicina Ano: Atualizado em 2025 Autora: Júlia Agra – Acadêmica de Medicina Definição, aspectos gerais e epidemiologia da hanseníase Patogenia e imunologia (resposta Th1 x Th2) explicada com clareza Agente etiológico e formas de transmissão Classificações clínicas (Madrid, Ridley-Jopling e Operacional/MS) Quadro clínico completo com detalhamento das formas: indeterminada, tuberculoide, dimorfa e virchowiana Tabela comparativa entre as formas clínicas Reações hansênicas tipo 1 e tipo 2 Manifestações neurológicas e forma neural pura Diagnóstico clínico e laboratorial, baciloscopia e testes de sensibilidade Esquema de tratamento padronizado (PQT/MDT) Prevenção e controle, incluindo abordagem de contatos e BCG Fontes confiáveis: Dermatologia Azulay e Guia do Ministério da Saúde (2023)

Tipologia: Resumos

2025

À venda por 10/07/2025

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juliaagra 🇧🇷

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HANSENÍASE
DERMATOLOGIA
Júlia Agra
Acadêmica de Medicina
Atualizado em 2025
RESUMÃO
MEDICINA
Dermatologia Azulay, 8ª edição. Parte 14: Dermatoses causadas por
agentes biológicos
Guia prático de Hanseníase, MS, 2023
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HANSENÍASE

DERMATOLOGIA

Júlia Agra

Acadêmica de Medicina

Atualizado em 2025

RESUMÃO

MEDICINA

Dermatologia Azulay, 8ª edição. Parte 14: Dermatoses causadas por

agentes biológicos

Guia prático de Hanseníase, MS, 2023

Hanseníase

1. Conceito

Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae Mycobacterium lepromatosis → agente isolado em alguns países Afeta principalmente pele e nervos periféricos → qualquer órgão que tem macrófagos, exceto SNC Apresentação clínica variável → crônica com períodos de reagudização, chamada reação hansêmica Curável Elevado potencial incapacitante físico e social

2. Epidemiologia

Endêmica em vários países, especialmente em desenvolvimento Ásia, África e América Latina → Índia, BR e Indonésia  79% Brasil : notificação compulsória, alta endemicidade, 55,2% H, Sem predileção por raça/cor,  50% em analfabetos/primeiro grau incompleto, Clusters = áreas endêmicas

Definição de caso (OMS)

Deve ter 1 ou + :

 LESÃOÕES DE PELE COM ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE

 ACOMETIMENTO
DE NERVOS
COM
ESPESSAMENTO
 BACILOSCOPIA
POSITIVA

❗ Lembrando que baciloscopia negativa não afasta diagnóstico

PAUCIBACILAR, quem não o tem é chamado ANÉRGICO e se torna MULTIBACILAR

❗ MUITOS bacilos  MULTIBacilar

POUCOS bacilos  PAUCIbacilar

HLA relacionados ao padrão clínico da doença  HLA, ou Antígeno Leucocitário Humano, é um conjunto de genes no cromossomo 6 que codificam proteínas na superfície das células, cruciais para o sistema imunológico. Essas proteínas ajudam o sistema imunológico a reconhecer células próprias e não próprias, sendo fundamentais na resposta imune e na compatibilidade para transplantes Imunidade inata/celular (inicial) – macrófagos lisam o bacilo, Linf T, Via Th Imunidade humoral (tardia) – falha dos macrófagos, Linf B, mastócitos, Via Th2  uma resposta mais tardia significa em uma maior evolução da doença

Explicação do quadro:

❗ A partir do contato com o M. leprae através da via respiratória, vão

existir três possibilidades de caminhos imunológicos que podem acontecer naquele indivíduo, mas, SEMPRE o bacilo vai ser inicialmente fagocitado pelo macrófago

POSSIBILIDADE 1  POLO HIPERÉRGICO

Fagocitose pelo macrófago  Sistema COMPETENTE (usa via TH1, é Hiperérgico)  Lise TOTAL e eliminação total dos bacilos  Não adoece ou tem uma infecção subclínica  Cura

Nessa mesma possibilidade, mesmo com o sistema competente, se a Lise for PARCIAL  o paciente evolui para HANSENÍASE TUBERCULÓIDE (Paucibacilar)

POSSIBILIDADE 2  POLO ANÉRGICO

Fagocitose pelo macrófago  Sistema INCAPAZ (usa via TH2, é Anérgico)  SEM LISE dos bacilos  Invasão dos gânglios linfáticos  Multiplicação→ Acometimento de pele e nervos periféricos (doença)→ HANSENÍASE VIRCHOWIANA Multibacilar)

❗ Célula de Wirchow é o macrófago cheio de bacilos, conhecido

também como célula espumosa

POSSIBILIDADE 3  INSTABILIDADE DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

O paciente pode migrar para qualquer manifestação da hanseníase O mais comum é esse paciente ter a manifestação de forma incaracterística por anos  HANSENÍASE INDETERMINADA  Máculas hipocrômicas Ele pode também evoluir para a forma DIMORFA/BORDERLINE, que é a forma no meio dos dois polos De repente, o sistema imunológico desse paciente pode funcionar bem, haver lise dos bacilos e evoluir para CURA, ou haver lise parcial e evoluir para TUBERCULÓIDE

Classificação Operacional (MS - Brasil):

Para facilitar o tratamento e superar dificuldades técnicas Baseada no número de lesões: Paucibacilar: até 5 lesões de pele, baciloscopia negativa Multibacilar: mais de 5 lesões ou baciloscopia positiva  Na presença de baciloscopia positiva – tratado como MB, independente do número de lesões

6. Quadro Clínico

INDETERMINADA

Geralmente, a forma inicial da doença Manchas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas com hipoestesia Poucas lesões Bordas com boa ou má definição Sem preferência de localização  Exceto crianças – face e MMII

TUBERCULÓIDE

As lesões podem apresentar aspecto papuloso, agrupando-se em placas eritematosas, de tamanhos variados, bem delimitadas, distribuição assimétrica Lesões circinadas ou anulares, únicas ou pouco numerosas Hipo/anestesia precoce e sempre ocorre Comprometimento neurítico de 1 ou poucos nervos, espessados e podem ser palpados

Necrose do nervo (raro) Sinal da raquete – nervo espessado que forma um trajeto a partir de lesão cutânea (ocorre mais nas reações)

Geralmente simétricas

Cor eritematoacastanhada e eritematoamarelada

Comum hansenomas (nódulos/pápulas)

Pavilhões auriculares infiltrados

Fácies leonina (acentuação dos sulcos e pregas naturais)

Madarose  Raro acometer couro cabeludo, axilas e virilhas

Casos avançados (manifestação tardia) – comum perfuração e desabamento do septo nasal  Nariz em sela

Xerodermia

Mãos e pés infiltrados com alguma cianose

Mucosas nasal, ocular e orofaríngea infiltradas

Obstrução nasal, epistaxe, coriza persistente e voz anasalada

Adenopatia Acometimento de outros órgãos (laringe, testículos, baço, fígado, etc) Anestesia mais tardia em “luvaˮ ou “botaˮ, bilateral Comum polineurite simétrica e traumatismos secundários → Queimaduras, úlceras, bolhas, fissura Fenômeno de Lúcio  Vasculite

Característica Indeterminada Tuberculoide Dimorfa Virchowiana

Número de lesões

Geralmente 1 ou poucas

Poucas 1 a 5, bem definidas

Variável, entre 6 e 10

Numerosas,  10

Aspecto das lesões

Máculas hipocrômicas, mal definidas

Lesões bem delimitadas, secas, eritematosas ou hipocrômicas

Lesões variadas: placas, nódulos e infiltrações

Lesões difusas, nódulos, infiltrações, simétricas

Sensibilidade

Discreta diminuição sensorial

Perda acentuada (anestesia) e sempre ocorre

Parcialmente preservada Alteração tardia

Acometimento neural

Discreto ou ausente

Intenso, com espessamento e dor em

Presente, assimétrico

Generalizado e simétrico

podem sugir, até em grande número Hiperestesia ou acentuação da parestesia sobre as lesões Mais grave em região periorificial Pode ter neurite aguda (dor espontânea ou à palpação dos troncos nervosos - permanente) Pode abrir casos multibacilares Prednisona ou prednisolona 1mg/kg/dia Atenção aos HAS, DM, cardiopatas e com queixas gástricas) Retirada gradual  10 mg/mês após desaparecimento dos sinais inflamatórios

corpo, preferindo superfícies extensoras dos membros e face Tem Sintomatologia sistêmica

  • febre, mal estar, hiporexia, perda ponderal, neuropatia Talidomida  100 a 400 mg/dia, conforme a gravidade  TERATOGÊNICO, PASSAR CONTRACEPTIVO INJETÁVEL
  • BARREIRA 2° linha: Clofazimina 300 mg/dia ou Pentoxifilina 400 mg/dia

8. Manifestações neurológicas

Acometimento das fibras do sistema nervoso periférico sensitivo (anestesia), motor (mão em garra, pé caído) e autonômico (anidrose, ausência de piloereção- “arrepioˮ) Distúrbios sensitivos, motores, tróficos, vasomotores e secretórios Apenas a forma da HI que não tem distúrbios motores ou tróficos, mas qualquer forma clinica pode ter essas manifestações Patogenia parcialmente conhecida – neurotropismo pelas Células de Schwann Bacilo nos vasos sanguíneos e linfáticos - epineuro – endoneuro – fagocitose pelas células de Schwann Inflamação causa espessamento – palpação  Doloroso – casos agudos (neurite)→ incapacidade  Indolor – casos crônicos (fibrose) → irreversível Existe a Hanseníase Neural Pura HNP, forma rara que sem olesão de pele, os nervos são acometidos, afeta sensibilidade primeiro de olhos, mãos e pés → faz testes de sensibilidade térmica, dolorosa, tátil Ordem de acometimento: Térmica→Dolorosa→Tátil

9. Diagnóstico

Clínico, pelo estudo das lesões e acometimento neurologico Baciloscopia ajuda a classificar e tratar  Coleta da linfa do raspado dérmico de pelo menos 4 locais (cotovelos, lóbulos auriculares e lesões cutâneas) Índice Baciloscópico IB  varia de 0 a 6 e corresponde ao nº de bacilos no esfregaço em 100 campos examinados Classificação da OMS Morfologia dos bacilos – íntegros (viáveis) e fragmentados ou granulosos (não viáveis) VV e dimorfos – macrófagos são incompetentes na eliminação dos bacilos mortos

Diagnóstico precoce e tratamento imediato Avaliação e vigilância de contatos domiciliares  Para contatos intradomiciliares - dose única de Rifampicina 600 mg , após exclusão dos diagnósticos de MH e TB Vacinação BCG para contatos Educação em saúde e combate ao estigma

REFERÊNCIAS

Dermatologia Azulay, 8ª edição. Parte 14 Dermatoses causadas por agentes biológicos Guia prático de Hanseníase, MS, 2023