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Resenha crítica do livro "ANNA HOWARTH E AS GUERRAS DAS FRONTEIRAS: LITERATURA, LEI DE TERRAS E COLONIALISMO EM SWORD AND ASSEGAI"
Tipologia: Resumos
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Resenha crítica apresentada para obtenção de nota da disciplina de Iniciação à Pesquisa Histórica, pelo Curso de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste, ministrada pela professora Rosemeri Moreira. Referência: DA SILVA, E. Anna Howarth e as guerras das fronteiras: literatura, lei de terras e colonialismo em Sword and Assegai (África do Sul, década de 1890). Escritas do Tempo , v. 3, n. 8, p. 30-50, 27 ago. 2021. Julianne Miranda Cavalcanti da Silva Evander Ruthieri da Silva é o autor do artigo científico intitulado “ Anna Howarth e as Guerras das Fronteiras: Literatura, Lei de Terras e Colonialismo em Sword and Assegai (África do Sul, Década de 1890)” , publicado na revista Escritas do Tempo , v. 3, n. 8, p. 30-50, 27 ago. 2021. O autor é licenciado e bacharel em História pela Universidade Regional de Blumenau (2012); concluiu o Mestrado em História, com bolsa da CAPES, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2016; realizou estágio em pesquisa de doutorado no exterior na University of Exeter (Reino Unido) e concluiu o doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná em 2020, com bolsa pela CAPES. Atualmente atua como professor adjunto na Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA) e é pesquisador do Centro de Memória Oral e Pesquisa em História (CEMOPE), na linha de pesquisa Cultura Histórica, Literatura e Memória, e membro do grupo de pesquisa Arte, Memória e Narrativa (AMENA/UFPR). O artigo “ Anna Howarth e as Guerras das Fronteiras: Literatura, Lei de Terras e Colonialismo em Sword and Assegai (África do Sul, Década de 1890)” tem como objetivo analisar a obra Sword and Assegai , publicada em 1899, da autora Anna Howarth e contrapor sua narrativa literária, com o contexto social e político da região do Cabo Oriental, na África do Sul, decorrente das mudanças sofridas com a aprovação da legislação segregacionista e das leis de terras. O artigo é dividido em três partes, que aqui chamarei de tópicos, além da introdução e as considerações finais; Na introdução Ruthieri apresenta brevemente os pontos que abordará ao longo do texto, fala brevemente sobre o sul da África do sul as
transformações político-sociais que ali ocorriam entre as décadas de 1870 a 1890 e demarca quem vai ser o principal alvo de sua pesquisa, neste caso a romancista e enfermeira Anna Howarth. Seu artigo dentro de 21 páginas consegue montar, com êxito, toda a sua narrativa e argumentação. Em seu primeiro tópico intitulado “Uma enfermeira britânica no veld sul-africano” o autor começa dando um pequena introdução sobre quem é Anna Howarth, ele conta que seu pai era um capelão em uma paróquia em Londres e que depois de sua morte a família de Howarth passou por algumas dificuldades financeiras, as quais podem ter influenciado Anna a migrar para África e lá deu início em sua carreira de enfermeira. “[...] entre 1895 e 1902, Howarth escreveu e publicou quatro romances ambientados no interior sul-africano, nos quais elabora uma série de reflexões acerca da formação da sociedade colonial: Jan: An Afrikander (1897), Katrina: A Tale of the Karoo (1898), Sword and Assegai (1899) e Nora Lester (1902).” (DA SILVA, 2021, p.32) Ainda no primeiro tópico Ruthieri fala mais sobre a sociedade do Cabo Oriental e os problemas político-sociais que enfrentavam antes e depois da chegada de Howarth a região; “Desde a década de 1870, a Colônia do Cabo, parte das posses britânicas na África, havia estabelecido um sistema político semiautônomo, com eleições locais e administração própria, e um primeiro-ministro responsável pelo parlamento, o que limitava a autoridade do governador colonial.” (DA SILVA, 2021, p. 32) Ruthieri fala que ao longo dos anos várias medidas restritivas foram tomadas, no Cabo, com o objetivo de diminuir o direito político de sul-africanos negros; o autor ainda fala sobre as “guerras das fronteiras” travadas entre os povos Xhosa (seus principais grupos sendo os Gcaleka e os Rarhabe/Ngqika) e os colonos brancos; porém quando Anna Howarth migrou para a região do Cabo Oriental a maior parte dessas guerras haviam terminado, o que não a impediu de escrever sobre essa época em seus romances. Em seu segundo tópico, de título “Entre a espada e a azagaia” o autor introduz e traz a debate o livro “Sword and Assegai” de Anna Howarth; em suas primeiras falas Ruthieri nos conta sobre o romance que se passa na região de Grahamstown, que não pelo acaso é também o local onde reside Howarth, no interior do Cabo Oriental entre 1834 e 1853 (período em que ocorreram as guerras das fronteiras), e sobre seu protagonista de nome Maurice Brownlow é um jovem colono branco órfão que vive na fazenda de sua família; aqui podemos perceber
seria transmitida apenas ao primeiro filho homem do proprietário, implicava na formação de um amplo contingente de africanos negros sem terras ou propriedades, obrigados a buscar empregos na colônia, especialmente nas fazendas de colonos brancos e na mineração de ouro e diamantes (BOUCH, 1993, p. 1-3). Um item adicional à lei, um imposto per-capita de 10 xelins, reforçaria a busca por trabalho remunerado para essa população masculina sem-terra.” (DA SILVA, 2021, p.43) Ainda no terceiro tópico Ruthieri fala também sobre a lei “Native Locations Land and Commonage Act n. 40 of 1879” feita por Cecil Rhodes, o então recém nomeado primeiro-ministro em 1890, esta lei focava diretamente no controle de mão de obra para a indústria mineradora. Também foi criado o “First Vagrancy Act n. 23” que definia que todos aqueles que não tivessem meios de sustentação ou estivessem longe de seu território de origem seriam considerados vadios. E como um de seus últimos pensamentos no artigo, Evander afirma que Anna Howarth usa sua obra literária como uma espécie de justificativa para a ação da legislação de terras, mostrando, em suas narrativas, os Xhosa como "bárbaros e selvagens”, apoiando a apropriação de terras ancestrais Xhosa. O artigo de Evander Ruthieri da Silva é bem fundamentado, faz uma boa abordagem do tema que se propõe a analisar e mesclar, com facilidade de entendimento, as áreas de história e literatura pois através de sua análise crítica a obra de Anna Howarth o autor conseguiu mostrar para nós, leitores, não só como foi o processo de colonização da África do Sul, como também o jeito que ele foi retratado em obras literárias da época e como um livro não pode ser escrito sem demonstrar as opiniões de seu autor sobre os acontecimentos narrados na estória que remetem, muitas vezes, a fatos e temas históricos vividos pela sociedade na qual esse autor está inserido. Recomendo esse artigo “ Anna Howarth e as Guerras das Fronteiras: Literatura, Lei de Terras e Colonialismo em Sword and Assegai (África do Sul, Década de 1890)” de Evander Ruthieri da Silva para aqueles estudantes de história que buscam saber mais sobre o colonialismo na África e também como não tem como separar a obra do autor, umas vez que este deixa transparecer em suas obras as suas opiniões pessoas e o seu modo de ver o mundo. Resenha realizada por Julianne Miranda Cavalcanti da Silva, acadêmica do Curso de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).