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Relatório pré campo - Prática integrada
Tipologia: Trabalhos
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Compartilhado em 19/04/2020
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Trabalho apresentado à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) como avaliação parcial da disciplina Prática Integrada de Geologia Estrutural e Petrologia, ministrada pelos professores Alice Cunha da Silva, Gilmara Regina Lima Feio e José de Arimateia Costa de Almeida. MARABÁ – PA
O presente trabalho trata da abordagem dos diversos aspectos geológicos do Cráton Amazônico, Província Carajás e Faixa Araguaia, unidades estudadas ao longo da excursão de campo referente à disciplina Prática Integrada de Geologia Estrutural e Petrologia. O trabalho de campo, associado à aplicação de conhecimentos teóricos, proporcionará um melhor entendimento sobre as unidades geológicas estudadas. 1.1 – LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área de estudo se localiza no sudeste do Pará e norte do Tocantins (Figura 1.1). A excursão de campo será realizada, partindo de Marabá, ao longo da BR-155, nos sentidos Sapucaia-Xinguara, Xinguara-Rio Maria e Rio Maria-Redenção e também ao longo da BR- 153 e TO-164, passando pela cidade de Xambioá-TO. Figura 1 .1 - Mapa de localização e acesso Fonte: Autor
Continental, ambas com marcante atuação no verão e outono. Observa-se gradual decréscimo dos totais pluviométricos de norte e noroeste (2.200 a 2.500 mm/ano) para leste e sudeste (1.700 a 2.000 mm/ano), devido a influência menos expressiva dos sistemas atmosféricos supracitados (NIMER, 1989 apud DANTAS & TEIXEIRA, 2013). 2 – GEOLOGIA REGIONAL 2.1 – CRÁTON AMAZÔNICO O Cráton Amazônico representa uma placa litosférica continental, constituída por um núcleo de idade arqueana, limitado por faixas orogênicas com idades do paleo ao mesoproterozóico, e destaca-se por sua dimensão (cerca de 4.500.000 km^2 ) e por sua importância, sendo esse conjunto tectonicamente estabilizado por volta de 1,0 Ga atrás. É constituído pelo Escudo das Guianas (ao norte) e pelo Escudo Brasil Central (ao sul). É limitado a leste e a sul pelas faixas orogênicas brasilianas e bacias antepaís da Província Tocantins, sendo recoberto a noroeste e sudeste pelas bacias subandinas (VASQUEZ, 2006) (Figura 2.1). Figura 2.1 - Compartimentação geotectônica da América do Sul Fonte: Modificado de Vasquez (2006, pg. 9)
Dentre os diversos modelos evolutivos propostos para o Cráton Amazônico existem duas principais correntes, sendo uma baseada em geologia estrutural e geofísica e a outra baseada em geocronologia e geoquímica isotópica (VASQUEZ, 2006). Esses modelos seguem duas escolas teóricas, a fixista – que considera o cráton como uma grande plataforma continental arqueana, que passou por retrabalhamento crustal e rejuvenescimento termal - e a mobilista – que afirma que a evolução do cráton é resultado de sucessivos episódios de acresção crustal, em volta de um núcleo mais antigo (ROSA-COSTA, 2006). De acordo com a tectônica fixista, destacam-se os trabalhos de Hasui et al (1984), Hasui & Almeida (1985) e Costa & Hasui (1997), autores que definem o Cráton Amazônico como um mosaico de doze blocos tectônicos justapostos, que foram unidos durante arqueano e paleoproterozóico através de colisões diacrônicas, compondo um megacontinente. Esses blocos seriam constituídos por complexos gnáissicos de médio grau metamórfico, além de sequências meta-supracrustais, definindo terrenos do tipo granito- greenstone. De acordo com esse modelo, no final do paleoproterozóico e início do mesoproterozóico haveria uma grande massa continental consolidada, em que atuaram apenas eventos tectônicos extensionais intraplaca (ROSA-COSTA, 2006) (Figura 2.2). Figura 2 .2 - Modelo de compartimentação tectônica segundo Hasui et al****. (1984) Fonte: Modificado de Rosa-Costa, (2006, pg. 10)
denominação e posicionamento dos limites entre as províncias. Sete províncias foram reconhecidas, sendo elas: Carajás-Imataca (3,10 – 2,53 Ga), Transamazônica (2,25 – 2, Ga), Tapajós-Parima (2,10 – 1,87 Ga), Amazônia Central (1,88 – 1,77 Ga), Rondônia-Juruena (1,75 – 1,47 Ga), Rio Negro (1,86 – 1,52 Ga) e Sunsás (1,33 – 0,99 Ga) (ROSA-COSTA,
individualizada adicionalmente e representa uma zona de cisalhamento, de direção NE-SW, que teria produzido deformação e fusões locais nas províncias Transamazônica, Tapajós- Parima e Rio Negro, que afetou rochas de 2,0 a 1,52 Ga (ROSA-COSTA, 2006). 2.2 - PROVÍNCIA CARAJÁS A Província Carajás está localizada na porção do Cráton Amazônico e, segundo Tassinari & Macambira (2004), está inserida na Província Amazônia Central. De acordo com Dall’Agnol (2006), a Província Carajás pode ser dividida tectonicamente em Domínio Rio Maria (a sul) e Bacia Carajás (a norte) e, entre esses dois terrenos, um informalmente denominado de Subdomínio de Transição, compreendido no Domínio Carajás (FEIO et al, 2012 apud SILVA, 2013) (Figura 2.5b). Esse domínio se estenderia entre a região situada a norte de Xinguara, passando lateralmente por Tucumã e São Félix do Xingu, até a borda sul da Bacia de Carajás. No entanto, o limite entre o TGGRM e a bacia Carajás permanece ainda indefinido (FEIO, 2011). Figura 2.5 - Mapa geológico da Província Carajás. (A) Cráton Amazônico segundo Tassinari & Macambira (2004). (B) Mapa geológico simplificado Fonte: Santos (2013, pg. 6)
As sequências metavulcano-sedimentares do tipo greenstone belts são agrupadas nos supergrupos Andorinhas e Serra do Inajá segundo DOCEGEO (1988) ou nos grupos Gradaús, Serra do Inajá, Babaçu, Lagoa Seca, Tucumã e Sapucaia (VASQUEZ et al , 2008 apud MONTEIRO et al , 2014). Essas rochas foram metamorfisadas na nas fácies xisto verde a anfibolito durante evento tectonotermal concomitante com a formação de foliação E-W a WNW-ESSE relacionada a zonas de cisalhamento Andorinhas e Gradaús (SOUZA et al , 1990 apud MONTEIRO et al , 2014). Foram reconhecidos três episódios de formação de suítes TTG no Domínio Rio Maria por Almeida et al (2011): 2,96 Ga – Rochas mais antigas do Tonalito Arco Verde; 2,93 Ga – Complexo Tonalítico Caracol, Tonalito Mariazinha e rochas mais novas do Tonalito Arco Verde; 2,86 – Trondhjemito Água Fria. Outras unidade associadas compreendem o Tonalito Parazônia e o Granodiorito Cumaru (MONTEIRO et al , 2014). Greenstone Belts Os Greenstone Belts ocorrem distribuídos por todo o domínio, em faixas orientadas nas direções E-W, NW-SE e NE-SW. Agrupa rochas supracrustais dos grupos Babaçu, Lagoa Seca, Serra do Inajá, Gradaús, Sapucaia e Tucumã, sendo os dois primeiros base e topo do Supergrupo Andorinhas. Ocorrem como estruturas sinformais estreitas e alongadas com trend E-W, circundados por rochas gnáissicas ou cortadas por granitoides de idade arqueana (HUHN et al, 1988, DOCEGEO, 1988, SOUZA et al, 1990 apud SILVA, 2013). Granitoides TTGs antigos (2,98 a 2,92 Ga) A série TTG antiga é representada pelo Tonalito Arco Verde, Trondhjemito Mogno, Tonalito Caracol e Tonalito Mariazinha. Esses granitoides possuem características petrográficas e químicas semelhantes, porém a diferenciação entre eles é baseada nas suas idades de cristalização. O Tonalito Arco Verde mostrou idades U-Pb e Pb-Pb em zircão de 2,98 a 2,93 Ga (MACAMBIRA & LAFON, 1995, ROLANDO & MACAMBIRA, 2003 apud SILVA, 2013 ). O Trondhjemito Mogno possui idades Pb/Pb em zircão de 2,96 Ga (ALMEIDA et al, 2011 apud SILVA, 2013). O Tonalito Caracol possui idade de 2,94 a 2, Ga (Pb-Pb em zircão) (LEITE et al, 2004 apud SILVA, 2013). O Tonalito Mariazinha apresenta idades em torno de 2,92 Ga Pb/Pb em zircão e LA-MC-ICPMS em zircão, sendo interpretadas como idade de cristalização da unidade (ALMEIDA et al, 2011 apud SILVA, 2013). Granito Sanukitoide tipo Granodiorito Rio Maria e rochas afins (~1,87 Ga)
As variedades petrográficas que constituem o Granodiorito Rio Maria foram denominadas por Oliveira et al (2009) de Suíte Sanukitoide. As rochas de composição diorítica, anteriormente identificadas como Tonalito Parazônia (atualmente denominadas Quartzo-Diorito Parazônia) são intrusivas nos greenstone-belts do Supergrupo Andorinhas, nos tonalitos Arco Verde, Mariazinha e Caracol, e no Trondhjemito Água Fria e aqueles de idade paleoproterozoica da Suíte Jamon são intrusivos na Suíte Sanukitoide Rio Maria (OLIVEIRA et al, 2009 apud SILVA, 2013). Leucogranodioritos-granitos (Suíte Guarantã) (~2,87 Ga) A partir de trabalhos realizados por Dias (2009) e Almeida et al (2008) na Folha Marajoara, porção centro-sul do Domínio Rio Maria, foram reconhecidos três grupos de granitos arqueanos. A Suíte Guarantã é formada por três corpos graníticos, sendo eles o Granito Guarantã, o Granodiorito Azulona e o Granodiorito Trairão, intrusivos no Tonalito Arco Verde, todos com similaridades geológicas, petrográficas e geoquímicas. São classificados como epidoto-biotita monzogranitos a granodioritos, com foliação mineral e textura porfirítica (SILVA, 2013). Granitoides TTGs Jovens (~2,86 Ga) Os granitoides TTGs mais jovens descritos no Domínio Rio Maria é o Trondhjemito Água Fria, definido por Leite (2001) como um corpo alongado segundo NW-SE, que aflora no nordeste de Xinguara, intrusivo na porção sul do Grupo Sapucaia e no Tonalito Caracol a oeste, sendo cortado pelo Granito Xinguara ao Sul e contato com rochas da Formação Couto Magalhães a leste. É constituído principalmente por trondhjemitos e subordinadamente granodioritos, foliados e com bandamento composicional. Contem enclaves do Tonalito Caracol, diques e veios leucograníticos correlacionáveis ao Granito Xinguara (LEITE, 2001 apud SILVA, 2013). Leucogranitos potássicos de afinidade cálcio-alcalina (~2,86 Ga) O Granito Xinguara foi definido por Leite (1995) como um corpo com grande homogeneidade textural e composicional, formado por leucomonzogranitos metaluminosos a peraluminosos com altos teores de sílica e álcalis, além de elevadas razões K 2 O/Na 2 O, baixos teores de MgO e moderados de CaO. Leite (2001) dá ênfase ao número de enclaves de natureza tonalítica-trondhjemítica, granodiorítica, quartzo diorítica e quartzo monzodiorítica, correlacionáveis ao Tonalito Caracol e ao Granodiorito Rio Maria, além de enclaves relacionados aos greenstone belts (SILVA, 2013).
A sequência metamorfisada varia desde rochas de baixo grau mtemórfico até rochas de médio grau, reunidas no Supergrupo Baixo Araguaia (ABREU, 1978, HASUI et al , 1984 apud ARCANJO & MOURA, 2000). O supergrupo Baixo Araguaia é a unidade litoestratigráfica de maior expressão areal (ABREU, 1978 apud LAMARÃO & KOTSCHOUBEY, 1996), sendo constituída pelos grupos Estrondo (na base) e Tocantins (no topo). O Grupo Estrondo compreende as formações Morro do Campo e Xambioá e ocorre na parte oriental do Cinturão Araguaia, é uma unidade com metamorfismo de mais alto grau (fácies xisto verde alto a anfibolito médio) (DALL’AGNOL et al , 1988 apud LAMARÃO & KOTSCHOUBEY, 1996). A Formação Morro do Campo é composta por ortoquartizitos, metaconglomerados, muscovita-quartzo xistos e micaxistos grafitosos, com ocorrências locais de cianita, fibrolita e granada. A Formação Xambioá repousa de forma concordante sobre a Formação Morro do Campo e se constitui de micaxistos com intercalações de quartizitos, xistos grafitosos, anfibolitos e mármores. O Grupo Tocantins se localiza nas porções central e ocidental do Cinturão Araguaia e ocupa maior extensão areal. É composto pelas Formações Pequizeiro – composta por clorita-muscovita xistos com intercalações de filitos, quartizitos e xistos carbonáticos - e Couto Magalhães – composta por filitos e ardósias com intercalações de quartizitos, metarenitos, metarcósios, metagrauvacas, metachert, metassiltitos, filitos carbonáticos, metargilitos e calcários (GORAYEB, 1981, HERZ et al , 1989 apud LAMARÃO & KOTSCHOUBEY, 1996). O embasamento do Cinturão Araguaia é constituído por dois domínios: Arqueano e Paleoproterozoico. Na porção oeste é representado por terrenos granito- greenstone arqueanos (2,7 – 2,96 Ga, MACAMBIRA & LAFON, 1995 apud PINHEIRO et al , 2011 ) ou por terrenos paleoproterozoicos do Domínio Bacajá (2,26 – 1,99 Ga, VASQUEZ, 2006 apud PINHEIRO et al , 2011 ). Estudos geocronológicos realizados por Moura & Gaudette (1993) em ortognaisses revelaram que o substrato, ao longo do seu segmento setentrional, é de idade arqueana (2,85 Ga) e paleoproterozoica (1,85 Ga). Dada a similaridade geocronológica e composicional entre esses ortognaisses e os granitoides arqueanos e proterozoicos do sudeste da Amazônia oriental, esse embasamento é considerado como uma extensão do Cráton Amazônico (MOURA & GAUDETTE, 1994 apud ARCANJO & MOURA, 2000).
3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCANJO, S. H. S; MOURA, C. A. V. Geocronologia Pb-Pb em zircão (método de evaporação) das rochas do embasamento do setor meridional do Cinturão Araguaia – Região de Paraíso do Tocantins. Revista Brasileira de Geociências , São Paulo, volume 30, 665 - 670, dezembro de 2000. DANTAS, E. D; TEIXEIRA, S. G. Origem das paisagens. In: JOÃO, X. S. J; TEIXEIRA, S. G; FONSECA, D. D. F. Geodiversidade do Estado do Pará. Belém: CPRM,
ROSA-COSTA, L. T. _Geocronologia 207 Pb/_^206 _Pb, Sm-Nd, U-Th-Pb e 40 Ar-_^39 _Ar do
segmento sudeste do escudo das guianas: Evolução crustal e termocronologia do Evento Transamazônico._ 2006. 226f. Tese de doutorado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2006. SANTOS, P. A. Geologia, petrografia e geoquímica da associação Tonalito- trondhjemito-granodiorito (TTG) do extremo leste do Subdomínio de Transição, Província Carajás. 2013. 111f. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. SILVA, C. R. P. Geologia, petrografia, geoquímica das associações TTGs de leucogranodioritos do extremo norte do Domínio Rio Maria Província Carajás. 2013. 76f. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. VASQUEZ, M. L. Geocronologia em zircão, monazita e isótopos de Nd das associações litológicas da porção oeste do Domínio Bacajá: Evolução crustal da porção