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Quadro da Arquitetura ne Brasil Neuro Daria por Gordura Cale Equipo de realização Revisto Gusaddo Detail Sora Presraniação Sudecira Micin Los Desenhe Reis SD idantio Prado Deita ON iso vie Adi Cura Sº edição esenvadrs EDITORA PERSPECTIVA S.A dv Brig Lois Antônio, 30, OI! -900 — São Paulo - SP — Brasil Telefone: (0--11; 885-8388 Fax: (6-1 B8S-657% ww editoraperspecuva com.br 2000 A Ruth, minha mãe SUMÁRIO Nota Introdutória LOTE URBANO E ARQUITETURA NO BRASIL ore urbano e arquitemra 15 2 O Jote urbano colonial 21 à A implanta: da arquitetura no século XIX 3a 4 A implantação da arquitetura no século XX S3 Ss Brasília 92 o Uma nova perspectiva 105 ARQUITETURA BRASILEIRA NO SECULO XIX 1. O neoclássico na Academia Imperial 113 2. O necclássico nas províncias 123 3. Interpretação do neoclássico 135 4. As condições da arquitetura na segunda metade do século 145 S. A evolução das técnicas construtivas 155 6. As residências 169 7. Critica do ecletismo 179 SOBRE O PATRIMÔNIO DE CULTURA 189 Bibliografia 205 Bibliografia do autor 207 Indice das ilustrações 209 puramente formais, para relacionar a arquitetura com um quadro mais amplo, especialmente com as estruturas urbanas ” e com as condições de evolução social e cultural do Brasil, isto é, tínhamos necessidade de deixar de encará-la como simples transposição de arquitetura européia, para reconhecer a evolu ção de suas condições concreras de produção c uso no país. Assim, os ensaios publicados no “Suplemento Literá- so” entre 1963 e 1969, alguns deles, com pequenos acréscimos, apareceram em Acrópole, revista especializada em assuntos de arquitetura — ainda que tratando de proble- mas diversos entre si, têm uma linha comum de desenvol- vimento. Por isso, talvez, a generosidade de Aracy Amaral e dos demais críticos « artistas, que compõem o Conselho Editorial da Coleção “Debates”, conseguiu encontrar inte- resse em reuni-los sob a forma de livro. Esse material, agora tratado com roupagem nova, upresenta vbservações alinhadas ao tongo de pesquisas so- bre três áreas principais. A primeira série de ensaios procura destacar u interdependência entre os modelos de arquitetura urbana utilizados no Brasil e as estruturas das cidades em que estão inseridos — isto é, 0 quadro urbano — indicando si- multancamente as diretrizes seguidas pela evolução, nao tempo, desse conjunto de relações e as formas que atingem na atualidade, bem como suas perspectivas de desenvolvi- mento. Esses estudos mostram o jogo complexo das relações entre os espaços públicos e os espaços privados. entre a pro- priedade e os interesses coletivos, entre us determinações e os limites da criação, focalizando, a partir do lote urbano, temas depois retomados por vários autores e ainda hoje em discussão, O sentido com que foram ordenadas essas abser- vações c as limitações metodológicas do estudo realizado estão indicados em uma nota preliminar da própria série O segundo grupo reúne as primeiras conclusões de um programa de pesquisa, ainda em andamento, sobre a ar- quitelura brasileira no século XIX, que tem contado com auxítios da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, O tema é especialmente interessante, porque per- mile focalizar as dificuldades do emprego de uma interpre- tação puramente formal para a explicação das transformações ocorridas durunte aquele período da história brasileira. De fato, à primeira vista a evolução da Arquitetura no Jrrasil, durante o século XIX, aparece como um conjunto de fenô- 10 menos de retativa simplicidade. É tácil perceber, por exem- plo, que no início do século, com o processo de inde- pendência política, os padrões barrocas, que haviam preva- Jecido durame o período colonial, são substituídos pelo Neoclássico, que se forna a arquitetura oficial do Primeiro e do Segundo Império, mantendo-se em uso até a Proclama- ção da República. Da inesma forma, não é difícil reconhecer que na segun da metade do século, com a instalação das estradas de ferro e o desenvolvimento das cidades, ocorreu uma crescente in- fluência do Ecletismo — estilo que aproveitava as Lormas ar quitetônicas de todas as épocas e de todos os países — que passou à predominar à partir da proclamação da República. Um exame cuidadoso e ntenos formal, estabelecido com um quadro de referências mais amplo, revela porém que essa evolução é muilo mais complexa do que parece o que a his tória da Arquitetura no Brasil, durante o século XIX, é sobre- tudo a história de um país no qual arquitetos e engenheiros procuram alcançar um certo nível de independência cultural e tecnológica, enquanto as condições econômico-sociais conti- nuam à ser basicamente as mesmas do período colonial. Por fim, com o trabalho sobre o patrimônio cultural, pretendemos pôr em evidência a importância da utilização mais intensa de nosso patrimônio de arte e história, para a realização de programas culturais criativos, nas regiões mais densamente urbanizadas do país. Ao mesmo tempo, destacamos suas repercussões na integração social das po- pulações dessas áreas c suas consequências indiretas para us indústrias do turismo e da cultura. O assunto é analisado a partir das condições culturais que esto ocorrendo na Re- gião Metropolitana de São Paulo mas pexteria servir como introdução ao estudo de problemas que já vão ocorrendo cm diversas regiões do país, como consequência de uma indus- trialização acelerada. A forma pela qual o problema é Toca- lizado de certo modo complementa a perspectiva crítica es- tabelecida para o século XIX: no momento em que o país se propõe a construir a sua independência econômica, a cul- tura e a tecnologia deverão deixar de ser produtos de impor tação, para serem necessariamente elaboradas em nosso pais, para o consumo da própria população “Tanto o conteúdo como a forma de exposição de todos esses trabalhos evidenciam o seu caráter de en- H Lote urbano e arquitetura no Brasil Um traço característico da arquitetura urbana é a relação que a prende ao tipo de lote em que está im- planrada. Ássim, as casas de frente de rua, do período colonial, cujas raízes remontam às cidades medievo-re- nascentistas da Europa, ou as casas de porão habitável com jardins do lado, características do século XIX ou, ainda, os edifícios de apartamento das superquadras de Brasília, são conjuntos tão coerentes, que não é possível descrevê-los completamente sem fazer referência à for- ma de sua implantação. Ao mesmo tempo, não é difícil constatar que os lotes urbanos têm correspondido, em princípio, ao tipo de arquitetura que irão receber: os lotes medievo-renascentistas à arquitetura daqueles tem- pos, os lotes mais amplos do século XIX e início do século XX às casas com jardins particulares e, final- mente, as superquadras à complexidade dos programas residenciais recomendados pelo urbanismo contemporã- neo. As mudanças ocorridas em ambos os setores, através da História, são de molde a indicar a persistên- cia de um conjunto de inter-relações, cujo conhecimen- to é sempre da maior importância, seja para O estudo da arquitetura. seja para O estudo dos aspectos urbanís- ticos. Como ressalva. apenas será de notar que a ar- quitetura é mais facilmente adaptável às modificações do plano econômico-social do que o lote urbano, pois as modificações deste exigem, em geral, uma alteração do próprio traçado urbano. Em decorrência, os sinais da evolução podem ser reconhecidos quase sempre senão sempre — em primeiro lugar no plano arquite- tônico e só depois no urbanístico, onde são fruto de uma adaptação mais lenta. Essa defasagem explica algumas aparentes contradições, como, por exemplo, a utilização corrente de esquemas do século XTX em bairros novos das cidades brasileiras dos dias atuais, quando o seu emprego já vai sendo considerado como um arcaísmo em países mais desenvolvidos. Contudo, como se pocicrá observar do material a seguir apresen- tado, a arquitetura terá que aguardar a evolução dos modelos urbanísticos, para alcançar o pleno desenvol- vimento das soluções arquitetônicas correspondentes. A perspectiva que queremos destacar é, portanto, a da interdependência entre arquitetura e lote urbano, 16 quando são amadurceidos pelas tradições, de modo infor- mal, ou quando são pensados e planejados racionalmente. Isto significa que, ao examinarmos uma arquitetura condi- cionada por um certo estágio tecnológico e por determina- das solicitações de ordem sócio cultural e econômica c, si- multaneamente, ao examinarmos um traçado urhano contli- cionado por outros fatores, admitmos que estes compromis- sus tendem a gerar, dentro das possibilidades cotocadas, ti- pos de relações c configurações que satisfaçam às duas or- dens de solicitações. Essas são, basicamente, as relações en- tre os espaços públicos e os espaços privados. Dentro de intervalos de tempo relativamente longos, tais configurações devem conseguir uma certa validade c, conseguentemente, uma certa estabilidade, tornando-se tradicionais, uma vez que consigam satisfazer à um nú- mero grande de imposições c funções, tanio arguitetôni- cas, quanto urbanísticas, Todavia, as transformações per- manentes dos dif entes fatores de influência, sejam lev- nológicos, sejam econômico-sociais, exigem uma adapta- ção permanente daquelas relações. O desenvolvimento deste processo constitui a evolução da implantação da ar- quitetura urbana. A análise dessas relações e sua evolução oferece, evi- dentemente, possibilidades explicativas relevantes, tanto para 6 estudo da arquiletura, quanto para 6 estudo dos pró- prios fenômenos urbanos. Julgamos então oportuno chamar atenção para o assunto e, sobretudo, para certas conclusões que nos parecem válidas. passíveis de serem tiradas com base no imaterial existente no Brasil. Procuramos dividir o assunto, de modo sumário, fo- calizando o período colonial e os séculos XIX e XX, m as proporções resultaram desiguais, segundo as ne- idades de exposição É conforme a maior cu menor ci- queza do material. À dificuldade mais séria que encontra- mos foi, porém, a ausência de bibfiografia ampla sobre a arquitetura urbana, à qual pudéssemos nos reportar. Desse mudo, quase sempre que se tornava necessário mencionar elementos arquitetôn “ bs, éramos obrigados a apresentar modelos sumários, desdobrando o trabalho, mas, princi- e a arquitetura gabmente citieuttande manuteação de ums úrica lista de exposição Tiuando-se de trabalhos cent as caracteniaticas de ensaio onde anão calteric tuna tentativa de compro o cum o recurso a uma exemplilicação nais ampla ração sistemática de nosses os nos es SUSCEMOS DO IPEnaH - compreendendo materia! de civersas regiões da país e que talvez venha a servir suando nes aprexnta des le tores de cuttros estudos Sé