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Guias e Dicas
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Psicologia Social, Notas de estudo de Psicologia Social

Psicologia Social- Aroldo Rodrigues, Eveline Maria Leal Assmar, Bernardo Jablonski

Tipologia: Notas de estudo

2015
Em oferta
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Compartilhado em 09/04/2015

Tayná_Leal
Tayná_Leal 🇧🇷

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Psicologia^ Social^ cLllll^ manualconsagrado,^ que^ deve^ seu^ grandesucesso^ a^ uma^ combina~ao^ feliz^ deduas^ caracterfsticas^ essenciais^ paratoda obra^ que^ pretende^ tornar^ -sereferencial^ em^ sua^ area:^ a fundamenta~ao^ te6rica^ e^ cientffica,de um^ lado,^ e a^ experiencia^ praticaacademica,^ de^ outro.Desde^ as^ primeiras^ edi~oes^ - que inicialmente^ foram^ elaboradasapenas^ por^ Aroldo^ Rodrigues,^ e foram^ engrandecidas,^ em^ seguida,com a^ contribui~ao^ de^ dois^ ex-alunos^ seus,^ Eveline^ Maria^ LealAssmar^ e^ Bernardo^ Jablonski,igualmente^ professores^ dadisciplina^ de^ Psicologia^ Social- aobra^ apresentou-se^ com^ inegavelqualidade^ de^ conteudo,^ atendendoaos objetivos^ da^ disciplina^ e estruturando-se^ como^ um^ manualde enfoque^ l(~eido^ e^ objetivo,^ lidopor mil^ hares^ de^ estudantes^ noBrasil^ e^ nos^ pafses^ de^ lingua portuguesa^ e^ espanhola^ desde^ o inido^ dos^ anos^ J^ 970.^ Apesar^ de suas^ muitas^ edi~oes,^ os^ autores so uheram^ nao^ apenas^ manter^ a ohra^ atual^ ,^ como^ inserir^ nela^ os r!'sultados^ das^ pesquisas^ mais n•t't'lll('S^ da^ cicncia^ psico16gica^ ,^ de tnmlo^ qu('^ os^ ldtores^ se IU"ndklitsst•m^ d(^ '^ uma^ obra^ sempre n·h·n'llrial^.^ I'm^ outro^ lado,^ rom^ a utilita~ao^ tla~^ t•tli~ot·s^ t'lll^ suas ,Hila~^ ,^ o~^ anton·~^ putlt•ranl^ ohst•rvar .tn·a~;lo^ tlo~^ ah1110~^ t'^ a .tpllt'ahilltlatlt•^ tlo^ lt',lo,^ ohtt•lulo

Psicologia^ Social

©^ 1972,^ 2000,^ Editora Vozes Ltda.Rua Frei Luis,^100 25689-900^ Petr6polis,^ RJInternet: http://www.vozes.com.brTodos os direitos reservados.^ Nenhuma^ parte desta obra podeni ser reproduzida

ou transmitida^ por^ qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletronico

ou^ mecanico, incluindo fotoc6pia e^ grava<;ao)^ ou^ arquivada

em^ qualquer sistema^ ou^ banco dedados sem permissao escrita da Editora.Diretor editorialFrei Antonio MoserEditoresAna Paula Santos Matos jose Maria da Silva Udio Peretti Marilac Loraine OlenikiSecretario executive joao Batista Kreuch Editorar,;ao: Maria da Concei<;ao^ Borba de Sousa Projeto gnifico: AG .SR Desenv.^ Grafico Capa: Omar Santos ISBN 978-85-326-0555-9Editado conforme o novo acordo ortognifico.Este livro foi composto e impresso pela Editora Vozes Ltda.

Dedicat6rias A mcu pai^ ALBERICO^ DA^ CUNHA^ RODRIGUES,^ numa

homenagem^ profundamente^ sin- '^ na^ de^ admira<;ao^ e agradecimento^ por

ele ter sido como^ foi. ^ r^ o/do^ Rodrigues ^ meu^ pai,^ EDUARDO^ ASSMAR,^ urn^ homem

de visao,^ meu^ eterno admirador,^ porter

sa- hldo^ antever^ meus^ caminhos na vida e me preparado para caminha-los. I^ vrline^ Assmar^ ^ lllt'U^ pai^ PIOTR^ JABLONSKI,^ urn exemplo de persistencia e de

amor^ a^ vida,^ porter^ so-

Ill^ t•vivido^ aos campos de^ concentra<;ao^

na Segunda Grande Guerra e^ porter^ recome<;a- dn^ do^ zero a vida^ no^ Brasil.^ llrr^ 11£11^ do^ Jablonski

Sumario l'tt/llrlo, 91111 ' 1 - lntrodu~ao^ ,^11 I l'..,icologia^ Social:^ conceito;^ Psicologia^ Social Cientifica, \pllra~·^ ~)cs^ da^ Psicologia^ Social e^ Tecnologia^

Social; Breve^ hist6rico,^13 1 Mctodos^ de^ investigar,;ao^ em^ Psicologia

Social,^32 11 II '^ II^ -^ Entrando^ em^ contato^ como^ ambiente

social,^51 <^ ogni<,;ao^ social,^53 A1i1uucs:^ conceito^ e^ formar,;ao,^81 '· Mudanr,;a^ de^ atitude,^11311 It ' Ill^ -^ Intcragindo^ com^ os^ outros,^133 f1 I'II^ TO^ nceito,^ estere6tipos^ e^ discriminar,;ao,

.^ <..onfonnidade^ e^ persuasao,^164 II C^ omportamento^ antissocial: a agressao,

11 <^ omportamento^ pro-social: o^ altrufsmo,

Hl^ 111..,1^ ic.;a^ nas^ relar,;oes^ sociais,^269 I^ I^ _i_^ 1rac.;ao^ in terpessoal,^3061 1.^.^ <.t~upos^ sociais,^3451111 IY^ _i_^ plicar,;oes^ da^ Psicologia^ Social,

I^ I^ Algumas^ areas^ de^ aplicar,;ao^ da^ Psicologia

Social,^393

lttlttdlrr^ Mcn^ s^ ura~ao^ das^ atitudes,^419 11•/r^ rrttt/11^ /Jihliograficas,^^427
  • UJ^ 1-^ c:::^ <^ -c^ tC-^ -^0^ lloJI)^ ::;)^0 c:

(^1) Ps^ icologio^ Social:^ conceito;^ Psicologio

Social^ Cientlfico,^ Aplico~oes do^ Psicologio^ Social^ e^ Tecnologio^

Social^ ;^ Breve^ hist6rico Uma pessoa e uma coisa^ muito complicada.^ Mais^ complicado^ doqu e uma pessoa , s6 duas.^ Tr^ es,^ entao^ ,^ e^ um^ caos,^ quando^ nao^ e^ umdrama passional. Mas as^ pessoas^ s6^ se^ definem^ no^ seurelacionamento com as outras.^ Ninguem^ eo^ que^ pensa^ que^ e,^ muito menos o qu e diz que e [..^ .].^ Ou^ seja^ , ninguem^ e^ nada^ sozinho,^ somaso nosso comportamento^ com^ o^ outro. Luiz Fernando Verissimo ctu^ e^ e^ Psicolo^ gia^ Social?^ l'^ '>^ iro^ log^ ia^ social^ e^ o^ estudo^ cientifico

da^ influencia reciproca^ entre^ as^ pessoas

t^ i^111 r·r^ ;u,;^ ao^ social) e^ do^ processo^ cognitivo gerado

por^ esta^ interac;ao^ (pensamento^ so- riul)^ Aexcec;^ ao^ da figura legendaria de Robinson Crusoe e de eremitas,

to@s^ os^ ser§ lrttlll.tii^ OS^ vivemos em constante processo de dependencia e interdependencia

em^ rela- ~il^ ·•^ ,,^ 11o^ ssos^ semelhantes.^ Urn^ aperto de

mao,^ uma^ reprimenda, urn elogio, urn sorriso, 11111 o.,^ tmpl es^ olhar de^ uma^ pessoa em^ direc;ao

a^ outra^ suscitam nesta ultima^ uma^ respos-_ 1.1^ qtH^ '^ caracterizamos como social.^ Por sua vez, a^ ~sposta^ emitida servira de estimulo ,,^ pr^ '>'>^ Oa^ que a provocou, gerando^ por^ seu turno urn outro comportamento desta

ulti- !11^ ,1,^ r·s^ tabelecendo-se^ assim o processo de

interac;ao^ social. Fsta a c; ao mutua afeta, de uma forma ou de outra, pensamentos,^ emoc;oes^ e com- 1"11^ t.unentos^ das pessoas envolvidas. Seja diretamente, como no exemplo acima, seja IIHitr^ etamente,^ como ocorre^ na^ midia, atraves de alguma campanha publicitaria. Aqui, tn^ ru^ cas^ de persuasao^ sao^ empregadas para

que^ o leitor (ouvinte ou telespectador) 11111d^ e^ de marca de sabonete, se disponha a levar seus filhos a urn posto de

vacinac;ao, 1111 ate,^ em periodos pre-eleitorais, incline-sea dar seu voto a determinado candida

to. Mais interessante ainda^ e^ o fato de que a expectativa com

relac;ao^ ao comporta- rurnto^ do outro (ou a seus pensamentos

ou^ sentimentos) pode igualmente modificar nossas^ ac;oes.^ Os^ psic6logos clinicos costumam brincar, dizendo que seus pacientes ncur6ticos^ sofrem^ antecipad~ente^ por

coisas que^ nunca^ lhes sucederao de fato. 1\ssim,^ se^ voce^ espera^ uma^ reac;ao^ negativa de alguem,

e^ bern possivel que^ voce^ inicie a tntcrac;ao^ de forma^ agres~.^ Vamos^ supor

que^ voce^ tenha ido a^ uma^ butique, e que, ao 13

l':tt•l^ / .llnlwdo^ (Ill"/ ())^ a^ rc^ s posta^ e^ s imples: se colocarmos pcssoas boas

numa^ si- lll^ ~H,^ ;^ ~\o^ inlcrnal ,^ a^ s itua:iiO^ infernal vencera sempre.

Para^ ele, "^ uma^ institui~ao^ como^ a prisao tern^ dentro^ de^ si^ for~as^ poderosas

que^ poderao^ suplantar^ anos^ de^ socializa~ao, de^ tra~os^ pessoais^ ou^ de valores^ profundamente

enraizados"^ (p^. 419). Muitas vezes, em^ nosso cotidiano, responsabilizamos as pessoas,

quando^ a^ culpa^ esta^ na^ situa~ao (Para^ maiores^ informa~oes^ sobre^ o^ estudo

de^ Zimbardo^ o leitor interessado^ podera

vi- sitar a pagina http://www.prisonexp.org).A^ luz destas^ considera~oes^ poderfamos

amp^ liar urn^ pouco^ mais a^ defini~ao^ de^

Psi- cologia Social^ apresentada^ na^ primeira

frase deste capitulo^ dizendo^ que^ a^ Psicologia Social^ eo^ estudo^ cientifico^ de^ manifesta~oes

comportamentais^ de^ caniter^ situacional suscitadas^ pela^ intera~iio^ de^ uma^ pessoa

com^ outras^ pessoas^ ou^ pela^ mera^ expectati- va^ de^ tal^ intera~iio,^ bern^ como^ dos^ processos

cognitivos^ e afetivos^ suscitados^ pelo processo^ de^ intera~iio^ social.^ Psicologia^ Social^ e setores afins^ do

conhecimento Dificilmente urn professor de P_:; icologia^ Social deixa de^ ser^ interpelado^ pelos

seus alunos^ em^ rela~ao^ ao^ problema^ da^ diferen~a

entre^ Psicologia^ Social e^ outros^ setores afins^ do^ conhecimento,^ tais^ como^ Sociologia, Antropologia Cultural, Filosofia Social ea^ propria^ Psicologia^ tout court.^ lmpoe-se, assim,

uma^ tentativa de^ clarifica~ao^ do^ as- sunto^ no^ primeiro^ capitulo desta^ obra^. Psicologia Social^ e SociologicLivros basicos de Sociologia^ consideram

como^ objeto de^ estudo^ sociol6gico a so- ciedade, as^ institui~oes^ sociais e as^ rela~oes

sociais^ (por^ exemplo,^ BROOM^ &^ SEL- ZNICK,^ 1958; INKLES, 1963;^ ZGOURIDES

&^ ZGOURIDES,^ 2000).^ Dificilmente se encontra^ urn^ psic6logo social^ ou^ urn^ soci6logo

que^ afirme, categoricamente,^ que^ Psi- cologia Social e Sociologia^ sao^ ramos^ totalmente

distintos,^ ou^ seja, dois^ conjuntos^ se- parados^ sem^ qualquer^ interse~ao.^ A maioria se inclina

para^ a^ posi~iio^ segundo^ a^ qual ambos^ estes setores^ do^ conhecimento^ tern,

pelo^ menos,^ urn objeto formal distinto, po- rem^ reconhecem^ a existencia de^ uma^ area

de^ interse~ao^ bastante^ nftida^ em^ seu^ objeto material. Esta^ e^ tambem^ a^ posi~iio^ dos^ autores

deste manual.^ Uma^ representa~ao^ grafi- ca satisfat6ria^ do^ inter-relacionamento^

entre^ Psicologia^ Social e sociologia se apresen- taria mais^ ou^ menos^ como^ o^ que^ vai^ reproduzido

na^ fig. 1^ Os^ fenomenos^ sociais^ enu- merados^ na^ fig.1^ sao^ meramente^ exemplificativos,

nao^ sendo^ nossa^ inten~ao^ exaurir^ a gama de fenomenos tipicamente^ estudados

pela^ Psicologia^ Social, pela sociologia

ou por^ ambas^.

16

Pslcologla^ Social^ Soclologla Rolac;oos interpessoais,^ Atitudes intordependencia, status tornado de^ decisoes,^ delinquencia, comparac;ao^ social,^ comportamento atribuic;ao^ de^ grupal,^ etc. causalidade, etc. ..

~-~^ - lnstituic;oes^ sociais(familia, Estado, lgreja,partidos politicos),sociedade,classes sociais, etc. Figura 1 -^ Objetos^ de^ investigaljao^ tipicos e comuns

da Psicologia^ Social^ e^ da^ Sociologia _1_ pcsa r de uma razoavel^ area^ de^ interse~ao^ entre^ estas^ duas^ disciplinas,

a~^ pergun- 1 ,.,^ lot^ muladas pelo psic6logo social e pelo soci6logo

em^ suas^ investiga~oes^ do^ objeto tll^ .t^ lt^ 't^ ial^ qu^ e lhes^ e^ comum^ variam.bastante.

Tomemos^ o^ exemplo^ do^ fenomeno^ psi- ,,,.,•,ocial^ da^ delinquencia juvenil.^ lnumeros

sao^ os livros^ encontrados^ na^ literatura l^ "ito^ l11gica^ e sociol6gica^ sobre^ o assunto.

Consideremos^ dois exemplos,^ urn^ de cada ,^ .1111p^ o.^ No campo da^ sociolo_gia~^ o livro de Albert

Cohe1_1^ (1955)^ Delinquent Boys^ for- "'^ ''^ t'^11111 excelente^ exemplo^ de^ uma^ teoria sociol6gica acerca

do^ fenomeno da delin-

'1"'^ IH'ia^ juv^ enil.^ Cohen^ salienta^ em^ seu

estudo^ as caracterfsticas da^ cultura^ da

gang^ e II^ ult^ ra^ lru^ s^ tra^ ~^ oes^ decorrentes^ da^ diferen~a

entre^ classes sociais e pressoes geradas pela III^ H^ ultur^ a^ da^ gang^ delinquente^ como^ fatores

primordiais^ na^ forma~ao^ do^ comporta- '"'^111 0 dc^ linquente^ entre^ os^ jovens^.^ Freedman

e^ Doob^ (l968l,_psirolGgos-so^ &iais,a.na

~ lt^ •.^ un^ cm^ seu livro^ D~y^ o^ comportamento

do^ indivfduo^ que^ se^ sente^ diferente^ do p.^ tii(^ Hl^ em^ qu^ e se^ encontra^ ,^ tanto^ ao referir-se ao

delinquente^ como^ ao^ considerar^ urn

B'^1110 qu^ e^ se^ destaca de^ seus^ companheiros

pela posse de^ uma^ intelig_encia^ sl!_PerioL

A

llt.dl^ ..,l'^ de Fre^ edman^ e^ Doob^ ampara-se^

claramente^ em^ fatores situacionais de percep- t ,^ !!^ Ida^ cxcepcionalidade^ por^ parte^ da^ pessoa

que^ se^ desyia^ do^ gr~po.^ As^ eventuais con- ·''l(lll'ncias^ para^ a sociedade^ do^ comportamento

do desviante^ sao^ tratadas^ muito^ super- li^ d.^ dm c^ nt^ c.^ Toda a enfase^ e^ posta^ no^ comportamento

individual^ do^ desviante face a 11 ,,.,^ p^ e^ r^ ce^ p^ ~oe^ s^ relativas^ a^ sua^ originalidade

quando^ comparado^ com^ seus^ pares.^ Ve- Il^ lit^ .,^ clarame^ nte^ nestes dois enfoques a^

diferen~a^ de^ modo^ de encarar^ urn^ mesmo

pro- ltlt^ llta^ po r^ part^ e^ de^ urn soci6logo e^ de^ urn psic6log_o.

Para^ aquele, o indivfduo^ e^ consi- tlt^1 .1do^ a^ I^ uz da^ cultura^ em^ que^ se^ insere

e as causas^ de^ seu^ <:omportamento^ sao^

busca-^ _ t^ 1,,^ .,^ nas^ caracterfsticas^ da^ entidade^ social a

que^ pertence;^ para^ este, o indivfduo^ em

si 1111 "'"o^ c^ cxa^ minado^ em^ fun^ ~^ iio^ de^ suas

rea~oes^ aos fatores ambientais^ que^ o^ circun- d.^ tlll.^ Num , a^ unidade^ de analise^ e o^ grupo;

no^ outro,^ o indivfduo.^ Ilustra~oes^ adicio- 17

nais podem ser apresentadas. Tomemos,

por^ exemplo, a^ instituic;;ao^ da familia. 0 so-

ci6logo se ocupa^ em^ descrever a familia

em^ termos da autoridade^ dominante^ (patriar- cal, matriarcal, equalitaria),^ em^ termos do mimero de pessoas unidas em matrimonio(monogamia, poligamia, poliandria), em termos

do^ local de residencia do casal (patrilo- cal, matrilocal, neolocal), etc.^0 psic6logo parte

do^ status^ quo^ e preocupa-se em observar

como tais^ situac;;oes^ de^ fa^ to^ influem no comportamento de

um^ membro da familia diante, por^ exemplo, das novas^ opc;;oes^ de arranjos familiares disponiveis hoje em dia, tais comoa^ coabitac;;ao,^ as facilidades na^ obtenc;;ao

do div6rcio e suas consequencias, etc.^

Nao^ ha duvida de que no estudo da familia^ ha^ inumeras^ areas^ de interesse^ comum^ a ambos os profissionais (ex.: processo de^ socializac;;ao

da^ crianc;;a,^ resoluc;;ao^ de conflitos familia-

res,^ satisfac;;ao^ conjugal,^ relac;;oes^ de^ status,

etc.).^ Eo^ que foi ilustrado na^ fig.^ 1. Em conclusao, diriamos que Psicologia^ Social e sociologia^ tern^ objeto material identico ou quase identico,^ porem^ diferem

em^ relac;;ao^ ao^ metoda^ que utilizam (a Psi- cologia Social utiliza prioritariamente o

metoda^ experimental e a sociologia,^

nao)^ e tambem no que concerne^ a^ unidade de analise

(a^ Psicologia^ Social considera o indivi- duo^ em^ interac;;ao^ com^ outras pessoas, enquanto a sociologia

da^ mais^ enfase^ a^ socieda- de e^ as^ instituic;;oes^ sociais).^ Salie_nte-se, todavia, que mesmo entre os psic6logos sociais ha^ diferenc;;as^ nos niveis de^ q :plicac;;ao do comportamento social, tal como propostos por^ Doise (^ 1986).^ Se,^ porum^ lado, psic6logos sociais norte-americanos ado tam predo-minantemente os niveis pessoais e^ interpessoais-

que caracterizariam a chamada^ Psi- cologia Social psicologica^ -,^ por^ outro, psic6logos sociais europeus, embora

fac;;am^ uso desses dois niveis, tendem a dispensar mais

atenc;;ao^ aos niveis^ intergrupa!_s^ e coletivos, que corresponderiam^ a^ Psicologia^ Social sociol6gica.

Em^ outras palavras, os primeiros preocupam-se^ em^ explicar como o individuo processa e organiza

as^ informac;;oes^ e ex- periencias que tem^ em^ contato^ como^ mundo

social (nivel pessoal) ou como a dinami- ca dessas^ interac;;oes^ afeta seus modos de agir, pensar e sentir (nivel interpessoal).

]a^ os ultimos preocupam-se mais^ em^ estudar o comportamento do individuo e as

relac;;oes entre os grupos, tomando^ por^ base a^ pertenc;;a

ou^ posic;;ao^ grupal (nivel posicional) ou, ainda, as ideologias, as^ representac;;oes^

e os valores predominantes^ na^ sociedade (nivel societal^ ou^ ideol6gico). Psicologia Social e^ Antropologia^ Cultural^ A^ distinc;;ao^ entre^ Psicologia^ Social e Antropologia

e^ bem mais nitida que a distin- c;;ao^ entre^ Psicologia^ Social e Sociologia.

Nao^ ha^ duvida de que as descobertas antropo- l6gicas e as^ investigac;;oes^ que ensejam fornecem dados valiosos e interessantes para oentendimento do comportamento do individuo de diferentes culturas frente aos ou-tros individuos.^ Ao^ visitar-se o Museu de Antropologia da Cidade do Mexico,

~'""^ '^ '^ c/r^ I^ 'IIUIIIIIII'^ dr ou Le 18 Pari-.^ ,^ ou^ o^ /111/1/r^ Mll\1'11111^ de^ I^ Olltlrcs,

ou^ o^ S^ llr^ it^ lr^ \OIIiwr ln !>tllute d,^ Wo~-.hi~tgtoll^ ,^ oh!-.l'l^ vast·^ urn^ manancial

riqufssirno de^ inrormar;oes^ sobre as^ pro^ - ''"^ tll^ ''o^ l'^ l':tral'lt'l^ f'>lit';I^ S^ de^ culturas de^ varias

CpOCaS^ e locais que^ DOS^ permitem inferen- t.^ i!l^ ~^ ~t^ •^ kvante^ s^ para^ cspeculac;;oes^ sobre a

organizac;;ao^ sociol6gica e psicol6gica destas

irll^ :.'^ • "'"^ "^ rultura^ s.^ A^ Antropologia^ laLo^ sensu,

porem, estuda as^ produc;;oes^ humanas^ nas olll^ 'u^ t:^ IIH^ ''>^ culturas,^ as^ caracterfsticas^ etnicas

dos varios povos, suas formas de expres- ''^ •^ t'^ l<^ ,^ !-.^ Cill^ ,^ contudo , considerar o individuo

em^ si mesmo e seu comportamento^ ti- i•il :..^ l'rt^ ' lllt'^ aos estfmulos sociais contemporaneos (situacionais), tal como o

faz^ a^ Psi- ,,J,,g^ i.r^ 'lot'ial.^ A^ clistinc;;ao^ entre os dois setores do conhecimento parece-nos nitida e, ,,^ Iii^ IIi^ • .1!-.^ SCillOS^0 rormato da^ fig.^1 para representar

OS^ conjuntos pr6prios da^ Psicolo- 11 .,^ ,H^ i:d^ e^ da Antropologia Cultural, a

area^ de^ intersec;;ao^ seria^ bem^ mais reduzida. ~^ ~~^ •IIIII^ :h s^ im^ ,^ os estudos do antrop6logo E.T. Hall

(1977)^ sobre^ "espac;;o^ pessoal"

it^ "'""^ o^ lmpacto^ na^ interac;;ao^ social causado pela

arrumac;;ao^ de m6veis de^ um^ ambi- 111•^ ,^ pl'la^ !->^ configurac;;oes^ espaciais arquitet6nicas ou pela distancia entre as pessoas ltil^ "'''^ '^ o^ alo^ da^ conversac;;ao,^ entre outros) tratam de influencias sobre o comporta- "''^11111 .,^ ocial ,^ aincla que examinados de^ um

ponto^ de vista grupal, como na Sociologia. i^ ''^ '"'^ '"^ 111:1^ forma ,^ estudos^ acerca do^ comportamento

dos consumidores, como os le- ,,j,,^ .,^ ,,^1 aho^ por Douglas e Isherwood^ (1996)

ostentam curiosas interfaces^ com^ os es- '"""^ :..^ t:nr^ Psicologia^ Social.^ '^ 11lcHIIO^ Social^ e^ Filosofia Social^11 .,^ .,^ ,·torcs^ do conhecimento comparados anteriormente possuem

uma^ caracteris- i^ it^ ,,^ '··^1111111111 -^ toclos^ pod^ em^ ser considerados como ciencias do primeiro grau de abs- i'^ '^ '^ ~(^ lll^ " ''^ rlass^ iricac;;ao^ aristotelica das formas de conhecimento. Todos

estudam^ as^ ca- illl^ _:^1 is^111 ,,^ .,^ pr6prias de seu objeto^ material,

variando apenas a maneira de faze-lo e a

"i^ ''^ '•^ l.'^ dilnencial^ que colocam^ nos^ aspectos considerados

em^ suas^ investigac;;oes.^ Tal (^1) n.,; 111 '^ il^ 'o^ O^ quando se compara a^ Psicologia

Social com a Filosofia Social. A^ Psicologia

lit^ ilrl^ ,·^ 11111a^ cicncia^ empirica e nada^ tern

aver^ com a Filosofia, a^ nao^ ser no que con- IIi^111 ;,^ •^ pl^ o.,^ temologia^ e^ a^ orientac;;ao^

geral dos problemas metate6ricos como,

por '"~''''^ ·^11 problema^ da^ relac;;ao^ corpo-alma ou da existencia do livre-arbitrio ou do..^

~

1 1111d11^ 'l.t^ vida ,^ que^ desempenham papel importante

em^ algumas teorias^ psi~ol6gicas. ^ l'^ :.^ it^ ologia^ Social considera o dado objetivo e, quando especula, o

faz^ em^ termos ldp^ !',ll^ :~^ ,^ ...,^ cmpiricamente^ testaveis. A Filosofia Social,

por^ outro lado, especula e llili'^ !1^ ' •H11^ unpiricamente^ suas^ especulac;;oes,

pois tal^ nao^ e^ seu mister. Seria^ um^ grave iII!^1 Hlll^ i^ iiiiO^ ,^ julgar-sc que a^ Psicologia

Social tem que repousar^ numa^ Filosofia So- i~il^ I^ ,,l,vit'^ que^ cad^ a^ psic61ogo tem suas

convicc;;oes^ filos6ficas e, entre elas, muitas di- 1 i1i^11 .prilo^ :)^ natureza^ da ordcm social , da

organizac;;ao^ social e da finalidade da vida 19

l'^ lll^ ..,o<^ 1edade.^ 1'.111^ coen.'^ nda^ com^ scus^ princfpios

rilosMicos^ pode ele orientar sua ativi- dadc^ em^ Psicologia^ para atingir detcrminados objetivos ditados

por^ sua Filosofia So- cial.^ Em^ o fazendo,^ porem,^ ele estani apenas usando da psicologia para

obtenr;:ao^ de deter- minados fins, mas de^ nenhuma^ forma^

estara^ fazendo^ Psicologia^ Social. A^ Psicologia Social contemporanea, como tal, prescinde da Filosofia Social.

Nao^ cabe ao psic6logo social especular qual seria a^ rear;:ao^ de^ uma

pessoa da classe openiria em termos de

nf- vel de^ aspirar;:ao,^ exercicio do poder, tendencia

a^ associar;:ao^ com outros, expressao de agressividade, e outros fenomenos psicossociais, caso ele vivesse

numa^ ut6pica socie-

dade sem classes.^0 psic6logo social, se

quis~r^ fazer^ Psicologia^ Social e^ nao^ Filosofia, tern que partir do dado de que tal individuo pertence (e possivelmente se identifica)

a classe trabalhadora^ numa^ sociedade em que existem outras classes. Este

eo^ dado con- creto e o estudo cientifico do comportamento de tal individuo em face aos estimulossociais horizontais que se lhe apresentam

ha^ de ser feito a partir deste dado e somente deste dado.^ Nao^ raro se constata o anseio do estudante de

Psicologia^ de inquirir indefi- nidamente acerca de possiveis antecedentes do

status quo,^ e de engajar-se em especula- r;:oes^ filos6ficas acerca do destino do^ homem

e da^ formar;:ao^ da sociedade ideal. Tais an- seios^ sao^ legitimos e devem ser encorajados, desde que se

far;:a^ claro ao estudante que is^ toe^ Filosofia e^ nao^ Psicologia.^ Nenhum

dos fenomenos psicossociais a serem estuda- dos neste compendio^ supoe^ tomada de

posir;:ao^ de natureza filos6fica.^ Sao^ eles total- mente desprovidos de conteudo filos6fico, embora

nao^ sejam incompativeis com dife- rentes^ posir;:oes^ filos6ficas.Enquanto nas ciencias do primeiro grau de

abstrar;:ao,^ que^ tern^ semelhanr;:a^ com^ a Psicologia^ Social^ merce^ de seu objeto material, as

diferenr;:as^ verificadas^ sao^ nitida- mente^ de^ enfase^ em determinados t6picos e de maneira de focaliza-los,

no^ caso da comparar;:ao^ entre^ Psicologia^ Social e Filosofia Social estamos diante

de^ uma^ diferen- r;:a^ essencial de nivel de^ abstrar;:ao^ do conhecimento. A

diferenr;:a^ entre^ estes dois seto- - -. res^ e^ nitida. Psicologia^ Social^ e outros setores da^ Psicologia Pela definir;:ao de Psicologia Social dada anteriormente, constatamos que,

a^ exce- r;:ao^ da psicologia fisiol6gica, dos estudos experimentais de psicofisica, da psicologiacomparada e da teoria dos testes mentais, todos os demais setores da psicologia lidamcom^ situar;:oes^ interpessoais que envolvem, portanto,

situar;:ao^ de dependencia,^ inter- ,

dependencia, ou ambas.^0 psic6logo clinico, o psic6logo organizacional, o estudioso "'. do desenvolvimento da personalidade, o psic6logo educacional, enfim o psic6logo

tout court,^ veem-se constantemente^ as^ voltas com o estudo de

situar;:oes^ em que a^ interar;:ao humana^ e^ patente^..

(^ ()Ill()^ <lt'Oilll'l^ l'^ ('^ Ill^ !HI^ I^ I0~^ ~l'^ IOIC..,^ do^ Ulll

hl'll^ II^ H' IIIO^ (^ l·^ i..,ll.l^ ,^ Med^ il^ Ill;^ I,^ h^ lgl'll^ h:ula, I^ lit^ I'^ ito,^ etc.)^ traw^ !>C^ aqui^ de^ dilercnciar

as^ area'>^ de^ invc!>tiga<,;ao^ dcntro^ de^ lllll^ mesmo ,,^ tor^ at^ raves^ da^ maior^ oumcnor^ !:nfasc colocada em detcrminados aspectos dos

fen0- 1111 nos^ cstudados, todas as^ areas,^ porem,

conservando uma^ comunalidade^ que caracte- 11 ,,^ o^ setor especffico do conhecimento. Assim,

por^ analogia, digamos, com a Medici-

ILl^ ,^ todos os psic61ogos^ U~^ m^ que possuir conhecimentos basicos dos processos psicol6- gi•o^ ..,^ de^ sensar;ao ,^ percepr;ao,^ cognir;ao,

motivar;ao,^ aprendizagem, etc., tal como todos 11 "'^ •n^ cdicos,^ seja qual for sua especialidade, necessitam de conhecimentos basicos de^ \11^ .1tomia,^ Biologia, Fisiologia, Fisica e Quimica.^ A^ distinr;ao,^ pois, entre^ Psicologia^ Social e outros setores da psicologia, parece-nos^ tdh^ H' ntemente clara, desde que atentemos para o fato de que o que identifica

uma^ de- ll^ .lllllllada^ area^ da psicologia^ e^ a^ enfase^ posta no estudo de certos fenomenos psicol6gi-'^ ,,^ .,^ No^ caso da^ Psicologia^ Social, o que a caracteriza

e^ a^ enfase^ colocada na^ if!fluencia ,j,^ l.1tores^ situacionais do comportamento interpessoal.

Ul!,l^ exemplo clarificara defini-

'^ h^ ,Ulll'llte^ o assunto. Consideremos a^ interar;:ao

client~sic6logo.^ E,^ sem duvida, uma

11 1 ,^ ,~,^ ,^ \o^ interpessoal na qual fatores situacionais desempenham relevante papel e se "h.nt^ iii^ cam sem^ esfon;:o^ comportamentos de dependencia e interdependencia. Este

eo 111 1 to^ da^ situar;:ao^ que interessa ao psic6logo socia1 Digamos que o psic6logo seja urn 11 · 11nlo^ go^ clinico. Embora ele^ nao^ despreze (muito pelo contrario) os ensinamentos da !; llnlogia^ Social^ no^ que tange^ a^ importancia da

situar;:ao^ interpessoal estabelecida, sua i'"'uttpa^ r;^ ao^ maior estara em realizar urn estudo vertical da personalidade do cliente^ •1111^ ,^ ne^ ste^ caso, passa a se chamar paciente

ou^ analisando), procurando verificar pos- il^1 ,^ .,^ mfluencias^ de experiencias passadas

no^ comportamento atual de seu cliente, sua lllttlllmgem,^ seus objetivos, seus recalques, suas

inseguranr;:as,^ enfim, a dinamica de 111 pt^ rsonahdade. Ademais, estara ele^ as

voltas com as tecnicas de diagn6stico desta lllt.IIIIICa^ bern com aquelas que deverao ser usadas em prol de urn melhor ajustamento ti^ P1,^111 paciente.^ Por^ ai^ seve^ (e mais claro ainda ficara, para aqueles que apenas agora

~e Lli!illi.u^ izam^ com a^ Psicologia^ Social, quando chegarem ao final deste livro) a diferen-^ ltlt^ l'tdoque^ e de objetivos que distinguem os especialistas das varias

areas^ da psico- lill.\1.1^ ,^ I'^ Ill^ bora ten^ ham^ urn denominador comum de conhecimentos e

far;:am^ constantes

•lit^ I"^ "^ ;)..,^ dcscobertas dos especialistas em

areas^ especificas para utiliza-las em sua in- 1 tp,.u,;:^ \o^ ou^ pratica^ pro^ fissional. I• ulogio^ Social^ e o^ senso^ comum^ <.)lt•llor^ encontrara frcqucntemente neste manual

descrir;oes^ de achados cientifi- i^ l!^ li^ qw^ coincidem^ com o scnso comum. Por cxemp

lo^ :^ e^ mais provavel que pessoas

!Jill^ '.don·..,^ scmdhan^ tc^ s^ st·jam^ mais^ amigas do que pessoas com valorcs conflitivos; tll·lllllll^ 11111a^ pt·~soa^ comt'lt'^ lllll^ ato^ rcprovavd

l'^ cstava^ em^ seu podcr^ cvila-^ lo^ ,^ cia^ sc 71

"I'll^ II'^ t^ ulp.ul.l ,^ "~'^ unta^ COIIIllllit'a<;tlo^ persuasiva cmana de

uma^ fonte tida como compe- ll' nle,^ ela^ tcndc^ a^ scr mais cficaz do que a mesma

comunicar;:ao^ quando^ feita^ por^ uma {ontc^ com^ baixa^ reputar;:ao;^ e assim^ por

diante.^ Poder-se-a^ entao^ perguntar^ qual a ne- cessidade da^ condur;:ao^ de sofisticados experimentos cientificos para demonstrar o quetodos sabemos^ por^ mera^ intuir;:ao^ ou senso com

urn. A resposta^ esta^ no^ fa^ to de que^ nem sempre o^ que^ no~^ parece 6bvio^ e^ verdadeiro.

Por^ exemplo: parece 6bvio que se quiser- mos fazer^ uma^ pessoa^ mudar^ de atitude, devemos oferecer-lhe

uma^ grande recompen- sa^ ou^ amear;:a-la^ com urn grande castigo para que ela passe a exibir a atitude que deseja-mos. Como veremos no capitulo 4, dentro de certas

circunstiincias,^ o oposto^ e^ verdadei- ro.^ Alem^ disso,^ nao^ e^ tarefa da Psicologia

Social^ ir de encontro ao senso comum, mas confirmar sua validade e sistematiza-lo para permitir ir mais

alem^ do^ simples conheci- mento dele derivado.^ Por^ exemplo, no capitulo 3,

no^ estudo do fenomeno de atribui- r;:ao^ de causalidade, veremos que a^ nor;:ao

relativamente 6bvia de que as causas de nos-.... sos comportamentos^ podem^ ser classificadas

em^ intemas^ (localizadas em n6s mes- mos) ou^ extemas^ (localizadas fora de

n6s^ mesmos), estaveis (isto^ e,^ duradouras e

pouco suscetiveis^ a^ mudanr;:a)^ ou instaveis (temporarias e cambiaveis), e

controlaveis (ou seja, sob o controle de alguem) ou incontrolaveis (totalmente aleat6rias),

nor;:ao esta de acordo com o senso comum, nos leva a

predir;:6es^ e a^ sistematizar;:oes^ que^ vao

muito^ alem^ do mero conhecimento baseado no senso comum. 'f Por^ esses motivos, a Psicologia Social se utiliza do senso comum, mas, atraves da ~ l~e^ squisa^ cientifica, vai mais^ alem^ enos^

permite^ sistematizar;:oes^ do conhecimento exis- tente e^ predir;:ao^ de conhecimento novo. Consequentemente, as

especular;:oes^ de poe- tas, romancistas e fil6sofos acerca das constancias

do^ comportamento social^ humano, embora muitas vezes corretas,^ nao^ dispensam a necessidade de conhecer-se cientifica-mente a dinamica das^ relar;:oes^ interpessoais e dos processos cognitivos que as acompa-nham^. Em sua atividade de pesquisa o psic6logo social utiliza, predominantemente, apesquisa experimental de laborat6rio descrita no capitulo

Psicologia^ Social^ Cientifica,^ aplicaCjoes

da^ Psicologia^ Social^ e^ Tecnologia Social^ Segundo o grande cientista frances Louis Pasteur,

e^ inadequada^ a^ distinr;:ao^ entre ciencia basica e aplicada; para ele o^ que

existe^ e^ ciencia e^ aplicar;:oes^ da^ ciencia, uni- das como a arvore^ eo^ fruto que^ produz

. Este^ e^ tambem^ o^ entendimento^ dos^ autores

deste livro. A Psicologia^ Social^ e^ uma^ ciencia e seus achados

podem^ ser^ aplicados^ na resolur;:ao^ de problemas especfficos. Neste

manual^ o leitor^ encontrara^ uma^ razoavel quantidade^ de descobertas cientificas^ que^ sao^ fruto da atividade de pesquisa dos psi- c6logos sociais e,^ sempre^ que^ possivel,

serao^ indicadas^ aplicar;:oes^ decorrentes destes conhecimentos.

22

th^ IIIII''^ dr^ III^ VI'"^ Iig.li,'IW^ ...^ llltHhtz^ Hia^ -.^1101

1'^ -.^ lloltl)..\lol^ ~^ ~~~^ t.d^ c^ il^ :lltilll^ .II^ ""^ 11jHl^ .,^

dl^ '

t!tlit^ , h^111 .,^ tlltlltlltll'llll'^ 'IICOiltrado~^ pmkm

-.er^ vi-.w-.^ no^ (~uadm^ I. llllllllltn-.lt•l o t~uadto I, o-. p ~ icologos^ ~ocia^ i-.^ dcdicam^ st'^ a^ pt·-.^ qui-.a-.^ tk-.llll.u l

a-.

pritlltll^1 •^1 1v~uu,;^ os^ tt•o•^ icos^ (por^ ex^ .:^ te

~ te^ de^ hip()te^ ~cs^ derivada-.^ de^ ll'O^ t^ ia-.^ ;^ apt••

kt ti^ ;Ptlllll''^ d11^ ptHkt^ prcditivo^ de^ teorias),

ou^ a^ lan^ <;a^ r^ luz^ sobre^ um^ prohkma^ e~pt•t

-^ fll i^ I'"'^ '^ ,^ vt^ t^ tlt^ car^ ~t·^ a^ dcn^ ~^ idad^ e^ populacional influi

no^ co mportamcnto^ de^ :quda ll^ ti^ 'J^ •^ id^ oil^ .,,^ vt^ :ttltcar^ ~l'^ uma^ lidcran^ <;a dcmocratica^ c^ mais^ ou^ meno^ ~^ dka^ z^ qut'

uma 1\lt"^1 1111 ,t),lll l^ a^ promover^ um rcfinamento mctodol6gico (por

ex^ .:^ verificar^ Sl'^ ""' i''^11 IIIII^ '•^ '•^ '^ romportam^ de forma^ dikrent

e^ de sujeitos^ nao^ univcr^ ~^ it <ll^ io^ s;^ dctectar I!^ Hoi•^ "'^ lll^ '•^ ld^ lttk.,^ na^ coleta^ de dados), ou a avaliar a eficacia

de^ uma^ intcrven~·^ ao^ (pot

^ 1.^ 1iltt^ .11^ -.^ r^ uma^ tentativa de^ mudan^ r;:a^ de ali tude tcve

ex^ ito ou^ nao;^ avaliar^ a^ l.'lira 1111 ti P^11111 ptllgrama^ dcstinado a diminuir o preconceito racial

num^ dcterminado^ g•u Jii^ tf,^ m·ial).^1111 ,^ li^ nalm cntc , apenas verificar a estabilidade e a generalidadc de

achados i•HI' •it^ Ill'^ .1tmvcs^ da^ condu~;ao^ de^ replicas (por ex.: verificar se uma teo

ri^ a^ p~i^ cos-.o 1 ilil^ ,~^ tt^ 'l'"^ "^ hi^ -.to^ ri^ ca^ c/ou transcultural).^ Quodro^ 1 - Tipos^ de^ pesquiso e

de^ oplicoCjoes^ em^ Psicologio Sociol lc;ologlo Soclol Cientifico puhquho to6rico run qubo contrada num problema IHI'•Ciui ~o motodol6gico pn ~ quiso do ovoliac;oo pn, quiso de replica Apllcoc;oes do Psicologio Sociol upliwc;6os simples upltwc;oos comp lexes (Tecnologio Social) I PdP-. estes tipos de pesquisa integram a^ Psicologia^ Social^ dentifica e^ fot

nt't'l'^ "' lllt^ ·.^ tdtll^ ..,^ para^ sua^ aplicar;:ao^ a problemas psicossociais concretos.

Quando^ sc^ hu~<^ ;^ .•

1it^ ;h1^ drum^ achado especifico para a^ solur;:ao

de um^ problema^ determinado (por^ ex

li11ttll.ll^ o^ ~c^ ntimcnto^ de^ frustra~;ao^ de urn grupo

com^ o objetivo de diminuir^ sua 'I'"^ .,..,^ tvtdadc ;^ utili zar um determinado tipo de podcr social para lograr

uma^ nHldan<,..l t^ ""'IHlll:unenta^ l^ c~pccifica)^ estamos tratanclo de

aplicar;:oes^ simples; se, todavia,^ rom ltln,tiiHl"^ arhados^ existcntcs^ para utili za- los na

so^ lu^ ~;ao^ de^ um^ problema^ social,^ e-.ta

iltll:•^ pt^ ,lltr<llldo^ o^ que^ )a^ robo^ Varela^ (1971)

denomina Tecnologia^ Social.?

I^ 924 - 0^ primciro manual de Psicologia

Social,^ c^ omcndo^ ex^ pcrimentos^ relativos a fen o mcnos psicossociais e^ possuindo^ uma

orienta~ao^ nitidamente^ psicol6gica,^ e publicado^ por^ Floyd H. Allport.1927-^ Louis^ L.^ Thurstone^ inicia^ seus^ estudos

relativos^ a^ mensura~ao^ das^ atitudes

em^ seu^ artigo^ "Atitudes^ Can^ Be^ Measured". 1936-^ Cria-se nos Estados Unidos a Sociedade para o Estudo

Psicol6gico^ de^ Ques- t6es Sociais, a^ qual^ passou^ a constituir-se

numa^ das Divis6es da^ American^ Psycho- logical^ Association^ e^ que^ patrocina^ a^ publica~ao

de^ uma^ revista trimestral, o^ journal of^ Social^ Issues. 1936-^ Kurt^ Lewin e^ seus^ associados dedicam-se

com^ afinco^ a^ aplica~ao^ de princf-
pios te6ricos na^ resolu~ao^ de^ problemas

sociais, caracterizando o^ que^ ficou consa- grado^ no^ termo^ action research.^ A influencia de Lewin em

Psicologia^ Social^ e^ de tal ordem^ que^ Leon Festinger,^ comentando

urn livro^ recente^ sobre a^ obra^ de^ Kurt^ Le- win, declarou^ que^ 95%^ da^ Psicologia^ Social

contemporanea^ revelam a influencia lewiniana.1936-^ George Gallup inicia o^ movimento

de^ medida^ de opiniao^ publica^ em^ bases amplas^ tornando^ tal atividade^ uma^ realiza~ao

de notavel repercussao e alcance^ em psicologia, sociologia e ciencia politica. Ele previu

(corretamente)^ que^ o candida- to^ Franklin^ Roosevelt seria reeleito^ presidente

dos Estados^ Unidos^ a^ partir^ da^ son- dagem^ de^ opiniao^ de^ 3.000^ leitores.^ Sua

equipe de pesquisadores^ procurou^ ouvir

a opiniao de^ representantes^ de diversos^ segmentos

sociais,^ urbanos^ e rurais, de ho- mens^ e^ mulheres^ , etc. 1936-^ Muzafer^ Sherif^ mostra^ experimentalmentre

como^ se formam as^ normas^ so- dais,^ atraves de^ seus^ estudos^ sobre^ o efeito autocinetico.1939-^ Kurt^ Lewin, Ron Lippit e Ralph^ White

publicam^ os resultados de seus estu- dos relativos^ a^ conduta^ de^ grupos^ funcionando

em^ diferentes atmosferas^ no^ que concerne^ ao tipo de^ lideran~a^ exercida.1943-^ Theodore^ M.^ Newcomb^ reporta

seu^ estudo^ de^ quatro^ anos^ no^ Bennington College,^ mostrando^ como^ as^ atitudes^ podem

se modificar^ em^ fun~ao^ da adesao a diferentes^ grupos^ de^ referenda^. 1946-^ Fritz^ Heider^ publica seu artigo^ Attitudes and Cognitive Organization,

consi- derado^ o^ ber~o^ das teorias de consistencia cognitiva

que^ floresceram^ na^ decada de 1950,^ e^ que^ continuam^ a ter relevante papel

na^ Psicologia^ Social^ contemporanea^. 26

Ill^ l(i^ ~^ ololllOil^ A'>r^ h^ rdor^ ~·^ a^ o^ ponto^ ant

e 1^ i<ll^ me nte sali c ntado por Muzafcr^ She- '^ tl^ .u^ r rr a^ do^ papel^ d^ c~c^ mpcnh^ a^ do^ pcla^

pr^ cssao^ grupal^ (ver^ experim^ e^ nto^ resumido

1111 (^ .tp^.^ 7).^ I^ '~'>^3 Ca^ rlll^ ovland, Irving Janis e Harold

H.^ Kelley publicam os resultados dos estu- d^ o.,^ do^ Grupo de^ Yal^ e accrca dos fatores influentes na

modifica~ao^ de atitudes. I^ <)')^ 'I^ -^ Ga^ rdner^ Lindzey^ coordena^ o^ Handbook

of^ Social^ Psychology,^ obra^ em^ do^ is 1 '(^ l^ l'^ nsos^ volumes,^ que^ passou^ a^ ser^ fonte obrigat6ria de

referenda^ durante^ toda a th' r:tda^ de^1950 e^ grande^ parte^ dade^ 1960.^1 '1^ '>7 -^ Leon Festinger apresenta a sua teo

ria da dissonancia cognitiva que,^ scm q11^ :dqucr^ dtivida,^ constitui a teoria de maior valor heuristico

em^ Psicologia^ Social, tn^ .,^ pirando^ ha^50 anos^ uma^ infinidade de testes empfricos de suas

proposi~6es^. 11165-^ Dois novos peri6dicos destinados a artigos de

Psicologia^ Social^ aparecem 11 11.,^ Es^ tados^ Unidos^ :^0 journal^ of^ Personality

and Social^ Psychology^ eo^ journal^ of hp^ crim^ ental^ Social^ Psychology.^1 %8^ -^ G.^ Lindzey e^ E.^ Aronson^ coordenam

a 2.^ edi~ao^ do^ Handbook^ of^ Social 11 \ychology^ ,^ apresentado^ agora^ em^ cinco

volumes^. 1970 -^ Atraves dos trabalhos^ de^ Edward

E.^ Jones,^ Harold^ H. Kelley, Keith^ E.^ Da- vt.,^ ,^ Ri^ c^ hard^ Nisbett, Bernard^ Weiner,John

Harvey, etc.,^ extraordinario^ impulso^ e dado^ ao^ estudo^ do^ fenomeno^ de^ atribui~ao

de^ causalidade^ em^ Psicologia^ Social 1 uj^ a origem^ remonta^ aos^ estudos^ de Fritz Heider.^1970 -^ Ganha^ grande^ propor~ao^ o^ movimento

que^ se^ tornou^ conhecido^ como^ a "crise^ da^ Psicologia^ Social",^ durante^ o^ qual^ fortes ataques foram dirigidos^ as^ pes- quisas^ de^ laborat6rio, aos^ procedimentos

metodol6gicos e eticos e^ a^ falta^ de^ apli- ra~a^ o^ da^ Psicologia^ Social^ aos^ problemas

sociais. 198 1 -Harry^ C.^ Triandis^ e colaboradores

editam^ a^ obra^ Handbook^ of^ Cross-Cul- ltl^ ra^ l^ Psychology^ em^ seis volumes.^198 5 -Gardner^ Lindzey e Elliot^ Aronson

editam^ mais^ uma^ edi~ao^ do^ Handbook^ of Soci^ al^ Psychology.^19 86-0^ pensamento^ atribuicional^ em

Psicologia^ Social^ serve de base^ para^ a Teo- ria Atribuicional^ de^ Motiva~ao^ e^ Emo~ao

proposta^ por^ Bernard Weiner. 27

1991 - Susan^ Fiske e Shelley Taylor^ lan~am

a^ segunda^ edi~ao^ da obra^ Social^ Cog- nition,^ livro que poderia servir como urn marco da influencia da abordagem cog-nitiva,^ coroando^ urn movimento que veio se

expandindo^ ao longo dos anos e^ que hoje constitui a^ moldura^ que^ enquadra

os principais estudos^ dentro^ da Psicolo- gia Social.1998-^ Nova^ edi~ao^ do^ Handbook^ of^ Social Psychology

e^ publicada, agora organiza-

da^ por^ Gardner Lindzey,^ Susan^ T.^ Fiske e Daniel

T.^ Gilbert. Entre as^ mudan~as significativas, capitulos inteiros dedicados a questoes que antes apareciam apenascomo subt6picos, como,^ por^ exemplo,^

self,^ emo~oes,^ linguagem nao-verbal, estig- ma, memoria e^ justi~a. 1999 - Grandes expoentes da Psicologia

Social^ (Elliot Aronson, Leonard Berko- witz, Morton Deutsch, Harold^ B.^ Gerard, Harold

H.^ Kelley, Albert Pepitone, Ber- tram H. Raven, Robert^ B.^ Zajonc^ e Philip

G.^ Zimbardo)^ refletem sobre^100 anos de Psicologia Social experimental^ em^ livro editado

por^ Aroldo Rodrigues e Robert^ V. Levine.Ao^ finalizar a^ apresenta~ao^ daquilo que,

na^ opiniao dos autores, constitui urn acer- vo^ de grandes marcos em Psicologia Social cientffica reiteramos que a

sele~ao^ de acon-

tecimentos acima listados dificilmente^

fani^ absoluta^ justi~a^ a^ hist6ria da Psicologia

So- cial cientffica; ela reflete as tendenciosidades dos autores e

nao^ seria surpresa encon- trar-se razoavel divergencia de opinioes no que concerne

a^ inclusao de alguns aconte-

cimentos e omissao de outros. Deve, pois, o leitor considerar esta

se~ao^ acerca dos

grandes marcos da Psicologia Social cientffica com as reservas que estes esclarecimen-tos impoem. Revisao^ do^ conceito^ de^ Psicologia

Social A fim de rever as no~oes basicas do Conceito de Psicologia Social, apresentado

neste capitulo, solicitamos ao leitor que circule, ap6s cada

afirma~ao^ contida no qua-

dro^ abaixo, a letra^ V^ ou F (Verdadeira^ ou^ Falsa).^ As^ respostas aos itens^ sao^ apresenta- clas^ no fim do capitulo.

A^ Pslcologla^ Social^ ------------------

-r----~ I)^ I^ •,tudo^ o^ sociododo^ (suo^ estruturo,^ sou funcionomento,^ suos^ instituic.;oes). 2)^ htudo^ principolmonte^ o^ comportamento

das^ multidoes^ e^ dos^ grupos.o ostudo do influencia recfproca entre as pessoas. t)^ I^ studa^ etapas^ do^ desenvolvimento^ social

do^ crianc;a^ e^ do^ adolescente.m por finalidade encontrar soluc;ao para^ os^ problemas^ sociais. •)^ r~tuda^ a^ culturo^ e suas^ produc;oes.^ )^ I^ studo^ o^ individuo^ em^ interac;ao^ com^ os

outros. II)^ I^ ~tuda^ como^ o^ situac;ao^ social^ influencia

comportomentos^ e^ pensomentos. 'I)^ htuda^ pesquisos^ de^ levantamento^ e estudos

de^ campo^ mais l~t^ t^ quontemente^ do^ que^ quolquer^ outro^ tipo

de^ pesquiso. I^ 0)^ Utilize^ pesquisas^ de^ laborat6rio^ mois^

do^ que^ quolquer^ outro^ tipo^ de pn~.quisa.^ II)^ Visa^ a^ propiciar^ mudonc;as^ de^ natureza

politico. I ·J)^ Estudo a^ dependencio^ e a^ interdependencio

entre^ as pessoas. I^ 1)^ Efundamentalmente^ urn^ setor^ aplicodo

do^ conhecimento. 14)^ Consider^ a^ mois^ importante^ o^ realidade

percebido^ que^ a^ reolidade "hjotivo.^ I'•)^ Consi^ dera^ o^ individuo^ como^ suo^ unidode

de^ analise. I^ fl)^ E o^ estudo^ cientifico^ do^ interoc;ao^ social e

do^ pensomento^ social. I/)^ Pode^ ser^ aplicado^ para^ melhor^ entender

os^ fenomenos^ sociois. Ill)^ Pode^ ajudor^ a^ plonejar^ soluc;oes^ para

problemas^ sociois. I^ 'I)^ Ehist6rica^ em^ seu^ enfoque,^ ou^ seja, considero

como^ os eventos^ que "'^ orrem^ em^ estodos^ onteriores^ do^ desenvolvimento

influenciom^ o

-^ urnportamento^ social. JO)^ Tern urn^ Iongo^ passado,^ mas^ apenas uma^ curta^ historic^ (pouco^ mais^ de 100 anos). umo V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F^ V^ F^ V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F^ V^ F Neste^ capftulo^ a^ Psicologia^ Social^ foi^ conceituada

como^ sendo^ uma^ atividade

'^ 1ontlfica^ cujo^ objetivo^ e^ entender^ a^ interac.;ao

humana^ e^ os^ processos^ cognitivos^ e

(^2) Metodos^ de^ investigo~oo^ em^ Psicologio

Social Enquanto um homem individualmente^ t^ um quebra-cabe(ainsoluvel, no conjunto ele se torna uma certeza matematica.^ Voce nunca pode prever o que um homem^ fara ,^ mas^ voce^ pode dizer comprecisiio o que, em media, um deles fa^ ret^.^ lndividualmente elesvariam, mas, em media, se mantem^ constantes. Conan Doyle, escritor, criador de^ Sherlock Holmes

Varios^ metodos^ de^ investiga(:ao^ se acham

a^ disposi(:ao^ do psic6logo social. Consi-

deraremos aqui^0 metodo^ de^ observa(:ao,

0 metodo^ correlacional, dois tipos de^

meto- dos^ ex post facto^ (^ estudo de campo e pesquisa de levantamento), e

do^ is metodos expe- rimentais (experimento de campo e experimento de laborat6rio). Todos estes metodos tern^ vantagens e desvantagens, como veremos a seguir. 0 met^ odo^ de^ observa~ao^ Caracteristicas-^ Quando^ o psic6logo social simplesmente observa urn comporta-mento social ou consulta arquivos que con

tern^ informa(:oes^ relevantes ao objeto de seu cstudo, diz-se^ que^ ele utiliza o^ metodo

de^ observa(:ao.^ Consulta a censos^ demografi- cos, a arquivos (jornais, diarios, etc.), bern como a

observa(:ao^ direta^ do^ desenrolar de urn comportamento social constituem exemplos de

metodo^ observacional.^ As^ vezes, em^ sua atividade de^ observa(:ao,^ o pesquisador interage diretamente com as pessoascujo comportamento^ esta^ sendo observado

(observac;ao^ participante);^ outras vezes, a observa(:aO^ e^ feita de fora, isto^ e,^ sem que

OS^ observados tenham conhecimento de que alguem^ os observa^ (observac;ao^ direta^ ou

ni'io^ participante). Vantagens- A principal vantagem do^ metodo^ observacional^ e^ que o fenomeno social^ e^ observado^ no^ ambiente^ natural

em^ que^ se desenrola. Na^ observa(:ao^ nao-par- Licipante, o^ comportamento^ observado ocorre livre e espontaneamente,

sem^ qual- quer^ interferencia capaz de influencia-lo. Na

observa(:ao^ participante, cabe ao pes- quisador^ justificar^ sua^ presen(:a^ e minimizar sua possfvel influencia sobre o compor-lamcnto^ social^ que^ esta^ sendo^ observado. Em ambos os casos, o fato de o fenomeno soc^ ial^ cstudado^ ocorrer^ de forma bastante

natural^ constitui^ uma^ vantagem^ importan- 32

t^ l'^1111 1odo^ sobre^ aquclcs^ em^ que^ o^ comportamento

social ocorre^ em^ ambientes llh^111.^ nu^ em^ rea(:ao^ a^ solicita(:6es^ do pesquisador.

Outra^ vantagem^ do^ metodo

II^ :rl^11 lllll,tlc^ que, em certos casos, constitui a

unica^ maneira de^ estudar^ determi- lw.^ It^ tll)llll'nos^ sociais.^ Ik^ ;,^ .u1tagcns -^0 metodo^ observacional

e^ mais descritivo do que explicativo, ou I""^ h^ lmnccer^ importantes esclarecimentos sobre o fenomeno social

em^ estudo, ''·'^ 11.111^ pcnnite^ que se^ estabele(:am^ rela(:oes

de^ causae^ efeito^ tao^ claramente quan- 1111 '1^ Jlltlllltl'm^ os metodos experimentais. Ademais, cuidados especiais

sao^ necessa- 1111 o'il'.ll^ de^ observa(:aO^ participante, pois a

presen(:a^ do pesquisador pode ter in- it^ ,^111 '^111 scmpre suscetfveis de serem neutralizadas

por^ ele. I^ "'^ IIIJIIO^ de uma pesquisa^ observacional-

Robert Levine, Norenzayan e^ Philbrick IIIII)^ '11111luziram^ urn estudo^ como^ objetivo de observar o comportamento altruista tu^ .t.^ ^ •^ td.uks^ em varias partes do^ mundo

.^ As^ pessoas nestas cidades foram observadas tttlll'"l^ i.^ lltt.tc,.·('Jcs^ :^ (a) ajuda a uma pessoa usando

umajoelheira^ e mancando que tenta It^ Itt^ 11111.1^ pilha^ de revistas que deixou cair no

chao;^ (b) ajuda a uma pessoa que dei- llttiit^ 11111,1^ caneta no^ chao^ sem percebe-lo; e (c) ajuda a

uma^ pessoa usando 6culos es- 11111.1^ hcngala a atravessar uma rua na faixa de pedestres. Embora

as^ pessoas que llthlltl^ ,_..,^ Irs^ comportamentos (mancar e deixar cair

as^ revistas no^ chao,^ deixar cair sem 1 o^ '^ ~^ IIH'ta,^ e simular urn cego tentando atravessar uma rua) fossem aliados do pes- hn^ ', lll"Omportamento^ de ajuda ou^ nao^ exibido pelos transeuntes era inteiramente jlltllt(lltt^ '^ ll^ l'^ desinibido. Este comportamento era observado

por^ pessoas encarregadas Itt^ ·r^ Itt^ '^ q^ uc^ se misturavam com os demais transeuntes. Foi calculada a porcentagem^ ,-,.1^ ..,^ que,^ a^ mesma hora do dia e em situa(:6es^ semelhantes (lugares movimenta-

1"^ o'•.^ t,lvam^ ajuda^ a^ pessoa necessitada. Diga-se de passagem que a cidade do

Rio^ de lttlil^ liP^ -'JIIl'scntou^ o maior indice de ajuda (93%) seguida de San

jose,^ na Costa Rica l'~oi^ \s^ ttllimas^ colocadas foram Nova York (45%) e Kuala Lumpur, na Malasia fll'j,,l^ ^ Jll''>quisa^ de Levine et^ al.^ (2001)^ e

urn exemplo magnifico de^ utiliza(:ao^ precisa lttliii^ ''"'"^ observacional.^ 11•todo^ correlacional^ (^ .u.tr^^1 c^ risticas - Este tipo de pesquisa consiste na

obten(:ao^ de medidas de duas it^ iit:tl'o^ v:^ u^ iavcis e no estabelecimento (atraves do

metodo^ estatistico apropriado) da It^ l.!~lhtt^ '^ \l'>lcntc^ entre elas. Assim, quando se quer,

por^ exemplo, descobrir^ uma^ possf- '^ I^ i^ 1l.1^ .It^1 en^1 rc^ quan tidacle de^ exposi~ao

a programas violentos^ na^ televisao e intensi- lotdo^ ,j.^ 'omponamcnto^ agrcs'>ivo,^ podcmos

lan^ <;ar^ mao^ deste^ metodo.

V.1111.1g('ll'i^ /..,^ v:lll^ l<t^ g('lh^ do~^ e~tudo~

co1relacionai..,^ ~ao,^ principal^ mente,^ as

se- gui ntes: perm^ item^ o estudo^ de^ situa~ocs

on^ de uma^ int^ crvcn~ao^ experimental seria ina- dequada ou impossfvel; perm item a coleta de grandes quantidades de

informa~ao;^ uti- lizam metodos estatisticos de^ facil^ aplica~ao;

seus resultados^ sao^ facilmente comunica- veis e de^ facil^ entendimento.Desvantagens-^ Dois problemas exigem

aten~ao^ especial^ quando^ se utiliza o^ me-

todo correlacional.^ Sao^ eles:^ •^0 problema^ da^ terceira^ variavel-^ As

vezes duas variaveis co-variam, isto^ e,^ ao au- mento de intensidade em uma corresponde urn aumento de intensidade na outra, ou ocontrario, mas esta covariancia^ e^ devida ao efeito de uma terceira variavel que afeta am-bas.^ Urn^ exemplo seria a existencia de^ uma

correla~ao^ positiva entre quantidade de ex- posi~ao^ a filmes violentos e quantidade de agressividade em

crian~as^ que^ sao^ educadas em ambientes muito violentos. Neste caso, o ambiente de violencia

e^ que seria o respon- savel^ pela preferencia^ por^ filmes violentos e tambem pelo comportamento agressivo.Alguns exemplos de^ correla~oes^ encontradas

sao^ bern curiosos, isto porque^ nao^ se de- vern^ as^ rela~6es^ entre^ as^ variaveis em si, mas

a^ a~ao^ de^ uma^ terceira variavel. Assim,^

por exemplo, tatuagens correlacionam-se com acidentes de moto, pessoas que tomam

cafe acima da^ media^ sao^ mais sujeitas a ataques cardiacos e casados vivern mais do que solte

i- ros. Evidentemente, estes pares de variaveis apenas co-variam em

fun~ao^ de uma tercei- ra variavel: uma tendencia a correr mais riscos, fruto de certos

tra~os^ de personalidade, no primeiro caso; a fumar ou a^ nao^ se exercitar adequadamente, no segundo; e a fatoresrelacionados a cuidar mais da saude, menor

exposi~ao^ a riscos e urn estilo de vida, no

todo, mais saudavel, no terceiro.^ •^0 problema^ da^ causalidade reversa-

As^ vezes^ nao^ se poder determinar com segu- ran~a^ a^ rela~ao^ de causalidade entre as variaveis

que^ covariam.^ Por^ exemplo, ainda man^ tendo o exemplo da possivel^ correla~ao

entre quantidade de^ exposi~ao^ a filmes vio- lentos e agressividade, poder-se-ia indagar

see^ o^ fa^ to de ver filmes violentos que con- duz^ ao comportamento agressivo, ou se o

fa^ to de^ uma^ crian~a^ ser agressiva^ por^ proble- mas de personalidade^ faz^ com que ela prefira programas violentos

na^ TV^. Exemplo de^ uma^ pesquisa^ correlacional-

Para^ nos atermos ao campo dos efeitos da televisao, que vimos abordando^ ate agora, podemos citar urn estudo de Gerbner e Gross^ (1976),^ que^ nao^ difere muito de outras pesquisas realizadas sobre a influenciada televisao no comportamento das pessoas (a grande maioria delas costuma ser dotipo correlacional). Estes autores registraram primeiramente o tempo que adultos des-pendem^ em^ media^ na^ frente de seus televisores assistindo a programas diversos, divi-dindo-os em seguida em^ fun~ao^ do tempo passado diante da

TV^ (espectadores assiduos: grupo^ de pessoas que viam muitas horas diarias de

TV^ versus^ espectadores^ nao-as- , 34

hhil^ lli^ 1^ IIIIHl^ <k^ lll^ '..,..,^ o,,..,^ qw^ •^ viam^ pouca..,

ho1^ ,,..,^ tli:111:1..,^ de^ IV).^ I^ omaram^ o^ c.:^ uidado ·h'i..it""", l' llll"l' o~ parti<:ipantes da pc~quisa^ ,^ pcssoas^ que viam tclevisao clesde a l!t^ 'Jli^ l!^1 111u^ .1,^ para^ cvitar^ eventuais^ di{eren~as

de cfeito cumulativo, uma vez que o tljll'^111111 cknt('^ pa^ ssado diante da^ TV^ poderia ter algum tipo de efeito que, de

outra lti^ \1^11 ,;^111 podt•t^ ia^ se r detectado.^1 Ptli^ 'i^ dd^.^ lllH' Illl'^ a isto, so ndaram estes mesmos telespectadores quanto

as^ suas cren- 1!^ !'^ It^ '^ ll^ da^ poss^ fvcl^ similaridade entre o que viam na

TV^ eo^ que acontecia de fato no lllliitdll^11 .d,^ com^ especial^ aten~ao^ ao nfvel de agressividade existente nas ruas de suas^ ld^ iltk^ .1^ pos..,ibiliclade^ de serem vftimas de assaltos

ou^ a de estarem expostos a situa-

,^ II^ tit^ Ill^ :I..,^.^ ls^ to^ porque, como se sabe atraves de inumeros outros estudos observa- ltiii .l^ l^ "'^ ,1^ IV^ costuma^ exibir nfveis de agressividade quantitativamente bern superiores tjt~;dlt,lllvamcnte^ distintos) aqueles realmente detectaveis no dia-a-dia. (I^ II^ •;^ tdtadO^ desta pesquisa^ mOStrOU^ que existe
Uilla^ COrrela~aO^ linear^ poSitiVa^ en-

Itt^ tl^ i!^ IIIIHl^ de^ cxpos^ i~ao^ diaria^ a^ TV^ e a

cren~a^ de que o^ mundo^ real^ e^ similar aquele 1'1111^11 1 I^ V.^ Is^ to incluia^ uma^ distor~ao^ perceptiva,

no^ sentido de superestimar o nivel

h^ \•i(oll^111 1:1^ existente nas ruas, a probabilidade de vir a ser molestado de alguma for- Ill•!^ ,^ I.'^1 tttllvic.:r;ao^ da necessidade do aumento do policiamento ostensivo e de
puni~oes

I!Uih^ .1^ '1^1 ,,..,^ as^ pessoas^ que^ cometem delitos.

Em^ outras palavras, ver^ TV^ e achar o llliii1il11^1111 igoso^ sao^ duas variaveis que se relacionam

na^ mesma^ dire~ao^ ("correla~ao hili^1 i1^ pP^ .,^ il^ iva^ ").^ Como vimos anteriormente, tal metodo,

por^ sua natureza,^ nao^ per- tlllt^ l'^1 11.11,;1\o^ de outras certezas. De outro lado , sabe-se,

por^ exemplo, que pessoas que !iii^ 1111mas^ de assaltos^ ou^ sofreram algum tipo de violencia

na^ rua tendem a ficar ttHt^ ':^1 '"^ rasa,^ e,^ por^ conseguinte, a assistir mais programas de

TV.^ Aqui poderiamos 1111111•1^ I11m^ pressupor igualmente a^ ac;ao

de^ uma^ terceira variavel responsavel pela cor- lrl~ , lll dt ·.,coberta: o medo. lndividuos mais medrosos,^ por^ quaisquer razoes, tanto- llt\11:1111 ~a ir de casa como passariam a assistir mais programas de^ TV. N 11 111ai s, e interessante atentar para urn dos principais efeitos desta^ correla~ao: tl! tlliltl lllais uma pessoa ve TV e acha o mundo^ perigoso, menos sai de casa (o que po- lt 11 1 It V<l Ia a corrigir esta percep~ao distorcida) e,^ por^ conseguinte, mais assistira a p!ill!t.lllt.l.., de TV, num perverso circulo vicioso. motodos ex post facto 1 1 ... mctodos ex post facto caracterizam-se^ por^ estudar^ uma^ situac;ao^ onde^

as^ varia- n :^ 11ukpcndentes^ e dependentes^ ja^ ocorreram.

0 pesquisador, atraves de diferentes 1111 111do..,^ de coleta de dados,^ obtem^ informac;oes

acerca da variavel dependente e,^ em 1 )!lld.t^ ,^ procura inferir a variavel ou^ as

variaveis independentes responsaveis pela !!Lilli^ t:^ 11cia^ do renomeno verificado. Seria o caso,

por^ exemplo, de verificar,^ em^ uma 35