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Guias e Dicas
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Psicoimunologia, Notas de estudo de Farmácia

Psicoimunologia

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 22/09/2013

farmacia-faintivisa-2012-4
farmacia-faintivisa-2012-4 🇧🇷

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Emoções e sistema imunológico Teoria, investigação e prática Psicologia
222207
PSICOLOGIA: TEORIA, INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA, 20 02, 2, 207-225
©Centro de Investigação em Psicologia, Universidade do Minho
EMOÇÕES E SISTEMA IMUNOLÓGICO: UM OLHAR SOBRE A
PSICONEUROIMUNOLOGIA
Ângela da Costa Maia
1
Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal
Resumo -
A concepção do sistema imunológico como sistema autónomo de funcionamento
exclusivamente químico deu lugar, especialmente a partir dos anos oitenta, a uma concepção
integrada em que se reconhece que o sistema imunológico está integrado com outros sistemas
sendo sensível à regulação do sistema nervoso (Ader, 1983; Rabin, Cohen, Ganguli, Lysle &
Cunnick, 1989; Cohen & Herbert, 1996). Reconhece-se assim o papel que as diferentes áreas
do funcionamento humano, nomeadamente cognitivo e emocional, pode ter sobre a sua
eficiência. Deste modo nasceu uma disciplina designada por Psiconeuroimunologia dedicada a
estudar as relações entre os stressores psicossociais, as emoções e os sistemas
neuroimunológicos que organizam a resposta adaptativa ao stress. A hipótese base deste
modelo é que os stressores psicossociais diminuem a eficiência do sistema imunológico o que
leva ao aumento de sintomas médicos. Neste trabalho abordamos esta temática, descrevendo
a investigação actual sobre as condições psicossociais e emocionais que parecem afectar a
imunocompetência.
Palavras chave: psiconeuroimunologia, emoção, stress, saúde
Key words: Psychoneuroimmunology, emotion, stress, health
INTRODUÇÃO
Uma das razões para o forte interesse que a psiconeuroimunologia desperta entre os
profissionais de vários domínios advém do seu contributo para compreender porque razão os
acontecimentos de vida ou as emoções afectam a saúde. O estudo da função imunológica na
relação com a experiência revelou-se assim um campo promissor, onde têm ocorrido grandes
avanços e onde se adivinham continuamente novas descobertas.
1
Toda a correspondência relativa a este artigo deve ser enviada para Ângela da Costa Maia, Instituto de Educação e
Psicologia, Departamento de Psicologia, Campus de Gualtar, Universidade do Minho; Tel: 253 604240; Fax: 253
678987; E-mail: angelam@iep.uminho.pt
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EMOÇÕES E SISTEMA IMUNOLÓGICO: UM OLHAR SOBRE A

PSICONEUROIMUNOLOGIA

Ângela da Costa Maia

1

Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Portugal

Resumo - A concepção do sistema imunológico como sistema autónomo de funcionamento

exclusivamente químico deu lugar, especialmente a partir dos anos oitenta, a uma concepção

integrada em que se reconhece que o sistema imunológico está integrado com outros sistemas

sendo sensível à regulação do sistema nervoso (Ader, 1983; Rabin, Cohen, Ganguli, Lysle &

Cunnick, 1989; Cohen & Herbert, 1996). Reconhece-se assim o papel que as diferentes áreas

do funcionamento humano, nomeadamente cognitivo e emocional, pode ter sobre a sua

eficiência. Deste modo nasceu uma disciplina designada por Psiconeuroimunologia dedicada a

estudar as relações entre os stressores psicossociais, as emoções e os sistemas

neuroimunológicos que organizam a resposta adaptativa ao stress. A hipótese base deste

modelo é que os stressores psicossociais diminuem a eficiência do sistema imunológico o que

leva ao aumento de sintomas médicos. Neste trabalho abordamos esta temática, descrevendo

a investigação actual sobre as condições psicossociais e emocionais que parecem afectar a

imunocompetência.

Palavras chave: psiconeuroimunologia, emoção, stress, saúde

Key words: Psychoneuroimmunology, emotion, stress, health

INTRODUÇÃO

Uma das razões para o forte interesse que a psiconeuroimunologia desperta entre os

profissionais de vários domínios advém do seu contributo para compreender porque razão os

acontecimentos de vida ou as emoções afectam a saúde. O estudo da função imunológica na

relação com a experiência revelou-se assim um campo promissor, onde têm ocorrido grandes

avanços e onde se adivinham continuamente novas descobertas.

(^1) Toda a correspondência relativa a este artigo deve ser enviada para Ângela da Costa Maia, Instituto de Educação e

Psicologia, Departamento de Psicologia, Campus de Gualtar, Universidade do Minho; Tel: 253 604240; Fax: 253 678987; E-mail: angelam@iep.uminho.pt

A concepção do sistema imunológico como sistema fisiológico autónomo de

funcionamento exclusivamente químico com a tarefa de reconhecer o que é e não é do próprio

organismo deu lugar, especialmente a partir dos anos oitenta, a uma visão integrada em que se

reconhece que o sistema imunológico interage com outros sistemas sendo sensível à

regulação dos sistemas nervoso e endócrino (Ader, 1983; Rabin, Cohen, Ganguli, Lysle &

Cunnick, 1989).

A disciplina designada por Psiconeuroimunologia

1

é o campo científico que investiga as

ligações entre o cérebro, o comportamento e o sistema imunológico, bem como as implicações

que estas ligações têm para a saúde física e a doença (Kemeny & Gruenewald, 1999). A

hipótese base deste modelo é que os stressores psicossociais diminuem a eficiência do

sistema imunológico o que leva ao aumento de sintomas médicos (risco de uma doença).

Assim, face a uma ameaça biológica com uma determinada potência, a

imunocompetência, ou seja, a capacidade do sistema imunológico proteger o corpo num

determinado momento

2

estará relacionada com os factores psicossociais que afectam o

sistema imunológico. Entre estes factores contam-se os estados emocionais; o tipo e a

intensidade de stress que a pessoa está a enfrentar, as características de personalidade e a

qualidade das relações sociais.

A relação entre stress e doença começou por ser estabelecida por Selye (1976)

sugerindo que os stressores crónicos contribuíam para um estado de exaustão do organismo

pondo em causa o seu equilíbrio. Assim, as respostas que envolvem as ligações entre cérebro,

hormonas e sistema imunológico, passariam, ao fim de um determinado tempo, a ter

dificuldades em lidar com o stress e as manifestações de doença ocorreriam num grau que

poderia conduzir até à morte.

Um segundo momento na conceptualização dos desafios colocados pelos

acontecimentos de vida sobre a saúde física e emocional começou a ter em conta as

características psicológicas e as estratégias de confronto utilizadas pelos sujeitos para lidar

com essas situações. Este desenvolvimento assume que o impacto de uma situação no sujeito

depende da avaliação que o sujeito faz dela, bem como das estratégias que mobiliza de modo

a fazer-lhe face.

Assim, enquanto alguns investigadores procuram averiguar o impacto de

acontecimentos de vida na saúde e/ou no sistema imunológico; outros tentam diferenciar o

efeito dos acontecimentos de vida em função das emoções envolvidas, do estilo cognitivo, ou

das características de personalidade da pessoa.

Uma terceira abordagem sugere que o processamento dos acontecimentos de vida,

especialmente das situações traumáticas, os significados que os sujeitos constroem, ou as

estratégias de coping que vão sendo utilizadas, passam por uma série de fases sobre as quais

poderá haver uma intervenção de modo a diminuir os efeitos nefastos sobre o sistema

imunológico. A psicoterapia ou outras estratégias poderão ser concebidas como formas de

intervir nesta sequência, contribuindo para acelerar o processo de lidar com o trauma e

prevenindo os potenciais efeitos nefastos sobre a saúde de uma determinada experiência.

SUSCEPTIBILIDADE À DOENÇA

identificadas (Felten, Felten, Carlson, Olschowka, & Livnat, 1985; Felten & Olschowka, 1987),

nomeadamente pela observação de que linfócitos como as NK têm receptores para os

neurotransmissores. Vários autores encontraram igualmente ligações entre o sistema

imunológico e o endócrino através do efeito de diferentes mediadores hormonais como

catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), cortisol, prolactina, ACTH, TSH, hormona do

crescimento ou opiáceos endógenos, hormonas que estão relacionadas com a resposta ao

stress (cf. Schneiderman & Baum, 1992; Cohen, 1994; Wang, Delahanty, Dougall, & Baum,

1998). Além disso existe enervação simpática e parasimpática dos órgãos linfóides (Felten &

Olschowka, 1987). Por seu lado alguns comportamentos que são associados a características

psicológicas ou são respostas ao stress podem influenciar o sistema imunológico: práticas de

saúde más como fumar, dieta inapropriada e sono perturbado diminuem a resposta

imunológica.

ACONTECIMENTO DE VIDA

MUDANÇA IMUNOLÓGICA

Figura. 1. Relação entre acontecimento de vida, características e estados psicológicos e mudança imunológica (Adaptado a partir de Cohen & Herbert, 1996).

Podemos dividir as investigações que analisaram a relação entre os factores

psicológicos e a saúde e/ou a eficiência imunológica em quatro grupos: os que estudaram o

efeito das situações de stress (quer em condições naturalistas, quer em laboratório); os que

estudaram o efeito do afecto, nomeadamente o humor triste e a depressão; os que estudaram

o efeito das características de personalidade; e, finalmente, os que estudaram a importância

das relações interpessoais

3

ACTIVAÇÃO

DO SNC

RESPOSTA

HORMONAL

MUDANÇA

COMPORTAMENTAL

CARACTERÍSTICAS E ESTADOS PSICOLÓGICOS

2.1.Estudo do efeito do stress

2.1.1. Estudo do efeito do stress em contexto naturalista

Janice Kiecolt-Glaser é uma das investigadoras que mais tem procurado averiguar o

efeito de variáveis psicosociais sobre o funcionamento do sistema imunológico. Os seus

primeiros estudos, em meados dos anos oitenta, procuraram observar, em contextos

naturalistas, o efeito do stress durante a época dos exames escolares sobre o funcionamento

imunológico de estudantes universitários. Os resultados sugerem que em épocas de maior

stress, em comparação com épocas após férias, existe uma diminuição da actividade dos

linfócitos NK (Kiecolt-Glaser, Garner, Speicher, Penn, Holliday, & Glaser, 1984); na proliferação

de linfócitos (Glaser, Kiecolt-Glaser, Stout, Tarr, Speicher, & Holliday, 1985; Glaser, Rice,

Sheridan, Fertel, Stout, Speicher, Pinsky, Kotur, Post, Beck, & Kiecolt-Glaser 1987; Glaser,

Lafuse, Bonneau, Atkinson, & Kiecolt-Glaser, 1993); e na citocidade dos linfócitos (Glaser,

Rice, Speicher, Stout, & Kiecolt-Glaser, 1986; Glaser et al., 1987). Paralelamente foi verificado

que durante estas fases de stress há um aumento na circulação de anticorpos anti herpes

virus(Glaser et al., 1985; Glaser et al., 1987; Glaser, Pearson, Jones, Hillhouse, Kennedy, Mao,

& Kiecolt-Glaser 1991); bem como uma cura mais lenta de feridas após biópsias (Kiecolt-

Glaser, Page, Marucha, MacCallum, & Glaser, 1998).

Outra situação que tem mostrado estar relacionada com um aumento do stress a

prestação de cuidados a doentes crónicos, nomeadamente doentes com Alzheimer. O estudo

da resposta imunológica de familiares cuidadores destes doentes têm mostrado uma resposta

diminuída do sistema imunológico, incluindo diminuição do número de linfócitos totais e células

T, menor reacção dos linfócitos NK e maior número de anticorpos aos vírus herpes (e.g.

Kiecolt-Glaser, Fisher, Ogrocki, Stout, Speicher, & Glaser, 1987; Esterling, Antoni, Fletcher,

Margulies, & Schneiderman, 1994).

Para além do efeito do stress relacionado com as épocas de exames e com o cuidado

de doentes, foram igualmente avaliados os efeitos de uma variedade de acontecimentos que

incluem situações tão diversas como desastres naturais, desemprego, guerra, acidente nuclear

ou conflitos conjugais. Por exemplo McKinnon, Weiss, Reynolds, Bowles e Baum (1989)

verificaram que os residentes à volta de uma Central Nuclear em que houve uma ameaça de

acidente tiveram mais doenças nos meses seguintes. As análises sobre a função imunológica

permitiram verificar uma diminuição das células B, Células T CD3, CD4 e NK e menor produção

de anticorpos em reacção à vacina de hepatite B. Por seu lado Kiecolt-Glaser, Malarkey, Chee,

Newton, Cacioppo (1993) verificaram que em casais com comportamentos mais negativos e

hostis, e que estão a passar por momentos de mal estar na relação, têm maiores diminuições

nas NK e menor resposta de proliferação dos linfócitos.

Uma outra forma de avaliar o efeito do stress sobre o sistema imunológico é pedir

para os sujeitos registarem o nível de stress experienciado/percebido, relacionando esse relato

com medidas do sistema imunológico ou medidas de infecção Por exemplo, Jabaaij, Grosheid,

Manuck. (2001) ao fazerem a revisão dos estudos realizados em laboratório, é o facto de haver

uma covariação entre a magnitude da activação do Sistema Nervoso Simpático e a variação na

resposta imunológica. Os sujeitos com reacção mais marcada a nível das respostas simpática

e imunitária tornam-se assim naqueles que são mais vulneráveis aos desafios do dia a dia.

2.2. Estudo do efeito do humor sobre o funcionamento do sistema imunológico

A associação entre a depressão clínica e a imunosupressão foi estabelecida há muito

tempo. Herbert e Cohen (1993), numa meta-análise de 40 estudos sobre a relação entre

depressão clínica e sistema imunológico, verificaram que os resultados são consistentes e

permitem concluir que os deprimidos exibem uma menor resposta de proliferação dos

linfócitos; menor actividade dos linfócitos NK; e um menor número de células NA, B, T, T

auxiliadoras e T Supressoras / Citotóxicas. Estas relações são mais elevadas nos idosos e

sujeitos hospitalizados; e os estudos têm verificado que quando as pessoas recuperam da

depressão a actividade dos linfócitos NK aumenta de novo. Atendendo a que na depressão

muitos comportamentos dos sujeitos ficam alterados, muitos estudos procuraram controlar

comportamentos potencialmente prejudiciais para o sistema imunológico. Quando foram

controlados os hábitos de exercício, dietas, fumo, medicamentos, etc., os resultados foram os

mesmos.

Quando, em vez do efeito da depressão, foi avaliado o efeito do humor deprimido

sobre o sistema imunológico em amostras não clínicas, os resultados são muito semelhantes

ao que acontece na depressão: as meta-análises revelaram os mesmos efeitos que a

depressão clínica, nomeadamente menor actividade dos linfócitos NK e menor proliferação de

linfócitos; mas o efeito é menos significativo (cf. Herbert & Cohen, 1993).

A relação entre funcionamento imunológico e estados associados ao processo de luto

foi igualmente estudado, no contexto do estudo do efeito de estados emocionais negativos

sobre o sistema imunológico. Os estudos realizados com pessoas em processo de luto

permitiram concluir que o seu sistema imunológico está afectado: foi verificado que as

mulheres que tinham ficado viúvas recentemente tinham uma diminuição na função das células

T (Bartrop, Lazarus, Luchurst, Kiloh & Penny, 1977); ou uma actividade proliferativa inferior de

NK do que as esposas de homens saudáveis (Schleifer, Keller, Camerino, Thornton, & Stein,

1983; Irwin, Daniels, Smith, Bloom & Weiner, 1987a). Estudos realizados por Kemeny, Weiner,

Duran, Taylor, Visscher e Fahey (1995); Irwin, Daniels, Smith, Bloom e Weiner (1987b) e Linn,

Linn e Jensen, (1984) encontraram resultados semelhantes, sendo a imunosupressão maior

quanto maior for o grau de humor negativo. As perdas por separação ou divórcio resultam

igualmente em imunosupressão (Kiecolt-Glaser, Fisher, Ogrocki, Stout, Speicher, & Glaser,

1987; Kiecolt-Glaser, Kennedy, Malkoff, Fisher, Speicher, & Glaser, 1988).

Quando, em vez de olhar para efeito do humor negativo, se procura saber o efeito do

humor positivo sobre o sistema imunológico, verifica-se que existem poucos estudos sobre o

efeito do humor positivo no sistema imunológico. Num estudo realizado sobre a relação entre

acontecimentos do dia a dia e a quantidade de imunoglobulina A (IgA) em resposta a um

antigene, foi verificado que esta era maior quando o humor do sujeito era positivo e menor

quando o humor do sujeito era negativo (Stone, Cox, Valdimarsdottir, Jandorf & Neale, 1987;

Stone, Neale, Cox, Napoli, Valdimarsdottir, & Kennedy-Moore, 1994). Curiosamente Futterman,

Kemeny, Shapiro, e Fahey (1994) verificaram que a indução de humor positivo e negativo tinha

efeito diferenciado na resposta imunológica: após indução de humor positivo aumentava a

proliferação de linfócitos e o contrário acontecia face à indução de humor negativo.

Em suma, da revisão dos diferentes estudos que procuraram avaliar o efeito da

depressão ou humor triste sobre o sistema imunológico, pode-se concluir que o afecto negativo

está relacionado com uma diminuição da sua competência.

2.3. Estudo do efeito das características da personalidade sobre o funcionamento do

sistema imunológico

Desde há muito tempo que se tem associado características da personalidade com a

saúde, mas não são muitos os estudos realizados directamente sobre o efeito de

características da personalidade sobre o funcionamento do sistema imunológico.

A tendência para o desânimo e o estilo pessimista foi relacionado com um pior

funcionamento do sistema imunológico (e.g. Kamen-Siegel, Robin, Seligman, Dwyer & 1991),

mas a característica de personalidade mais estudada tem sido a repressão/negação.

As estratégias inibitórias, repressivas ou de negação, têm sido associadas ao

aumento de sintomas físicos, com mais visitas médicas, a mais irregularidades do sistema

nervoso autónomo e a mais perturbações do sistema imunológico. O efeito da repressão das

emoções negativas tem vindo a ser salientado nos modelos psicossomáticos. Schwartz (1990),

por exemplo, relacionou a repressão de emoções negativas com a susceptibilidade à doença e

vários autores sugeriram que a supressão de emoções negativas potencia o risco de cancro

(Gross, 1989; Kune, Kune, Watson & Rahe, 1991; Shaffer, Graves, Swank & Pearson, 1987).

Por exemplo Garssen e Goodkin (1999), verificaram que repressão de emoções negativas e o

baixo suporte social (dois factores que podem ocorrer associados) eram, para além da

tendência para o desânimo, factores de risco para o cancro.

Os sujeitos introvertidos são mais susceptíveis de contrair infecções respiratórias

superiores após uma exposição viral (Broadbent, Broadbent, Phillpots, Wallace & 1984;

Totman, Kiff, Reedy & Craig, 1980) e têm mais infecções periodontais (Manhold, 1953; cit. por

Cohen, 1994)

Medidas directas sobre o sistema imunológico revelaram que um nível elevado de

repressão estava relacionado com a supressão da resposta imunológica nomeadamente

observável num nível mais elevado do anticorpo do vírus do herpes (Esterling, Antoni, Kumar,

& Schneiderman, 1990; Esterling, Antoni, Fletcher, Margulies, & Schneiderman, 1994). Cole e

enquanto Kiecolt et al. (1987) verificaram que as mulheres separadas e divorciadas têm nível

mais elevado de anticorpo anti-vírus herpes, menor percentagem de linfócitos NK e menor

proliferação dos linfócitos. Em outro estudo Kiecolt-Glaser, Kennedy, Malkoff, Fisher, Speicher,

& Glaser (1988) encontraram que os homens separados e divorciados têm uma nível mais

elevado de anticorpo anti-vírus herpes, e mais infecções.

Outros estudos que deram resultados que vão no mesmo sentido foram realizados por

Baron, Cutrona, Hicklin, Russel, & Lubaroff (1990) que observaram que os cônjuges de

doentes com cancro com mais apoio social têm uma melhor actividade dos linfócitos NK e

melhor resposta de proliferação dos linfócitos; Genest (1989) que pôde constatar uma relação

entre suporte social e a diminuição da probabilidade de artrite em situações de stress; Thomas,

Goodwin, e Goodwin (1985) ao constatar que idosos que relatam ter relações íntimas têm

melhor resposta de proliferação dos linfócitos ou ainda Glaser, Kiecolt-Glaser, Bonneau,

Malarkey e Hughes, (1992) que verificaram que os estudantes universitários com maior suporte

social produziam mais anticorpo em resposta à vacina da hepatite B.

Em suma, como concluem McGuire e Kiecolt-Glaser (2000), as relações interpessoais

positivas estão relacionadas com menores níveis de hormonas de stress (e.g. cortisol,

catecolaminas), melhor resposta do sistema imunológico, e diminuição do risco de contrair

vários tipos de infecção.

O que vamos analisar a seguir pode contribuir para explicar a efeito robusto do suporte

social sobre a saúde e o sistema imunológico, bem como explicar porque é que alguns estilos

de personalidade em que predomina a negação ou repressão emocional estão associados a

mais problemas de saúde.

  1. IMPACTO DOS ACONTECIMENTOS DE VIDA EM FUNÇÃO DOS SIGNIFICADOS E DO TIPO DE PROCESSAMENTO

A ideia base da conceptualização e investigação sobre o efeito do tipo de

processamento das experiências de vida sobre o equilíbrio físico é a de que há formas de

processamento das situações (especialmente quando traumáticas) que são mais eficazes do

que outras; e que este processamento passa por uma série de fases. Enquanto os estudos

realizados no âmbito da primeira linha procuram averiguar de que modo a construção de

significados sobre uma experiência afecta a saúde, na segunda linha encontramos os estudos

sobre o efeito da expressão emocional.

3.1. Acontecimentos de vida, construção de significados e saúde

Alguns autores têm sugerido que os acontecimentos traumáticos confrontam o sujeito

com informação que é inconsistente com o modo como normalmente organiza a informação e

exigem da parte deste um trabalho para integrar a nova informação. Por exemplo Horowitz

(1986), Janoff-Bulman (1989) e Silver, Boon e Stones (1983) defenderam que as experiências

traumáticas são uma ameaça aos esquemas com que a pessoa organiza o mundo e a si

próprio, pondo em causa as suas crenças básicas sobre a existência de um mundo previsível e

a sua dignidade e eficácia como participante da sociedade. Para lidar com essa ameaça é

necessário reformular estas ideias e redefinir a si próprio e ao seu mundo. Isto implica um

trabalho activo de pensar quer sobre o acontecimento, quer sobre os pensamentos e sobre as

emoções a ele associado (cf. Harber & Pennebaker, 1992).

Bower, Kemeny, Taylor e Fahey (1998) sugerem que pensar/elaborar sobre um

acontecimento stressante pode aumentar o sentido de mestria e a probabilidade de a pessoa

sentir que tem controlo sobre a sua vida, aumentando a auto-estima. Para estes autores

encontrar um significado positivo para as experiências difíceis é um dos resultados potenciais

deste processamento. Exemplos desta construção de significados são, segundo Taylor (1983)

e Yalom (1980); uma redefinição das prioridades para a vida; aumento da sensação de viver no

presente; uma redefinição das relações interpessoais especialmente pelo aumento de

intimidade com os outros significativos; e uma maior apreciação pela fragilidade e preciosidade

da vida.

A ideia de que esta construção de significado aumenta a adaptação psicológica tem sido

defendida por vários autores (e.g. Mendola, Tennen, Affleck, McCann, & Fitzgerald, 1990);

tendo Afflect, Tennen, Croog e Levine (1987) encontrado um efeito sobre a saúde: os sujeitos

que reorganizaram a vida e perceberam benefícios do facto de terem sido vítimas de um

ataque cardíaco (mudando os seus valores e filosofia de vida) revelaram menos probabilidade

de ter um novo ataque e diminuíram a morbilidade num follow up de 8 anos.

Um estudo realizado por Bower, Kemeny, Taylor e Fahey, (1998) verificou que o

processamento cognitivo e a procura de significado após a morte de um amigo está

relacionado com um menor declínio das células CD4 T e maior sobrevida entre um grupo de

sujeitos contaminados com HIV. Exemplos de indicadores de processamento cognitivo são

frases como: “Eu tenho pensado muito nele como uma pessoa, um amigo. Mais importante

ainda, tenho pensado nele como uma vida”. Exemplos de descoberta de significado encontram-

se nas afirmações seguintes “Eu agora aprecio muito mais os amigos que tenho e tornei-me

um amigo mais íntimo” ou “de certa fora a sua morte levou-me a acreditar mais firmemente na

qualidade da vida e levou-me a procurar vivê-la de um modo mais satisfatório”.

Em suma, alguns estudos sugerem que face a experiências que dasafiam as

concepções com que o sujeito antes organizava o mundo, a capacidade de dar um significado

positivo à experiência parece estar relacionada com efeitos positivos a nível da saúde e do

sistema imunológico.

3.2. Acontecimentos de vida, expressão emocional

5 e saúde

Ainda que o trabalho individual de pensar e elaborar os significados dos acontecimentos

traumáticos seja uma dimensão importante ou mesmo suficiente para alguns sujeitos, é na

demostrou mesmo que se se pedir a alguém para inibir um pensamento ele torna-se mais

frequente e a concentração diminui (Gilbert, Krull & Pelham, 1987).

A relação entre inibição e perturbação física foi já estabelecida. A inibição exige trabalho

fisiológico e está associada ao aumento da actividade do sistema nervoso autónomo como o

aumento da conductividade da pele, activação do sistema nervoso central nas regiões do septo

e hipocampo, e activação nas áreas corticais (cf. revisão realizada por Pennebaker,1988).

Quando a inibição ocorre por períodos de tempo muito longos, conduz a mais episódios de

doença e dificuldades imunológicas. Por exemplo, Pennebaker (1989) e Pennebaker e

Susman, (1988) verificaram que os sujeitos que tiveram um trauma na infância sobre o qual

não puderam falar têm mais probabilidade de ficar doentes do que aqueles que passaram

pelas mesmas experiências mas puderam partilhá-las. Este resultado está de acordo com o

que antes vimos acerca dos sujeitos com estilo de personalidade mais inibidos e/ou com menor

rede de relações interpessoais, que têm mais problemas de saúde.

Para testar o efeito da expressão sobre a saúde e mais exactamente sobre o sistema

imunológico, Pennebaker, Kiecolt-Glaser & Glaser (1988) pediram a sujeitos para escrever

quatro dias seguidos sobre situações traumáticas da sua vida, enquanto outros escreviam

sobre situações triviais. Os sujeitos que escreveram sobre situações traumáticas não só

diminuíram os valores de activação do sistema nervoso autónomo e o número de consultas

médicas, como a avaliação da sua função imunológica revelou uma melhoria da eficácia dos

linfócitos T. Num estudo realizado por Petrie, Booth, Pennebaker, Davidson e Thomas (1995)

em que existiram igualmente dois grupos com a tarefa de escreveram ou sobre situações

traumáticas ou sobre assuntos triviais, verificou-se que escrever sobre situações

emocionalmente dolorosas estava associado a uma resposta mais eficaz do sistema

imunológico, medido por um maior número de anticorpos face à vacina da hepatite B. Mais

recentemente Petrie e Pennebaker (1998) verificaram que os sujeitos que escreveram durante

3 dias seguidos acerca das suas emoções revelaram um aumento significativo de linfócitos

CD4, enquanto os que só puderam relatar os factos sem revelar pensamentos ou emoções

diminuíram os níveis de linfócitos CD3.

Em suma, este conjunto de estudos parece indicar que o processamento das situações

traumáticas passa por uma série de fases, havendo tarefas, como escrever ou falar sobre os

acontecimentos e as emoções a eles associados, que parecem contribuir para amortecer o

efeito potencialmente nefasto associado a essas experiências.

Mas não podemos deixar de lembrar que sendo a relação entre partilha e saúde

extremamente importante, ela em alguns casos é independente do suporte social. Como

Pennebaker (Pennebaker & Susman, 1988; Pennebaker, 1992) afirma, ter uma experiência

traumática e não poder partilhá-la quando se tem amigos ainda é mais exigente do ponto de

vista da inibição e, por isso, potencialmente mais perturbador.

CONCLUSÃO

Partindo de uma concepção do sistema imunológico como um sistema integrado com os

sistemas endócrino e nervoso, e por isso sensível às emoções, neste artigo procuramos

sistematizar a investigação sobre algumas das condições que estão relacionadas com a

imunocompetência. Os resultados da investigação realizada nos últimos vinte anos permite

concluir acerca das consequências negativas para o sistema imunológico do stress, das

emoções negativas, dos estilos de personalidade repressivos e do isolamento social.

A investigação sobre a construção de significado e o processamento das experiências de

vida mais adversas têm revelado que o modo como estas experiências são organizadas e

processadas pode ser mais ou menos eficaz, quer do ponto de vista psicológico, quer da

saúde. Os resultados recentes sobre a relação entre tipo de processamento e resposta

imunológica vêm contribuir para explicar este efeito e, tal como em relação a outros factores

psicológicos (stress, depressão, repressão, isolamento), confirmam o efeito já longamente

observado destas condições sobre os problemas físicos.

Assim, se não se pode afirmar que as alterações observadas directamente sobre o

sistema imunológico implicam necessariamente alterações nas condições de saúde, a verdade

é que todas estas dimensões foram associadas ao aumento de sintomas médicos.

Provavelmente o estudo dos processos imunológicos ajuda a esclarecer o porquê desta

associação entre mente e corpo são.

Ainda que este trabalho se centre nas condições que afectam negativamente o sistema

imunológico, não podemos deixar de referir algumas das condições que parecem estar

relacionadas com a promoção do seu funcionamento.

Se o stress está relacionado com problemas imunológicos, parece óbvio que as

estratégias que procuram reduzir o stress terão um efeito positivo sobre o seu funcionamento.

Estudos sobre o efeito do relaxamento, gestão do stress, e grupos de suporte mostraram que

estas actividades têm um efeito positivo sobre a saúde (cf. Cohen & Herbert, 1996); e alguns

estudos mostraram um impacto positivo directo sobre o sistema imunológico. Por exemplo,

Kielcolt-Glaser et al., (1985) verificou que a prática do relaxamento aumenta as NK e células T

num grupo geriátrico. Mais recentemente Fawzy, Fawzy, Hyun, Elashoff & Guthrie (1993)

verificaram que sujeitos com melanoma maligno que foram submetidos a um tratamento que

incluía gestão do stress e estratégias de coping, revelaram um melhor funcionamento do

sistema imunológico e maior sobrevida.

Se a psicoterapia for entendida como suporte social e uma oportunidade para acelerar

o processamento das experiências, ela terá, concerteza, um efeito positivo sobre o

funcionamento imunológico. Lidar com acontecimentos negativos exige a utilização de

estratégias de coping que passam por uma série de fases mais ou menos previsíveis (e.g.,

teoria do luto de Kubler-Ross, 1969) e a psicoterapia constitui uma forma de realizar as tarefas

de modo a diminuir as consequências negativas. De facto a psicoterapia pode ser concebida

como forma de acelerar o processo de lidar com as experiências negativas e prevenir os

potenciais efeitos nefastos de uma determinada experiência. Os estudos de Pennebaker, ao

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Abstract

The idea of the immunological system as an autonomous system with an exclusively chemical functioning has resulted mainly in the early eighties in comprehensive perspective where it is recognized that the immunological system is integrated with other systems and is sensitive to the central nervous system regulation (Ader, 1983; Rabin, Cohen, Ganguli, Lysle & Cunnick, 1989; Cohen & Herbert, 1996). This recognizes that other areas of human functioning, as is the case of emotion and cognition, may influence its efficiency. Psychoneuroimmunology has appeared to study the relationship among the psychosocial factors, the emotions and the neuroimmunological systems that organize the adaptative response to stress. This model is based on the hypothesis that psychosocial factors diminish the efficiency of the immunological system and contribute to an increase in medical symptoms. In this work we discuss this issue and current research on the emotional and psychosocial conditions that seem to affect immunocompetence.