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O QUE SÃO OSPROCESSOS PATOLOGICOS DISTROFICOS.......
Tipologia: Notas de estudo
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Objetivos Específicos
Conceituar os processos patológicos de disgenesias e distrofias, compreendendo suas alterações celulares e as diferenças entre atrofia, distrofia, hiperplasia e hipertrofia; Conceituar distúrbios que podem constituir as causas ou efeito de alterações funcionais; Relacionar as diferentes pigmentações patológicas exógenas e endógenas; Compreender as dimensões dos processos de calcificação, necrose, autólise e gangrenas.
Apresentando a Unidade
Na Unidade 2, estudaremos os processos patológicos distróficos, que abordam as alterações do desenvolvimento, do crescimento e da diferenciação celular. Além disso, aprofundaremos os conceitos e as diferenças entre atrofia e hipertrofia; entre hiperplasia e metaplasia, e conheceremos sobre as pigmentações e calcificação, compreendendo as dimensões do processo de calcificação. Vamos conhecer esse universo juntos?
A distrofia ocorre quando há acréscimo da quantidade dos componentes e das funções celulares, empregado para designar várias doenças degenerativas sistêmica, genéticas ou não. Vale lembrar que uma célula normal tem uma faixa razoavelmente estreita de função e estrutura por seu estado de metabolismo e consegue acompanhar as demandas fisiológicas através da homeostasia.
Quando há alterações, ocorrem adaptações, que são respostas para as funcionalidades, e a estrutura reversível, causadas por estresses fisiológicos mais excessivos e também de estímulos patológicos - nesse caso, são alcançados e assim permitem que a célula sobreviva. Para essas respostas adaptativas, pode ocorrer um aumento no tamanho das células (hipertrofias), ou uma diminuição de seu tamanho e da atividade metabólica (atrofia), bem como a mudança do fenótipo das células (metaplasia). (KUMAR et al., 2010).
2.2 Atrofia e hipertrofia, hiperplasia e metaplasia
Apesar dos diversos tipos de lesão que a célula pode sofrer, ela está muito longe de ser indefesa. Frente a agressões, as células exercem respostas a fim de manterem-se vivas. Elas ajustam constantemente suas funções e estruturas ao meio extracelular, porém buscam manter seus parâmetros intracelulares. Quando encontram alguma alteração, podem sofrer adaptações, alcançando novos estados constantes e, assim, preservando sua existência e função. Alguns dos principais tipos de adaptação são a atrofia, hipertrofia, hiperplasia e a metaplasia.
Atrofia, também conhecida como hipotrofia, ocorre quando há diminuição do tamanho da célula, diminuindo assim os componentes estruturais e funcionais, tendo como resultado uma redução do volume das células e dos órgãos. Quando a diminuição de volume for causada por deficiência de desenvolvimento, damos o nome de hipoplasia; e quando não houver nenhum desenvolvimento, denominamos de aplasia ou agenesia.
Para saber qual o tecido afetado pela atrofia e qual espécie de alteração da célula, deve-se realizar um exame microscópico. Nesse caso, a atrofia pode ser classificada em simples, degenerativa e numérica. Já quanto a sua causa, que é por defeito nutritivo, temos a seguinte divisão: a atrofia por inanição, a atrofia por agentes tóxicos, atrofia senil, atrofia por inatividade e atrofia por compensação.
Figura 2.1: Exame microscópico. Plataforma Deduca (2018).
A hipertrofia, por sua vez, é o aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão, ou seja, há aumento dos constituintes estruturais das funções celulares. Dessa forma, não há aumento do número de células. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica.
Figura 2.2 : Representação de adaptações da célula. Adaptado de Brasileiro Filho (2009, p. 184).
Metaplasia ocorre quando há transformação de um tecido em outro, ou seja, uma célula adulta é substituída por outro tipo de célula também adulta, sendo uma alteração reversível. Nesses casos, acontece uma nova programação genética das células tronco.
Os tecidos que sofrem a metaplasia são os tecidos conjuntivos e epiteliais. Em princípio, a metaplasia resulta de uma irritação persistente que leva ao surgimento de um tecido mais resistente. Como é um processo adaptativo e surge em resposta a agressões, o tecido metaplásico é mais resistente a agressões.
2.3 Degeneração
A degeneração pode ser compreendida como uma alteração celular, sem modificação no interstício. É considerada um processo reversível, pois as lesões são compatíveis com a volta da célula à sua normalidade quando a causa da degeneração for eliminada. A degeneração é classificada de acordo com a natureza da substância acumulada, ou seja, como a célula é formada basicamente por água, eletrólitos, lipídeo, carboidrato e proteínas, vai depender de qual desses componentes têm acúmulo.
Quando aumenta a quantidade de água e eletrólitos, temos a degeneração hidrópica. Essa degeneração é o tipo de lesão não letal mais conhecido dentre os diversos tipos de agressão e causada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico, resultando, assim, em um acúmulo de água e eletrólitos na célula. Geralmente a degeneração hidrópica não traz consequências funcionais muitos sérias, a não ser que ela seja muito intensa, já que esse processo é reversível. Ou seja, assim que for eliminada a causa, a célula volta ao seu aspecto normal.
Quando há acúmulo de proteínas, podemos encontrar dois tipos de degeneração: a hialina e a mucoide. Na hialina, há acúmulo de material proteico e de acidófilo no interior das células. O termo hialino vem de hylos – vidro, pois, inicialmente, durante os estudos, o acúmulo que havia dentro das células era transparente. As degenerações hialinas podem ser epiteliais ou conjuntivas.
Já na degeneração mucoide, temos uma importante alteração frequente: é a base de doenças degenerativas, principalmente do aparelho locomotor. Não se sabe se a alteração mucoide é uma consequência à lesão primária ou secundária.
Curiosidades
O glicogenoses é uma doença rara, também conhecida como Von Goierke, é hereditária e ocorrente em crianças. Além disso, geralmente há um acúmulo de glicogênio no fígado ou nos rins.
2.4 Pigmentação patológica
A palavra pigmento vem do latim pigmentum de significado corante, cor; aquele que tem cor própria, composição química, de vários significados. Os pigmentos são substâncias coradas, distribuídos amplamente na natureza, e encontrados em células, tecidos, animais, dentre outros.
Figura 2.3: Teste de laboratório. Plataforma Deduca (2018).
A pigmentação é um processo de acúmulo ou de formação de pigmentos no organismo, podendo ser normal ou patológico. A pigmentação patológica é sinal de alteração bioquímica de muitas doenças e, em geral, há um acúmulo ou uma redução de certos pigmentos. Temos dois tipos de pigmentos: os que são substâncias sintetizadas no próprio organismo (pigmentos endógenos); e os que são formados no meio exterior ou por via respiratória, digestiva, e parenteral, ficando depositados em diversos órgãos (pigmentos exógenos).
A pigmentação exógena é a causadora da patologia, e não é produzida pelo organismo. Ela provém do ambiente extracorpóreo, ou seja, fora do organismo. A pigmentação extrínseca é uma pigmentação fisiológica dos dentes e, geralmente, acomete crianças, mas desaparece com o tempo. Há ainda a pigmentação de desgaste, que são substâncias insolúveis de lipídios.
Na pigmentação exógena, os pigmentos entram em contato com o organismo através do ar inspirado e também através de alimentos ingeridos, que também podem ser introduzidos através de via parenteral, ou seja, através de injeções ou de tatuagens. A pigmentação exógena origina-se de tatuagens, pneumoconiose e antracnose.
As tatuagens são figuras, frases, datas feitas na pele, e são consideradas uma pigmentação obtida pela introdução de tintas variadas através de orifícios feitos na derme através de picadas com instrumentos pontiagudos, permanecendo o desenho feito por muito tempo. Esse tipo de pigmentação geralmente é utilizado como uma forma de identificação de pessoas na medicina legal.
A composição das tatuagens varia amplamente, contendo corantes orgânicos, solvente e metais, sendo os elementos mais comuns o alumínio, carbono, titânio e o oxigênio. Pessoas com tatuagens são consideradas doadores de risco por causa das chances de transmissão de doenças infecciosas, uma vez que a realização da tatuagem, é uma forma de contaminação dessas doenças. A tatuagem também é utilizada como opção estética.
A pigmentação endógena é classificada de duas maneiras: hemoglobinógenos e não hemoglobinógenos, conforme seja proveniente ou não da hemoglobina. Como exemplos de não hemoglobinógenos, podemos citar a melanina e a lipofuscina.
Na pigmentação hemoglobínicas, encontram-se os pigmentos biliares, sendo seu principal componente a bilirrubina (um composto cristalino que apresenta coloração alaranjada, resultante da degradação da hemoglobina), sendo 80% da sua produção proveniente da hemoglobina. Quando ocorre um aumento na produção dela ou de hepatócitos, ou ainda quando há obstáculos nas vias biliares, a sua quantidade aumenta no sangue e o pigmento se adere aos tecidos deixando-os com coloração amarelada, caracterizando, assim, a icterícia. A elevação do nível de excreção da bilirrubina na bile também leva à formação de cálculos biliares.
Os pigmentos não hemoglobiógenos são aqueles não provenientes da hemoglobina. Aqui estão a melanina, lipofuscina e pigmentos de uso. A melanina é normalmente encontrada na pele, nas células da epiderme e em células da derme, e é responsável pela coloração da pele, cabelos e olhos. A quantidade e a concentração de melanina na pele podem aumentar ou diminuir frente a alguns fatores internos e externos. Dentre os que influenciam no aumento da melanina, podemos citar: exposição ao sol, lesões de pele, gravidez, emagrecimento, velhice dentre outros. Vale lembrar ainda que aquantidade de melanina presente em negros é mais abundante que em brancos. Os pigmentos de uso depositam-se principalmente nas fibras cardíacas, células renais e nos hepatócitos dos indivíduos idosos, e sua abundância pode ocasionar atrofia.
E as lipofuscinas são mais frequentes na velhice e no emagrecimento, isto porque o volume dos órgãos diminui e assume uma coloração castanha. Este fenômeno recebe o nome de atrofia parda, e é frequente nas células de músculo cardíaco, nos hepatócitos e nas bases de neurônios. Os fatores que influenciam na diminuição ou na perda da pigmentação da pele, podemos elencar dermatites, cicatrizes, vitiligo, manchas senis, albinismo entre outros.
Saiba mais
Um dos principais pigmentos endógenos é a melanina, que é responsável pela coloração da pele, cabelo e olhos; e a falta dela pode desencadear uma condição chamada de albinismo. Acesse o link a seguir, para estudo complementar: https://www.youtube.com/watch?v=PiJO8h5FfdE
2.5 Calcificação patológica
A calcificação patológica, também conhecida como ectópica, ocorre quando há depósito e sais de cálcio em locais onde não têm presença de calcificados. Neste processo, os minerais que usualmente são destinados para a composição dos tecidos rígidos no organismo são adquiridos através do consumo de alimentos. Depois disso, há absorção desses mineiras, realizado pelo tubo digestório com auxílio da corrente sanguínea, ocorrendo, então, a troca entre o sangue e o tecido. Nesse momento, define-se o tecido como mineralizado ou calcificado.
A calcificação distrófica é a que ocorre em tecidos alterados e não tem dependência aos níveis de cálcio no plasma sanguíneo. É o tipo mais conhecido de calcificação metastática, ocorrendo de maneira localizada no tecido conjuntivo fibroso ou em degenerações lentas e prolongadas.
Pode ocorrer em áreas necrosadas ainda não reabsorvidas, como, por exemplo, infartos, já que, quando órgãos tubulares são acometidos, a calcificação envolve o núcleo orgânico e células, originando assim a formação de cálculos.
Atenção! A calcificação distrófica pode até ser um simples alerta para as lesões celulares prévias, mas é frequentemente detectada como causa de disfunções em órgãos. Como exemplo, temos a doença valvular calcificada e aterosclerose.
Os cristais de fosfato de cálcio que se precipitam nas calcificações patológicas são semelhantes à hidroxiapatita encontrada nos ossos. A deposição ocorre em duas etapas: a primeira etapa consiste na iniciação ou nucleação; e a segunda na proliferação ou crescimento. A nucleação é a acumulação dos cristais de hidroxiapatita no colágeno. A fase extracelular ocorre em vesículas da matriz, as quais são organelas extracelulares que têm composição e atividade enzimática, diferentes das membranas plasmáticas que dão origem a ela. Na etapa de proliferação do núcleo, a progressão autocatalítica da deposição dos sais tem sua influência por conta de diversos fatores extracelulares, podemos citar o cálcio, fósforo, vitamina D, balanço hormonal, ph do tecido entre outros.
2.6 Necrose, autólise e gangrena
Quando uma célula fica exposta a agentes lesivos, tem privação de nutrientes essenciais, estresse, mutações que comprometem os constituintes essenciais para sobrevivência, desencadeando uma série de eventos, causando, assim, a lesão celular.
Por sua vez, a lesão celular é considerada reversível, desde eque o estímulo causador da lesão não seja persistente ou intenso, pois, caso contrário, a lesão será irreversível, podendo chegar à morte celular. A morte celular é a consequência de uma lesão progressiva e pode ocorrer em tecidos e órgãos. As principais vias de morte celular são a necrose e apoptose.
Figura 2.4 : Lesão Celular. Adaptado de Kumar et al. (2010, p. 5)
Necrose pode ser entendida como uma alteração morfológica que ocorre por causa da morte celular relacionada às ações de enzimas, gerando, assim, uma lesão celular. Após a sua morte, esse processo é progressivo de degeneração. Esse termo, necrose, é utilizado apenas para indicar a morte celular quando ocorre em organismos vivos e tem como continuidade o fenômeno de autólise.
A autólise segundo Faria (2008, p. 39);
A autólise surge, no cadáver, após certo tempo de morte e em fragmentos de tecido retirado do vivo ou do morto e não colocado imediatamente no fixador. Este impede a autólise porque inativa as hidrolases. Evitar a autólise é de grande importância, em histopatologia, pois, se ocorrer, é confundida com a necrose.
Em resumo, a autólise pode ser considerada um processo pelo qual a própria célula se destrói, de forma espontânea. Causa instabilidade na membrana lisossômica promovendo sua ruptura. A autólise pode ser negativa ou positiva.
O processo de apoptose é conhecido há mais de 30 anos. Consiste na morte programada geneticamente pela célula e não é seguido de autólise, destruição da célula por enzimas do próprio organismo. Esse processo, de certa forma, é uma autodestruição da célula de forma ordenada com finalidade definida e demanda de gasto de energia para ser realizada, ao contrário da necrose.
A gangrena, por sua vez, é a evolução de uma necrose resultante pelo contato de agentes externos. Ocorre por morte do tecido devido à falta de irrigação sanguínea ou por infecção bacteriana. É comum acometer as extremidades do corpo, como os dedos, pés, braços, pernas, mas também pode ocorrer em órgãos e músculos. Pode ser classificada como gangrena seca (preferencialmente nas extremidades, ocorre desidratação do local necrosado quando há contato com o ar) e gangrena úmida (comum em necroses de órgãos, ocorre uma invasão de microrganismos anaeróbicos capazes de produzir enzimas que liquefazem os tecidos mortos).
A gangrena gasosa é considerada secundária. Nela ocorre produção de enzimas proteolíticas e grande quantidade de gás causado por Clostridium (germes), resultando, assim, em necrose do tecido.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo : Patologia Geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
FARIA, J. L. de; Patologia Geral : fundamentos das doenças com aplicações clínicas. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
KUMAR, V. et al. Robbins & Cotran : Patologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.