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Princípios Metodológicos da Atividade Física para Idosos, Trabalhos de Educação Física

Trabalho sobre educação física para idosos escrito por Marisete Peralta Safons e Márcio de Moura Pereira - Brasília, 2007.

Tipologia: Trabalhos

2010

Compartilhado em 14/08/2010

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Princípios Metodológicos da
Atividade Física para Idosos
Marisete Peralta Safons e
Márcio de Moura Pereira
Faculdade de Educação Física – UnB
Faculdade de Educação Física – UnB
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Princípios Metodológicos da

Atividade Física para Idosos

Marisete Peralta Safons e

Márcio de Moura Pereira

Faculdade de Educação Física – UnBFaculdade de Educação Física – UnB

Marisete Peralta Safons e Márcio de Moura Pereira

Princípios Metodológicos da

Atividade Física para Idosos

Faculdade de Educação Física – UnBFaculdade de Educação Física – UnB BRASÍLIA 2007

Universidade de Brasília – UnB Faculdade de Educação Física – FEF Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Atividade Física para Idosos – GEPAFI Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro – Gleba B – Asa Norte CEP: 70910-970 Tel.: 3307 – 2252 Site FEF: www.unb.br/fef Blog GEPAFI: http://gepafi.blogspot.com

Diretor : Prof. Dr. Jônatas de França Barros Vice Diretor : Prof. Dr. Jake do Carmo Chefe do Centro Olímpico : Profa. Dra. Marisete Peralta Safons Coordenador de Graduação : Prof. Dr. Alexandre Rezende Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação : Profa. Dra. Ana Cristina de David Coordenador de Extensão e Atividades Comunitárias : Prof. Dr. André T. Reis. Coordenador de Prática Desportiva : Prof. William Passos

Editores CREF/DF e FEF/UnB/GEPAFI Autores Marisete Peralta Safons Doutora em Ciências da Saúde pela UnB Márcio de Moura Pereira Mestre em Educação Física pela UCB Editoração Eletrônica Aderson Peixoto Ulisses de Carvalho

Revisão Fernando Borges Pereira Publicação CREF

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Safons, Marisete Peralta. Princípios Metodológicos da Atividade Física para Idosos / Marisete Peralta Safons; Márcio de Moura Pereira - Brasília: CREF/DF- FEF/UnB/GEPAFI, 2007.

110 p.:il. ISBN 978-85-60259-02-

  1. Educação física para idosos. 2. Metodologia do ensino. 3. Esporte e educação. I. Pereira, Márcio de Moura. II. Título.

CDU 796.4-053. Ficha Catalográfica elaborada pela bibliotecária Jeane Ramalho CRB1/

UNIDADE 1 – NOÇÕES DE DIDÁTICA

Apresentação Ö Nesta unidade demonstraremos que um professor eficaz planeja, organiza e se mantém um passo à frente. Começaremos contextualizando a prática pedagógica de quem trabalha com atividade física para idosos dentro das dimensões históricas e sociais das quais estes alunos provêm. Depois passaremos à conceituação dos pilares do planejamento, identificando cada ator ou atividade do processo pedagógico.

Ao término do estudo desta Unidade, você deverá ser capaz de:

  • Localizar o ensino de atividades físicas para idosos enquanto prática pedagógica, visando à educação e à saúde dos alunos;
  • Entender a importância do ato de planejar;
  • Reconhecer os pilares do planejamento.

1.1. Planejar é Preciso

O professor que assume um grupo de idosos para orientar atividades físicas precisa saber que seu trabalho está inserido em uma realidade com fortes componentes históricos e sociais. Historicamente, seu aluno faz parte de uma população que nasceu na primeira metade do século XX. Ele faz parte da primeira geração industrial brasileira, que veio de um Brasil rural, agrícola, que se urbanizou e se modernizou a uma velocidade astronômica. Este aluno vem de um país com altas taxas de analfabetismo, alguns deles inclusive permaneceram analfabetos e tornaram-se parte do grupo de idosos, que hoje freqüenta os programas de atividades físicas comunitários. Nestes grupos também não é raro descobrir que, mesmo para quem tem formação superior, a escolarização foi um processo tão penoso quanto para a maioria: alguns não tinham escolas onde moravam, outros não tiveram dinheiro para manterem-se na escola, outros se mudaram tantas vezes acompanhando a família em busca de emprego que perderam anos de estudo, enquanto outros, por necessidade ou falta de oportunidade, ainda permaneceram na roça até a idade adulta e não puderam ir à escola. No aspecto social é preciso lembrar que enquanto o Brasil buscava seu desenvolvimento do ponto de vista global, individualmente também os cidadãos buscavam crescimento. Essa geração, hoje idosa, trabalhou muito: construiu as grandes fábricas, as grandes estradas, as grandes hidrelétricas, as grandes metrópoles deste país. Esta geração mudou a capital federal, transformou a

O professor que assume um grupo de idosos para orientar na prática de exercícios físicos precisa ter essas realidades bem claras ao propor as atividades. É preciso saber que nenhum exercício proposto se reduz ao ato mecânico de mover um braço ou uma perna. É preciso ter claro que cada movimento é, na verdade, uma possibilidade de resgate da infância, redescoberta da corporeidade, liberação de afetos, superação de dores, permissão para o prazer de viver... A possibilidade de viver uma vida plena a partir dos sessenta anos já é hoje uma realidade. E ninguém sabe ainda onde isso termina: o número de idosos saudáveis, ativos e produtivos, muitos com mais de 100 anos, cresce na mesma proporção em que se fazem investimentos em atividade física, saúde, educação, segurança e inclusão. E aí começa uma nova história, uma história da qual você professor faz parte. Se o programa pode ser o espaço para inclusão social, educação para a saúde, autonomia e cidadania, a atividade física será o meio através do qual o processo educacional se dará em função desses objetivos. Portanto, precisa ser bem planejada sob pena de não atingir os resultados, desperdiçando recursos e frustrando expectativas. No caso do aluno idoso, falhas no planejamento podem acarretar efeitos adversos e, portanto, não é possível propor com segurança atividades baseadas em “boas intenções” ou na “fé de que tudo vai dar certo”. Desta forma, verifica-se que:

  • Se no planejamento não foi prevista a socialização é bem provável que os alunos venham ao programa por meses sem estreitarem os laços de amizade e camaradagem (entram mudos, saem calados);
  • Se no planejamento a inclusão não for prevista é bem provável que em cada atividade proposta alguns alunos se sintam excluídos (ioga é para as mulheres, musculação é para homens, não sirvo para correr, branco não consegue sambar...);
  • Se no planejamento não for prevista a progressão é bem provável que os alunos não percebam vantagem alguma em investir seu tempo em algo que não apresenta resultados visíveis ou mensuráveis (a distância ou o tempo da caminhada são os mesmos há um ano, o peso que levanto é o mesmo há meses, o que ganhei com tanto trabalho, tempo e suor? Estas serão perguntas freqüentes na mente desses alunos.);
  • Se no planejamento não houver previsão de atividades que levem em conta a saúde é bem provável que nenhuma melhora seja verificada neste aspecto (o médico me disse que com exercício minha pressão - ou a glicose ou a dor - melhoraria, mas já estou praticando há 5 anos e continuo na mesma!);
  • E, não havendo previsão de riscos é bem provável que os alunos venham a sofrer danos com a atividade proposta (desconforto psicológico, dor, lesão e até morte !). Você sabia que um infarto causado por exercícios mal planejados pode acontecer até várias horas depois da prática, podendo levar à morte ou invalidez? Você sabia que uma hipoglicemia causada por exercícios mal planejados pode acontecer até várias horas depois da prática, muitas vezes à noite, caso em que o idoso pode morrer dormindo? Você sabia que uma crise de dor causada por exercícios mal planejados pode acontecer até várias horas depois da prática, quando passa o efeito do aquecimento

dedicar-se-á mais aos alunos e à tarefa pedagógica, trabalhando sempre próximo ao “ESTADO DA ARTE” profissional.

1.2. Pilares do Planejamento

O planejamento visa à ação. É um processo dinâmico de coordenação de esforços e recursos, dentro das atividades de ensino e aprendizagem, que permite ao professor prever e avaliar a direção da ação principal, determinando rumos de ações alternativas, servindo ainda para auxiliar o professor a tomar decisões racionais tecnicamente embasadas.

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Ao planejar uma aula ou projeto de atividades físicas para idosos é preciso especificar claramente: quem vai fazer o quê, para quem e por que, a fim de determinar o como fazer (a metodologia de trabalho). É preciso também especificar instrumentos de avaliação para acompanhamento e controle da atividade desde o início. No caso de um programa de atividades físicas para idosos cada item colocado acima corresponderia a:

  • Quem faz é o profissional de educação física;
  • Por que faz são as justificativas teóricas e os objetivos para o programa ou para cada aula (saúde, educação, esporte, lazer, etc.);
  • Para quem faz é o aluno idoso;
  • O quê faz são os conteúdos de Educação Física (atividade física, exercícios, esporte, jogos, etc.);
  • Como faz é a metodologia de trabalho adaptada para idosos, são as aulas propriamente ditas, prescritas e ministradas aos idosos.
  • Avaliação : instrumentos de acompanhamento e controle do aluno, da atividade e do programa a fim de verificar questões como: quem é o aluno? Que atividades podem ser desenvolvidas com ele neste lugar? O treinamento atingiu os objetivos? Por quanto tempo serão mantidas as estratégias atuais? Serão necessários ajustes? Onde? Por ser dinâmico o planejamento não se resume ao plano de curso e aos planos de aula, metodicamente executados e jamais alterados. Na verdade ele se conclui por aproximações sucessivas, sofrendo influências o tempo todo da realidade à qual está sendo aplicado. Por isso a avaliação está presente o tempo todo, inclusive durante a execução das tarefas. O planejamento deve expressar os objetivos do programa de exercícios e antever os meios para alcançar os propósitos, racionalizando a utilização dos recursos e otimizando a tarefa principal da educação que é o processo ensino- aprendizagem. Isto deve ser feito por escrito, em um caderno, pasta de planos avulsos (em papel ou arquivadas em computador) ou em qualquer outro meio que o professor considere válido para escrever, guardar, recuperar, estudar e refazer seus planos. No exemplo do caderno, pode-se ter um caderno para cada disciplina que se pretenda ministrar. As páginas iniciais são reservadas para o plano de curso e as seguintes ficam destinadas aos planos de aula. O plano de curso é aquele mais geral, que resume os principais pontos que nortearão o desenvolvimento do

1.3. Reflexões Finais

Fim da primeira etapa! Após o contato com estas informações iniciais, é importante, neste momento, parar e tentar perceber qual foi o entendimento que você teve dos assuntos. A qual conclusão você chegou a respeito da visão da atividade física para idosos como prática pedagógica? Qual foi o seu entendimento a respeito da importância do ato de planejar? O que você aprendeu a respeito dos pilares do planejamento? Diante destas reflexões, como você tem pensado a sua prática com os idosos?

UNIDADE 2 – O PAPEL DO PROFESSOR: QUEM ENSINA?

Apresentação Ö Neste capítulo nos concentraremos no estudo das competências necessárias a um professor que pretenda trabalhar com a educação para idosos gerando aprendizagem significativa e de qualidade, utilizando o movimento como instrumento pedagógico. Veremos também que a capacitação profissional não é definitiva, tendo um prazo de validade a partir do qual se torna obsoleta, sendo sempre necessário atualizar informações, conceitos, técnicas e materiais: só isso manterá o professor dentro da realidade.

Ao término do estudo desta Unidade, você deverá ser capaz de:

  • Reconhecer a importância da capacitação profissional para o trabalho com idosos;
  • Descrever as competências básicas necessárias a quem trabalha com atividades físicas com idosos;
  • Discutir questões relativas a aprofundamento técnico e teórico, atuação reflexiva, educação continuada, produção de conhecimento, e comunicação pedagógica.

1. Conhecimento da Educação Física no contexto da Educação e da Sociedade

A Atividade Física realizada separadamente do processo maior de Educação do aluno acaba por se reduzir a uma prática alienada. A Educação Física é um elo na cadeia maior da Educação (outros conteúdos, outras disciplinas), da Saúde (outros serviços na área da saúde física, mental e social) e da Formação do Cidadão. Por isso é sempre bom ter em mente que embora o Exercício promova Educação e Saúde, ele sozinho, NÃO EDUCA TOTALMENTE, NEM CURA OU PREVINE TODOS OS MALES. O professor precisa ter conhecimentos mínimos das áreas relacionadas ao seu trabalho e das possibilidades de orientação e encaminhamento a fim de fazer de suas aulas um efetivo momento de educação. Sem tais conhecimentos sua prática se torna isolada, afastada da realidade, reduzindo-se ao papel de “distrair os idosos”, “tirá-los de casa”, “leva-los para tomar sol”. Sem saber onde a atividade física se insere no contexto da educação e da sociedade o professor não utiliza seu potencial, faz um trabalho alienado e ainda oferece à população idosa um serviço que não gera benefícios maiores de saúde em longo prazo, nem autonomia, inclusão social ou cidadania.

2. Conhecimento Técnico-Teórico-Filosófico a respeito da pessoa humana

O professor que vai trabalhar Atividades Físicas com idosos precisa desenvolver um arsenal de conhecimentos para compreender questões relacionadas à corporeidade do idoso. Do ponto de vista técnico é necessário ter formação básica em educação física (anatomia, fisiologia geral e do exercício, didática, psicologia da aprendizagem), conhecimentos de Saúde (epidemiologia, fisiopatologia, saúde pública), Domínio do Esporte ou Atividade que pretende ensinar, conhecimentos de Administração Esportiva, conhecimentos de Psicologia aplicada à atividade física ou esportiva, etc. Do ponto de vista teórico e filosófico é preciso ter uma compreensão mais ampla da realidade na qual seu trabalho está inserido. Daí serem necessários conhecimentos mínimos de história, sociologia, antropologia, filosofia, ética, política, etc. Tudo isso auxiliará o professor a entender os mecanismos da EXCLUSÃO DO IDOSO em nossa sociedade e a propor alternativas viáveis para reverter essa situação a partir do seu trabalho com exercícios físicos, auxiliando o idoso em seu trabalho de se encontrar como SER HUMANO IDOSO (cidadão, pai ou mãe de família, amigo, amante, profissional, consumidor, CIDADÃO).