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Conhecer os conceitos e significados sobre o álcool e outras drogas, suas causas e efeitos no organismo e como a dependência química se desenvolve em um processo lento e gradativo de aprendizagem, é de suma importância para o tratamento da dependência química.
Tipologia: Trabalhos
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Não perca as partes importantes!
PREVENÇÃO DA RECAÍDA
PREVENÇÃO DA RECAÍDA
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Seja bem vindo! Se você chegou até esse e-book, talvez você esteja procurando uma maneira de evitar recaídas ou se recuperar de uma. Seja qual for o seu caso, você chegou até aqui, e é muito bom saber que este e-book poderá lhe ajudar. Então eu te peço só uma coisa: Dê uma chance a você mesmo e leia-o! O assunto tratado neste e-book traz – acima de qualquer conhecimento – a esperança! Se você já tentou de tudo, várias vezes, e ainda assim sofre com as recaídas, a prevenção traz o caminho e a luz. O propósito aqui é mostrar mecanismos, teorias, projetos e tratamentos que vão propiciar a você um conhecimento capaz de ajudá-lo a traçar um plano de ação para evitar recaídas. Tenho certeza que este material iluminará o caminho de quem o procurar. Um grande abraço! Rodrigo Longo Palavras do autor
Capítulo 1 Introdução A Prevenção é o ato de prever, de antecipar atitudes, evitando que problemas ou algo ruim aconteça.
Conhecer os conceitos e significados sobre o álcool e outras drogas, suas causas e efeitos no organismo e como a dependência química se desenvolve em um processo lento e gradativo de aprendizagem, é de suma importância para o tratamento da dependência química. E quando falamos em tratamento, temos que falar de prevenção de recaída, pois é ela que garante a continuidade do processo de recuperação do indivíduo em tratamento.
A drogas são substâncias usadas para diversas finalidades. Muitas drogas são utilizadas para curar doenças, outras para fins meramente recreativos, mas que muitas pessoas usam para fins recreativos, como alguns medicamentos psicoativos por exemplo. E são estas “drogas psicoativas” que vamos estudar. As “substâncias psicoativas” ou SPAs são substâncias que alteram o grau de consciência, mudando sensações, percepções e emoções. A diferença entre o remédio e o veneno está na dose.
“
Introdução Com o uso repetitivo de drogas, o cérebro sofre algumas modificações para se adaptar à droga e manter o seu equilíbrio ou nível de funcionamento normal, que é chamado de processo de homeostase. Essa tentativa constante de adaptação do cérebro ao uso de drogas altera o funcionamento do sistema nervoso central e consequentemente o comportamento do usuário, o que resulta no desenvolvimento da dependência química e no adoecimento. A dependência química compromete o sistema nervoso central e altera o seu funcionamento e isso reflete no comportamento do usuário, no seu estilo de vida e nas suas relações sociais. Para que esse processo de adoecimento seja interrompido é necessário que o usuário se mantenha em abstinência, de modo que o sistema de recompensa e o sistema nervoso central possa se reorganizar novamente, se adaptar sem a substância psicoativa.
A prevenção é uma forma de evitarmos que algo aconteça, e no caso da prevenção da recaída, é o ato de prever, de antecipar atitudes, evitando que algo de ruim, como a volta ao uso de substâncias, interrompa o processo de tratamento e recuperação. Portanto, no decorrer desse Programa de Prevenção de Recaídas, um plano será construído com o intuito de planejar ações específicas e mudança de hábitos, buscando alternativas protetoras do uso de substâncias.
Capítulo 2 Entendendo a recaída O que é a recaída e qual é a diferença entre lapso e recaída. Por que algumas pessoas recaem com certa frequência?
Entendendo a recaída
Lapsos são definidos como uso de substâncias em quantidade e por períodos menores que não seguem o padrão pregresso. São muito frequentes, e muitas vezes, os lapsos são consequências da exposição a situações de risco das quais a pessoa não tem capacidade de enfrentar. Normalmente eles ocorrem dentro de um processo de transição em que a pessoa está tentando ficar abstinente, mas por algum motivo acaba usando, mas este uso ainda não é frequente, o que significaria uma recaída.
A recaída pode ser entendida como o retorno ao comportamento de uso de álcool e/ou drogas do mesmo jeito que a pessoa usava antes de iniciar um programa de tratamento e recuperação. Isso ocorre muitas vezes devido às dificuldades impostas naturalmente pelo tratamento, pelos lapsos frequentes e pelos esforços em manter-se abstinente. A principal diferença entre a lapso e recaída é a frequência, o padrão de consumo, pois no lapso a pessoa usa uma vez e retoma o foco da recuperação rapidamente, já na recaída, a pessoa perde o foco e volta ao padrão de consumo anterior, na mesma frequência e quantidade de consumo, ou até pior.
Entendendo a recaída
Lapsos são definidos como uso de substâncias em quantidade e por períodos menores que não seguem o padrão pregresso. A recaída pode ser entendida como o retorno ao comportamento de uso de álcool e/ou drogas do mesmo jeito que a pessoa usava antes de iniciar um programa de tratamento e recuperação. “ Alguns fatores que contribuem com as recaídas são: ▪ Dificuldades inerentes à doença, como os sintomas de abstinência, fissura, etc.; ▪ Dificuldades de adaptação ao programa de recuperação e à mudança do estilo de vida; ▪ Reações emocionais desajustadas; ▪ Regressão dos comportamentos aprendidos no programa de recuperação; ▪ Pouca ou nenhuma participação em programas de manutenção, como as terapias, grupos de apoio, etc.. Nos próximos capítulos, apresentaremos detalhadamente os “fatores de risco” e os “fatores de proteção” contra recaídas. É importante que o dependente químico compreenda que o risco de recaídas é real e negar esta possibilidade é negar a própria doença. Para evitar recaídas ele deverá realizar mudanças significativas a nível cognitivo, emocional, comportamental e social em sua vida, e é por isso que ele precisará de ajuda profissional.
Este ciclo de recaídas sucessivas ocorre por vários motivos, tais como: ▪ Desconforto da desintoxicação; ▪ Surgimento de outros transtornos mentais; ▪ Fissura assintomática (fissura que não apresenta nenhum sintoma aparente); ▪ Comportamentos de risco, como a autossabotagem, autopiedade, desmotivação, etc.; ▪ Fissura sintomática (fissura que apresenta sintomas). As recaídas sucessivas têm algumas características em comum: ▪ Dificuldade em permanecer em abstinência; ▪ O período de abstinência entre cada recaída sucessiva tende a ser regressivo , ou seja, cada vez que a pessoa recai ela consegue ficar menos tempo em abstinência; ▪ A intensidade de cada recaída sucessiva tende a ser progressiva , ou seja, cada vez que a pessoa recai ela vai para um nível mais destrutivo e intenso de uso, o que provoca danos cada vez maiores; ▪ Pode haver um agravamento de comorbidades associadas ao uso de drogas/álcool. As comorbidades são transtornos mentais decorrentes do uso de sustâncias ou transtornos que ficaram piores devido ao consumo de substâncias. Entendendo a recaída
▪ A sucessão de pequenos fracassos gerados pelas recaídas sucessivas agrava o quadro de depressão, tristeza e sensação de impotência; ▪ A desorganização biopsicossocial tende a ser crescente, o que torna ainda mais difícil dar conta da abstinência, da fissura, e assim por diante; ▪ A desagregação familiar, desconfiança, rompimento de relacionamentos e perdas financeiras, tendem a ser cada vez piores; ▪ Existência de relação de causalidade , ou seja a relação de causa e efeito entre o número de sucessivas recaídas e os danos gerados por elas. Por exemplo, a pessoa que recaiu sucessivamente 05 (cinco) vezes terá um determinado conjunto de impactos negativos produzidos por essa modalidade de recaída. Contudo, se essa mesma pessoa vier a recair 15 (quinze) vezes, esse conjunto de impactos negativos será ampliado substancialmente; ▪ Supõe-se que possa existir uma conexão entre as recaídas, de modo que, cada recaída se relaciona, de certa forma, com a recaída anterior. Por isso, no ciclo de recaídas sucessivas há uma dependência ou relação entre cada uma das recaídas. Essa conexão entre as diversas recaídas é o que nos faz poder pensar no ciclo de recaídas como sendo um bloco ou modelo de recaída que se prolonga no tempo. É como se fosse uma recaída só, mas dividida em vários atos. Portanto, é importante ter um plano de prevenção de recaída, pois só um plano de ação nesse sentido pode evitar este desfecho. Entendendo a recaída
Plano de Prevenção de Recaídas - PPR Um Plano de Prevenção de Recaídas é uma maneira de identificar e reduzir os riscos associados à recaída, o que ajuda as pessoas a permanecerem em recuperação por períodos mais longos. Em resumo, um Plano de Prevenção de Recaídas é um programa de autocontrole e manutenção que visa: ▪ Prevenir a ocorrência de lapsos iniciais no início do tratamento e/ou prevenir a recaída; ▪ Adquirir habilidade para lidar com situações de risco; ▪ Modificar o estilo de vida. Aprender como fazer um Plano de Prevenção de Recaídas e passar pelo processo de criação deste plano pode ajudar o dependente a manter-se em sobriedade por longos períodos e evitar o ciclo de recaídas sucessivas. Quando falamos em “manter-se em sobriedade” estamos considerando que sobriedade é: ▪ Abstinência de substâncias adictivas; ▪ Abstinência de comportamentos compulsivos; ▪ Melhoria na saúde física, mental, emocional e social.
Plano de Prevenção de Recaídas - PPR Dê uma chance a si mesmo!
“ De um modo geral, o Plano de Prevenção de Recaídas deve conter um programa capaz de dissipar os elementos da identidade antiga, tais como, traços da personalidade dependente, comportamentos disruptivos e hábitos não saudáveis de vida. Além disso, deve também reestruturar uma nova identidade social e pessoal.
Existem diversas abordagens e modelos de prevenção de recaídas disponíveis. Aqui usaremos dois modelos como referência, o modelo de Gordon Alan Marlatt, psicólogo clínico líder no campo de comportamentos viciantes entre as décadas de 1980 e 2000 , e o modelo de Terence Gorski, psicólogo, pesquisador e especialista no aconselhamento de comportamentos adictivos. É importante ressaltar que a recaída possui uma natureza complexa e imprevisível, daí a necessidade de um plano de ação. Os modelos propostos por Marlatt e Gorski servirão de guia para iluminar o caminho daqueles que estão comprometidos em mudarem seus comportamentos adictivos.