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O sistema de revestimento de fachada está como uma parte do edifício à margem, na medida em que, muitas vezes, é entendido apenas como uma preocupação estética, embora tenha funções importantes na construção. Dessa forma, patologias em fachadas, vista a sua marginalização dentro de um projeto construtivo, são comuns, sobretudo nas de cerâmica, até por ser o tipo mais utilizado no Brasil em relação aos demais países do mundo e por exigir técnicas específicas no seu assentamento e na feitura das d
Tipologia: Teses (TCC)
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Ittalo Wilker Corrêa Machado E-mail: ittalomachado@gmail.com MBA em Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção Instituto de Pós-Graduação (IPOG) Brasília/DF, 22 de fevereiro de 2020 RESUMO O sistema de revestimento de fachada está como uma parte do edifício à margem, na medida em que, muitas vezes, é entendido apenas como uma preocupação estética, embora tenha funções importantes na construção. Dessa forma, patologias em fachadas, vista a sua marginalização dentro de um projeto construtivo, são comuns, sobretudo nas de cerâmica, até por ser o tipo mais utilizado no Brasil em relação aos demais países do mundo e por exigir técnicas específicas no seu assentamento e na feitura das demais camadas do sistema de revestimento (BAUER, 2005). Este artigo visa discorrer sobre três tipos de patologias bastante comuns em revestimento de fachadas em cerâmica: descolamento, desplacamento e manchamento (bolor/mofo e eflorescência). Os objetivos específicos são: 1) expor o conceito de desempenho e as suas características, de acordo com estudiosos da área e normas técnicas brasileiras;
e durabilidade de materiais e técnicas das construções que são indispensáveis para que um edifício estenda a sua vida útil e o seu desempenho. Viviane Lelis (2009) explica que, nas últimas décadas, sobretudo a partir de 1960, a construção de edifícios em larga escala – e, consequentemente, o uso de materiais com propriedades insatisfatórias e mão de obra desqualificada – acarretou na construção de edifícios que não atendem aos requisitos básicos de qualidade. A esse fator se soma o alto déficit habitacional, problema social que demanda uma resposta estatal para a redução desse indicador, e a resposta do Estado é de quantidade em detrimento da qualidade. Dessa forma, a tendência é que os edifícios apresentem mais patologias, dadas as condições precárias de construção e o não atendimento às exigências técnicas básicas (LELIS, 2009). O sistema de revestimento de fachada, frente a esse quadro, fica como uma parte do edifício à margem, na medida em que, muitas vezes, é entendido apenas como uma preocupação estética. No entanto esse sistema cumpre funções importantes em uma construção, como proteger o edifício de ações naturais (a exemplo, chuvas, vento, exposição solar etc.), de agentes biológicos (tais como fungos) e da ação de carga, uso e sobrecarga. Assim, patologias em fachadas, vista a sua marginalização dentro de um projeto construtivo, são comuns, sobretudo nas de cerâmica, até por ser o tipo mais utilizado no Brasil em relação aos demais países do mundo e por exigir técnicas específicas no seu assentamento e na feitura das demais camadas do sistema de revestimento (BAUER, 2005). Diante disso, este artigo visa discorrer sobre três tipos de patologias bastante comuns em revestimento de fachadas em cerâmica: descolamento, desplacamento e manchamento (bolor/mofo e eflorescência). Os objetivos específicos são: 1) expor o conceito de desempenho e as suas características, de acordo com estudiosos da área e normas técnicas brasileiras; 2) apresentar o processo executivo do sistema de revestimento de fachadas em cerâmica; e 3 ) descrever as peculiaridades das patologias de descolamento, desplacamento e manchamento (bolor/mofo e eflorescência). Esta pesquisa é descritiva, a qual, segundo Antonio Gil (2002, p. 42), “[...] tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Além disso, foram gerados resultados qualitativos, sendo que os dados foram colhidos a partir de uma revisão bibliográfica por meio de normas técnicas brasileiras, boletins técnicos, livros, dissertações e artigos. Este estudo foi dividido em três seções, as quais são compatíveis com os objetivos específicos. A primeira discute desempenho, de modo que, nas conclusões, possa ser compreendido por que um edifício que apresenta patologias não atingiu o grau de desempenho ideal. Na segunda seção, explica-se o processo executivo do sistema de revestimento de fachadas em cerâmica, na medida em que muitas patologias advêm como parte de uma execução falha e/ou ausência d controle. Por fim, serão apresentadas as duas patologias escolhidas para esta investigação, as quais foram selecionadas em razão de serem comuns nesse tipo de revestimento. 2 DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS A necessidade de se construírem edifícios com maior qualidade e durabilidade e que ofereçam conforto aos habitantes visa ao atendimento das exigências dos consumidores quanto à construção civil. Em outro aspecto, dado o déficit habitacional no Brasil estar concentrado, sobretudo, nas classes de baixa
avaliação da eficiência técnica e econômica das inovações tecnológicas” (ABNT, 2013, p. 3). Nesse mesmo documento, ainda é discorrido que o estabelecimento do desempenho é definido a partir das exigências dos usuários por meio de requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos/premissas) e métodos de avaliação (cada parte e caso possui um método específico). Essa norma, em acordo com a Norma ISO 6241 (BORGES; SABBATINI, 2008), define como exigências do usuário: segurança^3 habitabilidade^4 e sustentabilidade^5. Assim, os requisitos de desempenho são as “condições que expressam qualitativamente os atributos que a edificação-habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências do usuário” (ABNT, 2013, p. 7). Já os critérios de desempenho são as “especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados” (ABNT, 2013, p. 9). Em outras palavras, as exigências do usuário são a origem do estabelecimento de requisitos e critérios, os quais terão os seus resultados ponderados pelos métodos de avaliação. Giselle Antunes (2010) explica que, após a determinação dos requisitos e critérios, devem ser identificadas as condições de exposição de cada construção. De acordo com a autora, tais condições são delineadas tanto pelo usuário quanto pela tipologia e pelas características do edifício. Antunes (2010) afirma que, nos casos de fachadas, os principais fatores a serem observados são variáveis térmicas, impacto do peso, umidade do solo e ações de chuvas, vento e umidade. Nesse sentido, as condições pertinentes à essa parte do edifício são delimitadas por elementos internos (estrutura e material utilizado, por exemplo) e externos (como ações climáticas e zonas bioclimáticas). As metodologias de avaliação de desempenho, por sua vez, são os métodos utilizados para mensurar o desempenho das partes de um edifício, podendo variar em conformidade com o momento e com os objetivos das avaliações (BORGES; SABBATINI, 2008). Para a NBR 15575-1, esses métodos são ensaios laboratoriais, de tipo e em campo, inspeções em protótipos ou em campo e simulações e análise de projetos. Salienta-se, no entanto, que a Norma define que cada método é utilizado para um tipo de desempenho a ser avaliado^6 , não dispensando o uso complementar de outras normas (como a NBR 6479 sobre resistência ao fogo de portas e selos corta- fogo) e legislações vigentes sobre cada parte específica. Para além dessas pontuações, Borges e Sabbatini (2008) inferem que, por mais que haja arcabouços teórico e legislativo quanto ao desempenho, existem dois problemas particulares que criam barreiras à sua efetiva aplicação no Brasil: informalidade e déficit habitacional. Em 2017, a primeira representava em torno de 47 % de todos os trabalhadores do mercado nacional da construção civil (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2017), e a segunda alcançou o déficit de 7,78 milhões de residências (GAVRAS, 2019). Assim, para além dos fatores inerentes à construção per si , fatores de ordens econômica e política também estão (^3) Estrutural, contra o fogo e no uso e na operação (ABNT, 2013). (^4) Estanqueidade, desempenhos térmico, acústico e lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade e confortos tátil e antropodinâmico (ABNT, 2013). (^5). Durabilidade, manutenibilidade e impacto ambiental (ABNT, 2013). (^6) Por exemplo, métodos de avaliação de desempenho da segurança à inflamação generalizada de incêndio – definidos no tópico 8.4.2 da NBR 15575-1/2013.
envolvidas no baixo desempenho dos edifícios no país, tendo em vista os altos níveis informais de emprego e a alta debilidade ou ausência de moradias. 3 SISTEMA DE REVESTIMENTO DE FACHADA CERÂMICA O sistema de revestimento é constituído por um conjunto de subsistemas, conforme afirma Elton Bauer (2005), indo de processos desde alvenaria até estanqueidade e estética do edifício. De acordo com o autor, há uma ampla diversidade no emprego das opções disponíveis, como cerâmica sobre o emboço argamassado, pinturas consorciadas à argamassa, uso de rochas etc. Para Bauer (2005), a natureza desse sistema relaciona-se à sua natureza projetual (estética e funcionalidade); o detalhamento tem a ver com as técnicas e materiais utilizados; e a especificação (ou projeto de fachadas) é voltada para a escolha de materiais, traços, juntas e técnicas executivas. O sistema de revestimento é definido pela NBR 13529, de 199 5 , como o “Conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, condições de exposição, acabamento final e desempenho, previstos em projeto” (ABNT, 1995, p. 1). Existem os revestimentos internos ao edifício, os quais têm as suas singularidades, e os externos, que englobam, conforme essa mesma norma, fachadas, muros e outros elementos da construção que estão em contato com o meio externo. De forma complementar, a NBR 13755, de 1996, define o revestimento externo como o “Conjunto de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura-suporte, alvenarias, camadas sucessivas de argamassas e revestimento final” (ABNT, 1996, p. 2). O sistema de revestimento de fachada, naturalmente, deve estar em conformidade com as exigências do ambiente, levando em consideração a vida útil e o desempenho do sistema. Nesse sentido, as suas funções são salvaguardar o edifício de ações da chuva, da umidade, de agentes atmosféricos e de desgaste mecânico, mas também dar acabamento estético (ABNT, 1996). Além disso, Pedro Costa (2013, p. 8) informa que os revestimentos também têm as seguintes funções: Proteção da edificação : a função do revestimento de fachada de proteger os elementos de vedação e da estrutura contra a deterioração está associada a durabilidade dos elementos estruturais e das vedações, evitando assim a ação de agentes agressivos sobre este. Auxiliar as funções de vedação : ou seja, ajudar as vedações nas funções de estanqueidade ao ar e a água, proteção térmica e acústica e funções de segurança contra ação do fogo, intrusões e estrutural da própria vedação. Regularizar a superfície : regularização dos elementos de vedação, servindo de base regular e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou constituir-se no acabamento final; Proporcionar o acabamento final : definindo as características estéticas da vedação da edificação, o padrão e o valor econômico da mesma. Costa (2013) destaca que, no entanto, os construtores e outros envolvidos nas construções tendem a optar por produtos e a desenvolver projetos sem, muitas vezes, ter definido qual vai ser o seu formato final, deixando de lado, portanto, critérios técnicos indispensáveis. A prática comum, embora equivocada, é que o material para o revestimento da fachada seja escolhido somente a partir do revestimento final, por meio de critérios estéticos e da qualidade e características do material da parte visível (composição arquitetônica, custo e disponibilidade, por exemplo). Dessa forma, a
Figura 1 – Esquema de base para receber revestimento cerâmico Fonte: ABNT (1996, p. 2). A camada mais externa do revestimento, no caso deste estudo, é a cerâmica, que tem as suas próprias singularidades de utilização e, atualmente, é bastante utilizada em fachadas no Brasil. Costa (2013) expõe que, para que o assentamento da cerâmica seja feito de maneira adequada, é necessário que sejam levadas em conta circunstâncias como condições climáticas, tipo de cerâmica e juntas estruturais, considerando, ainda, as características de cada material. O autor também discorre que, desde a elaboração do projeto até a sua execução, devem ser utilizados três fatores, de forma simultânea, para que seja feita a escolha correta: 1) fator estético desejado; 2) fator de custo; e 3) desempenho técnico necessário do revestimento cerâmico. Antunes (2010) explica que, atualmente, o Brasil é o país do mundo que mais utiliza revestimentos cerâmicos, o que também implica alto número de patologias desse tipo de sistema de fachada, relativamente. A cerâmica, para esse autor, possui fatores que a valorizam em relação a outros tipos de materiais, como maior duração, facilidade de limpeza, confortos térmico e acústico e valorização econômica. Entretanto características como níveis de absorção da água, expansão da placa em razão de umidade e resistência mecânica da base da placa devem ser observadas no momento de escolha do material cerâmico. A NBR 13755/1996 discorre que somente deve ser iniciada a execução do revestimento cerâmico depois de estarem concluídas etapas como canalizações de água e esgoto, sistemas elétrico e telefônico e marcos, contramarcos e batentes fixados. Apreende-se, também, que deve haver um cálculo da quantidade de cerâmica a ser utilizada, com margem de erro para cortes e imprevistos, e serem consideradas as condições climáticas médias no local da obra. Além disso, o assentamento somente pode ser iniciado após 14 dias de cura do emboço e/ou argamassa de
regularização. Ainda de acordo com a Norma, o revestimento cerâmico precisa ser escolhido de acordo com estas condições e atender aos fins aos quais se destinam: a) ser apropriado para revestimentos externos e fachadas; b) estar seco por ocasião do seu assentamento; c) seu tardoz deve estar isento de pó, engobes pulverulentos ou partículas soltas que impeçam a sua boa aderência à argamassa colante; d) a codificação (número e/ou modelo) do produto deve estar de acordo com o que foi especificado; e) o código de tonalidade deve ser idêntico para utilização em uma mesma fachada; f) estar conforme a classificação indicada na embalagem. (ABNT, 1996, p. 4). A NBR 13755/1996 também define ao que devem atender os agregados, a água de amassamento, o material para enchimento das juntas de assentamento e os materiais das juntas de movimentação e de dessolidarização (enchimentos, selantes e tiras pré-formadas). Após definidos esses critérios, a Norma delineia que, no caso de aplicação de argamassa colante para fixação da cerâmica, o emboço deve ser o sarrafeado com acabamento áspero. Além disso, para aplicação da argamassa colante, requer-se que a superfície esteja limpa, sem trincas, não friável, sem sons cavos e alinhada em todas as direções (a argamassa colante não é capaz de corrigir ondulações mais profundas da base). O assentamento da cerâmica é realizado no sentido ou do térreo para a cobertura, ou de cima para baixo, no sentido geral da fachada, ou de baixo para cima, para cada andar. No momento da aplicação, a placa cerâmica deve ser colocada rapidamente, de modo que, em seguida, seja ajustada até a sua posição final e, depois, deve ser feitos o rejuntamento e a remoção do excedente de argamassa de rejuntamento. A NBR 13755/1996 ainda define que o material recém-assentado deve ser protegido de ações de chuva e que deve haver inspeção da execução do revestimento em todas as suas fases, de modo que se reduzam as chances de patologias na fachada. 4 PATOLOGIAS EM FACHADAS DE CERÂMICA As patologias são manifestações das imperfeições na construção de um edifício, sendo originárias, primordialmente, segundo Ênio Verçoza (1991), de mau planejamento, má elaboração do projeto, execução ineficiente e materiais de baixa qualidade ou mal utilizados. A esses problemas se somam outros, como não respeito às normas técnicas, materiais armazenados de forma incorreta, equipamentos em conservação precária, mão de obra desqualificada e não alinhamento entre planejamento e execução do projeto. Nesse sentido, cada fase do projeto requer o seu devido planejamento, execução, controle e avaliação, de modo que a construção atinja um alto grau de desempenho e, consequentemente, seja estendida a sua vida útil. No caso das fachadas, há singularidades nas causas e formas de manifestação das suas patologias, na medida em que estão expostas a intempéries, como vento, chuva, calor, exposição à mudança de temperatura e outros. Freitas, França e França (2013) afirmam que, a partir desse tipo de eventualidade, há perda e/ou ganho de água rapidamente, o que fragiliza a estrutura de revestimento. Assim, “É necessário que exista um projeto detalhado atinente às características dos
uma sobreposição de efeitos que se acumulam até que se manifeste um dano maior”. Oliveira (2013) explica que há três níveis de identificação de uma patologia:
baseada na deformação da base, fadiga nas ligações entre argamassa de fixação e placas e diferença de temperatura entre a parte externa e interna dos edifícios, entre muitas outras (ANTUNES, 2010). Quanto à origem dos destacamentos, Oliveira (2013, p. 40-41) descreve que podem ser por estas razões:
Conforme Oliveira (201 3 , p. 42 ), as eflorescências [...] podem ser entendidas como uma formação de depósitos cristalinos em uma superfície devido a ações física, químicas ou físico-quimicas. Normalmente é causada pelo movimento de água através de porosidades existentes nas camadas do RCF, a qual transporta em solução sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalinos terrosos (cálcio e magnésio), solúveis ou parcialmente solúveis em água, até aflorarem na superfície, onde são depositados após a evaporação da água. Existem, segundo Oliveira (2013), três tipos de eflorescência (Tipos I, II e III). Na Tipo I, há maior ocorrência e há apresentação de sal branco e pulverulento na superfície, e a sua principal origem são os sais que estão na água de amassamento e poluição atmosférica. Já a Tipo II é oriunda da reação da cal livre, a qual pode ocorrer em razão de hidratação do cimento com água da chuva ou infiltração, ou seja, as suas formações estão mais próximas ao concreto ou sobre superfícies de concreto ou alvenaria. Esse tipo tem aspecto de escorrimento na cor branca e possui alta adesão à superfície. Por fim, a eflorescência do Tipo III é a mais delicada, na medida em que apresenta origem nas juntas da alvenaria que podem ter tido reação com o cimento ou hidratação com sulfato de cálcio proveniente do tijolo. Diante disso, Oliveira (2013) delineia um quadro com os tipos de eflorescência e as suas respectivas formas de reparo: Quadro 1 – Tipos de eflorescência e as suas respectivas formas de reparo Fonte: Oliveira (2013, p. 44). Antunes (2010), na linha de Uemoto (1988), explica que há também fatores externos que podem facilitar essa patologia, como quantidade da solução, aumento do tempo de contato, elevação da temperatura e porosidade dos componentes. No entanto também há maneiras de se evitar a eflorescência, como a partir da redução do uso de cimento Portland na argamassa, não uso de tijolos com alto teor de sulfatos, escolha de placas cerâmicas com boa qualidade e espera pela secagem devida de todas as camadas do revestimento. Assim sendo, por mais que não haja problemas de desempenho no edifício em razão dessa patologia, é fundamental que se façam os devidos cuidados antes da execução do projeto e também os reparos.
A partir dos dados levantados, observa-se a relação íntima entre problemas no projeto, patologias e desempenho. Isso porque, ao se planejar, executar, dirigir e controlar um projeto, podem haver erros e/ou omissões por parte dos encarregados ou em razão de mão de obra desqualificada, má escolha dos materiais e desrespeito a exigências técnicas básicas. No caso do sistema de revestimento de fachadas, a ocorrência pode ser ainda mais, uma vez que é uma parte do edifício vista com negligência, no sentido de a fachada ser entendida apenas como um detalhe estético da construção. Naturalmente, ao haver falhas no processo construtivo, haverá, em algum momento, a manifestação de patologias como as que foram mencionadas. As patologias podem ser sanadas, como as que foram trabalhadas neste texto, no entanto o aparecimento de deficiências no edifício atinge de forma negativa o desempenho e, consequentemente, os requisitos mínimos para atender as necessidades do consumidor. A isso se somam os custos de reparação, os quais podem ser muito altos, a depender do nível da patologia. Nos tipos estudados, as restaurações podem ser mais simples e de baixo valor financeiro, mas reduz a satisfação dos usuários. Diante disso, é fundamental que haja uma preocupação por parte dos construtores e engenheiros, com vistas a se elaborarem projetos que se alinhem às técnicas construtivas. O projeto do sistema de revestimento de fachada também deve ter especial por parte dos agentes envolvidos, na medida em que, como foi discutido, não possui somente funções estéticas, mas de proteção, auxílio às funções de vedação e regulação da superfície. Assim sendo, as patologias podem ser evitadas e, a partir disso, o desempenho do edifício é atingido e a sua vida útil é estendida, fazendo com que os consumidores estejam satisfeitos com a construção.
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