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Obesidade e Desnutricao, Notas de estudo de Educação Física

Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa prejuízos à saúde do indivíduo. A obesidade coincide com um aumento de peso, mas nem todo aumento de peso está relacionado à obesidade, a exemplo de muitos atletas, que são “pesados” devido à massa muscular e não adiposa. Existem diversas maneiras de classificar e diagnosticar a obesidade. Uma das mais utilizadas atualmente baseia-se na gravidade do excesso de peso, o que se faz através do cálculo do Índice

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 07/08/2011

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Obesidade e desnutrição
NUT/FS/UnB – ATAN/DAB/SPS
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Obesidade e desnutrição

NUT/FS/UnB – ATAN/DAB/SPS

Sumário

O que define as diferenças individuais Obesidade Definição Classificação Epidemiologia Causas Conseqüências Tratamento Alimentos diet e light e adoçantes

Desnutrição Definição Causas Outros fatores relacionados às causas da desnutrição Métodos de Diagnóstico Epidemiologia Conseqüências Tratamento Como prevenir Conclusão: Vida saudável Atividades Glossário

baixo peso menor que 18,

normal 18,5 – 24,

sobrepeso maior que 25 pré-obeso 25 – 29,

obeso I 30 – 34,

obeso II 35 – 39,

obeso III Maior que 40

Classificação

Existem diversas maneiras de classificar e diagnosticar a obesida- de. Uma das mais utilizadas atualmente baseia-se na gravidade do excesso de peso, o que se faz através do cálculo do Índice de Mas- sa Corporal (IMC ou Índice de Quetelet), utilizando-se a seguinte fórmula:

IMC = Peso atual (kg) / altura^2 (m^2 )

O uso do IMC é prático e simples e a sua aplicação é recomendada para adultos. A avaliação da massa corporal em crianças e adoles- centes é feita através de tabelas que relacionam idade, peso e altu- ra. O IMC não é indicado nessas faixas etárias porque crianças e adolescentes passam por rápidas alterações corporais decorrentes do crescimento. A rede pública de saúde usa o “cartão da criança” para verificar a adequação da altura e do peso até os 5 anos de idade. O acompanhamento é feito nos postos de saúde.

A classificação a seguir mostra os diferentes graus de obesidade em adultos:

Classificação IMC(kg/m^2 )

Quanto maior for o IMC de uma pessoa, maior a chance dela morrer precocemente e de desenvolver doenças do tipo diabete melito, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Mas isso não sig- nifica dizer que quanto mais magro melhor, pois o índice de mortali- dade também aumenta em indivíduos com IMC muito baixo, espe- cialmente por causa de doenças infecciosas e dos pulmões. O ideal é manter-se entre as faixas de 20 a 25kg/m 2.

Sozinho, o IMC não é indicador suficiente da gravidade do problema de peso em excesso, pois o tipo de distribuição dessa gordura pelo organismo também é importante. Existem diversos tipos de obesi- dade quanto à distribuição de gordura. Os mais característicos são o que dá ao corpo o formato de uma maçã (mais comum em homens) e o que torna o corpo parecido com uma pêra, fino em cima e largo nos quadris e nas coxas (mais comum em mulheres). A obesidade em forma de maçã está associada a doenças como o diabete não dependente de insulina e as enfermidades cardiovasculares. A obe- sidade em forma de pêra está associada à celulite e varizes, além de problemas de pele e ortopédicos.

Epidemiologia

O número de crianças e adultos obesos é cada vez maior, tanto em países pobres ou ricos e até mesmo em países que se caracterizam por uma população magra, como é o caso do Japão. A Organização Mundial de Saúde passou a considerar a obesidade como um pro- blema de saúde pública tão preocupante quanto a desnutrição.

No Brasil, estima-se que 20% das crianças sejam obesas e que cerca de 32% da população adulta apresentem algum grau de excesso de peso, sendo 25% casos mais graves. A obesidade é um problema sério em todas as regiões do país, mas a situação é ainda mais crítica no Sul. De acordo com dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) de 1989, a prevalência de obesidade em brasileiros com mais de 18 anos de idade é de 28%, no caso dos homens, e de 38% no caso das mulheres. Nos Estados Unidos, a prevalência é de 34% em homens e de 55% em mulheres, com idade entre 20 e 64 anos. Apesar das diferenças econômicas, os países, desenvolvidos ou não, vivem o mesmo problema da alta e crescente prevalência de excesso de peso.

O número de obesos é maior nas áreas urbanas e também está relacionado ao poder aquisitivo familiar. Quanto maior a renda, mai- or a prevalência de obesidade, mas esta é cada vez mais alta em mulheres de baixa renda e tende a se estabilizar ou até mesmo diminuir nas classes de renda mais elevada.

A presença do excesso de peso na população menos favorecida pode ser explicada pela falta de orientação alimentar adequada, ati- vidade física reduzida e pelo consumo de alimentos muito calóricos, como cereais, óleo e açúcar. Tais alimentos são mais baratos e fa- zem parte de hábitos alimentares tradicionalmente incorporados. O problema da obesidade cresce menos entre a população mais privi- legiada porque ela tem maior acesso a informações sobre os preju- ízos que a doença acarreta, a melhora dos hábitos alimentares e a prática de atividade física regular.

Causas

As pessoas engordam por quatro motivos: comem muito, têm gas- to calórico dimimuído, acumulam gorduras mais facilmente ou têm mais dificuldade de queimá-las.

O gasto calórico significa a queima de energia que uma pessoa apre- senta durante as 24 horas do dia e isso inclui o gasto calórico com a alimentação (energia gasta nos processos de digestão, absorção e transporte de nutrientes) e com a atividade física.

só desconhece a sensação de saciedade como é também incapaz de queimar as calorias ingeridas com eficiência. Tanto o excesso de apetite quanto a pouca saciedade podem ser explicados por fatores genéticos.

A queima ineficiente de gordura também pode estar relacionada à leptina ou, ainda, a outros componentes orgânicos, como hormônios, enzimas, receptores etc.

A distribuição da gordura corporal em uma região ou outra do corpo tem a ver com o sexo, mas também resulta de fatores genéticos e ambientais.

A base genética da obesidade é complexa e várias pesquisas e teo- rias têm sido feitas a respeito. Mas o assunto é ainda objeto de muitos estudos.

Endocrinopatias

As doenças de origem hormonal são causas raras da obesidade (inferior a 10% dos casos). Algumas delas são: síndrome hipotalâmica, síndrome de cushing, hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos, pseudo-hipoparatireoidismo, hipogonadismo, deficiência de hormônios do crescimento, insulinoma e hiperinsulinismo.

Baixa atividade física

O exercício físico contribui com 8 a 20% do gasto diário total de energia. Além disso, pode modular o apetite, pois ajuda a regular os mecanismos cerebrais que controlam a ingestão de alimentos. Tam- bém proporciona um aumento da massa corporal magra (músculos) e provoca alterações enzimáticas que facilitam a queima de gordura nos tecidos, o que torna o indivíduo ativo mais propenso a perder peso e a mantê-lo reduzido.

Pessoas sedentárias apresentam um gasto calórico reduzido e po- dem ter mais dificuldade de queimar a gordura e mais facilidade para armazená-la.

Nas últimas décadas, o brasileiro, de um modo geral, trocou ativida- des como esportes e caminhadas pela televisão, considerada a prin- cipal opção de lazer das diferentes camadas da população. A mo- dernização dos processos produtivos também foi responsável pela redução da atividade física. A forma de trabalhar e de viver de gran- de parte dos brasileiros requer cada vez menos de energia.

Alimentação

Como já vimos, a obesidade apresenta várias causas, mas talvez a mais simples de ser compreendida e também a mais divulgada (mas nem por isso a mais comum) seja um maior consumo de alimentos (calorias) em relação a um menor gasto de energia. É preciso deixar claro que nem sempre os gordos apresentam excesso de peso só porque comem muito, pois existem outros motivos para o ganho de peso. No entanto, é bem verdade que, em muitos casos, os exage- ros na alimentação são os responsáveis pelos quilos a mais.

Maus hábitos alimentares também ajudam a engordar, tais como:

n Não ter horários fixos para comer, ou seja, “beliscar” a toda hora. A pessoa perde o controle da quantidade que comeu e acaba comendo muito, sem nem perceber.

n Exagerar no consumo de alimentos gordurosos, como frituras, manteigas, óleos, doces cremosos, chocolates etc.

n Fazer “dietas da moda”, responsáveis pelo efeito ioiô, isto é, o “emagrece-e-engorda” dos que fazem esses tipos de dieta (veja mais detalhes no item dietas da moda).

n Ficar longos períodos em jejum. A fome e o apetite aumentam e a pessoa acaba comendo mais.

n Fazer poucas refeições durante o dia e em grandes volumes. O volume do estômago pode aumentar e também a quantidade de alimentos que a pessoa consegue comer.

Outros fatores relacionados à obesidade

A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), realizada em 1989, apontou dados sobre a obesidade entre adultos no Brasil que explicariam os altos índices de obesidade no país. São eles:

n Dieta desequilibrada, onde predominam alimentos muito calóricos e de fácil acesso (cereais, óleo, açúcar) à população mais carente.

n Redução do tamanho da família, aumentando a disponibilidade de alimentos na casa.

n Melhora da infra-estrutura básica, elevando a expectativa de vida da população. Com isso, o peso da população aumenta, já que o percentual de gordura é maior com a idade.

n Estrutura demográfica: as pessoas se concentram mais nas ci- dades, onde gastam menos energia, têm acesso a variados ti- pos de alimentos (principalmente industrializados) e possuem maior expectativa de vida.

Um corpo bonito ou magro não é sinônimo de saudável. É necessá- rio analisar cada caso separadamente, pois as necessidades variam de acordo com o indivíduo. Por isso, não é coerente querer ter o corpo igual ao de uma outra pessoa. O peso saudável varia de pes- soa para pessoa. Um nutricionista e/ou médico são os profissionais de saúde que podem avaliar a adequação do peso dos indivíduos.

O tratamento da obesidade varia de acordo com a gravidade da do- ença. Em alguns caso, são necessários medicamentos ou até mes- mo intervenções cirúrgicas. No entanto, existem recomendações gerais adequadas para a grande maioria dos obesos: educação (ou reeducação) alimentar, atividade física e a participação familiar e comunitária nesse processo. Vamos tratar desses temas a seguir.

A educação (ou reeducação) alimentar

É preciso que a pessoa entenda e aprenda (ou reaprenda) o signifi- cado e a importância de se comer bem (e não bastante!), isto é, de trocar os maus hábitos por bons hábitos alimentares. Trata-se de um novo estilo de vida, de ampliar conceitos, mudar costumes... o que não é nada fácil, ainda que possível. É por isso que a educação alimentar é tão importante.

Esse aprendizado pode e deve ocorrer em qualquer lugar, mas a escola é um espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da nutrição como ciência, arte, técnica e história. A escola deve atuar como um laboratório em permanente atividade de busca, de inquie- tação, de interrogações sobre o homem e as suas condições de vida. Afinal, é na escola que se revelam e que podem ser soluciona- das as dificuldades que existem fora dela.

Orientações nutricionais

Várias orientações nutricionais são importantes para a educação ali- mentar. Confira algumas:

n Seja realista : faça pequenas mudanças no modo como você se alimenta e no seu nível de atividade física. Não comece com grandes alterações, vá passo a passo. Após o primeiro pequeno sucesso, estabeleça um novo objetivo e prossiga.

n Seja aventureiro , saia da mesmice! experimente alimentos e preparações que você não conhece, especialmente se forem à base de frutas e verduras. Comece por aquele alimento que você nunca experimentou. Ele pode ser gostoso e irá ajudar você a melhorar o seu consumo de nutrientes.

n Seja flexível : não fique pensando se você cumpriu ou não os seus objetivos em apenas uma refeição. O ideal é ter um plano diário, mas caso você exagere em uma refeição, coma menos na próxima.

n Seja sensível : aprecie todos os tipos de alimentos e preparações.

n Prefira uma dieta pobre em gordura e em colesterol e rica em frutas e verduras.

n Modere as quantidades de açúcares, sal e sódio.

n Caso consuma bebida alcoólica, faça-o com moderação.

n Beba, no mínimo, oito copos de água por dia entre as refeições.

n Estabeleça horários fixos para se alimentar.

n Divida a alimentação em cinco ou seis refeições (café da ma- nhã, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), reduzindo a quantidade consumida em cada uma delas.

n Prepare o prato com toda a quantidade de alimentos a ser consumida, para ter o controle da quantidade que vai comer.

n Siga o guia da pirâmide dos alimentos, consumindo as porções para cada grupo de alimentos de acordo com a idade (veja mais detalhes no texto sobre alimentação saudável).

n Prefira ambientes agradáveis para fazer as refeições e evite as- sistir televisão enquanto come.

n No almoço e no jantar, coma primeiro os vegetais crus e folhosos, como o alface e a rúcula, pois eles promovem uma sensação de saciedade mais rápida. Isso fará com que sua fome diminua e você coma os outros alimentos em menor quantidade.

É importante deixar claro que essas são apenas algumas orienta- ções gerais. A obesidade, como já mostramos, é uma doença e como tal deve ser orientada e tratada pelo profissional adequado, neste caso o nutricionista ou médico. O professor deve orientar o aluno ou o responsável por este a dirigir-se a um serviço de saúde para receber informações mais específicas.

Participação da escola e da família

Toda a família deve participar do processo de educação alimentar. A recomendação vale, especialmente quando se trata de mudar os hábitos das crianças, pois elas se espelham nos adultos. O exem- plo dos professores e educadores também é fundamental. Convém prestar atenção nos produtos vendidos nas lanchonetes das esco- las, pois a maioria não apresenta valor nutritivo, sendo apenas fonte de gorduras e calorias extras.

Perigo! Dietas da moda

Nossa sociedade se preocupa demais com o corpo e os padrões de beleza e não faltam dietas para o controle de peso. Mas isso não significa dizer que todas essas dietas são boas para a saúde, PELO CONTRÁRIO!

As chamadas “dietas da moda” são geralmente dietas restritas em um ou vários tipos de nutrientes, ou seja, são nutricionalmente de- sequilibradas. Podem causar muitos danos à saúde: diminuição do rendimento físico, sobrecarga do organismo, deficiências nutricionais, desidratação, desmaios, problemas cardíacos e outras doenças.

Uma dieta com alimentos nutritivos em quantidades controladas é a alternativa ideal para quem deseja controlar o peso com saúde. Com as dietas da moda, a pessoa consegue uma perda de peso passageira, pois acaba tendo uma alimentação tão fora de seus pa- drões que, ao retornar à “vida normal”, volta a comer os tipos e a quantidade dos alimentos que a fizeram aumentar de peso.

Muitos insistem em fazer essas dietas “exóticas” influenciadas pela propaganda, especialmente na televisão, e por artistas e pessoas com corpos esculturais. A rápida perda de peso decorrente de die- tas desequilibradas também incentiva o desejo de emagrecer a qual- quer preço. O problema é que, nesses casos, trata-se de uma perda de água e músculo e não propriamente de gordura. Além disso, dietas muito restritivas e com pouquíssimas calorias podem provo- car graves distúrbios alimentares, como anorexia nervosa e bulimia.

O melhor caminho para controlar o peso continua sendo a reeduca- ção alimentar através de uma dieta equilibrada, elaborada e orienta- da por um profissional capacitado. Tal dieta deve ser acompanhada da prática regular de atividade física.

É preciso ter sempre em mente que não existem poções mágicas para emagrecer, ou seja, até hoje não se provou que as dietas po- pulares ou da moda tenham alguma vantagem em relação a uma dieta bem balanceada. Nenhuma “mistura mágica” garante uma perda de peso mais efetiva do que uma dieta reduzida em calorias e equilibrada. Além disso, cada pessoa tem necessidades nutricionais e calóricas diferentes e cada caso deve ser analisado individualmen- te por um nutricionista.

Como prevenir?

Algumas estratégias para prevenir a obesidade são:

n “Cortar o mal pela raiz”, incentivando, desde a infância, a práti- ca regular de exercícios físicos e a introdução de bons hábitos alimentares.O exemplo dado pelos pais ou responsáveis aos seus filhos é fundamental.

n Orientar a população a respeito da importância de uma alimentação saudável. n Usar a televisão e o rádio para facilitar o acesso de todas as camadas sociais às informações sobre alimentação saudável. n Incentivar crianças, jovens e adultos a praticarem exercícios físicos regulares. n Garantir a participação de autoridades federais, estaduais e municipais em projetos que tenham como principal objetivo prevenir a obesidade, sem interesses políticos. Tais interesses prejudicam especialmente a continuidade dos programas sociais.

Alimentosdiet elight e adoçantes

A preocupação excessiva da sociedade com o excesso de peso e a existência de doenças que provocam alterações específicas na die- ta despertaram o investimento de indústrias alimentícias em pes- quisas que resultaram na criação de inúmeros produtos com carac- terísticas especiais, como é o caso dos alimentos “diet” e “light”.

Ainda existe muita confusão a respeito do significado e das diferen- ças existentes entre esses dois tipos de alimentos. A explicação é muito importante para que a escolha e compra do produto certo.

Produtos “light” são alimentos modificados em seu valor energético ou em sua composição de gordura. Devem ter pelo menos 25% a menos de calorias que os produtos comuns. Mas atenção: isto não significa que esses produtos não contenham açúcar, portanto não devem ser consumidos pelos diabéticos, a não ser que tenham es- crito no rótulo SEM ADIÇÃO DE AÇÚCARES.

Produtos “diet” são aqueles produzidos para atender às necessida- des dietéticas específicas dos portadores de várias doenças. Inclu- em alimentos para dietas com restrição em algum nutriente. Esta restrição pode ser de açúcares, sódio, gorduras, colesterol, aminoácidos ou proteínas, entre outras. Por isso, quem compra pro- dutos “diet” deve ler com bastante atenção o rótulo da embalagem para verificar se ele atende às suas necessidades específicas. Um exemplo: os produtos que podem ser consumidos pelo diabético são aqueles que não contêm glicose, frutose ou sacarose.

Com relação aos adoçantes dietéticos, os obesos devem preferir aqueles não calóricos, como o aspartame e a estévia. Pessoas com pressão alta devem escolher adoçantes que não possuem sódio na sua composição e assim por diante. É bom consultar um nutricionista ou médico para maiores esclarecimentos.

A criança passa a comer menos do que o normal e provavelmente menos do que precisa para ter um crescimento e desenvolvimento normais.

Socioeconômicos

Crianças provenientes de famílias de baixa renda apresentam um risco maior relacionado a deficiências alimentares. Além disso, con- dições sanitárias precárias contribuem para o aparecimento de in- fecções, parasitoses e da desnutrição.

Culturais

Fatores culturais influenciam muito o consumo de alimentos. Mi- tos, crenças e tabus podem interferir negativa ou positivamente nos aspectos nutricionais, sendo mais comuns os prejuízos que os be- nefícios.

Renda e disponibilidade de alimentos:

Quanto mais alta a renda, maior é o gasto com hortaliças, frutas e outros elementos variados. A dieta, é claro, tem melhor qualidade. Quanto menor a renda, maior o comprometimento tanto da qualida- de quanto da quantidade de alimentos consumidos.

Métodos de Diagnóstico

Existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição. Eles vão desde uma avaliação clínica (observação de características como peso, altura e idade) até uma completa avaliação do estado nutricional do paciente, incluindo, além da análise clínica, dados sobre alimen- tação, avaliação bioquímica e imunológica, avaliação metabólica e diagnóstico nutricional. Os profissionais capacitados para fazer tal diagnóstico são o nutricionista e o médico.

Epidemiologia

A desnutrição é observada em países subdesenvolvidos e em de- senvolvimento. Mas o problema é mais grave na África, Ásia e Amé- rica Latina.

No Brasil, foram feitas várias pesquisas para avaliar o estado nutricional da população. Dentre elas, o ENDEF (Estudo Nacional da Despesa Familiar) e a PNSN (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição).

O ENDEF consistiu numa pesquisa de cobertura nacional sobre a questão alimentar e nutricional do país, realizada entre 1974 e 1975. Foram levantadas informações sobre a extensão, gravidade e con- centração da fome, assim como hábitos alimentares e orçamentos familiares da população brasileira.

Algum tempo depois, surgiu a necessidade de se fazer um pesqui- sa para determinar os níveis de desnutrição da população através de medidas como peso e altura, além de sexo e idade. Esse foi o objetivo da PNSN, realizada em 1989. As análises se restringiram a crianças de 0 a 10 anos de idade. Ainda não existem dados referen- tes ao número de adultos desnutridos.

Os resultados obtidos com a PNSN indicam que 31% das crianças brasileiras menores de 5 anos são desnutridas. Nos seis primeiros meses de vida, a ocorrência da desnutrição já é alta (21,8%). Isso acontece, em muitos casos, porque as mães acabam não amamen- tando os filhos até o sexto mês, ou então porque elas complementam o aleitamento materno, nesse período, com outros alimentos. Pior: esses alimentos que substituem o leite materno geralmente são inadequados.

Tabela: Prevalência (%) de desnutrição em crianças menores de 5 anos segundo a faixa etária - Brasil - 1989

Faixas etárias Percentual

0 - 5 meses 21,

6 - 11 meses 26,

12 - 23 meses 31,

2 a 5 anos 32,

As maiores taxas de desnutrição no país estão no Nordeste - 46,1%. É um índice duas vezes superior aos das demais regiões do país, com exceção do Norte, que apresenta um perfil semelhante ao do Nordeste. A região Centro-Oeste apresenta um quadro de desnutri- dos parecido com o do Sudeste. A situação mais favorável se en- contra na região Sul.

Esses dados indicam a situação social e econômica do país, ou seja, no Nordeste a população sofre mais com a falta de higiene, sanea- mento básico, moradia, emprego e outro fatores que podem contri- buir para aumentar a taxa de desnutrição. No Sul, a situação socioeconômica é bem mais favorável e, com isso, o índice de des- nutrição é menor.

Fonte: PNSN - 1989

Conseqüências

A desnutrição leva a uma série de alterações na composição corpo- ral e no funcionamento normal do organismo. Quanto mais grave for o caso, maiores e também mais graves serão as repercussões orgânicas. As principais alterações são:

n Grande perda muscular e dos depósitos de gordura, provocan- do debilidade física.

n Emagrecimento: peso inferior a 60% ou mais do peso ideal (adul- tos) ou do peso normal (crianças).

n Desaceleração, interrupção ou até mesmo involução do cresci- mento.

n Alterações psíquicas e psicológicas: a pessoa fica retraída, apá- tica, estática, triste.

n Alterações de cabelo e de pele: o cabelo perde a cor (fica mais claro), a pele descasca e fica enrugada.

n Alterações sangüíneas, provocando, dentre elas, a anemia.

n Alterações ósseas, como a má formação.

n Alterações no sistema nervoso: estímulos nervosos prejudica- dos, número de neurônios diminuídos, depressão, apatia.

n Alterações nos demais órgãos e sistemas respiratório, imunológico, renal, cardíaco, hepático, intestinal etc.

A pessoa desnutrida fica mais sujeita a infecções, por causa da per- da muscular e, especialmente, da queda nas defesas corporais.

Todos esses problemas são mais graves nas crianças de 0 a 5 anos de idade, porque elas são mais vulneráveis biologicamente e mais dependentes do ponto de vista social e econômico. Convém lem- brar ainda que nesse período da vida o crescimento e desenvolvi- mento físico e mental são muito acentuados.

Outros efeitos da desnutrição são o aumento da morbidade e da mortalidade, além de hospitalização e convalescência prolongadas.

Uma população desnutrida representa também maiores gastos em saúde para o país, desde os cuidados primários até a internação. Além disso, é mais difícil para essa população conseguir emprego, o que acarreta problemas socioeconômicos que podem agravar ain- da mais o quadro da desnutrição em todo o país, gerando um ciclo vicioso.

Tratamento

O tratamento da desnutrição varia de acordo com a gravidade da doença. Os principais objetivos do tratamento são:

n Recuperar o estado nutricional.

n Normalizar as alterações orgânicas ocasionadas pela desnutrição.

n Promover o crescimento (no caso das crianças) e o ganho de peso.

Existem recomendações gerais que ajudam no tratamento de des- nutridos: uma dieta específica para o caso, aliada a uma educação (ou reeducação) alimentar; orientações sobre higiene alimentar e pessoal; e a participação familiar e comunitária nesse processo. Va- mos tratar desses temas a seguir.

Dieta e educação alimentar

A dieta deve possibilitar a reposição, manutenção e reserva adequa- das de nutrientes no organismo. Para tanto, deve ser elaborada e acompanhada por um nutricionista.

A educação alimentar é muito importante em todas as etapas da vida. Como a desnutrição é bastante comum na infância, torna-se essencial e urgente que as pessoas que fazem parte do processo de educação/formação das crianças (família, professores) tenham acesso a informações sobre o correto aproveitamento dos alimen- tos e a alimentação saudável. Só então as crianças poderão ser bem orientadas e cuidadas!

Algumas sugestões para aproveitar ao máximo o valor nutritivo dos alimentos, em especial das frutas e verduras:

n Frutas e verduras devem ser consumidas bem frescas, pois os nutrientes vão se perdendo com o amadurecimento e com o tempo de armazenamento.

n Evite bater esses alimentos no liqüidificador para não perder al- gumas vitaminas, como a vitamina C.

Desnutrição

Desemprego

Fatores sociais, políticos, econômicos

Fome