Iluminismo e Arcadismo no Século XVIII: Natureza, Razão e Poesia, Resumos de Poesia

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O Arcadismo

A escala do amor, 1715. WATTEAU, Jean Antoine.

O prazer

(Manuel Inácio da Silva Avarenga) Sobre o feno recostado, Descansado afino a lira, Que respira com ternura Na doçura do prazer. Amo a simples Natureza: Busquem outros a vaidade Nos tumultos da cidade, Na riqueza e no poder. Desse pélago furioso Não me assustam os perigos, Nem dos ventos inimigos O raivoso combater. Sobre o feno recostado, Descansado afino a lira, Que respira com ternura Na doçura do prazer. Pouca terra cultivada Me agradece com seus frutos; Mas os olhos tenho enxutos, Quanto agrada assim viver! O meu peito só deseja Doce paz neste retiro; Por delícias não suspiro, Onde a inveja faz tremer. (...) Pelas sombras venturosas De fecundos arvoredos Ouve Glaura os meus segredos, Quando rosas vai colher. Já o Amor com ferro duro Não me assalta, nem me ofende: Já suave o fogo acende, E mais puro o sinto arder. (…) Entre as graças e os Amores Canto o Sol e a Primavera, Que risonha vem da Esfera Tudo em flores converter. A inocência me acompanha; Oh que bem! oh que tesoiro! Vejo alegre os dias de oiro Na montanha renascer. (...)

Pierre Patel, Vista em perspectiva do Palácio de Versalhes, 1668.

RECREIOS CAMPESTRES NA COMPANHIA DE MARÍLIA (Bocage)

Olha, Marília, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores

Incitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folhas a abelhinha pára,

Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara.

Século das luzes

Fim do séc. XVII – mudança na mentalidade

Isaac Newton – gravitação universal e movimento

dos corpos

Pesquisa científica – compreender e explicar o

funcionamento da natureza

Ser humano – recupera desejo de racionalidade

Igreja – ameaças de condenação eterna,

subordinação ao poder divino perde força

Grandes nomes

Descartes

Voltaire (fazer da literatura um instrumento social)

Diderot

Rousseau

Montesquieu

Razão como parâmetro para analisar as crenças

tradicionais, as opiniões políticas e a organização

social.

Razão e ciência – FARÓIS Obscurantismo que prevaleceu nos séculos anteriores Razão = luz interior Valorização conhecimento científico e a racionalidade – postura Iluminista

Revoluções burguesas

Natureza é o único conceito concreto, físico. Natureza se torna concretização do belo – harmonia e equilíbrio de seus elementos Artistas se inspiram na natureza

Deus

Passa a ser visto como uma força superior que

criou o Universo, mas não é responsável por

todos os acontecimentos da vida.

Arcadismo: ordem e convencionalismo Arcádia: era o lugar na Grécia Antiga habitada por pastores e vista como um lugar quase mítico. Os seus habitantes associavam trabalho a poesia, cantando o paraíso rústico em que viviam.

Séc. XVIII o termo passa a identificar academias de poetas que pretendiam restaurar o estilo dos poetas clássico-renascentistas. Objetivavam abolir o rebuscamento barroco.