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Aspectos gerais do maracujá, funções dos nutrientes, absorção e movimento de nutrientes nas plantas.
Tipologia: Notas de estudo
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Aspectos gerais Os processos de nutrição mineral são aqueles relacionados ao suprimento e absorção de elementos químicos do meio e com suas funções no crescimento e metabolismo vegetal. Em termos quantitativos, o ar é uma fonte de nutrientes muito mais importante que o solo. Embora a água seja a substância principal na composição da matéria vegetal (70-80%), o carbono e o oxigênio (provenientes do ar na forma de CO (^) 2) constituem 90% da matéria seca
das plantas. O solo participa com 1/20 do total dos elementos químicos que compõem a massa vegetal. Assim, dos três meios que fornecem elementos para as plantas (água, ar e solo), este último é o que apresenta menor contribuição, sendo, entretanto, imprescindível, pois fornece materiais essenciais ao desenvolvimento e produção vegetal.
Independentemente da água e do gás carbônico, as plantas necessitam dos seguintes elementos minerais para seu pleno desenvolvimento: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Os seis primeiros (N, P, K, Ca, Mg e S) são chamados de macronutrientes, devido às maiores exigências pelas plantas em termos quantitativos. Os outros sete (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) são ditos micronutrientes. Fica claro, porém, que, pelo critério de essencialidade, todos os nutrientes (macro ou micro) têm a mesma importância para os vegetais, sendo a falta ou insuficiência de boro ou zinco tão prejudicial ao desenvolvimento vegetal quanto a de nitrogênio.
Segundo ARNON & STOUT (1939), para um elemento ser considerado essencial, ele deve satisfazer a três critérios:
a) Na ausência do elemento, a planta não completa o seu ciclo de vida; b) O elemento não pode ser substituído por outro; c) O elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da planta, como constituinte de um composto essencial, ou ser necessário para a ação de um sistema enzimático.
De acordo com DECHEN et al. (1991), devido ao gradual e contínuo desenvolvimento de técnicas analíticas, especialmente na purificação de produtos químicos, é provável que a lista dos elementos essenciais seja aumentada, com a inclusão de outros encontrados em concentrações muito baixas nas plantas.
Funcões dos nutrientes Cada nutriente desempenha funções definidas dentro da planta e nenhum pode ser completamente substituído por outro. Conquanto cada elemento desempenhe certas funções específicas, todos devem estar juntos para produzir melhores resultados. Deve ser lembrado, entretanto, que o efeito de cada nutriente, em particular no crescimento da planta, depende da reserva dos outros elementos essenciais (Lei do Mínimo de Liebig), e nenhum efeito de cada elemento pode ser interpretado isoladamente (FAGERIA, 1984). Um resumo das principais funções dos nutrientes de plantas aparece nas Tabelas 1 e 2, extraídas de MALAVOLTA (1980). Tabela 1. Macronutrientes: Funções e compostos (MALAVOLTA, 1980).
Nutriente Função Compostos N Importante no metabolismo como composto orgânico; estrutural
Aminoácidos e proteínas, aminas,
amidas, aminoaçúcares, purinas e pirimidinas, alcalóides.Coenzinas, vitaminas, pigmentos P Armazenamento e transferência de energia; estrutural Ésteres de carboidratos, nucleotídeos, e ácidos nucléicos, coenzimas, fosfolipídios. K Abertura e fechamento de estômatos, síntese e estabilidade de proteínas, relações osmóticas, síntese de carboidratos
Predomina em forma iônica, compostos desconhecidos. Ca Ativação enzimática, parede celular, permeabilidade. Pectato de cálcio, fitato, carbonatoOxalato Mg Ativação enzimática, estabilidade de ribossomos, fotossíntese.
Clorofila
S Grupo ativo de enzimas e coenzimas. Cisteína, cistina, metionina e taurina, Glutatione, glicosídios e sulfolipídios, coenzimas.
Tabela 2. Micronutrientes: Funções e compostos (MALAVOLTA, 1980).
Nutriente Funções Compostos B Transporte de carboidratos Coordenação com fenóis
Borato; Compostos desconhecidos
Cl Fotossíntese Cloreto; Compostos desconhecidos Co Fixação de N 2 Vitamina B (^12) Cu Enzima Fotossíntese Polifenoloxidase; plastocianina,Azurina, estelacianina; umecianina Fe Grupo ativo em enzimas e em transportadores de elétrons
Citrocromos, ferredoxina, catalase, peroxidase, reductase de nitrato, nitrogenase; reductase de sulfito Mn Fotossíntese,metabolismo de ácidos orgânicos
Manganina
Mo Fixação do N2, redução do NO 3 -^ Reductase de nitrato; nitrogenase Zn Enzimas Anidrase carbônica, aldolase
Absorção e movimento de nutrientes nas plantas
A absorção de um nutriente é a sua entrada, na forma iônica ou molecular, nos espaços
intercelulares ou em organelas vivas da planta. Dessa forma, podem-se considerar
Zn 0,3 0,1 0,1 0,
A redistribuição é a transferência de um elemento de um órgão (ou região) a outro da planta, em forma igual ou não à que foi absorvida, tendo, entretanto, sofrido metabolização. A redistribuição ocorre através do floema, levando o nutriente das áreas de síntese (folhas) para as áreas de armazenamento/crescimento (frutos). É no movimento de redistribuição que ocorrem diferenças entre os nutrientes quanto à mobilidade, conforme mostra a Tabela 3, extraída de MALAVOLTA (1980).
Tabela 3. Mobilidade comparada dos nutrientes aplicados nas folhas. Em cada grupo os elementos aparecem em ordem decrescente (MALAVOLTA, 1980).
Altamente móveis Móveis Parcialmente móveis Imóveis Nitrogênio Fósforo Zinco Boro Potássio Cloro Cobre Cálcio Sódio Enxofre Manganês Magnésio Ferro Molibdênio
O aspecto mobilidade é de fundamental importância na nutrição das plantas, principalmente nas perenes, que recebem adubação de forma localizada e exploram o mesmo volume de solo por vários anos.
Exigências nutricionais do maracujazeiro
O maracujazeiro tem crescimento contínuo, indeterminado e vigoroso, especialmente a
partir dos 90 dias, na chegada da haste principal ao suporte de sustentação, com fluxo de vegetação seguido por intensa floração e, assim, sucessivamente, até o acúmulo máximo de matéria seca pela planta, aproximadamente aos 240 dias após o plantio (HAAG et al., 1973).
Estes mesmos autores, trabalhando com alta população de plantas (1500 por ha) de maracujazeiro-amarelo, elaboraram a taxa de acúmulo de macros e micronutrientes da cultura. O maracujazeiro, no primeiro ano de cultivo, considerando a planta toda e a produção de frutos, extrai as seguintes quantidades máximas de nutrientes por ha: N=205kg; P=17kg; K=184kg; Ca=152kg; Mg=14kg; S= 25 kg; B= 296g; Cu=199g; Fe=779g; Mn=2800g e Zn=216 g (Figuras 1 e 2).
Figura 1. Marcha de absorção de macronutrientes pelo maracujazeiro amarelo (parte aérea e raiz), cultivado no campo, com população de 1500 plantas por ha (HAAG et al., 1973).
Figura 2. Marcha de absorção de micronutrientes pelo maracujazeiro amarelo (parte aérea e raiz), cultivado no campo, com população de 1500 plantas por ha (HAAG et al., 1973).
Normalmente, o acúmulo de nutrientes pela planta acompanha o acúmulo de matéria seca, e no caso do maracujazeiro, observa-se que, a partir de 120 dias o após plantio, tem-se extração de nutrientes ascendente e contínua, até atingir o máximo de acúmulo, aos 240 dias (Figuras 1 e 2).
Kliemann et al. (1986) observaram que o maior aumento na absorção de N, P e Ca ocorre no período da pré-frutificação, sendo que o acúmulo de nitrogênio e de potássio é mais intenso nos frutos, estabilizando-se no amadureciemento. Cabe salientar que, embora haja diferenças em função do local da lavoura, o período da polinização à colheita do maracujazeiro é de 102 dias. Sendo que o máximo crescimento dos frutos e maior porcentagem de polpa (26%) ocorre aos 46 e 60 dias após a polinização, respectivamente (Vasconcellos et al., 1993). Portanto, estes resultados dão informações importantes para o manejo da adubação em termos de exigências de nutrientes requeridos pela planta, ou seja, a dose a ser aplicada e a época em que são mais exigidos, tendo-se, pois, a definição da época de aplicação. Existem, porém, vários outros fatores que podem afetar essas características (solo x planta x fertilizante), ou seja, tipo de solo, manejo adotado de cultivo (irrigação, cobertura morta, adubação orgânica), variedade utilizada, população de plantas por área, forma química do fertilizante e o custo de aquisição. Assim, para a definição de um programa de adubação adequado, a experimentação na região onde será instalada a cultura, é de fundamental importância para garantir a máxima eficiência técnica e econômica da adubação. LOPES et al. (1996) estudaram a marcha de absorção de macronutrientes, em mudas de maracujazeiro-doce, durante 40 dias, em solução nutritiva. Com relação à quantidade total de nutrientes na planta, verificaram um aumento ao longo das épocas, intensificado, principalmente, entre 30 e 40 dias para todos os nutrientes. Os maiores acúmulos de macronutrientes foram verificados na parte área das mudas. Para os micronutrientes, LOPES (2000) verificou que o B, Cu e Mn concentrou-se na parte aérea, ao passo que o Mn e o Fe na raiz. Observou-se ainda que os micronutrientes teve um acúmulo na parte aérea na seguinte ordem decrescente Fe>B>Mn>Zn>Cu. LOPES (1996) em estudo em mudas de maracujazeiro, sob diferentes substratos, cultivado em tubetes, notaram que as plantas com máximo crescimento apresentaram os seguintes teores médios de nutrientes na matéria da parte aérea: 4,1 g kg-1^ de N; 0,60 g kg-1^ de P; 1, g kg-1^ de K; 0,80 g kg^ -1^ de Ca; 0,34 g kg^ -1^ de Mg; 0,14 g kg-1^ de S; 17,80 mg kg^ -1^ de B; 252,40 g kg -1^ de Fe; 245,50 mg kg^ -1^ de Cu; 112,50 mg kg^ -1^ de Mn 53,30 mg kg^ -1^ de Zn.
Com relação às quantidades de nutrientes extraídos pelos frutos do maracujazeiro, observa- se que a ordem de extração é a seguinte: K>N>Ca>P>Mg>S>Fe>Mn>Zn>B>Cu>Mo. Estes resultados são importantes por representarem as quantidades de nutrientes exportados pela colheita, especialmente potássio e nitrogênio, o que auxiliará no manejo da adubação de manutenção que deverá ser realizada no 2o, 3o e 4o anos de cultivo da planta (HAAG et al., 1973).
Cabe destacar que, normalmente, a exportação de nutrientes pode variar em função de diversos fatores edafoclimáticos e da variedade do maracujazeiro. Neste sentido, tomando- se como exemplo uma lavoura com produção razoável de 30 t ha -1, nota-se que o
maracujazeiro extrai alta quantidade de potássio e nitrogênio, conforme comentado anteriormente (Tabela 1). Em sistema de produção que visa a utilizar os resíduos (casca do fruto) da indústria de processamento do maracujá, podem economizar-se fertilizantes, como K, Ca, S e o Mn, que estão presentes em maiores quantidades na casca, quando comparados à polpa (VASCONCELLOS et al., 2001). Tabela 1. Exportação de nutrientes pelo maracujazeiro, baseado numa produção de 30 t ha -
de roseta. A deficiência de Zn provoca encurtamento dos internódios, sendo que, nas folhas, se manifesta uma clorose em manchas, a qual progride das mais velhas para as mais novas, ficando mais estreitas e espessas, e a formação de rosetas, face à morte das terminais.
Morales ABANTO & MÜLLER (1976) estudaram em solução nutritiva, em maracujazeiro- roxo, a alteração morfológica nas plantas em função da omissão de NPK. Além dos sintomas característicos citados anteriormente, observaram as seguintes alterações: no caso do N, houve parcial desorganização da estrutura dos cloroplastos e acúmulo de amido; no P, esta desordem esteve associada às células da camada paliçádica; no K, notaram-se acúmulo de amido e mucilagem, e espessamento das paredes celulares dos vasos do xilema.
A descrição dos sintomas de deficiência que se segue, é baseada em revisão de literatura citada por RUGGIERO et al. (1996).
Nitrogênio As plantas deficientes em nitrogênio apresentam pequeno porte e menor número de ramos, que são mais finos, e com tendência para crescimento vertical. O sintoma característico da deficiência é o amarelecimento generalizado das folhas por falta da clorofila, iniciando-se nas mais velhas.
Fósforo As plantas deficientes em fósforo acumulam açúcar nos tecidos e, a partir deste, sintetizam pigmentos escuros, as antocianinas, que conferem coloração mais escura às folhas. Então, o sintoma inicial de deficiência de fósforo no maracujazeiro é o aparecimento desta coloração nas folhas mais velhas, a qual evolui rapidamente para a cor amarelada, que é progressiva da margem para o centro das folhas. Por falta de energia (ATP), as plantas apresentam pequeno desenvolvimento e atraso no ciclo, prejudicando a floração e provocando queda de frutos novos.
Potássio Na deficiência do potássio, ocorre clorose seguida de necrose nas margens das folhas, inicialmente nas mais velhas. Quando a necrose atinge a nervura da folha, esta curva para baixo, ocorrendo em seguida sua queda prematura. A floração atrasa e ocorre diminuição no tamanho dos frutos. Ocorre, ainda, redução significativa da área verde foliar, afetando a fotossíntese e, por conseguinte, o teor de sólidos solúveis dos frutos.
Cálcio Os sintomas de deficiência de cálcio são: morte da gema apical, clorose e necrose internervais nas folhas mais novas, uma vez que o elemento tem baixa mobilidade na planta.
Magnésio Com a deficiência de magnésio, aparecem inicialmente manchas amareladas entre as nervuras das folhas mais velhas, que se unem e evoluem para coloração mais escura até o marrom, enquanto as nervuras permanecem verdes. Ressalta-se que a deficiência de Mg, no maracujazeiro, pode ser induzida por excesso de adubação potássica, como já tem sido verificado em diversas culturas.
Enxofre Os sintomas gerais de deficiência de enxofre são semelhantes ao nitrogênio, diferindo, porém, quanto à localização. No caso do enxofre, o amarelecimento ocorre, inicialmente, nas folhas mais novas (baixa mobilidade) e para o nitrogênio, nas folhas mais velhas (alta
mobilidade). A deficiência de enxofre pode induzir, ainda, coloração avermelhada nas nervuras da página inferior das folhas.
Cobre Com a deficiência deste nutriente, as células terão paredes mais delgadas e, conseqüentemente, as folhas serão mais finas e apresentarão aspecto de murchamento. É comum, também, o aparecimento de folhas grandes e largas, mais finas e com nervuras salientes.
Ferro O ferro tem importância na síntese de clorofila, sendo o sintoma típico de sua deficiência a presença do verde muito claro na lâmina foliar, com permanência de estreita faixa verde ao redor das nervuras, inicialmente nas folhas mais novas. Acentuando-se a deficiência, a clorose atinge as folhas do terço médio dos ramos e também as nervuras, de forma que toda a lâmina foliar adquira coloração amarelo-esbranquiçada.
Manganês Na deficiência de manganês, aparecem manchas cloróticas entre as nervuras das folhas superiores, permanecendo as nervuras e uma parte do tecido ao redor delas com coloração verde, dando aspecto de reticulado grosso de nervuras. Acentuando-se a deficiência, a clorose generaliza-se e aparecem pontos necróticos no limbo foliar.
Zinco A deficiência de zinco afeta acentuadamente o crescimento de ramos e de folhas, havendo formação de internódios curtos, com o aparecimento de "rosetas" (folhas miúdas) na extremidade dos ramos.
Boro As plantas deficientes em boro sofrem atrofia e posterior necrose das pontas de ramos, podendo ocorrer ou não excesso de brotações laterais, logo abaixo da gema atrofiada. As folhas novas crescem pouco e apresentam uma textura coriácea, com ondulações dos bordos e encurvamento. Há formação de manchas necróticas internervais e nos bordos das folhas.
Molibdênio O molibdênio, componente da enzima redutase do nitrato, está implicado no metabolismo do nitrogênio, e sua deficiência deverá provocar sintomas semelhantes à deficiência deste macronutriente.
Cloro Os sintomas de deficiência do elemento para o maracujazeiro não foram ainda descritos.
Relação dos nutrientes e a sanidade do maracujazeiro
COSTA (1996) estudaram os efeitos da ausência de certos nutrientes no comportamento do vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro. Pelos resultados verificou-se que o comprimento da haste principal e o número de entrenós e folhas foram significativamente reduzidos com maracujazeiro infectado pelo vírus VEFM (Passion fruit. Woodiness Vírus - PWV). Verificou-se que a ausência de N, S ou Fe na solução nutritiva, reduziu a concentração do Vírus na planta. A concentração do vírus cresceu com o alto nível de Ca na planta.
Por estes resultados pode-se inferir que apenas a concentração absoluta do nutriente na planta não tem efeito inibitório no desenvolvimento de patógenos. Assim, para o