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Pesquisa sobre neurociencia aplicada nos aspectos espacial e comportamental referente a arquitetura e design dos espaços construidos. Monografia para Pós Graduação Design de Interiores
Tipologia: Teses (TCC)
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Mônica Spada Durante – monica@spadadurante.com.br Design de Interiores e Produção do Espaço Instituto de Pós-Graduação - IPOG São Paulo, SP, 06 de abril de 2019.
Resumo Este artigo resume pesquisa da autora a respeito das ultimas descobertas da Neurociência aplicada ao ambiente construido, no intuito de coletar dados atuais sobre o tema. A pesquisa foi direcionada à leitura de especialistas no campo da Neuro-arquitetura, trazendo um resumo dos temas mais significativos, assim como o contexto histórico do desenvolvimento das pesquisas, seus desafios e novos caminhos. A temática da Neuro-arquitetura surge com força na atualidade devido ao novo foco dos projetos voltados ao usuário, e não mais em tendências e estilos historicos e temporais. Diversos conceitos são abordados tais como forma, cores, luz, locomoção, espaços naturais e construidos e arquitetura invisível, com frequência mencionados nas pesquisas e que conferem uma aferição qualitativa dos ambientes construídos, através da percepção do usuário. Os resultados desta pesquisa concluem que ainda temos muito que avançar em termos de conceituação pratica e objetiva dos estudos da Neurociência aplicada à arquitetura e também na utilização dos conceitos e descobertas aplicando e testando estes conhecimentos em todos os segmentos da arquitetura, com abrangência, convergindo estes saberes para um real avanço na qualidade de vida e saúde nas nossas edificações e cidades.
Palavras-chave : Neuro-arquitetura; Neuro-design; Neurociência; Wayfinding.
1. Introdução: cenário atual da Neurociência aplicada a arquitetura.
No decorrer deste trabalho utilizaremos o termo Neuro-arquitetura, envolvendo também Neuro-design, que em escalas diferentes seguem o mesmo conceito de aplicação, sendo os dois termos de interesse no estudo realizado, no que se refere a Neurociência aplicada aos aspectos espaciais e comportamentais da arquitetura.
A Neuro-arquitetura trata do estudo, através da neurociência, de como o espaço afeta a mente humana e o comportamento. Esta ciência tem sido aplicada à arquitetura e se desenvolvido desde a década de 60, com uso de tecnologia cada vez mais avançada.
Esta mudança se dá com a arquitetura do século XXI não mais seguindo desenhos tradicionais e formas de estilo periódico ou regional, mas com as noções de design centradas no usuário. Com isto a necessidade de medir os efeitos dos espaços construídos e validar a qualidade dos mesmos. No princípio, por volta da década de 60, surgem aferições e avaliações de pós-ocupação tanto dos sistemas tangíveis dos espaços construídos, quanto da cognição do não-tangível. Os fenômenos gerados pela forma arquitetônica tem sido discutidos por estudiosos no campo da Fenomenologia, uma corrente de design filosófico em arquitetura contemporânea e
pesquisa acadêmica, baseada nas propriedades sensoriais do espaço construído. Impactos da fenomenologia para a arquitetura começaram nos anos 70 com o trabalho de Norberg Schulz seguido por Robert Venturi. Alvar Aalto, Charles Moore, Stevem Holl e Paul Andreu foram os arquitetos mais conhecidos com aplicação pratica destes conceitos em seus projetos. Fatores de medição se baseiam no campo fenomenal da psicologia, nas sensações. Para um entendimento geral dos conceitos de Neuro-arquitetura e sua aplicação e estudo na atualidade, devemos lembrar que nossa relação com os espaços construídos vai muito além do óbvio, a forma e matéria visíveis e tangíveis. A percepção dos espaços é muito mais sensorial, inclui a percepção biológica do espaço, os símbolos e significados atuantes, a relação psicológica e sensorial com o ambiente, e processos cognitivos envolvidos.
Ao longo da história da arquitetura muitas reflexões tem sido colocadas sobre como a arquitetura influencia a forma de nos relacionarmos com os espaços. Espaços públicos e históricos trazem relatos desta leitura muito especiais, pois o espaço construído fica exposto a avaliação de forma mais tangível. Na famosa remodelação da Commons Chambers do Parlamento Britânico, com toda a austeridade aplicada, a celebre reflexão de Winston Churchill, já em 1943 “Nós moldamos nossos prédios e nossos prédios nos moldam” trazem à luz a importância do estudo fenomenológico das habitações e seu impacto nos usuários.
Um dos pilares básicos entre as disciplinas Neurociência e Arquitetura se deu na década de 90, com várias investigações conduzidas pelo neurobiólogo Fred Gage sobre a plasticidade do cérebro, de como novos neurônios nascem ao longo da nossa vida, especialmente no hipocampo, região do cérebro dedicada ao processamento de novas informações e armazenamento de memórias.
Em 2003 Gage apresenta esta descoberta em convenção de arquitetos no American Institute of Architects e enunciou sua ideia “as mudanças no ambiente alteram o cérebro e portanto modificam nosso comportamento.
Outra linha recente da Neuro-arquitetura vem combater este sistema que considera empírico, sugerindo aferições que meçam com exatidão as funções envolvidas, com a “mensuração objetiva de impacto neural, psicológico e cognitivo do ambiente construído ao invés de uma pesquisa psicossocial de comportamento.” (EDELSTEIN,2011)
Por outro lado, muitos pensadores como John Dewey, Gilbert Ryle, Mark L. Johnson, Giovanna Colombetti, rompem a ideia cartesiana da separação mente- corpo. Afirmam que a emoção é, além de um estado interno, uma resposta evolutiva especifica para cada situação em questão, com respostas fisiológicas representativas e trazem indicações objetivas de como a experiência revela o mundo, de como nos relacionamos com o ambiente externo. O cenário da Neurociência aplicada atualmente que encontramos nesta pesquisa divide-se em duas correntes, uma que segue puramente medições objetivas com aferição tecnológica, e outra que considera essencial mecanismos interpretativos neste contexto, com o entendimento da validade emocional das situações em termos neurobiológicos, para a aplicação dos conceitos em espaços arquitetônicos.
Exemplificamos com um questionamento desta dicotomia na comparação com dois pensadores atuais. Antonio Damasio, neurologista e neurocientista português, que valorizou o papel da emoção, se concentrou em como o cérebro monitora e mapeia passivamente o estado do corpo, o que não inclui o engajamento ativo emocional
pesquisadores pós-ocupação, neurocientistas e arquitetos. “ A criatividade está no processo e nas metologias empregadas que visam o bem estar final do usuário, e que dessa maneira garantirão o sucesso do produto. Se definirmos arte como a habilidade de cada arquiteto de expressar uma estética pessoal dentro da cultura do edifício, levando em conta as necessidades dos que o habitam e frequentam, assim como os objetivos dos clientes, então, dentro desse processo, o campo artistico é infinito. Acredito que esse é o melhor caminho para o arquiteto ser criativo e expressar as próprias crenças artisticas” (ZEISEL,2007). Zeisel ainda destaca que é necessário maior interação entre os diversos profissionais neste campo, diz que o pesquisador precisa entender “as necessidades do arquiteto para selecionar informação relevante e os arquitetos precisam aprender a pensar seu projeto com base nessas evidências e avaliações práticas. Para o projeto criativo, quanto mais conhecimento cientifico o arquiteto tem a seu dispor, melhor será o resultado. É nesse campo que se situa o relacionamento entre arquitetura e neurociência”. (ZEISEL,2007). Sobre metodologia de avaliação Zeisel defende a idéia de aprendizagem continua, aprendendo com os erros e acertos de casos, para melhoria nos projetos futuros. Discorre que a avaliação pode se basear nas intenções particulares do arquiteto e cliente, bem como nas caracteristicas de sua função básica. Que os resultados das avaliações não devem ser usadas contra o responsavel, mas com objetivo de um continuo avanço nas qualidades e decisões futuras. Destaca a qualidade do trabalho do arquiteto segundo os critérios “estudo da qualidade de uso imediato dos espaços, o prazer estético transmitido, a criatividade na resolução de desafios de design, o grau de utilidade aos usuários especificos, a habilçidade do edificio de ser util a vários tipos de usuários, o sucesso dentro das necessidades do cliente, alguma contribuição para a sociedade, dentre outros”.
No cenário atual, diversos profissionais pesquisadores, arquitetos, pensadores, em suas áreas de atuação vêm se dedicando ao estudo da Neurociencia aplicada a arquitetura. Ao mesmo tempo vem questionando a validade dos parâmetros do próprio processo de estudo e medições. Este questionamento se baseia na premissa de que qualquer medição em laboratório, por exemplo buscando simular um espaço construído e sua percepção pelo usuário, nunca substituirá a vivência real deste espaço, com toda a complexidade envolvida. Cada vez mais os pesquisadores incluem conceitos além de medições de aferição de funções básicas no cérebro, mas buscando compreender um contexto maior em que a mente está envolvida, com seus processos emocionais primitivos, incluindo os mecanismos fisiológicos que originam a percepção, a memória, e contextos históricos, culturais, sociais, linguísticos que sustentam a vida mental.
2. Conceitos de Neurociência aplicada na arquitetura
Pesquisas em diversos segmentos aplicados na arquitetura, realizados por arquitetos ou pesquisadores, neurocientistas, psicólogos, filósofos, dentre outros, demonstram a importância da temática. Dividimos estes estudos em objetos de interesses, com base em pesquisas da atualidade: 1.Forma espacial, 2. Cores nos espaços, 3. Arquitetura Invisível, Acustica, Luz e Sombra, 4.Locomoção- Wayfinding ,
Todos os estudos trazem a intenção de medir o desempenho topoceptivo dos espaços em diversos níveis de apreensão, percepção e imagem mental do espaço,
níveis de conhecimento sensível e abrangência universal e também sua representação projetual, com nível de conhecimento profissional e dominio para interferir nos ambientes, de forma a modificar as sensações e forma como o usuário se apropria do espaço construido. Todos estes conceitos não são novos mas, com as novas pesquisas da neurociência aplicada, temos melhores constatações e parâmetros para medir os resultados da qualidade dos espaços. Consideraremos em cada segmento de estudo todas as pesquisas encontradas relacionadas ao tema, incluindo os diversos pensadores, e independente de que área atuam, para maior abrangência do pensamento atual e suas descobertas relevantes.
2.1. Forma espacial
Alguns estudos na Neurociência enfocam como o usuário percebe o espaço. Desta forma estudos de caso são propostos para criar base de pesquisas onde conceituação do espaço possam ser aplicadas de forma mais assertiva. Através de softwares com base de dados o espaço é organizado de forma a criar opções para localização de funções dentro de um projeto. Assim o espaço virtual de possíveis soluções é explorado de uma maneira sistemática e orientam a concepção mental.
São mencionados como a forma espacial modifica a percepção do usuario do espaço, assim a sensação produzida pelo ambiente. Diversos resultados de pesquisas da neurociência ja sugeriram como o cérebro processa os espaços. Linhas retas são entendidas como retidão, caráter, confiança, credibilidade. Certos neurônios no sistema visual respondem as linhas que são horizontais, enquanto outros ativam em resposta a padrões verticais e outros ainda reagem aos ângulos intermediários. Também os estudos se referem a linhas curvas e sinuosas despertando sensações emocionais e curiosidade enquanto as linhas retas são racionais e cartesianas. No aspecto formal, linhas horizontais e verticais ganham força de expressão, sendo que as horizontais denotam indubtabilidade, crença absoluta. Todas as crenças e confiança são depositadas na horizontal. Linhas diagonais sugerem instabilidade. As linhas verticais ascendentes geram sensação de bem estar, as descendentes causam sensação cognitiva de aprisionamento e introspecção. Tais conceitos podem ser usados como força conceitual nos projetos. Nas proporções dos espaços como largura e comprimento, na altura que traz a sensação de opulência em grandes dimensões e conforto e aconchego em altura reduzida, Ainda sobre a altura dos ambientes, em 2007, numa experiencia John Meyers-Levy, professor de marketing da Universidade de Minnesota, colocou uma centena de voluntários em duas salas, com 3 e 2,4 metros de altura. Foram apresentadas questões para os dois grupos, o grupo em teto mais alto teve um resultado mais criativo e abstrato, enquanto o teto mais baixo condicionou respostas mais concretas. A conclusão é que tetos mais baixos favorecem a concentração e tetos mais altos a criatividade.
As propriedades dos elementos fisicos, ganham presença cognitiva devido a caracteristicas memoráveis. Propriedades dos elementos são entendidas por si próprias ou no contexto e interação com diferentes elementos. Assim a relação entre elementos contidos no projeto também incluirá uma qualidade de percepção individual de cada objeto. Pesquisas avançadas de tecnologia e neuroimagem, começaram a ser usadas para mapear o sistema nervoso, e dentro das primeiras revelações foi o circuito hedônico,
arquiteto pode lançar mão nos conceitos emocionais inclusos na percepção do ambiente.
2.3. Arquitetura Invisível
Diversos conceitos são aplicados em Neurociência para a medição da qualidade dos espaços, no que se refere a arquitetura invisivel, ligada a conforto e percepção do ambiente em algo não tangivel, além do fisico. Incluem-se nestes conceitos caracteristicas de conforto acustico, termico, luminico, espacial, relacionados a processos biológicos, ciclocircadiano, processo hormonal em harmonia com a natureza. A cognição humana, comportamental se desenvolve dentro de um quadro etnográfico cultural, e com o dominio de signos envolvidos pode se projetar com clareza para enfatizar traços ou romper intencionalmente com crenças envolvidas nestes processos. A memória afetiva está sempre presente na percepção. Vamos focar neste estudo algumas considerações sobre os aspectos Acustica e Iluminação, termos mais aplicados em pesquisas atuais.
2.3.1. Acustica
O campo da acústica, fornece o conhecimento da propagação física do som com a compreensão da resposta humana à fala, aos sons de fundo e ao impacto do ruído indesejado. Estudos apontam que fatores de estresse sonoro podem afetar o sistema imune, respostas cardiovasculares, endócrinas, do sono, emocionais e cognitivas. Mesmo baixos níveis sonoros, podem ser associados com a diminuição da inteligibilidade da fala, diminuição da cognição e aumento das respostas ao estresse. Em ambientes de assistência médica, fatores de qualidade do som afetam diretamente a qualidade dos cuidados e processos de cura. É fundamental um design acústico incluso na equipe de projeto destes ambientes. Na UCSD, Universidade da Califórnia, San Diego, a equipe de pesquisa criou um ambiente de simulação de som virtual, para permitir que arquitetos e usuários vejam com antecedência as consequências das escolhas de design. Consideram técnicas emergentes para redução do ruído, ao mesmo tempo que disponibilizam sons críticos em locais específicos, por exemplo reduzindo o alcance do som ao paciente, mas permitindo que o som do paciente chegue a enfermeira. Também em ambientes escolares a aplicação de recursos para uma boa qualidade sonora se associa a melhor aproveitamento e rendimento nos estudos.
2.3.2 Luz e sombra
Como respondemos à luz é outro objeto de interesse e estudo da Neuroarquitetura. Em geral temos o conceito básico de que a luz atrai. Atrai e direciona o olhar. Ao projetar ambientes devemos ter o conceito de que as pessoas se guiam pela luz.
Os arquitetos Quartier e Van Cleempoel da Belgica, em 2008 apresentam estudo de pesquisas sobre a iluminação em tendências de comportamento espacial, com interesse em medir como os indivíduos se comportam e se movem sob certas condições de iluminação, onde localização e velocidade da caminhada são incluídos. Também a percepção do espaço sob certas condições de iluminação, em abordagem mais emocional. Como a iluminação influencia o comportamento, estes dados são grandemente aplicados na arquitetura de varejo, como influenciador da atitude de compra. Os estágios de reação do usuário em arquitetura comercial
envolvem o estado cognitivo, de percepção, o estágio emocional, de sentimentos, e o estágio conativo, de ação.
Nestes estudos foram desconsideradas respostas biológicas em relação a iluminação, pois as mesmas somente ocorreriam com um tempo maior de exposição ao ambiente, ao invés disto o estudo volta-se a analise comportamental acerca de condições da iluminação e influencia comportamental nos ambientes de varejo. A luz influencia a rota em que os consumidores passam pela loja, o consumidor se guia pela luz e escolherá o caminho mais iluminado para ultrapassar obstáculos. Da mesma forma produtos com iluminação mais brilhante se tornam mais atrativos. Também a condição de iluminação influencia a percepção de valor do produto. Condições de iluminação intensa associadas a fortes cores, induzem a percepção de baixo custo. Iluminação suave causa o efeito oposto, aumentando a percepção do valor dos produtos. Outro aspecto são estudos realizados sobre reações a iluminação em relação a variáveis na iluminação como quantidade e temperatura de cor, traços de personalidade, idade e gênero, contextos culturais, são todos fatores que alteram o humor e reação aos ambientes. Na visão de Gardner, existe uma influência direta entre os estados de humor e o comportamento. Algumas conclusões na arquitetura de varejo, acerca da iluminação são: a iluminação influencia o comportamento das pessoas, medindo-se o tempo que tendem a permanecer na loja e também neste mesmo quesito evocando questões emocionais que a fazem sentir confortáveis. A iluminação influencia a locomoção tanto para direcionar quanto pela velocidade como se locomove. Todos estes aspectos consideram a iluminação e seus fatores emocionais, sendo seu conhecimento utilizado para prever e gerar comportamento espacial. Também podemos incluir o conceito ciclocircadiano, processo hormonal de harmonia com a natureza, aplicado a luz. Onde as sensações do espaço passam pelo conceito de claro e escuro, e dia e noite, espaços intimistas para evocar uma qualidade melhor de sono e recolhimento, enquanto a claridade desperta. Uma longa história de pesquisas sobre o tema, remete o interesse ao assunto ao início do século 17, de como a luz tem impacto significativo nos resultados humanos. Avanços na pesquisa do relógio neural do cérebro, associado aos sistemas pineal e endócrino, revelam múltiplos sistemas oscilatórios que modulam as respostas humanas à mudança de padrões de lua. O ciclo solar da luz do dia e da escuridão, é o estimulo primário que sincroniza os ritmos biológicos e comportamentais em resposta as variações diárias e sazonais da luz. As flutuações diurnas e noturnas da melatonina modulam o sono e a vigília, enquanto os níveis elevados de cortisol na manhã preparam o corpo para a atividade, enquanto os níveis baixos de cortisol a noite estimulam o relaxamento. Descobertas recentes de células ganglionares fotorreceptoras na retina revelam como a lenta mudança de luz regula um complexo sistema de respostas hormonais neurais que sincronizam respostas psico- fisiológicas ao longo das horas do dia. Condições saudáveis se evidenciam quando se corresponde a natureza destes fenômenos. Desenhar espaços que correspondam a estas recomendações incluem a correta orientação solar dos edifícios, o controle da condição luminosa, e iluminação elétrica artificial inovadora, que atinja espectros de luz mais semelhante ao natural. O padrão natural e espectro da luz solar devem continuar a inspirar e orientar os projetos luminotécnicos para a saúde humana.
segredo ou dramaticidade ficam a cargo do arquiteto criar na configuração do espaço, através de luzes e sombras. Um exemplo de sua obra, que se tornou uma edificação precursora do conceito Neuroarquitetura, é o Instituto Salk em La Jolla, San Diego, 1960. Caminhar através da sequência de aberturas do seu pórtico nos evoca ao silêncio de um claustro. Linhas e aberturas de sombras criam fina textura às paredes macias. A pedra branca e concreto cinza das paredes proporcionam uma tela tridimensional monocromática para o jogo das sombras. A sombra se torna um elemento essencial para revelar a organização e a forma dos volumes monolíticos de Kahn. Outros edifícios de Kahn em regiões de extrema incidência solar, como India e Paquistão não projetou os edifícios para proteger os usuários do sol, mas para proteger a sombra como uma entidade. Sobre o Indian Institute of Managemente, Kahn se refere as suas grandes portas e janelas “o exterior pertence ao sol, e no interior as pessoas vivem e trabalham. Para evitar usar proteções solares eu tive a ideia de utilizar profundas aduelas que protegem as frias sombras.”
2.4. Locomoção - Wayfinding
As ferramentas e técnicas adotadas no design arquitetônico enfocam o edifício, estrutura, forma propriedades. No entanto a compreensão resultante do espaço arquitetônico tende a ser estática. A cognição do espaço inclui movimento, com fatores como localização, apreensão do espaço construído. Tem sido cada vez mais frequente as pesquisas da Neurociência nesta área, do espaço incluindo a percepção do usuário. Várias medições feitas em situações diversas de como o usuário se apropria e percebe o espaço estão gerando uma base aos pesquisadores que funcionarão como referencial teórico para técnicas projetuais futuras.
Cada vez mais estas pesquisas consideram fatores diversos na avaliação de dados, passam a considerar o entorno e papel de barreiras físicas, detalhes arquitetônico, características da paisagem desempenhavam na memória, e como diferentes aspectos colaboram com o movimento, a orientação, a codificação da memória, aprendizado e outros componentes da cognição e comportamento espacial.
As estratégias de locomoção, mencionadas em muitos estudos da neurociência e arquitetura, são um estudo complexo, e cada vez mais atraem atenção para avaliação qualitativa e parâmetros para melhores construções e organização dos espaços. Estudos recentes do trabalho do neurocientista cognitivo Russel Epstein, da Universidade da Pensilvania, Filadelfia, mapearam uma região do cérebro chamada Complexo Retrosplenial (RSC) e suas atividades no processo de orientação espacial, que permitem nos orientar. Em outro estudo que explora como as pessoas percebem os espaços, Epstein investigou como o cérebro reconhece pontos de referência usados para locomoção, que inclui atividades na área do para- hipocampo (PPA). Estes estudos podem esclarecer questões a considerar na arquitetura. Que tipos de marcos poderiam ser uteis como referências espaciais, e a ajudar a orientação nos espaços.
O psicólogo Christoph Holscher, diretor da cadeira cognitiva do ETH Zurique, explica: “Em espaços públicos como aeroportos é essencial a aplicação dos conceitos de neurociência para prever a apreensão do espaço e locomoção pelo usuário. Muita publicidade, excesso de sinais e cores, tornam o ambiente confuso e aumentam o nervoso e insegurança. Experiências relatam o uso da luz para guiar as pessoas. Os sinais devem ser colocados de forma clara a orientar os caminhos a
seguir, devem ser visíveis de todas as direções, sem cair no excesso de sinais.” (HOLSCHER, 2016). Holscher também menciona trabalhos em espaços de Centros de Conferência, onde várias convenções são dadas simultaneamente em salas idênticas e andares e corredores idênticos, e o usuário facilmente perde a referência espacial. No momento de projetar o espaço deve-se ter em mente que quando as pessoas não conhecem o prédio e se depara com um cruzamento, geralmente segue em frente, e que também tem dificuldade em voltar. Estas teorias aferidas em testes de comportamento a respeito de como o usuário se relaciona com o espaço e devem servir de orientação quando se projeta um espaço. São técnicas simples, com o intuito de diminuir o estresse e orientar a locomoção.
Outro estudo feito por Holscher na Biblioteca Pública de Seattle, de Rem Koolhaas, para reorientar a forma de locomoção, pois em geral as pessoas se perdiam. Ele relata “o prédio tinha duas entradas que eram tão grandes, mas não levavam ao mesmo espaço. O que parecia óbvio na entrada principal, com a recepção, elevadores, escadas, não acontecia na outra entrada, onde se depara com uma parede de concreto escondendo os elevadores.” E ressalta que é este o motivo da importância da arquitetura contar com a neurociência ao projetar os espaços.
Nossa mente consegue fazer representação de cada andar de um edifício mas tem maior dificuldade com as conexões verticais, os elevadores nos desorientam em grandes edifícios. As pessoas também se perdem nas escadas onde não há referências, mas se é possível criar identificação com transparências onde se permita criar identidade da escada com o ambiente externo por exemplo, ou uma referência visual constante de um objeto, tornando a locomoção mais fácil.
Em termos de apreensão do espaço e facilidades de locomoção Christoph Holscher salienta que os elementos básicos para estruturar um projeto devem ser a simplicidade, um continuo visual aplicado e elementos com mapas de distribuição como último recurso. Um edifício público bem estruturado deve ser entendido quando você entra. Com o olhar o usuário deve entender a lógica da circulação e desta forma se sentir confortável.
Pesquisas recentes na UCSD, Universidade da Califórnia, San Diego, revelam efeito hexagonal de rede de células grade no córtex entorrinal adjacente que associa memórias de pontos de referência e auto-movimento para criar um mapa cognitivo de lugares e eventos (McNaughton,2006). Assim estes conceitos emergentes sugerem que múltiplos fatores influenciam a estratégia de um indivíduo para integrar sinais visuais e de movimento em mapas cognitivos. Ondas cerebrais são mapeadas e revelam diferenças na dinâmica do cérebro de indivíduos que sabem sua localização e outros que estão perdidos. Com esta nova tecnologia e aferição, ainda em desenvolvimento, espera-se contribuir com objetividade nas estratégias projetuais de espaços com melhor sistemas de locomoção, com redução de estresse e ansiedade gerados pela sensação de estarmos perdidos.
Pesquisadores na Escola de Desenho Urbano, da Universidade de Wuhan, China, desenvolvem uma pesquisa sobre a fenomenologia aplicada no conhecimento espacial. Neste estudo limitam o aspecto fenomenológico a percepção visual, como objeto de estudo, e explicam que outras informações sensoriais também estão envolvidas, como o som, toque e odor. Na percepção visual duas categorias são percebidas como resultado, a primeira referente ao sentimento e percepção do espaço criado pela natureza dos materiais usados na sua construção, com
que elementos não eram representados com precisão no espaço euclidiano, mas tendiam a distorcer a distância entre cada elemento, preservando a precisão das relações entre elementos. Assim argumentou-se que a descoberta humana se baseia nas descrições topológicas de caminhos e marcos ao invés da descrição euclidiana do espaço.
A pesquisa continuaria a mostrar que a configuração de um ambiente pode moldar o movimento e a cognição humana. Frederick Weisman que em 1981 identifica fatores de legibilidade arquitetônica e ao longo da década de 80 avaliou Wayfinding humano em dez edifícios na universidade, num dos primeiros estudos sobre o tema. Ele concluiu que a simplicidade de uma planta de cada prédio, era um forte preditor do desempenho autodeclarado de wayfinding.
Na sequência, Arthur e Passini (1992) fornecem um modelo prescritivo para o planejamento sistemático de projetos.
Consistentemente duas linhas de pesquisa comportamental que investigam a memória espacial e comportamento na busca de caminhos sugerem a importância do design e da configuração do movimento humano e seu comportamento espacial. As pesquisas continuaram ao longo dos anos e vários experimentos de como as redes de sintaxe espacial determinam a maneira como a pessoa experimenta o espaço, encorajando ou impedindo o movimento. A sintaxe espacial consiste em um conjunto de técnicas computacionais usado para modelar a forma de um ambiente, com base em espaço aberto, permeável a visão e fechado, que bloqueia a visão ou o movimento. A análise de gráficos de visibilidade (VGA), uma das técnicas aplicadas, avalia a visibilidade e acessibilidade entre pontos da grade no espaço aberto produzindo um gráfico que representa as conexões topológicas de um ambiente. O modelo da forma ambiental pode ser usado para prever o conhecimento espacial e cognição do usuário dos espaços.
Estratégias de encontrar caminhos são enumeradas em diversas pesquisas, nas tendências de como o usuário se locomove em espaços internos e externos. Alguns pesquisadores mais relevantes nestas pesquisas são Holscher, Meilinger, Vrachliotis, Brosamle e Knauff (2005). Enumeramos algumas tendências comportamentais sugeridas neste âmbito que ainda continuam relevantes nos estudos atuais. A estratégia do ponto central, é a tendência do usuário viajar primeiro para a parte do edifício ao qual está familiarizado e depois prosseguir com esta referência para o ponto de seu interesse. A estratégia de direção é a tendência de se locomover em direção ao destino pretendido. A estratégia do andar é a tendência de primeiro se locomover ao andar de seu interesse, e neste andar traçar a sua rota ao destino pretendido. Outras tendências são estratégia de rota que pareça mais curta. Também há frequentemente o uso de espaços novos com base em conhecimento e experiências de espaços anteriores. Sinais colocados nos ambientes são muito usados como referência na locomoção, principalmente quando não se conhece o ambiente. Conforme o usuário aprende sobre o espaço e se torna experiente sobre as diferentes rotas disponíveis, pode alterar esta tendência natural e comprovada de se locomover segundo estes primeiros parâmetros apresentados. Também encontramos variações acerca das tarefas as quais o usuário é confrontado. Assim, por exemplo, o modelo mental necessário para se locomover até um local dentro do prédio é bem diferente daquele usado para descrever o caminho para outra pessoa. Também temos outras variáveis, como identificados em estudos (Hegarty & Waller, 2006) as capacidades mentais espaciais são diferentes
para cada indivíduo o que confere habilidades de locomoção e percepção espacial diferentes. Alguns processos tem base em referências egocêntricas, centrados no corpo, e alocêntricas, centradas no ambiente, com diferente cognição acerca dos espaços. (Wolbers,2004).
Em 2006, foi apresentado estudo sobre a evacuação em estações de metrô de Tóqui, Japão, com a preocupação centrada na segurança do usuário. As novas linhas de metrô do centro de Tóquio são muito profundas, o que torna os passageiros suscetíveis a estresse causado por claustrofobia e rotas de fuga. Extensos estudos sobre distância subjetiva e percepção de profundidade tem sido aplicados, em relação a questões psicológicas e também acerca do problema crucial de segurança. Os resultados obtidos pelos estudos também sinalizam preferencias de locomoção. Após ouvir anúncios sem instruções direcionais o usuário tende a escolher caminhos de acordo com as características espaciais proeminentes, geralmente escada acima, e sinais de saída. Na ausência de tais estímulos físicosm confiam na própria história comportamental. Há uma tendência de desconforto e desconfiança em relação a anúncios que os conduzem em direção ao perigo, incêndio por exemplo, a menos que tenham instruções claras sobre a situação, ou mesmo anúncios que os conduzem a descer, a menos que sejam orientados claramente que descer é necessário para depois chegar a saída. Os layouts são intuitivos, e podem gerar confusão para evacuados em situação de emergência, caso a circulação contraponha as tendências naturais de locomoção.
Múltiplos processos estão envolvidos no armazenamento e recuperação de memória de rotas entre espaços e na relação geométrica de lugares. O reconhecimento subliminar de pistas de objetos visuais e o processamento diferencial de pontos de referência relevantes versus irrelevantes. Algumas limitações relacionadas a simulação virtual que são frequentemente reconhecidas pelos autores, são: tais estudos não consideram a complexidade do ambiente, como a luz ambiente e pontos de referência. Mesmo a dimensão social, ter outras pessoas no espaço modifica a forma como nos locomovemos no espaço. Muitas vezes os ambientes virtuais não consideram totalmente a sinalização, e consideram uma abordagem quantitativa, poucos estudos incluem uma abordagem qualitativa. As abordagens sugeridas para maior precisão requerem métodos quantitativos, qualitativos e comparáveis.
Alguns estudos como de pesquisadores do Centro de Ciências Cognitivas da Universidade de Freiburg, Alemanha, em 2007, tem sido de investigar como o arquiteto usa parâmetros para avaliar e tratar a locomoção nos espaços. A conclusão em pesquisa com diversos arquitetos foi que os profissionais habituados com design de hospitais dominam estas técnicas, justamente pela aplicabilidade prática destes conceitos nos projetos deste segmento. Também constatam em geral a necessidade de maior referencial teórico para suporte efetivo e capacitação profissional dos arquitetos nesta área. São sugeridas técnicas informatizadas com interfaces humanas-computadores, para trazer subsídios ao arquiteto de melhores parâmetros para localização de partes do projeto, baseados na locomoção do usuário. A proposta para cada projeto a ser avaliado, se defina um conjunto de rotas mais significativas no ambiente, para estas rotas são geradas descrições qualitativas que incluem as informações necessárias sobre decisões a serem tomadas ao longo da rota, do início ao fim. Um processo de descrição padronizado é usado para todas as rotas, para identificar problemas de desempenho, sendo capaz de gerar descrições de rota que podem ser conceitualizadas facilmente, levando em conta
em diversas escalas, do objeto ao mobiliario e à edificação. Também os ambientes das cidades desfavorecem as funções do nosso cérebro e diminuem a capacidade de memória, concentração e atenção. A cidade se torna a fonte de patologias e doenças, segundo Mora, com aumento do estresse, de altos niveis de atividade na amigdala e também no córtex cingulado, que concentra a atenção e tem um papel relevante no comportamento emocional. A ativação crônica da resposta ao estresse está associada a uma deterioração do sistema imunológico, associado ainda ao aspecto de pressão social. O grande desafio é tornar a cidade um ambiente saudavel, orientando os projetos de uma forma mais benéfica para a saúde física e emocional, promover a identidade e ao mesmo tempo a socialização, a participação. Introduzir mudanças como ruas mais largas, edificios com melhor aproveitamento de luz natural, mais áreas de vegetação incluidas. Segundo Elisabet Silvestre, “tornar as cidades mais sustentaveis, com a compreensão dos códigos neurais do funcionamento do cérebro”.
3. Conclusão
Concluímos com a análise deste trabalho de pesquisa que ainda temos muito que avançar nos objetivos concretos de aplicabilidade de conceitos da Neurociência nos espaços construídos.
Isto se deve a diversos fatores:
a) Distintas correntes de pensamento divergem quanto a validade de conceitos introduzidos e apresentam propostas de caminhos para processos de estudo, que incluem conceituar, mensurar, aplicar conceitos, e testar os resultados. Muitas aplicações práticas já acontecem em segmentos projetuais isolados, como arquitetura comercial e corporativa. Ou aplicação isolada de conceitos, de acordo com a necessidade projetual. Parece-nos que as próximas etapas irão fortalecer o conhecimento, testando a validade das pesquisas e unindo diversos conhecimentos adquiridos por pesquisas interdisciplinares, norteadas por princípios convergentes. b) Estudiosos na atualidade apontam para uma necessidade de compartilhar conhecimento entre os mais diversos interessados nos assuntos, ou seja entre pesquisadores e arquitetos. Os pesquisadores através de metodologia de pesquisa que atenda a objetivos práticos e mensuráveis que possam ser utilizados como dados nas ferramentas de projeto. Os arquitetos em se apropriar destes novos dados, de forma a trazer aspectos qualitativos aos espaços. E novamente os pesquisadores medirem os resultados. c) Alguns parâmetros de estudo ainda estão em fase de testes, e fica clara a busca de conceituação para os diferentes temas. Fica claro que o processo é empírico, apesar de todos esforços de objetividade da Neurociência nos estudos, o processo inclui diversas variáveis e sua aplicação conceitual acaba sendo influenciada por questões interpretativas neste processo.
Como resultado final deste estudo, pretendemos que ele sirva de base e possa ser ampliado futuramente pela autora, com pesquisas de campo aplicando os conceitos apreendidos nesta pesquisa bibliográfica.
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