Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

NEOPLASIAS MALIGNAS, DIFERENCIAÇÃO..., Notas de estudo de Patologia

DEFINIÇÃO DE NEOPLASIAS.... PROLIFERAÇÃO, SE ELA BENIGNA E MALIGNA

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 23/09/2020

atilat-nerol
atilat-nerol 🇧🇷

4.5

(4)

6 documentos

1 / 23

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
NEOPLASIAS
MÓDULO
03 TALITA
ELER
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17

Pré-visualização parcial do texto

Baixe NEOPLASIAS MALIGNAS, DIFERENCIAÇÃO... e outras Notas de estudo em PDF para Patologia, somente na Docsity!

NEOPLASIAS

MÓDULO

TALITA

ELER

Neoplasia Estudamos um pouco sobre neoplasias, um assunto muito interessante que instiga pesquisadores e profissionais do mundo todo. Vimos o quão é importante entendermos as bases desses processos.

  • Conceitos que envolvem os processos de proliferação celular;
  • Diferenciar tumores malignos de benignos, assim como reconhecer suas características pelo nome que foi dado a ele;
  • Graus de malignidade e sua importância no prognóstico do paciente.

Objetivos Específicos

  • Apresentar as definições de neoplasia e sua conceituação.
  • Estudar as neoplasias benignas e malignas e como elas se apresentam nas diversas regiões do corpo.
  • Conhecer as causas e os tipos de neoplasias.
  • Estudar os processos proliferativos.
  • Conhecer as características que diferem neoplasias benignas e malignas. Apresentando a Unidade Prometeu, na mitologia grega, foi considerado um grande defensor da humanidade, e era conhecido pela sua astuta inteligência. Em um banquete oferecido por Zeus para selar a paz com a humanidade, Prometeu ofereceu dois presentes a Zeus: um continha carne envolta em um estômago repugnante; e o outro continha os ossos de um animal envolto cuidadosamente em suas peles e gorduras. Zeus escolheu o segundo, e assim a humanidade passou a ficar com a carne dos sacrifícios; enquanto os deuses, com os ossos e gordura. Zeus ficou muito enraivecido e retirou o fogo da humanidade como punição. Mas, inconformado com a situação, Prometeu roubou o fogo de volta. Zeus, como punição a Prometeu, prendeu-o em uma rocha eternamente, onde uma águia comia parte de seu fígado todos os dias, e todos os dias seu fígado crescia novamente durante a noite. Mas o que isso tem em comum com nossa unidade afinal? O processo de crescimento e diferenciação celular que acontecia todas as noites com o fígado de Prometeu acontece o tempo todo no nosso organismo. Claro que não temos um fígado regenerado da noite para o dia como no mito de Prometeu, mas nossos tecidos realizam esse processo constantemente.

Nesta unidade, então, abordaremos as neoplasias, ou seja, patologia na qual as células crescem mantendo ou não o padrão das células do tecido de origem. É um assunto muito interessante, que desperta a curiosidade de todos. Portanto, vamos aos estudos!

6. 1 Definições de neoplasia

Neoplasia vem do grego e significa, literalmente, “novo crescimento”. Entende-se que, neste caso, as células novas crescem desorientadas e anormalmente, sem obedecer aos fatores regulatórios que controlam o crescimento celular. Deste modo, elas apresentam certa autonomia, não completa, mas que é suficiente para que um crescimento celular diferenciado, isto é, que não apresenta padrão semelhante ao encontrado nas células teciduais adjacentes, aconteça. É conhecida também como tumor, palavra que vem do latim e significa inchaço, e dentro da patologia é um dos sinais cardinais do processo inflamatório. Na medicina, tumor é frequentemente usado como sinônimo de neoplasias, e o ramo da ciência destinado ao estudo das neoplasias é chamado de Oncologia. Mas, antes de nos aprofundarmos no assunto, vamos aos aspectos normais do processo de crescimento e diferenciação celular. Pensando no processo replicativo, podemos classificar as células em três grupos: as células lábeis, estáveis e perenes. As células do grupo de células lábeis são aquelas que se dividem por toda a vida do indivíduo, estão em constante renovação - um exemplo são as células epiteliais do intestino; já as células estáveis possuem baixo índice mitótico, mas podem se proliferar quando estimuladas, - as células mesenquimais pertencem a este grupo; e por fim, as células perenes são aquelas que perdem a capacidade replicativa após o nascimento, dessa forma, não são capazes de se multiplicar - os neurônios são os exemplos mais famosos desse grupo celular.

6.2 Outros processos proliferativos

Além das neoplasias, que falaremos com mais dedicação nesta unidade, temos outros tipos de transtornos de crescimento, de diferenciação celular ou dos dois simultaneamente. Temos, então, as alterações do volume celular, que pode ser de duas formas: a primeira delas é quando acontece um aumento do estímulo recebido pela célula: isso causa um aumento na síntese de seus constituintes básicos com aumento das funções celulares, o que chamamos de hipertrofia; e a segunda forma de alteração do volume da célula é quando acontece o contrário: a célula tem uma privação dos nutrientes, fatores que estimulam o crescimento e metabolismo celular, resultando em uma célula de volume menor com funções diminuídas, o qual chamamos de hipotrofia. A hipertrofia pode acontecer por fatores patológicos ou fisiológicos, e é sempre um processo no qual deve haver adaptação das células para uma demanda maior de trabalho. As condições que permitem o desenvolvimento deste processo devem incluir um excelente suprimento de oxigênio para as células; a nutrição e inervação devem ser suficientes também; além de integridade celular, ou seja, células com organelas lesionadas não conseguem sofrer hipertrofia. Dentro das hipertrofias fisiológicas, podemos destacar a hipertrofia uterina durante a gestação; já para os processos patológicos, ficam as hipertrofias que surgem sem programação sob estímulos diversos, a saber: hipertrofia cardíaca devido ao aumento de volume sanguíneo; hipertrofia hepática em consequência de processos inflamatórios; hipertrofia de musculatura lisa em casos de obstrução urinária, por exemplo. O interessante é que é um processo reversível; logo, assim que o estímulo é retirado, as células em excesso entram em apoptose e o órgão volta ao volume e tamanho normais. Porém, se o estímulo for persistente, o órgão pode sofrer danos irreversíveis e se tornar ineficiente.

A hipotrofia, assim como a hipertrofia, pode acontecer por causa patológica ou causa fisiológica. Este caso, acontece principalmente com a idade; pois, quando envelhecemos, nossas células reduzem o ritmo de trabalho e produção, e, portanto, além de menos funcionais, elas ficam menores volumetricamente. Já patologicamente, podemos citar os exemplos de desnutrição e inatividade, como quando você quebra um braço e o tem engessado por um longo período de tempo - o braço engessado perde massa e fica menor se comparado ao outro. Outros fatores patológicos incluem uma obstrução e ou compressão, que impedem o fornecimento de nutrientes ao tecido, o que acontece frequentemente quando existem tumores; perda de inervação local; diminuição ou corte de alguns tipos hormonais naquele tecido; e inflamações crônicas são outros motivos que podem levar a um processo de hipotrofia. As alterações relacionadas à taxa de divisão celular também são importantes. Aqui acontece uma diferenciação normal com aumento da divisão celular, causando um aumento no número de células, o que se denomina hiperplasia; ou o contrário, quando acontece uma diferenciação normal, porém com taxa de divisão celular diminuída – a hipoplasia. Nessas alterações, também existem causas fisiológicas e patológicas envolvidas e, em muitos casos, estes processos caminham juntos aos processos de hipertrofia e hipotrofia. A hiperplasia pode acontecer não apenas por aumento no número de células produzidas, mas também pelo retardo no processo de apoptose. Aqui o processo requer condições semelhantes as já mencionadas para que a hipertrofia aconteça. As hiperplasias fisiológicas incluem as secundárias ao estímulo hormonal – mamas durante a puberdade ou gestação; e as compensatórias, que acontecem quando um pedaço do órgão sofre lesão e a parte sã toma as funções.

Quando acontece alguma alteração tanto na diferenciação, quanto no crescimento celular nós chamamos de displasia celular. Na neoplasia acontece uma proliferação autônoma com perda da diferenciação. Outras condições menos específicas de transtornos de crescimento e desenvolvimento também serão listadas a seguir. Agenesia é a condição de não formação de algum órgão ou parte dele - um exemplo é a ausência de formação de ânus em alguns recém-nascidos; ectopia é a presença de um tecido normal em uma localização anormal, a gravidez que acontece nas trompas, fato relativamente comum, é um exemplo desta condição; e, por fim, distrofia é o termo para designar vários tipos de doenças sistêmicas, genéticas ou não, a distrofia muscular, por exemplo.

6.3 Diferenciação entre neoplasias benignas e malignas

Neoplasia é o processo no qual as células adquirem certa autonomia que determina um crescimento anormal e desorganizado sem controle dos mecanismos regulatórios normais. De acordo com seu comportamento e dos pontos de vista clínico e evolutivo, as neoplasias podem ser classificadas como benignas e malignas. Vamos nos aprofundar um pouco mais neste assunto. Acompanhe! As neoplasias benignas, ou tumores benignos como já mencionado, geralmente não são letais e, portanto, podem estar presentes no indivíduo por muito tempo sem causar nenhum transtorno. Outro fato importante é a presença de características microscópicas e macroscópicas, que, ao serem observadas, indicam uma massa inofensiva. As células encontradas neste tipo de tumor são bem diferenciadas. De modo geral, com presença de atipias discretas, quase imperceptíveis, al crescimento lento devido à baixa taxa de divisão mitótica, incapazes de infiltrar nos tecidos adjacentes, produzindo inclusive uma borda bem delimitada. Tais características são importantes para diferenciá-las do tumor maligno. Ademais, conferem propriedades como remoção com grande chance de sucesso, provável não recidiva do tumor após remoção e não interferência no tecido do hospedeiro, sem prejuízos secundários.

Curiosidades O câncer é tão instigante que as pesquisas buscam cada vez mais meios de controlar esta doença. Até mesmo saliva de artrópodes é utilizada nestas pesquisas. A Amblyomin-X, proteína isolada da saliva de carrapatos, tem conseguido resultados muito interessantes: ela consegue controlar 23 linhagens de células tumorais sem afetar as células sadias! Como mencionado, muito diferente das células no tumor benigno, as células apresentam características bem marcantes. Logo de início, deparamo-nos com uma taxa mitótica muito elevada crescimento rápido e, muitas vezes, desordenado. O tecido que serve de suporte, o estroma, frequentemente não consegue acompanhar o ritmo, o que causa necrose e hemorragias. A infiltração é uma característica importante, uma vez que as células conseguem penetrar no tecido e migrar para outros locais, nos quais continuam a se multiplicar. A este processo denominamos metástase , sobre o qual falaremos a seguir. Células mais volumosas com uma relação núcleo/citoplasma aumentada; multinucleação; hipercromasia nuclear (cromatina irregular e diminuída); mitoses; muitas células em uma mesma área; pleomorfismo celular; perda de suas características originais; orientação irregular e pouca adesão tecidual são algumas características que identificam as células malignas.

Figura 6.1: Câncer do musculo esquelético

Fonte: Adaptado de Kumar (2010).

Observe na imagem, a presença de várias características citadas: células gigantes com núcleo hipercorado, o pleomorfismo também é bem evidente, assim como a multinucleação e perda das características celulares originais. Nota-se com clareza a diferença entre o tecido saudável e o tecido neoplásico.

A capacidade de estimular a angiogênese é muito importante para tentar nutrir as novas células que crescem de maneira muito rápida. Assim, as células tumorais liberam fatores que estimulam este processo, como o VEGF A e B e FGFb, que atuam no epitélio adjacente estimulando a formação de novos vasos. Outros fatores de crescimento e quimiocinas também são liberados e são importantes neste processo de estimular o crescimento vascular novo. Esta característica angiogênica é tão importante que pode ser até mesmo relacionada ao mau prognóstico de um tumor. Logo, pode-se concluir que quanto mais as células de um determinado tumor conseguirem estimular a angiogênese, mais ele é considerado agressivo. A perda da função celular acontece por causa da perda das características do tecido original, e isso acontece de maneira geral em todos os tipos de tumores. Além dessas propriedades, temos o crescimento autônomo, multiplicação e diferenciação celular prejudicada que já foram mencionadas anteriormente. Curiosidades As células HeLa, são células imortais que foram isoladas em 1951 de um tumor cervical de Henrietta Lacks, e ainda hoje temos culturas em laboratório desta linhagem. Desde então, vários estudos são realizados com elas, inclusive estudos da vacina contra poliomielite. Atualmente, são utilizadas com frequência em pesquisas para entender o comportamento das células cancerígenas.

Devemos falar também sobre os aspectos relacionados à carcinogênese, ou seja, os mecanismos envolvidos na formação e desenvolvimento das neoplasias. As células cancerígenas se originam de células normais que sofreram algum tipo de alteração seja no DNA, ou nos mecanismos que controlam a divisão celular. É um processo complexo que depende de muitos fatores: as células que iniciam este processo precisam adquirir autossuficiência nos sinais de crescimento; ao mesmo tempo em que se tornam insensíveis aos sinais inibidores de crescimento; a apoptose também deve ser driblada; estas células devem adquirir um potencial replicativo ilimitado; juntamente à capacidade de estimular a angiogênese, de invadir tecidos e sofrer metástase. O processo de metástase, então, acontece em várias etapas: primeiro a célula neoplásica metastática deve se desprender das outras e invadir o tecido adjacente, infiltrando-se de maneira eficiente até atingir o vaso sanguíneo ou linfático. Ao chegar ali, esta célula deve passar para o interior do vaso e se camuflar para conseguir chegar ao tecido alvo; em seguida, ela sai do vaso e penetra novamente no tecido, agora um novo tecido, ali a célula cancerígena consegue crescer, promover angiogênese e provocar um novo foco de tumor

A Figura 6.2 a seguir, mostra todas as fases da metástase, citadas anteriormente, de um modo bem simplificado. Figura 6.2: Metástase

6.4 Classificação das principais neoplasias

O processo de nomenclatura e classificação padronizado das neoplasias é de extrema importância principalmente do ponto de vista clínico, tornando possível o acompanhamento da evolução e tratamento em qualquer parte do mundo. Assim, a OMS, Organização Mundial da Saúde, realiza encontros com especialistas periodicamente para discutir e padronizar os termos a serem utilizados na rotina clínica. De acordo com a OMS, então, os tumores podem ser classificados considerando alguns critérios: se for observado o comportamento clínico das células tumorais a classificação é simples – benigno ou maligno; mas pode ser classificado de acordo com critérios observados ao microscópio, usando o critério histomorfológico (o mais utilizado); e de acordo com sua origem. O uso de epônimos é bem frequente e, neste caso, nenhum critério mencionado anteriormente é levado em conta. O sufixo - OMA, é utilizado para qualquer neoplasia, maligna ou não. Outra regra interessante é o aparecimento da palavra carcinoma, que indica malignidade e está relacionada com tumor que reproduz epitélio de revestimento. O termo sarcoma também indica malignidade e indica tumor mesenquimal, enquanto blastoma utilizado como sufixo significa que o tumor reproduz características de células embrionárias. Sabendo destas regras, vamos nomear alguns tumores? No geral, para nomearmos um tumor, fazemos o seguinte: primeiro vem o nome da célula, do tecido ou do órgão de onde vêm as células neoplásicas e, depois, adiciona-se o sufixo que melhor se encaixa – oma, sarcoma ou carcinoma. Vejamos alguns exemplos: ipoma – tumor benigno de células adiposas; lipossarcoma – tumor maligno de células adiposas; adenoma - tumor benigno que reproduz glândulas; adenocarcinoma – tumor maligno destas células; hepatoblastoma – tumor maligno de fígado que reproduz células embrionárias deste local (o termo blastoma também designa malignidade).