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Habilidades de Vida, Saúde Sexual Reprodutiva, Gênero e HIV/Sida
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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3.9. Prevenção da Transmissão de Mãe Para Filho (Prevenção da Transmissão Vertical - PTV)
sensibilização sobre HIV&SIDA mostrou que deve ser mais abrangente. Por isso, a Disciplina inclui a saúde sexual e reprodutiva, as relações de género, e as habilidades de vida. O presente manual foi concebido por Coordenadores de HIV & SIDA, pelos Capelães da UCM e representantes dos Núcleos de HIV & SIDA, os quais se agradece, pelo valioso contributo para este manual, particularmente ao P.e Fidel Salazar (ex-Capelão Mor); ao Pe. Elton Laissone (na altura Capelão da FAGRENM); ao P.e Manuel Ferreira, SJ; aos Oficiais do Departamento de HIV, Sónia Banguira e Leovigildo Pechem. Todavia em 2019, por iniciativa do Departamento Central de HIV representado pelo Vice- reitor para Pastoral e Extensão da UCM, Pe. Rafael Baciano Sapato, o manual ora em alusão foi actualizado por um grupo de docentes, nomeadamente: Yme van den Berg, Lénia Sitoe, Pe. Elton João Caetano Laissone, Rude Matinada, Longo Chuva, Suzana Ivete Manhiça e, Nito da Conceição Impissa.
A Organização Mundial de Saúde define as habilidades de vida como “o conjunto de habilidades psicossociais para desenvolver comportamentos adaptativos e positivos que permitem um indivíduo de lidar com as demandas e os desafios da vida diária, e de participar plenamente e de forma produtiva na sociedade.” (Paiva & Rodrigues, 2008). Estas habilidades devem permitir qualquer indivíduo de negociar e de proteger-se contra uma multidão de situações e comportamentos de risco. Habilidades de vida podem ser aplicadas em vários aspectos da vida, por exemplo para enfrentar riscos de saúde; no contexto de conflitos pessoais ou socais; encontrar o seu caminho no mercado de trabalho; ou na participação democrática como cidadão. Existem habilidades de vida específicas para cada fase de vida, desde infância (por exemplo: como ir da casa para a escola; como atravessar uma rua; como usar com segurança aparelhos de cozinha e como preparar comidas simples; etc.) mas eles são particularmente relevantes durante a adolescência, porque jovens nesta fase passam por mudanças físicas, emocionais e cognitivas rápidas no seu desenvolvimento para a vida adulta.
As habilidades de vida identificadas como cruciais podem ser categorizadas de seguinte forma: Habilidades cognitivas para utilizar e analisar informações: Tomada de decisões informada e responsável, e resolução de problemas com base nisso; Analisar criticamente informações de Mídias e de colegas, e identificar fontes de informação fiáveis; Analisar a influência de atitudes e valores na motivação e no comportamento próprio e os de pares. Habilidades pessoais de autoconsciência, de autoconfiança e de autodeterminação: Construir autoconhecimento e auto-estima; e habilidades de introspecção e auto- avaliação; Lidar com emoções raiva, luto, ciúme, trauma, abuso, ansiedade, etc. Gestão de estresse; gestão de tempo e planificação. Habilidades interpessoais e de comunicação: Comunicação verbal e não-verbal; dar e receber feedback; Habilidades de negociação e de dizer ‘não’; Escuta reflectiva e empática; exprimir a compreensão de outras pessoas; Colaborar e trabalhar em equipa; Habilidades de persuasão e advocacia; motivar outros; Comunicação e gestão de conflitos. A página a seguir mostra um modelo dos factores psicossociais que afectam o nosso comportamento, baseado nas teorias psicossociais 1 sobre a mudança de comportamento. A seguir, o segundo quadro mostra a lógica deste módulo de habilidades de vida, a partir dos objectivos de aprendizagem do módulo e como o módulo visa a aquisição de habilidades de vida ao fim de melhorar a perspectiva duma vida harmoniosa e saudável. (^1) Douglas Kirby, editor, 2011, Reducing Adolescent Sexual Risk: A Theoretical Guide for Developing and Adapting Curriculum-Based Programs. Introduction: pp 1-7. Education, Training & Research (ETR) Associates, www.etr.org
Objectivos de Aprendizagem da disciplina e das unidades Actividades curriculares : Exercícios Leituras Debates Discussões Aulas interactivas Habilidades de Vida Objectivos de Saúde : Promover um estado dinâmico de bem-estar caracterizado por um potencial físico, mental e social, que satisfaz as exigências de uma vida compatível com a idade, cultura, e responsabilidade pessoal. Contribuir para diminuir os casos de:
Modelo Lógico da Disciplina O Modelo Lógico dos factores que afectam as habilidades de vida foi adaptado do modelo proposto por Kirby (2011). A disciplina de Habilidades de Vida situa-se neste modelo no contexto ambiental, que contempla também a comunicação entre os pais e filhos; e um ambiente favorável ao ensino desta disciplina. Estes 3 factores influenciam os factores psicossociais, também chamados micro-comportamentos. A dinâmica destes factores psicossociais é o principal objecto da primeira unidade, sobre a personalidade. Através das intenções de mudar comportamentos, os factores psicossociais visam promover comportamentos benéficos à saúde. Os vários comportamentos de saúde são tratados nas unidades sobre a saúde sexual e reprodutiva (Unidade 2); sobre o HIV (Unidade 3); e sobre os vícios e dependências (Unidade 4). Por fim, a Unidade 5, chamado ‘o seu projecto da vida’ tenta resumir as habilidades duma forma integrada. O modelo curricular do módulo de Habilidades de Vida segue o modelo de Kirby. Neste modelo curricular, os factores pessoais (ou micro-comportamentos: Conhecimentos, Percepções e attitudes, Auto-consciência e auto-gestão, Habilidades de comunicação, e Tomada de decisão) junto com os comportamentos saudáveis a serem promovidos constituem as habilidades de vida.
Unidade 1: Personalidade Personalidade, Caracter, Temperamento, Identidade; Auto-reflexão sobre os seus pontos fortes e fracos; Reforçar a auto-estima; Comunicação; Valores e crenças e o seu impacto no comportamento e motivação; A adolescência como período de vulnerabilidade e de possibilidades; O conceito da Cultura; Analise Crítica de Informações; Gestão de conflitos.
Unidade 5: Realização do seu projecto de vida Projecto da vida; Riscos para a realização do nosso projecto da vida; Gestão de tempo; Gestão de bens e de dinheiro; Planificação da careira. Objectivos de aprendizagem da disciplina Ao final desta Disciplina os estudantes serão capazes de: Identificar ou esclarecer a própria identidade, como homem ou mulher, com as suas próprias características e necessidades; Apontar os direitos e deveres de cada um, homem e mulher; Explicar como as habilidades de vida podem contribuir para a redução da transmissão do HIV, de ITSs e a gravidez não planificada; Aumentar as habilidades de fazer escolhas conscientes, responsáveis e saudáveis, para a sua vida, particularmente nas áreas da saúde sexual e reprodutiva; Analisar os perigos de vícios e dependências, e desenvolver estratégias de preveni-los; Desenvolver habilidades de gestão de vida, gestão de tempo, recursos e conflitos. Contudo, vale realçar que em algumas Unidades, constam caixas de texto, com a posição da Igreja Católica, sobre questões morais importantes. Também, parte importante são os exercícios compostos por uma variedade de actividades: reflexões, questionários, estudos de algum caso, simulações e teatro, testes de conhecimentos.
Nesta primeira unidade, faremos uma reflexão sobre a personalidade, o que é ser pessoa, baseando-nos no ambiente, a que ela está exposta. Debruçar-nos-emos sobre os diferentes estágios de desenvolvimento psicossocial. Identificaremos valores, crenças e atitudes, que influenciam o comportamento, e que encontramos na sociedade. Particularmente, vamos identificar as normas sociais, que influenciam as relações de género. Os exercícios servem para a melhor reflexão e como impulso para a mudança de comportamento, aumento de auto- estima e desenvolvimento da personalidade.
Ao final da unidade, o estudante deve ser capaz de: Explicar conceitos de personalidade, caracter, temperamento, identidade; Identificar os pontos fortes e fracos na sua personalidade; identificar os seus próprios pontos fortes e fracos em termos de maturidade. Usar as técnicas mais apropriadas para uma comunicação efectiva baseada no respeito e na empatia; Aplicar as técnicas de comunicação interpessoais apropriadas para gestão de conflitos; Debater sobre valores e crenças e aspectos culturais que influenciam os comportamentos dos indivíduos; Discutir papéis e responsabilidades baseados em género; Descrever as oportunidades e as vulnerabilidades ligadas á fase da adolescência; Fazer análise crítica das informações obtidas com vista a tomar decisões responsáveis.
a) Esclarecimento de conceitos: Personalidade, Carácter, Temperamento, Competências, Identidade b) Composição da Personalidade: o carácter e o temperamento c) As competências ou habilidades d) Auto-imagem e identidade: e) Exercício 1A. Quem sou eu? f) modelo Big Five g) Exercício 1B. Modelo Big Five. h) Algumas explicações do modelo Big Five. i) Estágios do Desenvolvimento da Personalidade j) Desenvolvimento da Personalidade k) As principais capacidades humanas, por desenvolver l) Domínio sobre a afectividade m) Prevalência do amor n) Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros o) Sentido de responsabilidade p) Capacidade de Adaptação
1.1.1. A Personalidade A personalidade é o conjunto de características psicológicas e comportamentais que podem ser observadas numa pessoa. Não é fixa, é dinâmico, dependente do contexto individual que pode mudar no curso da sua vida. A personalidade desenvolve-se, durante a vida, e é influenciada por factores físicos, psicológicos, culturais e morais. Estes factores interligam-se, dependendo de como o indivíduo se adapta ao ambiente, em que a pessoa vive, ao longo do tempo da vida. São quatro os factores apontados pelos antropólogos como determinantes da formação da personalidade de um indivíduo: As características biológicas e genéticas dos sistemas neurofisiológico e endocrinológico; As características do ambiente natural e social, em que o indivíduo vive; A cultura, de que o indivíduo participa; As experiências biológicas e psicossociais únicas, ou a história de vida do indivíduo. Para descrever a personalidade o modelo ‘Big 5’ é utilizado muito para captar o essencial da personalidade de alguém, e é composto de 5 dimensões, cada um como um continuum entre dois opostos: Abertura à experiência, receptividade à novidade Convencional, conservador Consciencioso, responsável e perseverante Impulsivo e descontraído Extroversão: obter energia de tempo gasto com outros Introversão: obter energia de tempo sozinho Amabilidade, ser agradável e tolerante Ser dominante; Neuroticismo: ser propenso a mudanças de humor, reagir emocionalmente, ser estressado. Ser estável, calmo e relaxado 1.1.2. Composição da Personalidade A personalidade é um termo guarda-chuva que facilmente se confunde com outros termos como carácter, temperamento, identidade. Dentro do conceito de personalidade pode se distinguir 3 aspectos: o carácter; o temperamento; e as competências. a) O carácter Também visto como a natureza duma pessoa, refere-se mais às propriedades estáveis da pessoa, a predisposição recebida no nascimento, embora que haja diferenças de opinião sobre a influência relativa da natureza (‘Nature’) e criação (ambiente; ‘Nurture’) na determinação da personalidade. Então o carácter pode ser considerado como a parte da personalidade que é mais difícil de mudar e que é mais estável. Muitas das vezes o carácter é também considerado como a camada mais profunda da personalidade.
b) O temperamento Refere-se à vivacidade duma pessoa, a intensidade com que os estímulos são respondidos, o nível geral de energia e actividade duma pessoa. Hipócrates, filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento, baseando- na teoria dos quatro fluidos corporais (humores): sanguíneo (sangue), fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (astrabílis ou bílis negra). Cada um deles possui uma determinada característica: 1 - Sanguíneo: Pessoa marcante, que não passa despercebida. O seu espírito é jovial, apaixonado, alegre e sociável; É ágil e rápido, tem muita vitalidade, está sempre animado, gosta do contacto com a natureza, tem amigos em toda a parte. O seu ritmo é rápido, entusiasta, os movimentos são amplos, dinâmicos e expansivos; É um actor nato, exuberante; Tem um espírito positivo, prático; É alegre; É apreciado, pelo seu carácter optimista e caloroso. Sempre demonstra amabilidade, mesmo quando não sente nada, podendo até cometer pequenas mentiras, aumentando ou diminuindo as situações, para aparecer ou conseguir o que deseja; Expansivo, optimista, mas irritável e impulsivo. 2 - Colérico: É uma pessoa calorosa, rápida, impulsiva. Zanga-se facilmente; Esta pessoa é prática, tem muita força de vontade e é auto-suficiente, e muito independente; Tende a ser determinada e com opiniões fortes, tanto para si como para os outros, e tende a tentar impô-las; Ambicioso e dominador, tem propensão a reacções abruptas e explosivas. 3 - Fleumático: É uma pessoa calma, tranquila, e raramente fica zangada; As pessoas deste temperamento são bem equilibradas; O fleumático é frio e é preciso, na tomada de decisão; Ele prefere viver numa vida feliz, sem perturbações; Pode se dizer que é o melhor temperamento; sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões.
Elas devem permitir-nos negociar e proteger-nos de uma série de ambientes e comportamentos de risco. Importantes Habilidades de Vida (CASEL, 2015) 3 Competências pessoais Autoconsciência: avaliar os seus próprios sentimentos, interesses, valores e forças; desenvolver auto-confiança; Auto-gestão: regular as suas emoções para lidar com estresse, e controlar impulsos; Competências interpessoais Consciência social: ser capaz de ter a perspectiva e de ter empatia com os outros; Habilidades de relacionamento: desenvolver e manter relacionamentos saudáveis e gratificantes; ouvir e escutar; comunicar; resistir pressões sociais inapropriadas; resolver conflitos; Competências cognitivas Tomada de decisão responsável: tomar decisões na base de normas sociais apropriadas e respeito para os outros; Aplicar habilidades de tomada de decisões nas situações académicas e sociais; pensamento e reflexão crítico; 1.1. 3. Autoimagem e identidade A identidade duma pessoa são os papéis com os quais você mais se identifica e através dos quais você se distingue de outras pessoas. Uma pessoa pode se identificar mais com seu papel de pai ou mãe por exemplo; ou com a profissão que ocupa, por exemplo de ser médico, ou professor, ou capelão; as pessoas se identificam também com certa cultura, com religião ou nacionalidade, e assim fala se de identidade cultural, identidade nacional. No curso da sua vida, as pessoas obtêm uma imagem de si-próprio, através de feedback que eles recebem dos pais, amigos, e em geral de outras pessoas, mas também porque os indivíduos se perguntam ‘quem sou eu?’, ‘o que eu sei fazer (bem)?’, ‘o que quero fazer na minha vida?’. Quanto mais velho, mais estas perguntas são levantadas, e as pessoas tornam se cada vez mais conscientes daquilo que os distingue de pares e de outras pessoas. Este sentimento de unicidade que se desenvolve é chamado ‘identidade’. Quatro elementos importantes no desenvolvimento da identidade são: Sentimento de continuidade: embora as pessoas reagem e se comportam diferentemente em diferentes circunstâncias e no tempo, eles estão cientes de sempre ser a mesma pessoa, desde infância até numa idade avançada; Sentimento de reconhecimento e valorização de si-próprio pelas outras pessoas; (^3) Casel, 2015 Core competences: https://casel.org/core-competencies/
Dentro de certas regras (sociedade, cultura, família, escola, etc.), as pessoas são cientes de ter uma liberdade de fazer aquilo que gostam de fazer: liberdade na dependência; Ter objectivos e sonhos para o seu futuro e se sentir útil nesta perspectiva.
Reflecte, individualmente, sobre as seguintes características, e responde, o mais espontâneo e honesto possível: Descreve o seu sexo, idade, a sua origem: onde nasceu e cresceu, ocupação e características dos seus pais, composição da família; Quais os seus hobbies, a sua religião, a inclinação política, a carreira ou campo de estudo? O que você é bom em fazer? O que você gosta de si mesmo? O que você não gosta de si mesmo? Quais são as minhas características únicas, os meus pontos fortes e fracos? Como é que está a viver? Com quem? Quem são as suas relações mais estreitas ou íntimas? Como você lida com as críticas dos outros? Qual a sua maior preocupação? Você tem um objectivo ou sonha para o futuro? Escreve uma alínea (com cerca de 200 a 250 palavras) com tema ‘quem sou eu?’; fique longe das coisas das quais não quer falar ou que não quer partilhar agora com colegas. O facilitador pede 3 voluntários para partilhar a reflexão deles
Embora haja uma variedade de definições para o conceito da personalidade, a avaliação dela irá depender da teoria adoptada e as principais características desta teoria. Um dos modelos mais difundidos para descrever a estrutura da personalidade é o modelo dos Cinco Grandes Factores da personalidade, também conhecido como Big Five, considerado uma teoria explicativa e preditiva da personalidade humana e de suas relações com a conduta (Garcia,
Mais a baixo, encontram-se algumas características que lhe podem, ou não, dizer respeito. Por favor escolha um dos números na escala que melhor expresse a sua opinião em relação a si mesmo e assinale-o, colocando (X) na coluna correspondente à sua opinião. Contudo, saiba que não existem respostas certas, nem erradas!