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modo de subjetivação, Esquemas de Psicologia

suj medieval suj moderno e contemporaneo

Tipologia: Esquemas

2024

Compartilhado em 14/04/2024

eduarda-azoubel-buonora
eduarda-azoubel-buonora 🇧🇷

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Sujeito Medieval
Na época do medievo, a destinação e os grandes outros ocupam um lugar de destaque
como ente possuinte de todo saber existencial, tem caráter dogmático e a partir desse saber
absoluto o mundo é organizado de maneira que as pessoas que nele vivem seguem uma
espécie de “roteiro” ou destino. Os grandes outros respondem a perguntas fundamentais de
existência, definindo a destinação de cada sujeito, é sempre uma figura externalizada e
guiada por algo/alguém que transcende o ser e aparece como “missão no mundo”.
A idealidade, conhecido na psicanálise como o ideal do eu, é o projeto de quem eu
quero/espero ser e surge no sujeito medieval como “o que eu quero ser é o que foram”
simbolizando a valorização ao passado e mostrando a necessidade do ser medieval por um
saber estabelecido e testado; tendo não o passado como principal referência, mas a
tendência à repetição sem modificações. O valor é concentrado no querer do outro que me
guia a ser como todos, ser comum. O mal-estar do sujeito medieval aparece como uma
espécie de temor ou sentimento de angústia por não se sentir capaz/apto a executar o
desafio que a destinação implica, a sua missão de vida. A possibilidade de frustrar os
códigos morais causa o sentimento de vergonha, pela quebra de expectativa, por achar que
o outro não me avalia de forma positiva; os códigos morais aparecem como norma
estabelecida, com total referência dogmática, e gera um regime de obediência.
Sujeito Moderno
Modernidade é marcada pela elaboração do conceito de personalidade e pelo surgimento
do sujeito individualizado; a busca de si mesmo, o foco em ser único e a valorização voltada
ao quanto você é parecido com ninguém, são traços típicos do indivíduo moderno.
Para uma melhor definição do sujeito moderno, precisamos partir da análise de 3
fenômenos sociais que alteraram de forma significativa a visão do ser nas relações
materiais/simbólicas presentes no cenário medieval, e que continuam presentes em
sociedades tradicionais (segundo a Constituição Federal: “Povos e Comunidades
Tradicionais são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na
sociedade e se reconhecem como tal.”), e que no cenário moderno aparecem como “divisor
de águas” para o surgimento da ideia de indivíduo. Essa passagem é marcada por três tipos
de revoluções: Revolução Científica, Revolução Política e Revolução Industrial.
Revolução Científica:
- Entra a ciência e sai a tradição, é abolido a ideia verdade absoluta, o saber deixa de
ser um “saber sabido” e se torna o saber construído; consiste em um método de
observação que não garante o absolutismo e surgindo a famosa frase “é verdade até
que se prove o contrário”, não é a criação de um novo saber e sim a criação de um
novo procedimento de saber. Permite a construção de novos saberes, deixa o
indivíduo livre para decidir sua verdade mas consequentemente terá que conviver
com a dúvida, desnorteia na mesma intensidade que liberta.
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Sujeito Medieval Na época do medievo, a destinação e os grandes outros ocupam um lugar de destaque como ente possuinte de todo saber existencial, tem caráter dogmático e a partir desse saber absoluto o mundo é organizado de maneira que as pessoas que nele vivem seguem uma espécie de “roteiro” ou destino. Os grandes outros respondem a perguntas fundamentais de existência, definindo a destinação de cada sujeito, é sempre uma figura externalizada e guiada por algo/alguém que transcende o ser e aparece como “missão no mundo”. A idealidade, conhecido na psicanálise como o ideal do eu, é o projeto de quem eu quero/espero ser e surge no sujeito medieval como “o que eu quero ser é o que já foram” simbolizando a valorização ao passado e mostrando a necessidade do ser medieval por um saber já estabelecido e testado; tendo não só o passado como principal referência, mas a tendência à repetição sem modificações. O valor é concentrado no querer do outro que me guia a ser como todos, ser comum. O mal-estar do sujeito medieval aparece como uma espécie de temor ou sentimento de angústia por não se sentir capaz/apto a executar o desafio que a destinação implica, a sua missão de vida. A possibilidade de frustrar os códigos morais causa o sentimento de vergonha, pela quebra de expectativa, por achar que o outro não me avalia de forma positiva; os códigos morais aparecem como já norma estabelecida, com total referência dogmática, e gera um regime de obediência. Sujeito Moderno Modernidade é marcada pela elaboração do conceito de personalidade e pelo surgimento do sujeito individualizado; a busca de si mesmo, o foco em ser único e a valorização voltada ao quanto você é parecido com ninguém, são traços típicos do indivíduo moderno. Para uma melhor definição do sujeito moderno, precisamos partir da análise de 3 fenômenos sociais que alteraram de forma significativa a visão do ser nas relações materiais/simbólicas presentes no cenário medieval, e que continuam presentes em sociedades tradicionais (segundo a Constituição Federal: “Povos e Comunidades Tradicionais são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na sociedade e se reconhecem como tal.”), e que no cenário moderno aparecem como “divisor de águas” para o surgimento da ideia de indivíduo. Essa passagem é marcada por três tipos de revoluções: Revolução Científica, Revolução Política e Revolução Industrial. ● Revolução Científica:

  • Entra a ciência e sai a tradição, é abolido a ideia verdade absoluta, o saber deixa de ser um “saber sabido” e se torna o saber construído; consiste em um método de observação que não garante o absolutismo e surgindo a famosa frase “é verdade até que se prove o contrário”, não é a criação de um novo saber e sim a criação de um novo procedimento de saber. Permite a construção de novos saberes, deixa o indivíduo livre para decidir sua verdade mas consequentemente terá que conviver com a dúvida, desnorteia na mesma intensidade que liberta.

● Revolução Política:

  • As revoluções políticas liberais redesenharam o modo de funcionamento do estado abrindo caminhos para uma nova relação estado-cidadão: “o estado de direito”. O surgimento dessa nova relação não acontece de uma hora pra outra, mas é o ponto de partida para o estado agir perante a lei, código estabelecido por força do trabalho legislativo e que exige aprovação dos representantes do “povo”. Em primeiro momento o conceito de “povo” não era inclusivo, nem pobres e nem mulheres tinham direito a voto, mas já iniciava o conceito de república (coisa pública) e o “povo” foi se ampliando e integrando cada vez mais porções maiores da população na regulamentação do estado.
  • Para o estado ser considerado “estado de direito” precisa obedecer às leis e atuar apenas onde houver regulamentação legal. O mundo liberal cria um novo cidadão: o indivíduo, cidadão com autonomia e poder de decisão sobre si mesmo, gestão autônoma do indivíduo na sua vida privada, liberdade religiosa, etc. Gradativamente no processo da modernidade o estado vira um estado que não pode nada, apenas o que está na lei e o cidadão moderno pode tudo, menos o que a lei proíbe. ● Revolução Industrial:
  • Caracteriza o novo mercado, uma nova relação com espaço e com o tempo surge de maneira instável, sempre provisória e em modificação constante; o ser indivíduo está articulado com o exercício da improvisação, gestão de si e empreendimento. Karl Marx diz, “Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.”, como crítica ao processo de industrialização da sociedade.
  • A partir da revolução industrial junto com o novo mercado surge a publicidade que se torna o principal meio de manipulação, a finalidade do novo mercado não é criar o objeto para o suprir o seu desejo, a criação de objetos é para produzir seu desejo; também se torna o lugar onde o indivíduo se espelha para saber como se conduzir. A publicidade captura a liberdade adquirida na modernidade e a transforma na “normose” (vontade de ser normal), se torna um modo de produção de unidimensionalidade (como religião e partido políticos radicais). Os códigos morais passam a ser códigos éticos; a codificação ética recomenda, coloca no horizonte mas deixa que cada sujeito com sua subjetividade individualizada, marcada pela criatividade e liberdade, decida o quer; Organiza-se uma meta que gera no outro uma responsabilidade mais autônoma pela aceitação de que aquela matéria precisa de um ato criativo ou a aceitação de que o humano valoriza atos de liberdade e criatividade Na modernidade não existe mais os grandes outros, agora outros significativos te auxiliam na criação de si; surge o critério de vocação, uma nova idealidade surge e o ideal de felicidade ganha o lugar que antes era ocupado pelo ideal de necessidade. A família nuclear passa por mudanças, deixa de ser unidade de produção e passa a ser unidade de consumo, passa de vinte integrantes para cinco (no máximo), existe um distanciamento do mundo coletivo para o mundo da vida privada, direito à cidadania é direito à intimidade.