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Guias e Dicas
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Modificações Cardiovasculares na Gravidez, Resumos de Obstetrícia

As mudanças fisiológicas no sistema cardiovascular durante a gravidez. Ele explica como a integração entre o embrião e o útero materno pode revelar doenças cardíacas previamente não reconhecidas ou agravar o estado funcional de cardiopatias subjacentes. O documento também descreve as modificações anatômicas e gravídicas gerais que ocorrem durante a gravidez, parto e puerpério. Ele explica como o volume sanguíneo, o débito cardíaco, a resistência vascular sistêmica e a pressão sanguínea mudam durante a gravidez. O documento também lista os sinais e sintomas de cardiopatias durante a gravidez e como diagnosticá-las.

Tipologia: Resumos

2021

À venda por 25/10/2022

ErikaZenone
ErikaZenone 🇧🇷

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O que ocorre
A integração entre o embrião e útero materno
provoca no organismo um estímulo hormonal que
induz transformações na fisiologia do sistema
cardiovascular.
Essas mudanças podem determinar uma sobrecarga
hemodinâmica que revelam doenças cardíacas
previamente não reconhecidas ou agravar o estado
funcional de cardiopatias subjacentes.
Modificações anatômicas
Elevação do diafragma que desloca o coração para a
posição que se aproxima da transversal. O ápice do
órgão move-se para cima e para a esquerda e roda
ligeiramente para a frente.
Alterações eletrocardiográficas: desvio do eixo
elétrico para esquerda e inversão da onda T em D3.
Sopros sistólicos: são frequentes em gestantes
provavelmente decorrentes da Síndrome Hipercinética
e da redução da viscosidade do sangue.
Modificações gravídicas gerais
Alterações hemodinâmicas ocorrem durante a
gravidez, parto e puerpério.
Essas mudanças começam durante as primeiras seis a
oito semanas de gestação e atingem o seu pico no
final do segundo trimestre.
O volume sanguíneo aumenta cerca de 45% a partir
do primeiro trimestre da gestação.
A hipervolemia da gestação é um mecanismo de
adaptação materna ao sistema uteroplacentário e tem
importantes implicações clínicas, com uma relação
direta entre crescimento fetal intrauterino/peso ao
nascimento e magnitude da expansão volêmica.
Como ocorre
Volume sanguíneo Aumenta cerca de 40-45% a partir
do 1º trimestre Estrógeno e Progesterona (+ prolactina;
o lactogeno placentário; prostaglandinas; e o hormônio do
crescimento) Aumentam atividade de renina plasmática
e os níveis de aldosterona Causando retenção de sódio
e água corpórea total Volume plasmático fica maior do
que o aumento de glóbulos vermelhos, contribuindo para
a queda na concentração da hemoglobina materna (anemia
fisiológica da gravidez).
Débito cardíaco
Começa a se elevar em torno da 10ª a 12ª semanas de
gestação, com aumento máximo entre as 20ª e 24ª
semanas.
Este aumento se deve à elevação do volume sistólico
secundário, ao aumento da volemia e ao aumento da
frequência cardíaca.
O volume sistólico é o maior responsável pelo aumento
do débito cardíaco, na primeira metade da gestação.
A frequência cardíaca desempenha papel importante
neste aumento até o termo da gestação.
A volemia causa o aumento do retorno venoso, com
consequência, há maior distensibilidade e contratilidade
do ventrículo esquerdo.
A frequência cardíaca aumenta de 10 a 15 batimentos
por minuto durante a gestação.
O aumento do débito cardíaco implicará na maior
perfusão no útero e da placenta.
O fluxo sanguíneo uterino cresce de 15 ml/min. para
500ml/min.
A mudança de decúbito dorsal para lateral esquerdo,
produz aumento de cerca de 22% do débito cardíaco,
redução de aproximadamente 6% da frequência
cardíaca e aumento de 27% do volume sistólico. Isto
ocorre como consequência da diminuição do retorno
venoso causado pela compressão da veia cava inferior
CARDIOPATIAS NA
Gestação
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O que ocorre

→ A integração entre o embrião e útero materno provoca no organismo um estímulo hormonal que induz transformações na fisiologia do sistema cardiovascular. → Essas mudanças podem determinar uma sobrecarga hemodinâmica que revelam doenças cardíacas previamente não reconhecidas ou agravar o estado funcional de cardiopatias subjacentes.

Modificações anatômicas

→ Elevação do diafragma que desloca o coração para a posição que se aproxima da transversal. O ápice do órgão move-se para cima e para a esquerda e roda ligeiramente para a frente. → Alterações eletrocardiográficas: desvio do eixo elétrico para esquerda e inversão da onda T em D3. → Sopros sistólicos: são frequentes em gestantes provavelmente decorrentes da Síndrome Hipercinética e da redução da viscosidade do sangue.

Modificações gravídicas gerais

→ Alterações hemodinâmicas ocorrem durante a gravidez, parto e puerpério. → Essas mudanças começam durante as primeiras seis a oito semanas de gestação e atingem o seu pico no final do segundo trimestre. → O volume sanguíneo aumenta cerca de 45% a partir do primeiro trimestre da gestação. → A hipervolemia da gestação é um mecanismo de adaptação materna ao sistema uteroplacentário e tem importantes implicações clínicas, com uma relação direta entre crescimento fetal intrauterino/peso ao nascimento e magnitude da expansão volêmica.

Como ocorre

Volume sanguíneo → Aumenta cerca de 40-45% a partir do 1º trimestre → Estrógeno e Progesterona (+ prolactina; o lactogeno placentário; prostaglandinas; e o hormônio do crescimento) → Aumentam atividade de renina plasmática e os níveis de aldosterona → Causando retenção de sódio e água corpórea total → Volume plasmático fica maior do que o aumento de glóbulos vermelhos, contribuindo para a queda na concentração da hemoglobina materna (anemia fisiológica da gravidez).

Débito cardíaco

→ Começa a se elevar em torno da 10ª a 12ª semanas de gestação, com aumento máximo entre as 20ª e 24ª semanas. → Este aumento se deve à elevação do volume sistólico secundário, ao aumento da volemia e ao aumento da frequência cardíaca. → O volume sistólico é o maior responsável pelo aumento do débito cardíaco, na primeira metade da gestação. → A frequência cardíaca desempenha papel importante neste aumento até o termo da gestação. → A volemia causa o aumento do retorno venoso, com consequência, há maior distensibilidade e contratilidade do ventrículo esquerdo. → A frequência cardíaca aumenta de 10 a 15 batimentos por minuto durante a gestação. → O aumento do débito cardíaco implicará na maior perfusão no útero e da placenta. → O fluxo sanguíneo uterino cresce de 15 ml/min. para 500ml/min. → A mudança de decúbito dorsal para lateral esquerdo, produz aumento de cerca de 22% do débito cardíaco, redução de aproximadamente 6% da frequência cardíaca e aumento de 27% do volume sistólico. Isto ocorre como consequência da diminuição do retorno venoso causado pela compressão da veia cava inferior

CARDIOPATIAS NA

Gestação

pelo útero gravídico, podendo causar hipotensão, síncope e bradicardia, caracterizando a síndrome de hipotensão supina.

Resistência vascular sistêmica e pressão sanguínea

→ Na gestação ocorre queda na resistência vascular sistêmica. → A redução da resistência vascular periférica no início da gestação não é limitada ao plexo uterino e tem maior magnitude do que a elevação do débito cardíaco. → Na segunda metade da gestação, a resistência alcança os menores valores, momento em que o débito cardíaco chega ao seu máximo. → A dilatação arteriolar da gravidez depende dos componentes estrogênicos, à prolactina e ao aumento dos níveis de prostaglandina circulante (PGE2 e PGI2). → Os vasos maternos tornam-se refratários aos efeitos vasoconstritores da angiotensina II, das catecolaminas e de outras substâncias vasopressoras, o que causa a diminuição da reatividade vascular (característica da gestação).

Pressão arterial

→ Diminui, desde do início da gestação até o final do segundo trimestre, geralmente ficando 10mmHg abaixo dos níveis basais. → A diminuição da pressão arterial é devido a queda na resistência vascular sistêmica induzida por alterações hormonais e pela adição de um circuito de baixa resistência através da circulação uteroplacentária.

Frequência cardíaca

→ Durante a gestação ocorre aumento da atividade simpática basal e redução da atividade parassimpática sobre o coração, observando-se elevação média da frequência cardíaca em torno de 16 batimentos por minuto.

Trabalho de parto

→ O débito cardíaco aumenta a cada contração uterina (cerca de 500 ml de sangue saem do útero e caem na circulação sistêmica) e retorna a uma linha de base. → A dor e ansiedade relacionadas ao trabalho de parto podem promover aumento adicional do DC. → A pressão arterial sistólica eleva-se de 15 a 20 mmHg e a diastólica, de 10 a 15 mmHg. A magnitude destas alterações depende da intensidade da contração uterina, dor, à ansiedade e à posição da parturiente →. No pós-parto imediato, o aumento da pressão arterial é ainda maior, pois, com o desprendimento da placenta, a resistência vascular aumenta. Ao mesmo tempo há o aumento do retorno venoso causado pela descompressão da veia cava inferior e o aumento da volemia pela passagem do sangue represado no útero para a circulação sistêmica

Sinais e sintomas de cardiopatias

Mais comuns: → Dispnéia → Tosse → Fadiga Pouco comum: → Dor torácica → Hipotensão postural → Síncope Comum: → Edema de extremidades → Ortopnéia → Dispnéia paroxítica noturna → Palpitação → Tontura

Quadro clínico e diagnóstico da

cardiopatia na gravidez

→ Presença do sopro diastólico → Progressão rápido da dispneia → Cardiomegalia inequívoca ao raio X de tórax. → Dispneia paroxística noturna → Presença de sopro sistólico grau III oi IV, rude e com irradiação → Dor precordial ou síncope após esforço físico → Presença de fibrilação atrial ou arritmia cardíaca grave → Cianose e estertores pulmonares

3ª bulha. Contudo, sopros diastólicos, habitualmente, estão associados a lesão cardíaca anatômica.

Prevenção de complicações

Pré-natal → Afastar os fatores que precipitam as complicações cardiovasculares: anemia, infecção, hipertireoidismo e arritmias. → Devem ser desaconselhados os fatores estimulantes como café, fumo, chá, descongestionantes e chocolate. → As consultas simultâneas com obstetra e com cardiologista devem ser quinzenais, a partir da 30ª semana, ou mais próximas, de acordo com as exigências do quadro clínico, incluindo, se necessário, internação prolongada. → Restrição moderada de sal, de atividade física e controle do ganho ponderal (não acima de 10 kg) e implementar suplementação de ferro (após 20 semanas de gestação). → Prevenção da doença reumática (quando há antecedentes) → Prevenção da endocardite infecciosa Gestação → Obedecer aos critérios e indicações estabelecidos pelas diretrizes da American Heart Association. Parto → Deve ser aplicada em portadoras de cardiopatias de riscos alto e intermediário (abaixo relacionadas) ampicilina 2g intravenosa associada a gentamicina 1,5mg/kg (dose máxima de 120mg) 1 hora antes, e ampicilina 1g 6h após o parto.

Causas mais frequentes de parada

cardíaca na gravidez

→ Doenças cardíacas pré-existentes. → Cardiopatias congênitas → Valvopatia adquirida → Doença coronariana → Doenças cardíacas agudas: arritmias cardíacas → Tamponamento pericárdico → Cardiomiopatia periparto → Toxemia gravídica → Fenômeno embólico (trombótico, amniótico) → Hemorragia → Aspiração pulmonar → Anafilaxia → Acidente vascular cerebral → Trauma → Iatrogenia → Uso abusivo de drogas tóxicas → Complicação de terapia tocolítica: arritmias → Infarto do miocárdio

Cirurgia cardíaca na gravidez

→ Está indicada nas pacientes com estenose valvular estenose mitral, estenose aórtica, disfunção de prótese e endocardite infecciosa. → Melhor período para realização: início do 2° trimestre (evitando o risco de teratogênese).