Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Guimarães Rosa e a Fase Reflexiva do Modernismo Brasileiro: Neologismos e Fusão de Gêneros, Slides de Literatura

Uma visão geral da terceira fase do modernismo brasileiro, conhecida por reflexão e universalidade temática. Destaca-se a contribuição de autores como guimarães rosa, clarice lispector e joão cabral de melo neto, que instauraram novos caminhos na literatura brasileira. Guimarães rosa, em particular, é destacado por sua vasta erudição linguística, regionalismo universal e poder inovador, caracterizado por neologismos e fusão de gêneros.

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.6

(84)

74 documentos

1 / 11

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
AULA 26 – LITERATURA
PROFª Edna Prado
MODERNISMO NO BRASIL –
TERCEIRA FASE
I – AUTORES
A terceira fase do Modernismo brasileiro é conhecida como a fase
da reflexão e da universalidade temática.
Veja os principais representantes dessa 3ª fase Modernista:
3ª Fase (1945 em diante)
REFLEXÃO
Guimarães Rosa
Clarice Lispector
João Cabral de Melo Neto
Destacam-se nesse período: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, na
prosa e João Cabral de Melo Neto, na poesia.
A partir das novas contribuições da Lingüística, da atração pelo
místico e do introspectivo os autores dessa geração 45 instauraram
novos caminhos na Literatura Brasileira. Nessa fase, o texto literário
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Guimarães Rosa e a Fase Reflexiva do Modernismo Brasileiro: Neologismos e Fusão de Gêneros e outras Slides em PDF para Literatura, somente na Docsity!

AULA 26 – LITERATURA

PROFª Edna Prado

MODERNISMO NO BRASIL –

TERCEIRA FASE

I – AUTORES

A terceira fase do Modernismo brasileiro é conhecida como a fase da reflexão e da universalidade temática. Veja os principais representantes dessa 3ª fase Modernista: 3ª Fase (1945 em diante) REFLEXÃO

  • Guimarães Rosa
  • Clarice Lispector
  • João Cabral de Melo Neto Destacam-se nesse período: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, na prosa e João Cabral de Melo Neto, na poesia. A partir das novas contribuições da Lingüística, da atração pelo místico e do introspectivo os autores dessa geração 45 instauraram novos caminhos na Literatura Brasileira. Nessa fase, o texto literário

deixa de ser apenas a representação da realidade e adquiri um valor em si mesmo. Veja a imagem do primeiro e grande representante da terceira geração modernista: Guimarães Rosa foi um grande estudioso, principalmente de línguas. Alguns estudiosos de sua obra afirmam que ele aprendeu sozinho o russo e o alemão. Essa paixão por línguas se reflete em quase todos os seus textos. Ele faleceu três dias depois de ter tomado posse na Academia Brasileira de Letras. Veja as principais características de sua obra:

  • REGIONALISMO
  • UNIVERSALISMO
  • CRIAÇÃO LINGÜÍSTICA Assim como outros autores, Guimarães utiliza a relação do homem com a paisagem árida do sertão mineiro como matéria- prima de seus textos. Entretanto seu regionalismo apresenta um novo significado extrapola os limites da realidade brasileira, atingindo o plano universal. Como dizia o próprio autor, “o sertão é o mundo”. Tanto que podemos interpretá-lo de várias maneiras: como realidade geográfica, social, política e até mesmo numa dimensão metafísica.

Veja a capa de Sagarana , seu primeiro livro: Sagarana é um livro composto por nove contos escritos à moda das fábulas. Note que o próprio título do livro também é um neologismo criado pelo autor. A palavra saga, de origem germânica, significa um canto heróico, uma lenda, e rana , de origem indígena, significa à maneira de, à espécie de. Veja o índice de Primeiras Estórias , outro importante livro desse autor: Esse índice ilustrativo, feito por Luís Jardim, foi idéia do próprio Guimarães. Cada seqüência de desenho sintetiza o enredo das 21 estórias que formam o livro. Essas estórias foram retiradas de fatos corriqueiros, de situações fantásticas ou engraçadas,

numa proximação com as estórias narradas pelos contadores de “causos” muito comuns no sertão mineiro. Entre os principais contos de Primeiras Estórias , destacam-se: “A terceira margem do rio”, “O espelho” e “A menina de lá”. Mas somente a partir de 1956, ano de publicação da sua obra- prima, que o autor alcança a notoriedade. Veja a capa de Grande Sertão: Veredas : Grande Sertão: Veredas foi traduzido para muitas línguas, sendo muito vendido em vários países. E é considerado a expressão máxima do regionalismo universalista de Literatura Brasileira. O romance Grande Sertão: Veredas é construído a partir da narrativa de Riobaldo, um ex-jagunço, que questiona a existência do diabo.O narrador conta a história de sua vida, marcada por vinganças, disputas e mortes. O espaço físico é o sertão. Entre as personagens destacam-se o próprio Riobaldo e o valente Diadorin. Depois de muitas idas e vindas, no final da história Riobaldo descobre que na realidade Diadorin, por quem sempre nutriu um forte sentimento, era uma mulher. Veja a imagem da representante feminina da terceira fase modernista:

Embora freqüentemente estudado como um poeta da geração de 45, João Cabral de Melo Neto apresenta características bem diversas dos escritores dessa fase. Guiado pelo raciocínio lógico, voltou-se para a concretude, para a análise objetiva da realidade. João Cabral de Melo apresentava uma grande preocupação com a construção formal de seus textos, procurando eliminar tudo o que fosse supérfluo. Caracterizou-se pela linguagem direta e precisa, contrária ao subjetivismo. Para ele os poemas não eram fruto de inspiração, mas de construção. Daí ser conhecido como o “engenheiro das palavras”. João Cabral de Melo Neto conquistou notoriedade internacional graças ao longo poema Morte e Vida Severina – um auto de natal pernambucano , que em 1969, foi encenado por um grupo de jovens atores do TUCA, Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Morte e Vida Severina narra a história de um retirante pernambucano que deixa sua terra castiga pela seca e parte em busca de uma vida melhor, mas ao longo de suas andanças só encontra a fome, a miséria e a morte. Veja alguns fragmentos da grande obra-prima desse autor: Morte e vida Severina O retirante explica ao leitor quem é e a que vai. __ O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias (...) Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido_

sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia ( de fraqueza e de doença que é a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida ) (...) João Cabral de Melo Neto

II – EXERCÍCIOS

  1. (FUVEST) – É correto afirmar que, em Morte e Vida Severina : a) a alternância das falas de ricos e de pobres, em contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes. b) a visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte. c) o caráter de afirmação, da vida, apesar de toda a miséria, comprova-se pela ausência da idéia de suicídio. d) as falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o “momento afirmativo”, por excelência, do poema. e) a viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico. R: e
  2. (ITA) – Dadas as afirmações:

E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de um pulo num átimo se vestia. Só depois de de meter na cintura o revólver, foi que interpolou, dente em dente:

  • Fala tudo! Quim Recadeiro gaguejou suas palavras poucas, e ainda pôde acrescentar:
  • ...Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só p’ra o dono, e pensei que o senhor podia não gostar...
  • Fez na regra, e feito! Chama os meus homens! Dali a pouco, porém, tornava o Quim, com nova desolação: os bate-paus não vinham... Não queriam ficar mais com Nhô Augusto... O Major Consilva tinha ajustado, um e mais um, os quatro, para seus capangas, pagando bem. (...) O cavalo de Nhô Augusto obedeceu para adiante; as ferraduras tiniram e deram fogo no lajedo; e o cavaleiro, em pé nos estribos, trouxe a taca no ar, querendo a figura do velho. Mas o Major piscou, apenas, e encolheu a cabeça, porque mais não era preciso, e os capangas pulavam de cada beirada, e eram só pernas e braços.
  • Frecha,;povo! Desmancha!
  1. (PUC) – Levando em conta essa obra de Guimarães Rosa e os trechos apresentados, assinale a alternativa correta. a) Reconhecem-se três desilusões de Nhô Augusto: a fuga da esposa e da filha, o abandono dos bate-paus e o ataque de tocaia. b) Verifica-se que Nhô Augusto era “couro ainda por curtir”e sem demora atira no Major Consilva. c) Observa-se, nesses trechos, que Nhô Augusto, ao invés de guerreiro, é místico e age em nome de Deus. d) Nota-se que a fala sertaneja de Quim Recadeiro revela a oralidade da prosa regional romântica. e) Reconhece-se um narrador em terceira pessoa que explora o universo das relações humanas, conforme os padrões do Naturalismo. R: a
  2. (PUC) – Além do coloquialismo, comum ao diálogo, a linguagem de Quim e de Nhô Augusto caracteriza também os habitantes da região onde transcorre a história, conferindo-lhe veracidade. Suponha que a situação do Recadeiro seja outra: ele vive na cidade e é um homem letrado.

Aponte a alternativa caracterizada da modalidade de língua que seria utilizada pela personagem nas condições acima propostas. a) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar. b) Levante e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar. c) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar. d) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meio ruim, para lhe contar. e) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meio ruim, para lhe contar. R: d