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Microbiologia ambiental, Notas de estudo de Engenharia Ambiental

Estudo dirigido: doenças provocadas por bactérias Clostridium botulinum e Clostridium tetani

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 11/01/2010

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ENGENHARIA AMBIENTAL
Microbiologia Ambiental – 2º Bimestre – 2008
Professor: Rafael Henrique Gonçalves
Estudo Dirigido
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL
Engenharia Ambiental – 2º Bimestre - 2008
Professor: Rafael Henrique Gonçalves
Estudo dirigido: doenças provocadas por
bactérias
Clostridium botulinum e Clostridium tetani
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ENGENHARIA AMBIENTAL

Microbiologia Ambiental – 2º Bimestre – 2008

Professor: Rafael Henrique Gonçalves

Estudo Dirigido

MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

Engenharia Ambiental – 2º Bimestre - 2008

Professor: Rafael Henrique Gonçalves

Estudo dirigido: doenças provocadas por

bactérias

Clostridium botulinum e Clostridium tetani

Alunos: Ana Beatriz Cervi

Christiano Vidal

Coralina Vidal

Jessica

Weslei

Clostridium tetani

Figura 01: Clostridium tetani popularmente conhecido como tétano.

Tétano

O tétano é uma doença infecciosa grave causada por uma neurotoxina produzida pelo Clostridium tetani , uma bactéria encontrada comumente no solo sob a forma de esporos (formas de resistência). O tétano, uma doença imunoprevenível, pode acometer indivíduos de qualquer idade e não é transmissível de uma pessoa para outra. A ocorrência da doença é mais freqüente em regiões onde a cobertura vacinal da população é baixa e o acesso á assistência médica é limitado.

Epidemiologia

Bacilo de Clostridium tetani podem ser encontrados no solo (especialmente aquele utilizado para agricultura), nos intestinos e fezes de cavalos, carneiros, gado, ratos, cachorros, gatos, porquinhos da Índia e galinhas. Os esporos são encontrados também em solos tratados com adubo animal, na superfície da pele e em heroína contaminada.

Hoje em dia, com os programas de vacinação universais, o tétano é raro nos países desenvolvidos. Há contudo 300 mil casos mundiais por ano, com mortalidade de 50%.

Transmissão

O tétano é uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que pode ocorrer em pessoas não imunes ou seja, sem niveis adequados de anticorpos protetores. Os anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica, uma vez que a neurotoxina, em razão de atuar em quantidades extremamente reduzidas, é capaz de produzir a doença, mas não a imunidade. O tétano pode ser adquirido através da contaminação de ferimentos (tétano acidental), inclusive os crônicos (como úlceras varicosas) ou do cordão umbilical(tétanoneonatal).

(criança com até 28 dias de idade). O tétano neonatal (tétano umbilical, "mal dos sete dias") é adquirido quando ocorre contaminação do cordão umbilical com esporos do Clostridium tetani. A contaminação pode ocorrer durante a secção do cordão com instrumentos não esterilizados ou pela utilização subseqüente de substâncias contaminadas para realização de curativo no coto umbilical (esterco, fumo, pó de café, teia de aranha etc).

Tabela 2 BRASIL: TÉTANO NEONATAL Número de casos e regiões: 1996 - 2005

Região 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005* Total

Norte 14 15 16 16 9 12 9 6 5 5 107

Nordeste 54 54 40 27 18 14 18 7 6 5 243

Sudeste 15 13 11 10 7 4 3 0 2 0 65

Sul 4 7 3 7 4 2 1 2 0 0 30

Centro-Oeste 6 12 4 6 3 2 2 0 1 0 36

Total 93 101 74 66 41 34 33 15 14 10 481

Fonte: Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, 2006.

Riscos

O risco de aquisição de tétano, para pessoas não adequadamente imunizadas, existe em qualquer país do mundo, uma vez que a distribuição do Clostridium tetani é universal. No Brasil vem se observando uma redução significativa do número de casos de tétano a cada ano, tanto do acidental (Tabela 1) quanto do neonatal (Tabela 2), o que é um reflexo direto do aumento da cobertura vacinal, principalmente a infantil.

O tétano acidental ocorre em pessoas não foram vacinadas ou que receberam esquemas incompletos. Embora o risco de desenvolvimento de tétano seja maior em pessoas com ferimentos mal cuidados ou com corpos estranhos (terra, café, fragmentos metálicos e de madeira), a doença pode ocorrer até mesmo sem lesão aparente (10% a 20% dos casos). Isto torna a vacinação essencial, independentemente da ocorrência de ferimentos.

Medidas de proteção individual O tétano é uma doença imunoprevenível. Como não é possível eliminar os esporos do Clostridium tetani do ambiente, para evitar a doença é essencial que todas as pessoas estejam adequadamente vacinadas. Grande parte da população adulta nunca recebeu, ou desconhece que tenha recebido a vacina contra o tétano e necessita, portanto, do esquema vacinal completo. Na abordagem dos ferimentos de maior risco, caso o indivíduo não esteja

adequadamente imunizado, haverá necessidade de aplicação de soro, ou imunoglobulina específica para prevenção da doença.

A vacina contra o tétano (toxóide tetânico) foi desenvolvida em 1924 e amplamente utilizada durante a II Guerra Mundial. A vacina está disponível nos Centros Municipais de Saúde para pessoas de qualquer idade. O esquema básico de vacinação na infância é feito com três doses da vacina tetravalente (DTP + Hib), que confere imunidade contra difteria, tétano, coqueluche e infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo b (inclusive meningite), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço com a DTP aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade. Em adolescentes e adultos não vacinados, o esquema vacinal completo é feito com três doses da dT (vacina dupla), que confere proteção contra a difteria e o tétano. O esquema padrão de vacinação (indicado para os maiores de sete anos) preconiza um intervalo de um a dois meses entre a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a terceira dose, no intuito de assegurar títulos elevados de anticorpos protetores por tempo mais prolongado. Admite-se, entretanto, que a vacinação possa ser feita com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Para os que iniciaram o esquema e interromperam em qualquer época, basta completar até a terceira dose, independente do tempo decorrido desde a última aplicação. Para assegurar proteção permanente, além da série básica, é necessária a aplicação de uma dose de reforço a cada dez anos, uma vez que os níveis de anticorpos contra o tétano (e contra a difteria) vão se reduzindo com o passar do tempo.

A dT pode ser administrada com segurança em gestantes e constitui a principal medida de prevenção do tétano neonatal, não se eximindo a importância do parto em condições higiêncas e do tratamento adequado do coto umbilical. Para garantir proteção adequada para a criança contra o risco de tétano neonatal, a gestante que tem o esquema vacinal completo com a última dose feita há mais de cinco anos deve receber um reforço no sétimo mês da gravidez.

Independentemente do esquema vacinal estar completo ou não, a limpeza do ferimento com água e sabão, e a retirada corpos estranhos (terra, fragmentos metálicos e de madeira) é essencial, até para evitar infecção secundária com outras bactérias. Se o indivíduo não estiver com o esquema completo, dependendo do tipo de ferimento, pode ser necessário que, além da vacina, receba também imunização passiva, feita com a imunoglobulina antitetânica (de origem humana). O soro antitetânico (produzido em cavalos) deve ser empregado apenas quando não a imunoglobulina não estiver disponível, uma vez que a presença de proteínas de origem animal em sua composição torna mais provável a ocorrência de reações alérgicas. A imunização passiva tem a finalidade de fornecer proteção temporária (17 a 24 dias), enquanto a vacina começa induzir a produção de anticorpos protetores pelo organismo. É muito importante, portanto, completar nos Centros Municipais de Saúde a vacinação antitetânica iniciada nos Hospitais de Emergência, até a terceira dose (com intervalo mínimo de um mês). O Cives recomenda que os viajantes verifiquem a necessidade de atualizar a vacinação antitetânica. Em caso de acidentes e ferimentos durante a viagem, mesmo as pessoas adequadamente vacinados, devem procurar assistência médica para receber os cuidados necessários, incluindo eventualmente reforço da vacina, e por vezes, orientação para uso de antibióticos a fim de evitar outras infecções bacterianas secundárias. Nos casos de acidentes com animais, deverá ser também avaliada a necessidade de medidas profiláticas contra a raiva.

Clostridium botulinum

Figura 02: Clostridium botulinum popularmente conhecida como botulismo.

Botulismo

O botulismo é uma intoxicação específica, e não uma infecção, resultante da ingestão e absorção pela mucosa digestiva de toxinas pré-formadas do Clostridium botulinum , que levam o animal a um quadro de paralisia motora progressiva.

O Botulismo é uma forma de intoxicação alimentar rara mas potencialmente fatal, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum , presente no solo e em alimentos contaminados e mal conservados. Os C.botulinum são grandes bacilos Gram-positivos, com cerca de 8 micrómetros por 3, produtores de esporos e toxinas, relacionados com o género Bacillus, cujo habitat normal é o solo. São moveis, possuindo flagelos. Produz uma neurotoxina que funciona como uma enzima metaloprotease, destruindo as proteínas envolvidas na exocitose (Exocitose é o processo pelo qual uma célula viva liberta substâncias para o fluido extracelular, seja o fluido que envolve as células dum tecido, nos organismos multicelulares, seja para o ambiente aquático, por modificação da membrana celular, ou seja, sem ser por difusão) do neurotransmissor acetilcolina na placa nervosa motora. A sua acção resulta da paralise dos músculos, e se for extensa a paralise do diafragma pode impedir a respiração normal e levar à morte por asfixia. É uma doença rara. Nos países desenvolvidos as inspeções sanitárias eficazes às fábricas de conservas praticamente eliminaram o problema. A toxina do botulismo foi investigada como potencial arma biológica, e alguns países poderão tê-la nos seus arsenais.

Etiologia

O Clostridium botulinum é um bacilo anaeróbio, gram-positivo, formador de esporos, encontrado no solo, água, matéria orgânica de origem animal e vegetal, e no trato gastrointestinal dos animais. Os esporos são extremamente resistentes, podendo sobreviver por

longos períodos nos mais diversos ambientes, proliferando em carcaças ou material vegetal em decomposição, nos quais produz uma neurotoxina que, quando ingerida, causa a doença.

Há oito tipos distintos de toxinas botulínicas (A, B, C1, C2, D, E, F e G) em função de suas diferenças antigênicas, mas todas possuem ações farmacológicas semelhantes. As que mais comumente podem afetar os bovinos são as do tipo C e D, embora haja relatos de casos de botulismo em bovinos no Brasil por toxinas tipo A e tipo B.

Epidemiologia

O botulismo em bovinos tem sido mais comumente descrito em rebanhos a campo, estando normalmente associado a uma deficiência de fósforo nas pastagens, bem como devido a uma inadequada suplementação mineral, que determina um quadro de depravação do apetite, com osteofagia, nos animais. Nos alimentos, o esporo passa, em geral, sem causar problemas pelo trato alimentar do animal vivo, mas, em carcaças o esporo encontra condições ideais de anaerobiose para se desenvolver e produzir toxinas, contaminando principalmente os ossos, cartilagens, tendões e aponeuroses que são mais resistentes à decomposição. Com isso, ao ingerir fragmentos de tecidos ou ossos, outros bovinos adquirem a toxina e, também, esporos, estabelecendo assim a cadeia epidemiológica do botulismo a campo.

A possibilidade de surtos de botulismo que apresentem como fonte de infecção águas paradas, associados a períodos de estiagens prolongadas, épocas quentes e altas concentrações de material em decomposição, têm sido mais comumente descritos em aves, embora haja relatos de casos em búfalos em áreas alagadas no Maranhão e em bovinos de diferentes categorias, em áreas com águas estagnadas, nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Intoxicação

1 O alimento é contaminado ainda no solo, por esporos ultra-resistentes. Quando em conserva, o microrganismo se modifica e começa a produzir a toxina. Latas inchadas, que parecem cheias de ar, podem indicar a presença da bactéria.

2 Quando o alimento é ingerido, a toxina é absorvida pelo aparelho digestivo e entra na corrente sangüínea.

3 A toxina atinge o sistema nervoso, interferindo na sinapse (comunicação) entre as células nervosas. Sem esta comunicação vital, as funções do organismo começam a ficar debillitadas.

4 Como o sistema nervoso deixa de "avisar" a necessidade de contração muscular , a paralisia dos músculos é freqüente entre os que estão sob efeito da toxina.

Progressão e sintomas

O botulismo clássico resulta da ingestão de comidas estragadas, em que o C.botulinum se multiplicou em condições anaérobias. Logo pode ocorrer em conservas mal feitas, mas geralmente não ocorre em comidas deixadas ao ar. A toxina produzida pela bactéria é duravel, e continua a ser eficaz mesmo muitos anos depois de todas as bactérias terem morrido. As toxinas são absorvidas no intestino e se espalham pela corrente sanguinea, indo afectar os

A intenção do médico era usar a toxina para paralisar temporariamente os músculos e analisar o impacto nas juntas. Para isso, Herzog injetou a substância em um músculo na perna de um gato e observou que, quatro semanas depois da injeção - período no qual a toxina atinge o efeito máximo - a substância havia se espalhado pelos músculos vizinhos e os enfraquecido.

Figura 04: Silagem contaminada.

Figura 05: Botulismo em vaca nelore (dificuldade de locomoção).

Figura 06: Incineração de carcaça.

Figura 07: Epidemiologia | Botulismo

As toxinas C-beta e D são as responsáveis pelos casos de botulismo em bovinos, ovelhas, eqüinos e, esporadicamente, em outras espécies.

A doença pode atingir os animais de duas maneiras:

  • Surgimento de casos isolados ou pequenos surtos geralmente decorrentes da ingestão de alimento contaminado, por exemplo, fornecimento de feno, contendo restos de cadáveres de ratos ou gatos, a bovinos e eqüinos estabulados.
  • Ocorrência de surtos epizoóticos