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Uma escola-monumento como lugar de memória de uma cidade, reverenciando a memória do lugar patrimônio
Tipologia: Notas de estudo
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Oazinguito Ferreira da Silveira Filho^1 Resumo: Uma escola-monumento como lugar de memória de uma cidade, reverenciando a memória do lugar patrimônio, segundo Carmem Lúcia V. Pérez e Pierre Nora; sua presença na história da cidade; sua localização na toponímia urbana; sua presença na memória coletiva da comunidade citadina e da comunidade educacional local e fluminense.
Abstract: A school-monument as a place of memory of a city, honoring the memory of the heritage place, accordingly to Carmen Lucia V. Perez and Pierre Nora; its presence in the city's history; their location in urban toponymy; its presence in the collective memory of the city community and local educational community of Rio de Janeiro.
Resumen: Una escuela-monumento como un lugar de memoria de una ciudad; honrar la memoria de los sitios con Patrimonio; segunda Carmen Lucia V. Pérez y Nora Pierre; su presencia en la historia de la ciudad; su ubicación en las zonas urbanas toponimia; su presencia en la memoria colectiva de la comunidad y la ciudad y la comunidad educativa local de Río de Janeiro.
(^1) professor concursado da rede estadual no Colégio Estadual D. Pedro II, professor da Universidade Católica de Petrópolis, membro do Instituto Histórico de Petrópolis e Mestre em Educação pelo PPGE da Universidade Católica de Petrópolis
"Os alunos devem privilegiar o cotidiano da escola como um espaço- tempo do compartilhar experiências, memórias e histórias, é dar consequência ao exercício político-epistemólogico de escavar memórias cotidianas de vida e trabalho, práticas de um conhecimento-emancipação em construção." ( Pérez, Carmem Lúcia Vidal, O Lugar da Memória e a Memória do Lugar na Formação de Professores, Anped) A professora Carmem Lúcia (2011) assinala o que durante as últimas décadas foi desprezado no seio das escolas brasileiras, o processo de valorização memorialística dos estabelecimentos de ensino. Este fato foi derradeiro para a marginalização de muitos destes estabelecimentos ou instituições e reverteu-se em um abandono destes “lugares de memória” conduzindo muitos destes, como no caso das instituições públicas ao abandono, ou no caso das particulares a falência. Petrópolis é privilegiada por conservar alguns dos mais importantes estabelecimentos criados no século XX e da conservação de muitos destes por intermédio de políticas públicas ou mesmo privadas, como destacamos o caso do Colégio Estadual D. Pedro II. Muitas vezes a presencial imponência do prédio do Colégio Estadual Pedro II , incomoda o Imagem produzida por R. Haack nos anos 30, anterior a derrubada do prédio do hotel ao seu lado, portanto da construção do Edifício Minas Gerais. Utilizada pelo fotografo para veiculação de cartões postais da cidade
seu imaginário, ou mesmo onde sua condição funcional também se traveste de ritual, ritual este cotidiano para uma cidade. Assim é o “lugar de memória” de Nora, características fundamentais que encontram-se presentes no Colégio D. Pedro II da cidade e sociedade petropolitana. Ao cruzar seu calçadão em determinados horários do cair da tarde, ex-alunos ou não, se deixam viajar ao seu tempo ao som da Banda Marcial de características escocesa que ensaia em seus jardins que foram reconstituídos no processo de revitalização urbana que a cidade acusou em sua última década. Sua história foi retratada em ensaio memorialístico pelo Instituto Histórico de Petrópolis , com requinte e profusão de dados pelo prof. Jeronymo Ferreira (ALVES NETTO, 2002), que desenvolveu seu percurso de uma singela escolinha na antiga rua 14 de julho em 1911, atual rua Washington Luiz , ao majestoso prédio dos anos 20 da então Avenida XV de Novembro (atual Rua do Imperador ) em terreno doado pela Princesa Isabel. Ensaio que representa a reconstrução de toda sua origem pelos documentos da comunidade, enquanto instituição representativa do cenário cultural local e formadora de sua representativa sociedade. Alves Netto também retratou o simbolismo presencial no limiar deste projeto por quase 50 anos de sua existência, vinculado a uma educadora persistente, mentora do projeto, a professora Professora Angelica Lopes de Castro, primeira diretora do Grupo Escolar D. Pedro II, foto registrada em 1900 do estúdio de Otto Hees
Angélica Murtinho Lopes de Castro, memorável diretora que exerceu sua função sem se ausentar da sala de aula, desde 1911 até o decorrer dos anos 30, quando foi jubilada. Angelica que foi casada por 50 anos com José Lopes de Castro, também professor de Português no próprio estabelecimento e ex-vereador na legislatura anterior à Revolução de 1930, e que portava a patente de capitão pelos serviços prestados por ocasião da revolta de 1893, ao governo do Marechal Floriano Peixoto. A personagem profissional e pública de Angélica possuiu tamanhã representatividade para a memória coletiva das gerações pré-guerra e do pós-guerra cuja personalidade simbólica e extasiante para a história recente da escola foi retratada por Alves Netto, também professor desde os anos 50 nas escolas da cidade que procurou produzir sua biografia, atentando para os mínimos detalhes de sua existência. Uma raridade entre seus pares que em sua maioria se ausentam de cumprir o mesmo ritual por sentimentos egocentristas ou de rivalidade. Angélica, era natural de Petrópolis 1869/1962, realizou seus estudos iniciais com Maria Catarina Viard, professora pública estadual cuja escola encontrava-se entre as que com frequência recebia a visita do Imperador quando de seu veraneio na serra. O imperador possuía um roteiro impressionante em seus veraneios passeando pelas escolas com o objetivo de estimular os estudantes, principalmente os de escolas pública e visitando as particulares também, não ocorrendo discriminação quando se tratava de estimular o ensino (registros do jornal O Mercantil). Angélica prosseguiu os estudos no Colégio Santa Isabel , matriculando-se posteriormente na Escola Normal de Niterói , pois não havia uma escola normal em Petrópolis e o Colégio Santa Isabel somente conseguiu autorização para funcionamento do órgão competente do governo do Estado para funcionamento de seu Normal em 1905 (FRÓES, 2000). A questão do funcionamento de uma Escola Normal em Petrópolis, foi essencialmente política, organizara-se a principio no município uma Escola Normal "livre", que foi criada por decreto em 1901, mas sua equiparação foi cassada pelo governo em 1905. Neste período foi seu diretor, Gastao Briggs, segundo Alves Neto. O Governo Estadual, oficializou então o funcionamento da Escola Normal do Colégio Santa Isabel em 1903, mas sua primeira turma somente colou grau em 1905. Angelica iniciou sua " brilhante e meteórica carreira " no magistério da Escola do Retiro como professora substituta, isto em 1886, e conseguindo sua efetivação em 1888 quando torna-se regente da Escola do Quarteirão Nassau , permanecendo na mesma até 1890, quando transferida passou a reger a Escola da Rua 13 de Maio até o ano de 1901 (ALVES NETO, 2002). Devemos observar que Petrópolis foi um dos poucos municípios fluminenses do interior que possuía uma rede de escolas públicas já ao final do século XX (SILVEIRA FILHO, 1984) e que em sua maioria eram divididas em escolas não mistas, sendo raras as mistas.
ginástica e incentivando o ensino religioso ." Seu nome postulou alguns seminários e encontros de educação realizados tanto no Rio como em Niterói. Apesar de se encontrar presente na maior parte de seu tempo nas escolas onde desenvolvia suas funções. Quanto aos escoteiros, a primeira unidade dos assim denominados "boys-Scouts", exploradores Brasileiros, foi fundada em 1913 na Sociedade Portuguesa de Beneficiência no Valparaíso por Paulo Figueira de Melo, tendo uma apresentação oficial quando da visita do rei Leopoldo da Bélgica à cidade, mas não possuíam sede, sendo então atraídos por Angélica, uma entusiasta do movimento, para o Grupo Escolar D. Pedro em 1922 quando passaram a compor as apresentações oficiais da escola, assim como as cívicas da cidade. "A Tribuna de Petrópolis de 1923 registrou a presença dos escoteiros do Grupo Escolar Pedro II, em uma marcante e histórica solenidade pública de repercussão nacional, o falecimento do Marechal Hermes da Fonseca, quando "...os escoteiros escoltaram o coche que saía da Paróquia em direção ao cemitério municipal em marcha vagarosa, sendo que à passagem do cortejo fúnebre, as casas comerciais cerravam suas portas em sinal de pezar." (Silveira Filho, ) Jeronimo Ferreira, ressalta que Angélica instituiu o hino do estabelecimento, com letra do Dr. Carvalho Guimarães e música do Maestro Ten. A. Pimentel, do Corpo de Bombeiros. O desempenho de febril atividade na área educacional conduziu os legisladores municipais a agraciarem Angélica com a " Cruz do Mérito Koeler ", maior comenda criada pelo município, e seu nome foi reservado a uma das ruas do município. Quando de seu falecimento seu corpo foi velado " ...no Salão Hermogênio Silva, da Câmara Municipal, numa última homenagem da cidade, que tanto lhe ficou devendo. " Angélica, como diretora do histórico Grupo Escolar D. Pedro II , contou com a colaboração Corpo de professoras da instituição em 1924 com a professora Angelica postada à sua frente
de uma excepcional equipe de professoras e professores que fizeram o nome da instituição no complexo educacional do Estado do Rio de Janeiro , muitas destas professoras formaram-se no primeiro curso normal de Petrópolis que pertenceu ao Colégio Santa Isabel , a famosa primeira turma de professoras de Petrópolis. Em foto de 1924, gentilmente cedida por funcionários do estabelecimento, e que pertenceu a coleção da professora Hercília Lopes de Castro, sua mais destacada auxiliar, posteriormente conhecida por seu sobrenome, Segadas Viana por motivo de casamento, podemos encontrar a Professor es e diretores-adjuntos da instituição em 1924, posando com a diretora Angelica Lopes de Castro
O Diretor de Instrução do Estado , Clodomiro Rodrigues de Vasconcelos, resolveu aperfeiçoar o Grupo Escolar com mais três séries o que permitia aos alunos a preparação para exames parcelados ou a entrada na Escola Normal, uma das exigências públicas no processo de evolução do sistema educacional petropolitano. A doação do terreno se processou por parte da Princesa, com a exigência da presença do nome do Imperador ao estabelecimento. Já a pedra fundamental do edifício foi lançada em 7 de setembro de 1920. O prédio foi construído conforme projeto de Heitor de Mello, com o que havia de mais moderno para um prédio escolar nesta década e realizada pelo engenheiro Eduardo de Vasconcellos Pederneiras. Um projeto de grande sensibilidade é que diferia dos demais prédios de grupos escolares construídos na capital neste período. Nas duas primeiras décadas do século XX a arquitetura do Rio de Janeiro apresentava como uma de suas mais expoentes figuras o notável arquiteto Heitor de Mello. Sua atividade profissional desenvolve-se desde sua diplomação pela Escola Nacional de Belas Artes no início desse século até sua morte prematura em 1920 (ALVES NETTO, 20011). Filho do renomado Almirante Custódio de Mello, “ notável figura no cenário histórico político do país ”, descendente de Vasco Fernandes Coutinho, Antônio de Mariz e de Julião de Macedo, alguns dos fundadores da Cidade do Rio de Janeiro, onde nasceu 1875 (ALVES NETTO, 2011). No decorrer dos anos 50 foi criado no próprio estabelecimento pelo Governo do Estado , outro colégio que fugia a concepção educacional dos tradicionais grupos escolares como era classificado o Colégio D. Pedro II , nos referimos ao " Colégio Estadual Washington Luís " que tão logo foi criado por decreto tornou-se uma escola modelo no conjunto educacional do Estado do Rio de Janeiro comportando o então ensino “ Secundário ”, classificado com ensino ginasial e a graduação de ensino médio denominada por curso “ Científico ”. Famo so arquiteto brasileiro dos anos 20, Heitor de Mello
Já nos anos 60, na extensão do terreno cujos fundos que se projeta na Praça denominada por Bosque do Imperador, cuja história já se delineia junto ao conjunto arquitetônico do Palácio Imperial, foi construída outra escola estadual, em projeto arquitetônico revolucionário para a época, o Colégio Estadual Presidente Kennedy , que até então funcionava no ambiente do Grupo Escolar Cardoso Fontes , localizado na Rua Binguem e que tão logo o prédio ficou pronto foi transferido para o centro da cidade. Sua importância provia maior relevo ao conjunto presente no centro da cidade por possuir em sua constituição também um ginásio e um Colégio Normal, além de também um curso Científico. Mesmo que no contexto arquitetônico, seu modernismo contrastasse com o modelo dos anos 20. No decorrer dos anos 70, todas as estruturas anexas ao então Grupo Escolar D. Pedro II , passaram a integrar uma só unidade por projeto do Governo do Estado , com a denominação que durante décadas perdurou na memória coletiva da sociedade petropolitana, o CENIP , Centro de Ensino Integrado de Petrópolis (FRÒES, 2000). Como caracterizaria Pierre Nora , não bastaria que a arquitetura, um monumento, um símbolo para a educação petropolitana, se caracteriza-se como um lugar de memória, deveria ocorrer uma expressiva vontade de memória, e esta estava presente desde sua origem com uma intenção memorialística que garantia sua identidade, com seus depoimentos, com seus personagens. Na ocasião da inauguração em 26 de novembro de 1922, Jerônimo afirma em seu ensaio que era diretora do Grupo Escolar D. Pedro II a professora, Angélica Martinho Lopes de Castro, e que Fundos do Colégio D.Pedro II, onde encontra-se instalado o moderno prédio do IEPK, voltado para o Bosque do Imperador. Em destaque pode ser observado ao fundo o Palácio do Grão Pará. Foto anos 60
Esta é a maior problemática que as instituições sejam estas públicas ou privadas acusam no presente, a falta de respeito e princípios para com a memória institucional. Em nome de suas atividades burocráticas ou político administrativas, ou mesmo de suas propriedades econômicas, se desfazem do que mais precioso possuem, a memória coletiva de seu cotidiano, parte representativa da história da sociedade. Quanto aos profissionais que lecionavam nas unidades tanto do Washington Luís como do Presidente Kennedy (IEPK) e posteriormente do então CENIP , parte possuía formação local na Universidade Católica de Petrópolis e outros eram oriundos da Universidade do Brasil entre outras universidades do Rio de Janeiro. Todos gozavam da confiança da comunidade petropolitana quanto ao desenvolvimento de seu trabalho, sendo inclusive disputados pelas escolas particulares do município como dos municípios vizinhos, neste caso Teresópolis, Duque de Caxias, entre outros. Alguns inclusive chegaram a lecionar nas escolas e cursos da Capital. Desde os anos 50 ocorreu uma convergência de estudantes dos quarteirões e bairros do município para o centro da cidade com o objetivo de matricular-se no D. Pedro, não somente como resposta ao crescimento demográfico-urbano do pós-guerra, mas também como resultado da carência de estabelecimentos fora do centro da cidade (FRÓES, 2000). Como suas vagas eram limitadas, o processo de concurso do admissão ao Ginásio acusava altíssimas proporções na relação candidato-vaga, segundo depoimentos em consulta ao jornal Tribuna de Petrópolis. Fato coincidente passa a ocorrer a partir da instalação do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio que oferecia o ginásio municipal (SILVEIRA FILHO, 2002). A normalização quanto ao oferecimento de vagas no secundário local veio a acontecer somente no decorrer dos anos 80 com a criação dos denominados “mini-liceus'', que seriam uma extensão dos antigos grupos escolares municipais dos bairros. Semelhante processo desenvolvido no município não afetou o papel desempenhado pelos colégios estaduais reunidos no CENIP, que passou também a investir na consolidação do Ensino Médio e Profissional Noturno (SILVEIRA FILHO, 2002). Dos anos 50 aos 90, algumas escolas particulares do município acusaram um relativo desenvolvimento e semelhante processo conduziu também a um equilíbrio quanto ao oferecimento de vagas e de qualidade com a presença dos professores estaduais do CENIP (Colégio E. D. Pedro II). Empréstimos recentes de fotos preciosas de momentos maravilhosos da vida do colégio, foram reproduzidos no blog “ petropolisnoseculoxx.zip.net ”, procurando resgatar um segmento deste importante ' lugar ' e de sua imponente ' memória '. Ainda segundo Pérez, " Resgatar, memórias e narrativas no cotidiano da escola, afirmando- a como lugar de pertencimento (...)" é recriar pontos obscuros da história local, quase perdidos pelo
afã de um cotidiano massificante e individualista, como o atualmente vivido pela maioria dos estabelecimentos escolares que perdem seu significado, se distanciam de seu objeto principal, a constituição do conhecimento, do saber. Neste caso particular, a memória é fonte de conhecimento, e alicerce de produção da história da qual todos constituem-se em personagens. Com esta propriedade é que a atual secretária do estabelecimento, Ana Filgueiras, no cargo há mais de 25 anos, ex- aluna do estabelecimento e que se encontrava substituindo outra secretária que pertencera ao quadro do Colégio Estadual Presidente Kennedy, que tão logo se processou a fusão passou a incorporar todas as secretarias dos demais estabelecimentos, reservou ao seu encargo a propriedade de contribuir com a memória do estabelecimento, nos permitindo a reprodução de momentos únicos da instituição. Um estabelecimento como o Colégio Estadual Dom Pedro II de Petrópolis , possuí um imenso arquivo de alunos e ex-alunos, entre os quais muitos se destacaram ou se destacam na sociedade de forma representativa e cujos laços de formação encontram-se presentes ao Colégio. O resgate de suas vidas pertence a este ' lugar de memória' , onde cursos foram criados, assim como extintos, propostas programáticas foram idealizadas e muitas consagradas e extintas por decretos, assim como momentos políticos e culturais, muito particulares da própria comunidade ocorreram em seus salões e foram reportados pela pequena e grande imprensa. Os registros pelos jornais das ações ocorridas chegam as milhares, comportando desde os Inauguração da Biblioteca do Colégio em 1969, iniciativa da direção da época e dos professores do estabelecimento com auxilio da bibliotecária da Universidade Católica de Petrópolis, Maria das Neves Krugger. A biblioteca do Pedro II, passou a ser a terceira biblioteca no município em volume de livros
Fotografias possuem portabilidade destas informações memorialísticas e procuram estabelecer o resgate das informações, possibilitando a construção de inúmeras narrativas históricas, quase sempre ao redor do estabelecimento de ensino, ' lugar de memória' comum à muitas gerações. Constroem histórias que recuperam as vivências e experiências tanto as coletivas como as individuais. Estes procedimentos tornaram-se um resgate das memórias coletivas em um processo de bordado contínuo, com descrições que passam a ganhar espaço nas contextualizações históricas da própria comunidade. Existem memórias espalhadas que ainda podem ser incorporadas por doações e depoimentos sendo um trabalho, não somente para esta escola, mas para as demais instituições que passem a se preocupar em preservar o que de mais importante existe para a coletividade, sua vida, promovendo o interesse que possa despertar honra e orgulho de pertencimento do próprio indivíduo na instituição e para enraizar ainda mais a memória destas entidades na história do país. Pérez confirma a necessidade de se produzir história a partir da localidade e entendemos que neste processo a escola possui um papel fundamental, valorizando a construção das memórias coletivas presentes, uma necessidade não somente de professores, mas de uma comunidade que comunga o mesmo ideal. “Resgatar a memória local como instrumento de formação de professores e de reinvenção do espaço escolar como um lugar _ de encontro de pessoas e práticas; de reencontro com a história e com a vida; lugar onde memória, palavra e práticas podem ser compartilhadas; lugar de ser, fazer e subverter estratégias pedagógicas que nos forçam a perder nossa memória coletiva e a esquecer a história das lutas populares contra a tendência do capital de produzir excludências e pela construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais democrática _ é privilegiar o próximo, o local, o outro, como forma de conhecer/compreender/intervir/transformar o real.” (Pérez)
O objeto deste ensaio não foi o de recordar, ou amarrar a memória coletiva ao presenciamento de uma instituição que ainda continua a proceder como ente vivo em nossa sociedade, observando a formação de inúmeros jovens que ainda passarão pelos seus ambientes a cursar suas várias formas de conhecimento cientifico e a se distinguir em nossa história, mas demonstrar que memória e identidade encontram-se reveladas acima do imaginário da sociedade em que o colégio se encontra inserido e representado no seio de cada família que possui ou possuiu um membro que cruzou seus corredores buscando sua própria formação e complementando sua própria identidade com a daqueles que nele encontram-se presentes, e que pensar a escola como lugar de memória é encontrar-se com a memória de seu lugar. Solenidade de instalação do CENIP, reunindo as três instituições escolares presentes no estabelecimento em abril de 1969, com a presença do então governador do Estado do Rio de Janeiro
ALVES NETTO , Jeronymo Ferreira. Oitenta anos da Inauguração do Grupo Escolar D. Pedro II , 03/10/2002, in, www.ihp.org.br/site/ > <Acessado em 12 de Setembro de 2011; FRÓES , Gabriel. Acervo Histórico de Gabriel Kopke Fróes, 2000,in, http://www.earp.arthur.nom.br > < Acessado em 12 de Setembro de 2011; HALBWACHS , Maurice. As pedras da cidade, p.134/137, in, A Memória Coletiva , Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1990. NORA , Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo: Departamento de História de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP, no.10, 1993, pp.7-28; PÉREZ , Carmem Lúcia Vidal. O Lugar da Memória e a Memória do Lugar na Formação de Professores , Universidade Federal Fluminense, 2004, in, www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/carmenluciavidalperez.rtf >Acessado em 12 de setembro de 2011. SILVEIRA FILHO , Oazinguito Ferreira. Oitenta Anos de Educação Em Petrópolis , Tribuna de Petrópolis, Tribuna de Petrópolis, pp.6, 10/10/1982; SILVEIRA FILHO , Oazinguito Ferreira. Projeto Cem anos em Revista – Centenário da Tribuna de Petrópolis , Revistas da Coleção do Projeto do Jornal Tribuna de Petrópolis, Petrópolis, outubro de 2002. SILVEIRA FILHO , Oazinguito Ferreira. Os Escoteiros do Grupo Escolar D. Pedro II, Tribuna de Petrópolis, Petrópolis,