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Um ótimo material com um experimento de baixo custo onde poderá ser medida a velocidade do som... artigo retirado da revista Física na Escola, v. 4, n. 1, 2003. Autores: Marisa Almeida Cavalcante GoPEF: Grupo de Pesquisa em Ensino de Física da PUC/SP e Cristiane R.C. Tavolaro GoPEF: Grupo de Pesquisa em Ensino de Física da PUC/SP.
Tipologia: Notas de estudo
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Física na Escola, v. 4, n. 1, 2003 29
Este artigo propõe um experimento de baixo custo para medir com eficiência a velocidade do som.
Medindo a Velocidade do Som
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Marisa Almeida Cavalcante GoPEF: Grupo de Pesquisa em Ensino de Física da PUC/SP http://mesonpi.cat.cbpf.br/marisa E-mail: marisac@pucsp.br
Cristiane R.C. Tavolaro GoPEF: Grupo de Pesquisa em Ensino de Física da PUC/SP E-mail: cris@pucsp.br
ara fazer experimentos que envolvam ondas sonoras ou mesmo resolver exercícios pro- postos em livros didáticos, é muito co- mum adotar como velocidade de pro- pagação do som no ar o valor 340 m/s, que corresponde à velocidade dessas ondas a cerca de 20 °C. Porém, a de- pendência da velocidade do som com a temperatura do meio de propagação é grande. Uma boa aproximação para a velocidade do som no ar é dada por^1 :
v = 330,4 + 0,59T (m/s) (1)
em que T é a temperatura dada em °C Não é difícil determinar a veloci- dade do som no ar a uma temperatura qualquer: coloque em vibração um diapasão de freqüência conhecida pró- ximo à boca de um tubo contendo água; ao variar o nível da água no tubo, procure ouvir um reforço na in- tensidade do som (Figura 1). Esse reforço se deve ao fato de formar-se no tubo uma onda estacio- nária na coluna de ar existente entre o nível da água e a boca do tubo, de com- primento L. Sendo este o primeiro reforço observado, a coluna de ar está vibrando com a menor freqüência pos- sível, que corresponde à freqüência do diapasão. O comprimento de onda neste caso corresponde a quatro vezes o comprimento L da coluna^2 , por tra- tar-se de um tubo fechado em uma das extremidades. Então v = λ f, isto é
v = 4λ f (2)
A precisão da medida fica limitada à determinação do comprimento L no momento em que ocorre um aumen- to na intensidade do som. Neste expe- rimento, no entanto, as variações des-
se comprimento não produzem varia- ções de intensidade sonora muito perceptíveis pelo ouvido humano, difi- cultando muito a determinação do ponto de ressonância. De que maneira podemos dimi- nuir a interferência do observador e melhorar a precisão da medida de uma forma simples e sem grandes custos? Vamos começar tomando um tu- bo de ar de comprimento L fixo, de secção constante e a princípio aberto nas duas extremidades. Esse tubo pode ser de material opaco ou transparente, mas se for transparente, poderá ser usado em outros experimentos inte- ressantes. Existem disponíveis no mercado, tubos de PVC transparente de 33 mm de diâmetro por cerca de R$ 6,00 o metro. É mais fácil manu- sear tubos de até 1 m de comprimen-
Figura 1. Montagem inicial do experi- mento.
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Medindo a Velocidade do Som
to. Vejamos por que: ao bater com a palma da mão em uma das extremi- dades abertas do tubo podemos ouvir um som característico que depende do comprimento L (note que ao bater com a palma da mão em uma das ex- tremidades este tubo se torna fechado em uma das extremidades, como na Figura 2). Se você tiver tubos de comprimentos diferentes, experimen- te e observe: quanto mais longo o tu- bo mais grave será o som, isto é, me- nor será a sua freqüência. Então agora só falta determinar a freqüência do som que ouvimos para calcular v! Só? Essa é a parte mais interessante! Existem equipamentos especiais que medem a freqüência de uma onda so- nora com bastante precisão: são os espectrômetros sonoros. No entanto é um equipamento caro que certamente não se encontra disponível em nossas escolas e às vezes nem nas univer- sidades. Mas dispondo de um com- putador com placa de som, microfone, e conexão com a internet, então você tem um espectrômetro em potencial! Existem na rede vários softwares livres que desempenham com bastan- te eficiência o papel de analisador de espectro sonoro, isto é, que conse- guem determinar a freqüência funda- mental acompanhada das respectivas freqüências harmônicas de uma onda sonora (freqüências harmônicas são múltiplas inteiras da freqüência fun- damental). Dentre eles está o Gram V6, cujo endereço para acesso é http:/ /www.visualizationsoftware.com/ gram/gramdl.html. Voltemos ao tubo sonoro: ao bater em uma das extremidades com a palma da mão conforme indica a Figura 2, teremos um tubo fechado em uma das extremidades. O som produzido pode ser captado pelo microfone ligado à placa de som do computador. O Gram V6 salva o som produzido em extensão “wav” e o reproduz de duas maneiras: no alto falante do computador e
simultaneamente na tela, já mostrando as diferentes fre- qüências que o compõem (fun- damental e harmônicas). A Figura 3 mostra o espec- tro do som produzido em um tubo de 20 cm. Deslizando o cursor pelo espectro temos a indicação da freqüência corres- pondente. A menor freqüência (localizada pelo cursor) é a fundamental e as su- periores são as freqüências harmônicas produzidas no tubo, sendo fn = nv/4L para n = 1, 3, 5,... O espectro se repete porque foram produzidas várias batidas seguidas. Este procedimento pode ser também visualizado no endereço http://www.if.ufrgs.br/cref/ ntef/index. html^1. A Figura 4 mostra a curva espec- tral para o tubo de 20 cm, onde po- demos localizar com maior precisão a freqüência fundamental e os respec- tivos harmônicos. O experimento foi reproduzido utilizando-se tubos de comprimentos 20, 40 e 100 cm, nas mesmas condições de temperatura. A Tabela 1 mostra os resultados obtidos através da curva espectral em cada caso. Quando realizamos este ex- perimento, a temperatura era de 18 °C. Se utilizarmos a relação para a velocidade do som no ar, v = 330,4 + 0,59T(°C) teremos v = 341,02 m/s^1.
Figura 2. Fonte sonora utilizada para a obtenção do espectro.
Figura 3. Espectro sonoro para um tubo com 20 cm de comprimento obtido através do software Gram V6. Para facilitar a compreensão representamos os eixos tempo e freqüência. Este software mostra também o sinal sonoro capturado através do microfone (amplitude x tempo), como pode ser visto acima do espectro.
Figura 4. Outra forma de representação espectral que pode ser obtida através do software de análise sonora Gram V6. Para obter esta curva basta clicar sobre a região do espectro sonoro do gráfico representado na Figura 2 e fixar as condições de resolução desejadas. O valor de freqüência pode ser obtido diretamente na tela alterando-se a posição do cursor para o ponto da curva em que se deseja obter esta informação.
O software Gram V6 permite ajus- tar a banda de freqüência a ser ana- lisada bem como o número de canais de coleta de dados de modo a obtermos a precisão indicada na Tabela 1. A utilização do computador como ferramenta de medida tornou o pro- cesso de determinação da velocidade do som muito rápido e simples, além de barato, podendo ser reproduzido em sala de aula sem grandes restrições (não precisa ser um laboratório de Fí- sica, por exemplo). Usando um pouco de criatividade, é possível usar o processo de medição de freqüências de ondas sonoras em outros experimen- tos: por que não construir um instru- mento musical? Seja com tubos ou cordas, certamente é uma atividade que desperta o interesse dos alunos além de proporcionar uma ampla dis- cussão sobre Acústica.
Tabela 1. Estimativa da velocidade do som para tubos de diferentes comprimentos, à temperatura de 18 °C. Comprimento Freqüência Velocidade do tubo (cm) fundamental (Hz) do som (m/s) 20 412 ± 4 330 ± 3 40 205 ± 3 328 ± 4 100 82 ± 2 328 ± 6