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Se trata de documentos referente a materia de medida e avaliação
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Rodrigo Siqueira Reis^1 ; Edio Luis Petroski^2 e Adair da Silva Lopes^3
RESUMO A atividade física tem sido relacionada a diversos benefícios para a saúde. Apesar de evidências levantadas em estudos populacionais, a mensuração da atividade física tem representado um desafio para pesquisadores da área. O presente estudo pretende apresentar os principais instrumentos de medida da atividade física, suas vantagens e limitações. A escolha do instrumento mais adequado deve atender a alguns critérios como a qualidade, a praticidade do instrumento entre outros. A falta um instrumento considerado “padrão” sugere atualmente a utilização de uma combinação de métodos de maneira fornecer dados mais confiáveis e precisos. A construção de novos instrumentos, o refinamento dos instrumentos existentes e a combinação de métodos são possibilidades consideradas para o uso instrumentos de melhor qualidade.
Palavras Chave: medidas, atividade física, avaliação
Physical activity has been related to several health bnefits. Despite the evidences shown in populational surveys, the measurement of physical activity has represented a chalenge for researches of area. The present study intend to show the main physical activity instruments, as well his limitations and vantages. The choice of the most adequate instrument should observe some criteria like the quality, simplicity and others. Currently, the lack of “gold standard” sugest the combination of methods as a manner to provide better data. The development of new instruments, the improvment of the actual ones and the combination of methods are possible choices presented in this study for the use of better quality instruments.
Key Words : measurement, physical activity, assessment
A atividade física tem sido considerada um importante componente de um estilo de vida saudável, devido particularmente a sua associação com diversos benefícios para a saúde física e mental (Pate et al.,1995). Esta associação e os conseqüentes benefícios de um estilo de vida mais ativo têm sido determinados, por em estudos epidemiológicos que procuram investigar diversos aspectos relacionados aos padrões de atividade física e a incidência de doenças em diferentes populações. Em um estudo clássico Paffenbarger e colaboradores (Paffenbarger et
(^1) Mestrando Educação Física (CDS/UFSC); Prof. PUC-PR e CEFET-PR; Pesquisador NuCIDH/CDS/UFSC (^2) Doutor em Cineantropometria; Professor Adjunto CDS/UFSC; Pesquisador e Coordenador NuCIDH (^3) Doutor em Cineantropometbria; Professor Titular CDS/UFSC
al.,1986) demonstraram que a mortalidade entre ex-alunos da Universidade de Harvard diminuiu em 53%, entre aqueles considerados mais ativos; em outro estudo também muito conhecido Dr. Blair e colaboradores (Blair et al, 1989) demonstraram que a taxa de mortalidade foi 73% menor entre homens mais aptos, quando comparados a homens menos aptos num teste de esteira. Esses estudos epidemiológicos buscam comparar indicadores de mortalidade e morbidade entre grupos de indivíduos com diferentes padrões de atividade física e dessa maneira associar a saúde com a atividade física. Diversos indicadores têm sido utilizados para expressar a morbidade como: a) número de pessoas doentes por unidade da população ao ano; b) a incidência de condições específicas por unidade da população ao ano; e, c) a média da duração dessas condições (Bouchard et al., 1994). Todavia, quando procura-se um indicador para a Atividade Física, diversas questões têm sido levantadas desde a definição até a utilização de instrumentos de medida. A definição de atividade física, entendida como qualquer movimento corporal realizado pela musculatura esquelética, que leve a um gasto energético acima do repouso (Carspersen et al, 1985) tem sido utilizada. A partir dessa definição, a quantidade de energia utilizada para a realização de determinado movimento parece ser o critério definitivo para definir o indicador da atividade física (Hensley et al., 1993). No entanto, as diferentes formas ou manifestações que a atividade física apresenta, tem representado uma barreira para os pesquisadores da área. Na verdade, a atividade física apresenta-se como um fenômeno complexo em que uma gama diferente de comportamentos podem teoricamente ser classificados (Sallis e Owen, 1999). Diferentes dimensões como a freqüência, a intensidade, a duração e ainda o tipo de atividade podem ser consideradas. Sendo assim, pode-se encontrar desde o exercício, a forma estruturada e com propósito definido, até aquela atividade realizadas no cotidiano, ou atividades da vida diária (Nahas, 1996). Esta complexidade encontrada tem dificultado a construção de instrumentos que possam assegurar maior precisão na medida da atividade física. A construção de instrumentos simples e de baixo custo tem sido uma preocupação de diferentes pesquisadores não apenas pela associação entre atividade física e benefícios para a saúde, mas também pelo aumento da inatividade física nos países desenvolvidos e em desenvolvimento e ainda por evidências de que benefícios podem ser atingidos mesmo com atividades moderadas ou ainda com aumento das atividades da vida diária (Pate et al, 1995; Sallis e Owen, 1999). Estudos tem demonstrado que a o estilo de vida mais ativo oferece resultados similares quando comparado a programas estruturados de exercício (Andersen et al, 1999; Dunn, 1999; Pratt, 1999). O objetivo da presente revisão é apresentar, a partir de uma revisão de literatura os principais instrumentos de medida da atividade física, assim como as dificuldades metodológicas encontradas.
ambiente ótimo para estudos controlados, no entanto apresenta como desvantagens um custo muito elevado, a dificuldade de combinação com medidas invasivas, um tempo maior para pesquisadores e sujeitos de estudo, e um ambiente artificial que não representa as atividades realizadas na vida diária (Murgatroyd, 1993; Schoeller e Racette, 1990). Na calorimetria indireta a produção de calor é determinada à partir da taxa de troca gasosa associada com o substrato energético predominante (Murgatroyd, 1993). Neste método o sujeito é mantido em uma câmara em que a troca gasosa é controlada. Os resultados são semelhante aos da calorimetria direta. Métodos portáteis e móveis que dispensam acomodar o sujeito em um laboratório calorimetria indireta tem sido desenvolvidos, entre estes a Bolsa de Douglas, o Respirômetro K-M e o Sistema Oxilog. No entanto, o emprego destes métodos são limitados pela adaptação do sujeito ao aparelho e pelo custo elevado (Murgatroyd, 1993; Schoeller e Racette, 1990).
Monitoração de Freqüência Cardíaca Fundamenta-se na relação linear entre freqüência cardíaca e gasto energético. O avanço na telemetria e miniaturização dos equipamentos tem tornado este mé todo mais fácil e acessível. Entre os métodos de medida da freqüência cardíaca estão a radiotelemetria, a gravação contínua do E.C.G e o microcomputador (Karvonen & Vuorima, 1988). Nos últimos anos, um dos equipamentos que tem sido amplamente utilizado com grande aceitação é o monitor de freqüência cardíaca, que armazena os dados e permite a transferência para um microcomputador por meio de um software específico, da marca Polar. Neste método o gasto energético é estimado à partir do ajuste de curvas individuais durante uma variedade de atividades em laboratório (Melanson & Freedson, 1996). Embora os monitores mensurem com precisão a freqüência cardíaca, a sua precisão para a medida de gasto energético é limitada pelo fato da freqüência cardíaca alterar independente da atividade física (Schoeller & Racette, 1990). Entre os fatores que podem alterar a associação com a resposta do VO^2 ao exercício estão o aumento da temperatura ambiente e da umidade, fadiga, estado de hidratação, e respostas emocionais (Hensley et al., 1993). Outra limitação deve-se ao fato de em indivíduos sedentários, freqüência cardíaca medida em 24h quase não ultrapassar os limites de repouso, o que dificulta a distinção entre atividades leves e moderadas (Melanson & Freedson, 1996). Apesar desta limitação, a freqüência cardíaca pode fornecer uma indicação da intensidade, duração e freqüência da atividade.
Água Duplamente Marcada (Doubly Labeled Water) Inventado nos ano 40, este método foi por mais de 30 anos utilizado quase exclusivamente em animais, sendo as primeiras experiências com humanos iniciadas nos anos
O princípio do método é a ingestão de água marcada com isótopos de deutério e oxigênio. O deutério é eliminado como água, enquanto o oxigênio é eliminado como água e dióxido de carbono. A medida da concentração destes elementos na urina e no ar expirado permite o cálculo da demanda de energia (Schoeller & Racette, 1990; Murgatroyd et al, 1993; Hensley et al. 1993). Embora apresente uma grande precisão, com erro de medida em torno de 4 – 7% (Schoeller & Racette, 1990), o custo elevado e a necessidade de pessoal e equipamentos muito especializados restringe o seu uso em estudos mais amplos. Além destas, outra limitação apontada é que este método não permite discriminar o tipo de atividade e a intensidade do exercício (Melanson & Freedson, 1996). Todavia, é um método que tem sido, empregado na validação de outras técnicas e em estudos clínicos de controle de balanço energético (Hensley et al., 1993).
Métodos que utilizam Sensores de Movimento O uso de sensores eletrônicos de movimento se baseia na hipótese de que o movimento dos segmentos corporais reflete o gasto energético total (Melanson & Freedson, 1996). O avanço das tecnologias tem permitido o desenvolvimento de instrumentos pequenos e leves que permitem o armazenamento de dados por um determinado tempo. São colocados no pulso ou no cinto e medem o gasto energético pelo registro das acelerações do corpo ao longo do tempo, e então a partir de equações de estimativa permitem o cálculo do consumo de oxigênio e do gasto energético (Schoeller & Racette, 1990). Entre estes instrumentos encontram-se Pedômetros, Large-Scale Integrators, Acelerômetros e Monitores Tridimensionais de Atividade.
Pedômetros O pedômetro é um contador mecânico que grava movimentos de passos em resposta a aceleração vertical do corpo (Hensley et al., 1993). A distância deslocada pode ser estimada calibrando-se o equipamento à amplitude da passada. Apesar de apresentar um custo relativamente baixo, os pedômetros não são sensíveis a atividades sedentárias e estáticas, a exercícios isométricos e nas atividades que envolvam os braços (Melanson & Freedson, 1996). Aisworth et al., (1994) relatam que estes aparelhos tendem a subestimar distâncias em velocidades baixas e superestimar distâncias em caminhadas e corridas rápidas, e ainda a localização no corpo e a diferença da tensão da mola entre os instrumentos podem resultar em registros imprecisos (Hensley et al., 1993). Mas apesar da imprecisão, estes equipamentos podem diferenciar mudanças nos padrões de atividades físicas (Aisworth et al., 1994; Hensley et al., 1993).
Large-Scale Integrators (LSI’s) Estes equipamentos são sensores de movimento em que um balanço maior que 3º resulta na ativação de uma chave de mercúrio, a cada 16 acionamentos desta chave uma contagem é
Corbin (1995) encontraram uma correlação 0,88 com o Caltrac e de 0.58 com a freqüência cardíaca em crianças. Em outro estudo, Sherman et al., (1998), encontrou uma correlação de 0,96 com a calorimetria indireta em homens durante caminhada. Em um estudo semelhante com jovens Almeida et al., (1999) encontraram uma correlação de 0,70, caminhando lentamente, 0,81, caminhando rápido e 0,86 em corrida, sugerindo que o Tritrac é eficiente ao discriminar diferentes atividades, apesar de superestimar o gasto energético. Welk, Corbin e Kampert (1998) encontraram uma correlação de 0,70 e 0,77 entre o Tritrac e a freqüência cardíaca em períodos na sala de aula e na aula de educação física respectivamente. Estes novos estudos têm sugerido a possibilidade de utilização deste novo equipamento em pesquisas na área de atividade física. No entanto, novas pesquisas ainda são necessárias para validar o uso do aparelho em diferentes populações e situações, assim como o desenvolvimento de tecnologia que permita a miniaturização e conseqüente redução da reatividade do mesmo.
Métodos que Utilizam Informações dadas Pelos Sujeitos ( Survey ou Levantamento) Também conhecido como survey ou levantamento, este método envolve instrumentos na forma de questionários, entrevistas e diários de atividade. Estas são as ferramentas mais comumente empregadas em estudos epidemiológicos de larga escala (Melanson & Freedson, 1996; Kriska, 1997). A abordagem utilizada para medir a atividade física varia em sua complexidade da forma auto-administrada, as questões com itens simples até a entrevista. Para Sallis e Owen (1999) de uma maneira geral os questionários: a) requerem aos respondentes que recordem suas atividades ao longo de um período em particular; b) podem ser administrados por um entrevistador ou por telefone, ou ainda auto-administrados; c) os respondentes podem ser solicitados a recordar atividades de lazer apenas ou atividades de trabalho e de lazer; e d) podem também perguntar sobre a descrição de atividades bem detalhadas, como freqüência, duração e intensidade a cada hora, ou apenas menos detalhada, como a participação em classes mais amplas de atividades. Os diários podem detalhar toda a atividade física realizada num período de tempo que é usualmente curto, de 1 a 3 dias. Devido ao curto intervalo de tempo investigado, os diários podem não representar o padrão de atividade física de longo termo e também apresentam a desvantagem exigir um maior esforço do participante no seu preenchimento, assim como uma maior reatividade, ou modificação do padrão de atividade física durante o período de investigação (U.S. Department of Health and Human Services, 1996). Os levantamentos recordatórios têm uma menor influência no comportamento embora possa haver alguma dificuldade em recordar a atividade, especialmente em idosos e crianças até 10 anos (Sallis & Owen, 1999). Os levantamentos apresentam como principais vantagens: a) uma grande quantidade de informação em relação ao tempo e custo envolvido; b) facilidade de administração; c) não-
reatividade; e, d) em geral não oferece dificuldade para preencher (Hensley et al. 1993). Kriska, (1997) relata que a escolha destes métodos para estudos populacionais se deve ao fato destes possuírem as características de: a)não-reatividade; b)praticabilidade, c)aplicabilidade; e, d)acuracidade. Todavia estes métodos não oferecem estimativas tão precisas de gasto energético quanto os métodos diretos, como a calorimetria. Embora possua uma vantagem especialmente quanto ao custo e abrangência dos estudos existem algumas desvantagens no emprego de levantamentos. Hensley et al (1993) considera que uma desvantagem deste método é que o instrumento empregado pode não identificar todas os comportamentos de atividade física, o que pode levar a uma dificuldade em classificar os hábitos de atividade física. As medidas de reprodutibilidade e validade podem assegurar a precisão e qualidade da medida em questionários. Um questionário confiável deve apresentar os mesmos resultados quando administrado nas mesmas circunstâncias, e para tanto são realizadas as medidas de reprodutibilidade. Os estudos de reprodutibilidade utilizam coeficientes de teste-reteste ou correlação intraclasse (Kriska, 1997). Num estudo recente Nahas e Barros (1999) procuraram verificar a reprodutibilidade do Questionário Internacional de Atividade Física (OMS- 6.0) com adultos no Brasil e encontraram um valor (R) de 0.55, 0.60, e 0.68 para atividades ocupacionais, domésticas e de lazer respectivamente, confirmando a utilização do instrumento na versão para língua portuguesa. A medida de validade determina o quanto o questionário mede aquilo que para o qual foi desenvolvido (Kriska, 1997). Para a validação de questionários, diversas medidas diretas da atividade física têm sido empregadas, e embora muitos destes métodos sejam considerados padrões adequados, a validade pode ser adequadamente medida, verificando a correlação do questionário com diferentes instrumentos (Sallis & Owen, 1999). Todavia, mediante a ausência de um padrão ouro como medida de comparação tem levado a outras alternativas como a utilização da aptidão cardiorespiratória como padrão de validação (U.S. Department of Health and Human Services, 1996). Embora a atividade física habitual seja um determinante para a aptidão cardiorespiratória, outros fatores tais como herança genética, sexo e idade também tem um importante papel, apesar de alguns estudos de correlação demonstrar que a atividade física auto-relatada não seja perfeitamente correlacionada com a aptidão cardiorespiratória, ainda possa ser o maior fator preditivo (U.S. Department of Health and Human Services, 1996).
Considerações Finais e Recomendações A atividade física em contraste com outros fatores de risco para doenças que são relativamente fáceis de medir, é de difícil medição e quantificação, portanto é importante aprimorar os instrumentos de medida, melhorando a sua precisão e condições de utilização em estudos amplos. Melanson e Freedson (1996), sugerem que distinguir os padrões de atividade física deveria uma consideração primária ao medir a atividade.
Se você está interessado(a) nos autores ou tabela citados no presente estudo, procure por:
REIS, Rodrigo Siqueira, PETROSKI, Edio Luiz, LOPES, Adair da Silva. Medidas da atividade física: revisão de métodos. Revista Brasileira de Cineantropometria de Desempenho Humano, Florianópolis, 2000.