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A sexta edição de Mecânica dos fluidos passou por algumas adições e exclusões, mas sem sofrer mudanças em sua concepção. A estrutura básica dos 11 capítulos, mais os apêndices, permanece a mesma. Manteve-se a tríade das abordagens integral, diferencial e experimental. Muitos exercícios e alguns exemplos totalmente resolvidos foram alterados. Conservou-se o estilo informal, orientado ao estudante. Acrescentaram-se novas fotografias, figuras e muitas referências, num total de 418. O autor acre
Tipologia: Notas de estudo
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DOS F LU I D O S
E D I Ç Ã O
FRANK M. WHITE
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Mecânica dos Fluidos
Sexta Edição
Frank M. White
University of Rhode Island
Mestre em Ciências na área de Máquinas de Fluxo pela Universidade Federal de Itajubá Doutor em Engenharia Aeronáutica – Mecânica na área de Aerodinâmica, Propulsão e Energia, pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos Professor Titular do Instituto de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Itajubá
Mestre em Energia na área de Engenharia pela Universidade Federal de Itajubá Doutor em Hidráulica pelo Institut National Polytechnique de Grenoble (França) Professor Associado do Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro
Obra originalmente publicada sob o título
Fluid mechanics, 6th edition
ISBN 0072938447/
© 2007, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, NY, 10020
Preparação do original: Mônica de Aguiar Rocha Leitura fi nal: Vera Lúcia Pereira
Capa: Rosana Pozzobon (arte sobre capa original do Studio Montage, St. Louis, Missouri)
Editora sênior: Arysinha Jacques Affonso
Editor assistente: Cesar Crivelaro Diagramação: Triall Composição Editorial Ltda.
Reservados todos os direitos de publicação em língua portuguesa à
AMGH Editora Ltda. (AMGH Editora é uma parceria entre
ARTMED Editora S.A. e MCGRAW-HILL EDUCATION)
Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana
90040-340 Porto Alegre RS
Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte,
sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação,
fotocópia, distribuição na Web e outros), sem premissão expressa da Editora.
SÃO PAULO Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio 05095-035 São Paulo SP Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-
SAC 0800 703-
W584m White, Frank M. Mecânica dos fl uídos [recurso eletrônico] / Frank M. White ; tradução: Mario Moro Fecchio, Nelson Manzanares Filho ; revisão técnica: José Carlos Cesar Amorim. – 6. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2011.
Editado também como livro impresso em 2011. ISBN 978-85-8055-009-
CDU 532
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/
Dedico a Jeanne
vii
Prefácio
mas sem sofrer mudanças em sua concepção. A estrutura básica dos 11 capítulos, mais os apêndices, permanece a mesma. Manteve-se a tríade das abordagens integral, dife- rencial e experimental. Muitos exercícios e alguns exemplos totalmente resolvidos foram alterados. Conservou-se o estilo informal, orientado ao estudante. Acrescenta- ram-se novas fotografias, figuras e muitas referências, num total de 418. O autor acre- dita firmemente em "leituras adicionais", especialmente na pós-graduação.
O número total de problemas propostos aumentou, de 1.089 na primeira edição, para 1.674 nesta sexta edição. Muitos deles são problemas básicos de fim de capítulo, classificados de acordo com o tópico. Há também Problemas Dissertativos, Proble- mas para Exames de Fundamentos de Engenharia, de múltipla escolha, Problemas Abrangentes e Problemas de Projeto. O apêndice lista aproximadamente 700 Respostas aos Problemas Selecionados. Os problemas resolvidos foram reestru- turados no texto, de acordo com a sequência de passos descrita na Seção 1.3. Uma versão para estudantes do Engineering Equation Solver (EES), descrito no Apêndice E, está incluído no texto e desempenha papel de importante ferramenta para a mecânica dos fluidos e, sem dúvida, para outros problemas de engenharia. Ele é não apenas um excelente solver, mas contém ainda propriedades termodinâmicas, gráficos de alta qualidade, verificação de unidades e muitas funções matemáticas. O autor é extremamente grato a Sanford Klein e William Beckman, da Universida- de de Wisconsin, pela ajuda valiosa e contínua na preparação e atualização do EES para uso neste texto.
história da mecânica dos fluidos é apresentada antes, na Seção 1.2. As técnicas de solução de problemas foram transferidas para a Seção 1.3. A discussão sobre o campo de velocidade, na Seção 1.7, foi abreviada, e a parte matemática passou para o Capí- tulo 4. A rápida, mas útil, abordagem sobre fluidos não newtonianos foi aperfeiçoada. Um revisor auxiliou o autor a melhorar o tratamento da incerteza experimental, Se- ção 1.13. Atualizou-se a discussão sobre o Exame de Fundamentos de Engenharia (FE), e o texto contém 85 problemas do tipo FE. O Capítulo 2, graças às solicitações do revisor, livrou-se da pesada abordagem Navier-Stokes, que agora retornou ao Capítulo 4. A ênfase volta a ser a hidrostática plena. O tratamento dos manômetros foi melhorado. Em vez de se apoiar inteiramen- te nas fórmulas hidrostáticas de momento de inércia, um novo exemplo mostra
Agradecimentos ix
dem acessar materiais como Manual de Solução , Banco de Imagens e outros recur- sos adicionais referentes aos capítulos (disponíveis em inglês).
listar todas elas. Sheldon Green da Universidade de British Columbia, Gordon Hollo- way da Universidade de New Brunswick, Saeed Moaveni da Minnesota State Uni- versity Mankato, e Tapan K. Sengupta do Indian Institute of Technology em Kanpur deram muitas sugestões úteis. Samuel S. Sih do Walla Walla College e John Borg da Marquette University foram especialmente prestativos com o manual de soluções. Muitos outros revisores e correspondentes forneceram boas sugestões, correções e materiais: Larry Belfiore da Colorado State University; Paulo Vatavuk da Universi- dade Unicamp, Brasil; Bertrand Côté da Université de Sherbrooke, Canadá; Elizabe- th J. Kenyon do EJK Technical Publishing Services; John Ladd do Integrated Defense Systems, St. Louis, MO; Andris Skattebo do Scandpower A/S; Jeffrey S. Allen da Michigan Technological University; Peter R. Spedding da Queen’s Univer- sity, Belfast, Irlanda do Norte; Cristina L. Archer da Stanford University; Fulvio Bellobuono da Universidade de Nápoles; Debendra K. Das da Universidade do Alaska Fairbanks; Kevin O’Sullivan da Associated Press; Lennart Lüttig e Nina Ko- liha do REpower Systems AG, Hamburgo, Alemanha; Jesse Shoemaker e Gina Ma- bbott da Dwyer Instruments; Pirouz Kavehpour da UCLA; Johan Stander da University of Stellenbosch, África do Sul; Sukanta K. Dash do Indian Institute of Technology em Kharagpur; David Chelidze, Richard Lessmann, e Donna Meyer da University of Rhode Island; Craig Swanson da Applied Science Associates, Inc.; Ghanem F. Oweis da American University of Beirut, Líbano; Cliff Moses da Univer- sidade do Texas em San Antonio; Ephraim Sparrow da Universidade de Minnesota; Deborah Pence da Oregon State University; Dale Hart da Louisiana Tech University; Georg Huber da Klagenfurt, Austria; Ken Craig da Universidade de Pretoria, África do Sul; Lino Guzzella do ETH Zurich; Edmund Robertson e John O’Connor da Uni- versidade de St. Andrews; Gary L. Peak da McCauley Corp.; Haecheon Choi da Seoul National University; e Nevan C. Hanumara do M.I.T. A equipe editorial e de produção da McGraw-Hill prestou uma ajuda enorme. Muitos agradecimentos a Bill Stenquist, Amanda Green, Melinda Bilecki, Kelley Butcher, Jonathan Plant, Megan Hoar, Carrie Burger, John Leland, Tracy Konrardy, Suzanne Jeans, Brenda Ernzen, Michael Weitz, Christine Walker, Louis Poncz, Bren- da Rolwes, Pamela Carley, Jenny Hobein, e Christina Nelson. Por fim, foi muito bem-vindo, como de costume, o apoio e encorajamento contínuo de minha esposa e família. Obrigado também ao nosso cachorro, Sadie, e ao nosso gato, Harry.
Sumário
Furacão Rita no Golfo do México em 22 de setembro de 2005. Esse furacão atingiu o território americano na fronteira entre os estados do Texas e da Louisiana e causou bilhões de dólares de prejuízos por vendavais e inundações. Embora muito mais dramático do que as aplicações práti- cas descritas neste livro, o furacão Rita é um escoamento real de um fluido, fortemente influen- ciado pela rotação da Terra e pela temperatura do oceano. ( Foto cortesia da Nasa .)
14
16 Capítulo 1 Introdução
Há teoria disponível para os problemas de escoamento de fluido, mas em todos os casos ela deve ser apoiada pelos experimentos. Frequentemente os dados experimen- tais são a principal fonte de informação sobre escoamentos específicos, tais como o arrasto e a sustentação em corpos imersos (Capítulo 7). Felizmente, a mecânica dos fluidos é um assunto altamente visual, com boa instrumentação [9-11], e o uso de con- ceitos de modelagem e de análise dimensional (Capítulo 5) está difundido. Assim, a análise experimental proporciona um complemento natural e fácil para a teoria. Você deve ter em mente que a teoria e a experimentação devem andar lado a lado em todos os estudos de mecânica dos fluidos.
Assim como a maioria das disciplinas científicas, a mecânica dos fluidos tem uma história errática na sua evolução inicial, seguida por uma era intermediária de descober- tas fundamentais nos séculos XVIII e XIX, levando à era da “prática moderna” do sécu- lo XX, como costumamos chamar nosso conhecimento limitado porém atualizado. As civilizações antigas tiveram conhecimentos suficientes para resolver certos problemas de escoamento. Navios a vela com remos e sistemas de irrigação eram conhecidos em tempos pré-históricos. Os gregos produziram informações quantitativas. Arquimedes e Heron de Alexandria postularam a lei do paralelogramo para a soma de vetores no sé- culo III a.C. Arquimedes (285–212 a.C.) formulou as leis para a flutuação de corpos e as aplicou a corpos flutuantes e submersos, incluindo uma forma de cálculo diferencial como parte da análise. Os romanos construíram grandes sistemas de aquedutos no sé- culo IV a.C., mas não deixaram registros que nos mostrem qualquer conhecimento quantitativo dos princípios de projeto. Desde o nascimento de Cristo até a Renascença, houve um progresso constante no projeto de sistemas de escoamento como navios e canais e condutores de água, mas não foi registrada nenhuma evidência de avanços fundamentais na análise de escoa- mentos. Leonardo da Vinci (1452–1519) formulou a equação da conservação da massa em escoamento permanente unidimensional. Leonardo foi um excelente experimenta- lista, e suas anotações contêm descrições precisas de ondas, jatos, ressaltos hidráuli- cos, formação de turbilhões e projetos de dispositivos de baixo arrasto (aerodinâmicos) e alto arrasto (paraquedas). Um francês, Edme Mariotte (1620–1684), construiu o pri- meiro túnel de vento e com ele testou modelos. Problemas envolvendo a quantidade de movimento dos fluidos puderam finalmen- te ser analisados depois que Isaac Newton (1642–1727) postulou suas leis do movi- mento e a lei da viscosidade dos fluidos lineares, que agora são chamados de newtonianos. Primeiro a teoria levou à hipótese de um fluido “perfeito” ou isento de atrito, e os matemáticos do século XVIII (Daniel Bernoulli, Leonhard Euler, Jean d’Alembert, Joseph-Louis Lagrange e Pierre-Simon Laplace) produziram muitas solu- ções belas de problemas de escoamento sem atrito. Euler, Figura 1.1, desenvolveu as equações diferenciais de movimento e sua forma integral, conhecida por equação de Bernoulli. D’Alembert as utilizou para mostrar seu famoso paradoxo: um corpo imerso em um fluido sem atrito tem arrasto nulo. Esses belos resultados se somaram até exce- der a sua validade, pois as hipóteses de fluido perfeito têm aplicação muito limitada na prática e a maior parte dos escoamentos na engenharia são dominados por efeitos de viscosidade. Os engenheiros começaram a rejeitar o que eles consideravam como uma teoria totalmente não realística e desenvolveram a ciência chamada hidráulica , basea- da quase que integralmente em experimentos. Experimentalistas como Chézy, Pitot, Borda, Weber, Francis, Hagen, Poiseuille, Darcy, Manning, Bazin e Weisbach produ- ziram dados sobre uma variedade de escoamentos em canais abertos, resistência de embarcações, escoamentos em tubos, ondas e turbinas. Muito frequentemente os dados eram usados em sua forma bruta sem levar em conta os fundamendos da física do es- coamento.
Figura 1.1 Leonhard Euler (1707–1783) foi o maior matemático do século XVIII e usou o cálculo de Newton para desenvolver e resolver as equações de movimento de um escoamento não viscoso. Ele publicou mais de 800 livros e artigos. [ Cortesia da School of Mathematics and Statistics, University of St Andrew, Scotland .]
No final do século XIX, finalmente começou a unificação entre a hidráulica expe- rimental e a hidrodinâmica teórica. William Froude (1810–1879) e seu filho Robert (1846–1924) desenvolveram leis para teste de modelos; Lord Rayleigh (1842–1919) propôs a técnica da análise dimensional; e Osborne Reynolds (1842–1912) publicou, em 1883, o clássico experimento em tubo que mostrou a importância do adimensional número de Reynolds, assim denominado em sua homenagem. Enquanto isso, a teoria do escoamento viscoso foi disponibilizada, mas não explorada, desde que Navier (1785–1836) e Stokes (1819–1903) acrescentaram com sucesso termos viscosos Newtonianos às equações de movimento. As equações resultantes, chamadas de equa- ções de Navier-Stokes, eram muito difíceis de analisar para escoamentos arbitrários. Foi então, em 1904, que um engenheiro alemão, Ludwig Prandtl (1875–1953), Figura 1.2, publicou talvez o mais importante artigo já escrito sobre mecânica dos fluidos. Prandtl observou que os escoamentos de fluidos com baixa viscosidade, como os esco- amentos de água e de ar, podem ser divididos em uma camada viscosa delgada, ou camada-limite , próxima às superfícies sólidas e interfaces, ligada a uma camada exter- na que pode ser considerada não viscosa, em que são válidas as equações de Euler e Bernoulli. A teoria da camada-limite mostrou ser uma ferramenta muito importante na moderna análise de escoamento. Os fundamentos do século XX para o atual estado da arte em mecânica dos fluidos foram estabelecidos em uma série de experimentos e te- orias abrangentes por Prandtl e seus dois principais concorrentes e colegas, Theodore von Kármán (1881–1963) e Sir Geoffrey I. Taylor (1886–1975). Muitos dos resultados esboçados aqui de um ponto de vista histórico serão naturalmente discutidos neste li- vro. Mais detalhes históricos podem ser encontrados nas Referências 12 a 14. Uma vez que 75% da Terra está coberta por água e 100% por ar, o escopo da me- cânica dos fluidos é vasto e faz parte da vida diária de todos os seres humanos. As ci- ências da meteorologia, oceanografia física e hidrologia estão relacionadas com escoamentos de fluidos que ocorrem naturalmente, bem como os estudos médicos da respiração e da circulação sanguínea. Todos os problemas de transporte envolvem mo- vimento de fluidos, com especialidades bem desenvolvidas em aerodinâmica de aero- naves e foguetes e em hidrodinâmica de navios e submarinos. Quase toda a nossa energia elétrica é gerada do escoamento de água ou do escoamento de vapor através de turbinas geradoras. Todos os problemas de combustão envolvem movimento de fluido, assim como problemas mais clássicos de irrigação, controle de cheias, abastecimento de água, disposição de esgotos, movimento de projéteis, oleodutos e gasodutos. O objetivo deste livro é apresentar conceitos fundamentais e aplicações práticas em mecânica dos fluidos para prepará-lo para interagir tranquilamente em qualquer um desses campos es- pecializados da ciência do escoamento — e estar então preparado para acompanhar as novas tecnologias que surgirem.
A análise do escoamento de fluidos gera muitos problemas a serem resolvidos. Este livro contém mais de 1.600 problemas propostos. A resolução de um grande número desses problemas é fundamental para aprender o assunto. É preciso trabalhar com equações, dados, tabelas, hipóteses, sistemas de unidades e esquemas de soluções. O grau de dificuldade irá variar e é importante você examinar todos os tipos de proble- mas, com ou sem as respostas no Apêndice. Veja a seguir os passos recomendados para a solução dos problemas:
1.3 Técnicas de solução de problemas 17
Figura 1.2 Ludwig Prandtl (1875–1953), frequentemente chamado de “pai da mecânica dos fluidos moderna” [15], desenvolveu a teoria da camada- limite e muitas outras análises inovadoras. Ele e seus estudantes foram pioneiros nas técnicas de visualização de escoamento. [ Aufnahme von Fr. Struckmeyer, Gottingen, cortesia AIP Emilio Segre Visual Archives, Lande Collection. ]
fundo. O círculo de Mohr não se reduz a um ponto e há tensão de cisalhamento di- ferente de zero no bloco. Ao contrário, o líquido e o gás em repouso na Figura 1.3 requerem as paredes de apoio para eliminar a tensão de cisalhamento. As paredes exercem uma tensão de com- pressão igual a – p e reduzem o círculo de Mohr a um ponto com cisalhamento zero, ou seja, a condição hidrostática. O líquido conserva seu volume e forma uma superfície livre no recipiente. Se as paredes forem removidas, a tensão de cisalhamento se desen- volve no líquido e resulta em um grande derramamento. Se o recipiente for inclinado, novamente se desenvolve a tensão de cisalhamento, formam-se ondas, e a superfície livre busca uma configuração horizontal, derramando por sobre a borda do recipiente se necessário. Por outro lado, o gás fica sem restrições e se expande para fora do reci- piente, ocupando todo o espaço disponível. O elemento A no gás também é hidrostáti- co e exerce uma tensão de compressão – p sobre as paredes. Na discussão anterior, foi possível distinguir claramente entre sólidos, líquidos e gases. A maioria dos problemas de mecânica dos fluidos em engenharia trata desses casos bem definidos, ou seja, os líquidos comuns como água, óleo, mercúrio, gasoli- na, e álcool, e os gases comuns como ar, hélio, hidrogênio e vapor nas suas faixas de temperatura e pressão comuns. No entanto, há muitos casos intermediários que você precisa conhecer. Algumas substâncias aparentemente “sólidas” como o asfalto e o chumbo resistem à tensão de cisalhamento por curtos períodos de tempo, mas na verdade se deformam lentamente e apresentam um comportamento definido de flui- do por longos períodos. Outras substâncias, notadamente as misturas coloidais e de lama, resistem a pequenas tensões de cisalhamento, mas “cedem” a grandes tensões
Deflexão estática
Superfície livre
Condição hidrostática
Sólido Líquido
A A A
( a ) ( c )
( b ) ( d )
0
0 A A
Gás
(1)
p
p
p
= 0
t
q q
2 q
1
s
s
1
t
s
t
s
t
s
Figura 1.3 Um sólido em repouso pode resistir à tensão de cisalhamento. ( a ) Deflexão estática do sólido; ( b ) condição de equilíbrio e círculo de Mohr para o elemento sólido A. Um fluido não pode resistir à tensão de cisalhamento. ( c ) Paredes de contenção são necessárias; ( d ) condição de equilíbrio e círculo de Mohr para o elemento fluido A.
1.4 O conceito de fluido 19
20 Capítulo 1 Introdução
e começam a escoar como fluidos. Há livros especializados dedicados a este estudo mais geral de deformação e escoamento, em um campo denominado reologia [16]. Além disso, líquidos e gases podem coexistir em misturas de duas fases, tal como as misturas vapor-água ou água com bolhas de ar. Livros especializados apresentam a análise desses escoamentos multifásicos [17]. Finalmente, há situações em que a distinção entre um líquido e um gás se torna nebulosa. Esse é o caso que ocorre em temperaturas e pressões acima do ponto chamado de ponto crítico de uma substân- cia, em que existe somente uma única fase, com a aparência principalmente de gás. À medida que a pressão aumenta muito acima do ponto crítico, a substância com aspecto de gás torna-se tão densa que há uma semelhança com um líquido, e as apro- ximações termodinâmicas usuais, como a lei dos gases perfeitos, tornam-se impreci- sas. A temperatura e a pressão críticas da água são Tc 5 647 K e p (^) c 5 219 atm (atmosferas^2 ), de modo que os problemas típicos envolvendo água e vapor estão abaixo do ponto crítico. O ar, sendo uma mistura de gases, não tem um ponto crítico preciso, mas seu componente principal, o nitrogênio, tem Tc 5 126 K e p (^) c 5 34 atm. Portanto os problemas típicos envolvendo o ar estão no intervalo de alta temperatura e baixa pressão em que o ar é, sem dúvida nenhuma, um gás. Este livro aborda so- mente os líquidos e gases claramente identificáveis, e os casos-limite discutidos an- teriormente estão além do nosso escopo.
Já usamos termos técnicos do tipo pressão e massa específica do fluido sem uma discussão rigorosa de suas definições. Até onde sabemos, os fluidos são agregações de moléculas, amplamente espaçadas para um gás e pouco espaçadas para um líquido. A distância entre moléculas é muito grande comparada com o diâmetro molecular. As moléculas não estão fixas em uma estrutura, mas movem-se livremente umas em rela- ção às outras. Dessa maneira a massa específica do fluido, ou massa por unidade de volume, não tem um significado preciso porque o número de moléculas que ocupam um dado volume varia continuamente. Esse efeito torna-se sem importância se a uni- dade de volume for grande, comparada com, digamos, o cubo do espaçamento mole- cular, quando o número de moléculas dentro do volume permanece aproximadamente constante, apesar do enorme intercâmbio de partículas através das fronteiras. No en- tanto, se a unidade de volume escolhida for muito grande, poderá haver uma variação notável na agregação global das partículas. Essa situação é ilustrada na Figura 1.4, na qual a “massa específica” calculada por meio da massa molecular dm dentro de um dado volume d é plotada em gráfico em função do tamanho da unidade de volume. Há um volume-limite d * abaixo do qual as variações moleculares podem ser impor-
Figura 1.4 A definição-limite de massa específica de um fluido contínuo: ( a ) um volume elementar em uma região do fluido de massa específica contínua variável; ( b ) massa específica calculada em função do tamanho do volume elementar.
(^2) Uma atmosfera (atm) é igual a 101.300 Pa.
Incerteza microscópica
Incerteza macroscópica
0
1200
d
d * ª 10 -^9 mm 3
Volume elementar
Região contendo fluido
= 1000 kg/m^3 = 1100
= 1200
= 1300
( a ) ( b)
r
r r
r
r (^) d