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Conteudo unidade 10, completo do curso de pedagogia
Tipologia: Slides
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ALFABETIZAÇÃO
E LETRAMENTO
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar a importância da literatura infantil na formação de novos leitores. Reconhecer as principais características da literatura infantil. Identificar as diversas possibilidades de se trabalhar com a literatura infantil nas escolas.
Introdução
A literatura infantil provavelmente esteve presente em sua vida desde as primeiras fases da infância, não é? A maioria das pessoas normalmente carrega consigo lembranças associadas à leitura de alguma obra literária infantil. Essas lembranças podem tanto ser o enredo dos clássicos contos de fadas quanto o nome de algum autor que tenha habitado o seu imaginário infantil. Como você sabe, hoje é consenso para a grande maioria dos educa- dores que a literatura infantil deve ser utilizada como ferramenta para o desenvolvimento dos processos de alfabetização e que ela é de fato importante para a formação de novos leitores. Contudo, dentro da área literária ela ainda ocupa local de pouco destaque em relação a outros gêneros voltados para os públicos adultos. Você pode perceber que, com a reconfiguração social que ocorreu após a globalização, houve um avanço na área da literatura infantil. Assim, obras de autores renomados conseguiram obter sucesso e atingir seus leitores infantis pelas mais va- riadas nações do globo, tanto no formato do livro físico quanto do digital.
Você pode considerar que a leitura influencia diretamente a aprendizagem da escrita. Comprovadamente, crianças que têm pais e mães leitores, que procuram manusear e ler para os filhos os mais diversos gêneros literários, estarão mais propensas a se tornarem novas e ávidas leitoras. Nas últimas décadas, houve um aumento significativo nas obras de literatura infantil, que despertaram o interesse de uma legião de novos leitores pelo mundo. Ao comentar sobre essa expansão, Lígia Cadematori (2017) afirma que:
No final do século XX, a literatura infantil passou pelo que se pode chamar de internacionalização do gênero, resultado da globalização dos mercados. Um livro infantil, uma vez comprovada sua aceitação pelo público de um país influente, é logo distribuído para crianças dos demais países e logo se torna sucesso global. É o que comprovam os fenômenos de recepção constituídos por obras em série de J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis; de J.K. Rowling, Harry Potter; e títulos de Stephenie Meyer, como Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse.
Aqui é importante que você reflita sobre a citação da autora, que relata como tais obras tornam-se sucessos globais. Como você sabe, essas obras são difundidas e chegam às crianças pelos meios digitais de comunicação via internet. Hoje, é perceptível que as crianças, desde muito cedo, já interagem com dispositivos eletrônicos diversos, que as fascinam e, ao mesmo tempo, podem estar produzindo novos conceitos e ideias sobre o mundo e afetando sua subjetividade. Tais artefatos digitais da cultura contemporânea ( tablets , smartphones , iPads), além de muitos outros jogos e aplicativos, são manuseados com destreza pelas crianças. Já em relação à literatura infantil, é importante que você atente à ideia de que a criança, para ter contato com o livro, com a obra infantil e sua leitura, desde a época em que ela ainda não se encontra alfa- betizada, é imprescindível a presença do adulto ou, ao menos, de outra criança leitora. Esse aspecto é importante e traduz o quanto os pais e professores de educação infantil são necessários para realizar essa aproximação e estimular o gosto pela literatura desde os primeiros anos da infância, oferecendo “aos pequenos um tipo de informação e de recorte de mundo distintos daqueles que consomem diariamente” (CADERMATORI, 2017). Outro ponto que merece destaque nessa fase inicial é que a criança também vai ser influenciada ao visualizar o adulto praticando a leitura em seu dia a dia. Ou seja, o adulto leitor também estará ensinando a partir do exemplo de sua prática de leitor que os livros são interessantes e merecem ser objeto de admiração das crianças. Veja o que diz Azevedo (2004, p. 1) sobre esse aspecto:
2 A literatura infantil e a formação de novos leitores
É importante deixar claro: para formar um leitor é imprescindível que entre a pessoa que lê e o texto se estabeleça uma espécie de comunhão baseada no prazer, na identificação, no interesse e na liberdade de interpretação. É necessário também que haja esforço e este se justifica e se legitima justamente através da comunhão estabelecida (AZEVEDO, 2004, p. 2).
Essa interessante citação do autor remete ao caráter da interdependência da criança com relação ao adulto ao ter contato pela primeira vez com obras de literatura infantil, o que vai fazer com que a comunhão citada possa ocorrer. Da mesma forma, fica evidente que existe esforço para que se aprendam e desenvolvam as habilidades da leitura. Esse esforço será amenizado se as experiências ocasionadas pelas obras lidas tenham gerado interesse e moti- vação, favorecendo que os objetivos de aprendizagem (leitura e escrita) sejam perseguidos pelos alunos.
Embora existam alguns discursos alardeando um possível “fim” dos livros de maneira geral, associando essa ideia aos avanços dos meios digitais, isso não vai se realizar. O que se percebe hoje, inclusive, é um aumento significativo de autores que têm explorado um novo gênero literário, que é o da literatura digital, que se utiliza de suporte em ambientes virtuais para chegar até seus leitores.
A literatura infantil traz em suas obras algumas características distintas que definem seu gênero literário. Você vai conhecer algumas dessas características a partir de agora. Veja esta citação de Cecília Meireles (1984, p. 97): “[…] a literatura infantil, em lugar de ser a que se escreve para as crianças, seria a que as crianças leem com agrado”. Aqui, você vai partir desse destaque feito pela autora para refletir que uma obra de literatura infantil agrada ao seu público pois o leva a multiplicar os sentidos propostos. Ou seja, a criança, ao se deparar com o misto de imagens e palavras presentes na obra, poderá, a partir de sua interpretação pessoal, tomar os rumos da trama que se desenrolará.
4 A literatura infantil e a formação de novos leitores
Pode parecer contraditório num primeiro momento, mas uma obra de literatura infantil deve possuir o cuidado de não se tornar demasiadamente “infantilizada”. Ou seja, não deve partir do pressuposto de que as crianças, ao se depararem com ela, não teriam capacidade de entendimento suficiente caso fosse escrita/produzida com maior grau de rigor literário. Segundo comentam Paiva e Oliveira (2010, p. 26): “Alguns livros infantis são desprezados pelas crianças, pois apresentam em seus textos a puerilidade que chega a aparentar a banalização da inteligência infantil, não preenchem as exigências intelectuais e sentimentais da criança.” Ou seja, a criança exige que o adulto e, por consequência, as obras de literatura infantil apresentem um texto claro, de fácil compreensão, porém que não menospreze sua capacidade e habilidade de leitora.
A maioria das obras de literatura infantil apresenta uma estrutura específica ao de- senvolver seus textos. Essa estrutura tem, segundo Faria (2009), os seguintes itens:
Outro aspecto que faz com que algumas obras de literatura infantil ga- nhem destaque e sejam consideradas boas obras pelos alunos/estudantes diz respeito à linguagem utilizada e à sua aproximação com os aspectos culturais da vida deles. Ou seja, ao lerem uma obra na qual encontrem semelhanças ou aproximações com uma realidade que conheçam ou com a qual convivam cotidianamente, aumentarão ainda mais o seu interesse e o gosto pela leitura. Lajolo (2008, p. 45), ao referir-se à utilização de poemas na educação, irá fazer menção a essa questão ao afirmar que: “Em outras palavras: leitor e texto precisam participar de uma mesma esfera de cultura. O que estou chamando de esfera de cultura inclui a língua e privilegia os vários usos daquela língua que, no correr do tempo, foram constituindo a tradição literária da comunidade (à qual o leitor pertence) falante daquela língua (na qual o poema foi escrito).”
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instigados a dar continuidade ao desenvolvimento do hábito da leitura. Você deve lembrar que é instigante uma obra que não trata seu público menospre- zando suas capacidades de interpretação e entendimento. Quando se fala em cultura, é importante destacar sua associação com os recursos da linguagem e a possibilidade de haver uma identificação por parte do leitor infantil com as cenas ou textos utilizados. A criatividade é um elemento importante, pois permite que o autor, inclusive, se valha do exercício de empatia e volte a “pensar como criança” ao propor suas escritas e compor suas obras. O caráter lúdico, associado a todos os demais aspectos, poderá assegurar que a leitura se torne agradável, interessante e motivadora.
Para que você possa perceber essas características de obras de literatura infantil, procure ter contato com algumas obras consideradas de renome na área. Como sugestões, você pode considerar: Ou isto, ou aquilo, de Cecília Meireles, e os Os Bolsos do Mundo, de Fabiana Tasca Perin. Procure identificar como o texto e as imagens vão se desenvolvendo de forma criativa e interessante, levando o leitor a imaginar o desfecho e se surpreendendo com analogias.
Como você viu anteriormente, é consenso hoje na área da educação que a literatura infantil se faça presente no interior da escola. Afinal, sua utilização somente contribui para a formação de novos leitores, servindo de base para a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades da leitura e da escrita. Por isso, cada vez de forma mais intensa, a literatura infantil tem participado dos currículos escolares já desde a educação infantil. Lajolo (2008, p. 106) faz o seguinte comentário a esse respeito:
É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos.
A literatura infantil e a formação de novos leitores 7
Ora, você sabe que para que possa viver plenamente em sociedade e exercer sua cidadania, precisa dominar as habilidades da leitura e da escrita, uma vez que, ao seu redor, inúmeras são as mensagens que cotidianamente o interceptam e exigem sua capacidade de tradução e significação. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, que norteiam os rumos a serem tomados por todas as escolas brasileiras, já manifestam essa importância atribuída à literatura infantil. Ao comentar as práticas pedagógicas a serem adotadas nessa etapa da educação básica, as Diretrizes estabelecem que se “possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos” (BRASIL, 200-?, documento on-line). Para que a criança possa usufruir dessa experiência, se faz necessário que o professor atue como o leitor que irá demonstrar o quanto a leitura e a escrita podem cumprir finalidades diversas e atrativas, seja informando, instruindo ou simplesmente divertindo. Na educação infantil, isso é realizado a partir de alguns ritos, como a utilização das rodas de conversa com os alunos e das contações e dramatizações de histórias. A utilização das obras de literatura infantil na escola, porém, deverá ser realizada de forma planejada e coerente com os processos de aprendizagem desenvolvidos com os estudantes. Ao comentar a utilização da literatura infantil na escola, Faria (2009, p. 20) afirma o seguinte:
Geralmente, em trabalhos com a leitura e a elaboração de textos narrativos ou poéticos, costuma-se solicitar aos alunos que produzam textos espontâ- neos, como se eles dominassem instintivamente todos os elementos básicos na construção de narrativas ou poemas. Essa é uma ideia muito corrente na escola, a de acreditar que a criatividade das crianças já é suficiente para elaborar (criar) suas histórias e pequenos poemas. Mas a aquisição dessas competências passa de início pela leitura ou audição de narrativas ou poemas.
A partir das palavras da autora, você pode perceber a importância de que o professor torne-se o leitor de obras de literatura infantil aos seus alunos na sua prática cotidiana em sala de aula. Assim, posteriormente ele pode estabe- lecer atividades em que os estudantes produzam ou criem suas narrativas. O destaque que deve ser feito é o de que o professor é o responsável pela análise e pela escolha de obras a serem utilizadas, que poderão despertar o gosto pela leitura em seus alunos. Essas obras, além de servirem como disparadoras e despertarem o interesse da turma para os assuntos a serem desenvolvidos, também farão com que os alunos conheçam os mais variados gêneros de nar- rativas literárias infantis, sejam elas fábulas, contos, histórias em quadrinhos,
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Finalizando, você deve retomar a ideia de que a utilização das obras de literatura infantil na escola contribui para a formação de novos leitores. Por isso, essas obras devem ser amplamente exploradas na educação infantil e nos anos iniciais. Por meio da análise cuidadosa e do planejamento de suas atividades pedagógicas com a utilização das mais variadas obras literárias infantis, os professores estarão fazendo com que o desenvolvimento do processo de alfabetização transcorra de forma agradável e estimulante.
Nos links a seguir, você encontra artigos interessantes sobre a literatura infantil.
A literatura infantil no processo de formação do leitor https://goo.gl/SDHXbR
Literatura infantil: origens, visões da infância e certos traços populares https://goo.gl/uVmccc
AZEVEDO, R. Formação de leitores e razões para a literatura. In: SOUZA, R. J. de (Org.). Caminhos para a formação do leitor. São Paulo: DCL, 2004. Disponível em: <http:// www.ricardoazevedo.com.br/wp/wp-content/uploads/Formacao-de-leitores1.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Orienta orientações curriculares nacionais curricula- res nacionais para a educa para a educação infantil. [200-?]. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=4858- -orientacoes-curriculares-ed&Itemid=30192>. Acesso em: 20 mar. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb005_09.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2018. CADEMARTORI, L. O que é literatura infantil. São Paulo: Brasiliense, 2017. FARIA, M. A. Como usar a literatura infantil na sala de aula. 5. ed. São Paulo: Contexto,
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FRANTZ, M. H. Z. O ensino da literatura nas séries iniciais. 3. ed. Ijuí: UNIJUI, 2001.
LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. São Paulo: Ática, 2008.
MEIRELES, C. Problemas da literatura infantil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
PAIVA, S. C. F.; OLIVEIRA, A. A. A literatura infantil no processo de formação do leitor. Cadernos da Pedagogia, v. 4, n. 7, jan./jun. 2010. Disponível em: <http://www.cadernos- dapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/175/101>. Acesso em: 20 mar. 2018.
AZEVEDO, R. Aspectos instigantes da literatura infantil e juvenil. In: OLIVEIRA, I. de. (Org.). O que é qualidade em literatura infantil e juvenil: com a palavra o escritor. São Paulo: DCL, 2005.
AZEVEDO, R. Literatura infantil: origens, visões da infância e certos traços populares. Presença Pedagógica, n. 27, maio/jun. 1999.
UNIVERSIDADE FEDERAL MINAS GERAIS. A criança, o adulto e a literatura infantil (palestra em inglês) - Peter Hunt. Youtube, 4 jul. 2016. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=zUbeC178pJ8>. Acesso em: 20 mar. 2018.
ZAMBONI, E.; FONSECA, S. G. Contribuições da literatura infantil para a aprendizagem das noções de tempo histórico: leituras e indagações. Caderno Cedes, v. 30, n. 82, set./dez. 2010.
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