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Manual de terapia nutricional hospitalar
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Em oferta
Brasília – DF
Secretaria de Atenção à SaúdeSecretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Especializada e TemáticaDepartamento de Atenção Especializada e Temática
Brasília – DFBrasília – DF
ADA – American dietetic association AGS – Avaliação Global Subjetiva AND – Academy of Nutrition and Dietetics CB – Circunferência do Braço CGMAC – Coordenação-Geral de Média e Alta Complexidade CMB – Circunferência Muscular do Braço CP – Circunferência da Panturrilha DAET – Departamento de Atenção Especializada e Temática DCT – Dobra Cutânea Tricipital DII – Doença inflamatória intestinal Diten – Diretrizes Brasileiras em Terapia Nutricional DP – Desvio Padrão Dpoc – Doença pulmonar obstrutiva crônica EMTN – Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional ESPEN – European Society of Parenteral and Enteral Nutrition Fois – Functional oral intake scale Ibranutri – Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar IMC – Índice de Massa Corporal IQTN – Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional IVO – Ingestão via oral MAN – Miniavaliação Nutricional MS – Ministério da Saúde MUST – Malnutrition Universal Screening Tool NE – Nutrição enteral NP – Nutrição parenteral NRS – Nutritional Risk Screening OMS – Organização Mundial da Saúde Opas – Organização Pan-Americana da Saúde PA – Peso atual PH – Peso habitual
PI – Peso ideal Pnan – Política Nacional de Alimentação e Nutrição RAS – Rede de Atenção à Saúde RDC/Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Sabe – Saúde, bem-estar e envelhecimento SAS – Secretaria de Atenção à Saúde SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria SIC – Síndrome do intestino curto STRONG – Screening tool for risk on nutritional status and growth SUS – Sistema Único de Saúde TGD – Trato gastrodigestório TGI – Trato gastrointestinal TN – Terapia Nutricional TNE – Terapia Nutricional Enteral Tned – Terapia Nutricional Enteral no Domicílio Tnep–- Terapia Nutricional Enteral e Parenteral TNO – Terapia Nutricional Oral TNP – Terapia Nutricional Parenteral TNPD – Terapia Nutricional Parenteral no Domicílio UP – Úlcera por pressão VO – Via oral
Este Manual de Terapia Nutricional é um guia prático que reúne dados em um único documento e sugere instrumentos que poderão ser adotados nos serviços de saúde por seus profi ssionais habilitados, com o objetivo de ilustrar e facilitar a tomada de decisão na prática clínica diária.
Recomenda-se que todos os pacientes admitidos na unidade de internação hospitalar recebam a atenção da equipe responsável pela nutrição e que se mantenha uma integração com a equipe multiprofi ssional de terapia nutricional (EMTN) para melhor acompanhamento dos pacientes admitidos. Após avaliação nutricional realizada, as duas equipes deverão planejar e adequar o melhor cuidado ao paciente, incluindo a alta hospitalar.
A alta hospitalar responsável, conforme a Portaria nº 3.390/GM/MS, de 30 de dezembro de 2013, deve contemplar a orientação da terapia nutricional (TN) programada e orientada pela EMTN. Ainda no hospital, o cuidador responsável por acompanhar o paciente deve ser orientado quanto aos cuidados em TN no domicílio (BRASIL, 2015) e treinado quanto à adaptação ao sistema intermitente por bolus ou gotejamento.
Cada estabelecimento deverá adotar os instrumentos disponíveis que melhor se adequarem, de acordo com as especificidades para manter o aprimoramento das informações e das boas práticas da terapia nutricional na atenção especializada, na Rede de Atenção à Saúde (RAS) e no Sistema Único de Saúde (SUS).
Caso o profissional queira ou precise ir além das informações contidas neste manual, sugere-se que a busca seja realizada em outras referências.
Este manual reúne abordagens instrumentais de orientação nutricional para uso dos profi ssionais médicos, nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros, que trabalham na equipe multiprofi ssional de terapia nutricional (EMTN).
A atuação dos profi ssionais da EMTN deve ser diária, sempre que possível. Além dos benefícios clínicos que são esperados com a atuação adequada da equipe, benefícios econômicos também podem ser alcançados como, por exemplo, diminuição dos dias de internação, redução de glosas dos procedimentos de terapia nutricional (TN) no sistema de informação do Sistema Único de Saúde (SUS), diminuição de desperdício, entre outros.
As recomendações contidas neste documento são de caráter nacional e devem ser usadas pelos profi ssionais, podendo ser alteradas, de forma suplementar, considerando as especificidades de cada serviço de saúde no SUS. Essas recomendações devem ser submetidas à avaliação e à crítica da EMTN.
Este manual não substitui os protocolos institucionais de triagem e avaliação nutricional e protocolos de indicação e acompanhamento nutricional.
Recomendar a realização da triagem e avaliação, da indicação, do acompanhamento e da manutenção nutricional na atenção especializada hospitalar, no âmbito do SUS.
Recomendar que a realização da terapia nutricional ocorra aos primeiros sinais de risco nutricional, ainda no início da internação, seguindo protocolos institucionais de recomendação.
Na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), na primeira diretriz “Organização da Atenção Nutricional”, a atenção nutricional é defi nida como cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de agravos, devendo estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (BRASIL, 2012).
O Ministério da Saúde, em 2009, publicou a Portaria nº 120/SAS/MS, de 14 de abril, que conceituou a Assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional (papéis e qualidades técnicas necessárias), estabelecendo critérios e rotinas para habilitar serviços no atendimento para a assistência nutricional; subsidiando tecnicamente o controle e a implantação de serviços hospitalares; estabelecendo uma nova conformação para a Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Materiais Especiais do SUS e instituindo a necessidade de Protocolos de Triagem e Avaliação Nutricional e Protocolos de Indicação e Acompanhamento Nutricional.
A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar a desnutrição, preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos hospitalares (MCCLAVE et al., 2013; DROVER et al., 2011; WAITZBERG et al., 2006).
Estudos realizados apontam que parte dos indivíduos não se alimenta corretamente no período de internação hospitalar, levando à desnutrição, ao aumento das complicações e, consequentemente, ao aumento dos custos de internação para o SUS.
Ministério da Saúde
No Brasil, a desnutrição representa o fator de risco de morte mais importante em adultos entre 60 e 74 anos vivendo na comunidade, e essa associação se mostrou ainda mais forte em indivíduos acima de 75 anos de idade (FERREIRA et al., 2011).
Outro dado importante é que muitos pacientes já chegam às unidades de internação apresentando desnutrição, aproximadamente 50% dos pacientes admitidos (CRISTAUDI et al., 2011; AGUILAR-NASCIMENTO et al., 2011), podendo chegar a 80% em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, pâncreas e do trato gastrointestinal (MENDELSOHN et al., 2012; ARGILÉS, 2005; PINHO; TARTARI, 2011).
Na Europa, a desnutrição relacionada à doença é altamente prevalente, havendo 20 milhões de pacientes desnutridos, o que custa para os governos europeus 120 bilhões de euros por ano (LJUNGQVIST; MAN, 2009; LJUNGQVIST et al., 2010). Estudos europeus mais específicos sobre idosos vivendo na comunidade mostraram que a prevalência de desnutrição associada à doença varia de 19% na Rússia até 84% na Irlanda (FREIJER et al., 2012).
Infelizmente, os dados brasileiros sobre desnutrição são ainda mais negativos que os europeus. Um estudo descritivo, realizado na Escola Nacional de Saúde Pública, verificou que, no Brasil, entre 1980 e 1997, ocorreram 36.955 óbitos por desnutrição em idosos. Desse total, a maioria ocorreu na faixa etária de 70 anos e mais (OTERO et al., 2002).
No idoso, a perda de massa muscular característica dessa etapa (sarcopenia), em geral, está associada à desnutrição, que, por sua vez, relaciona-se com o aumento da susceptibilidade às infecções, maior taxa de mortalidade e redução da qualidade de vida. Entretanto, a desnutrição é frequentemente ignorada, pois é vista, erroneamente, como parte do processo normal de envelhecimento (OTERO et al., 2002).
De acordo com estudo multicêntrico realizado com base nos dados da pesquisa coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), denominada Saúde, bem-estar e envelhecimento (Sabe), em que foram avaliados idosos residentes no domicílio na cidade de São Paulo no ano 2000, a prevalência de desnutrição foi de 2,2% (n=15.600) e o risco de desnutrição foi de 23,1% (n=161.511), ou seja, ¼ (25,3%) da população apresentava algum déficit do ponto de vista nutricional. O mesmo estudo também verificou que a probabilidade de o idoso apresentar desnutrição aumenta de forma significativa com a idade, confirmando que a idade é fator de risco para desnutrição (ALVES, 2006).
Ministério da Saúde
de apetite ou dificultar a ingestão de alimentos, além de procedimentos de investigação e tratamento que demandam a necessidade de jejum e/ou alterações na composição da dieta. Detecção e intervenção inadequadas também podem resultar no agravamento do estado nutricional durante a internação (AQUINO; PHILIPPI, 2012).
Dessa forma, a melhor maneira para prevenir e tratar a desnutrição é pela implementação da terapia nutricional precoce, sugerida neste manual.
As atribuições gerais da EMTN devem seguir recomendações contidas na Resolução RDC/Anvisa nº 63, de 6 de julho de 2000, e na Portaria nº 272/MS/SNVS, de 8 de abril de 1998, ou em normas que venham a substituí-las.
Aos profissionais, de acordo com a disponibilidade, o treinamento e a avaliação da EMTN, sugere-se ao:
4.1.1 Médico
A indicação e a prescrição médica da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral (Tnep).
4.1.2 Nutricionista
A avaliação do estado nutricional dos pacientes, das necessidades nutricionais, tanto para a nutrição enteral (NE) quanto para a nutrição parenteral (NP) e pela prescrição dietética da Terapia Nutricional Enteral (TNE).
4.1.3 Enfermeiro
A prescrição, a administração e a atenção dos cuidados de enfermagem na TNE e administração da NP, observadas as recomendações das boas práticas da nutrição enteral e parenteral.
4.1.4 Farmacêutico
A competência em adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem da responsabilidade do nutricionista, bem como participar do sistema de garantia da qualidade.