Baixe Procedimentos Odontológicos: Cirurgias, Higienização das Mãos e Aferição de Sinais Vitales e outras Notas de aula em PDF para Materiais, somente na Docsity!
Manual de Propedêutica
Odontológica para
Clínica Cirúrgica
Kayane Dias Cuba
Lucas Peixoto de Araújo
Marcos Antonio Torriani
Alexandre Severo Masotti
MANUAL DE PROPEDÊUTICA
ODONTOLÓGICA PARA CLÍNICA CIRÚRGICA
Kayane Dias Cuba
Lucas Peixoto de Araújo
Marcos Antonio Torriani
Alexandre Severo Masotti
Pelotas, 2020
Apresentação
A partir da percepção de insuficiência de informações sobre rotinas básicas e procedimentos que abordem a propedêutica em clinica cirúrgica odontológica, observou-se a necessidade de uma pesquisa referente ao tema com o intuito de suprir esta deficiência, elaborando um manual que sistematize estes procedimentos, facilitando seu aprendizado. Dentre os mais diferentes tipos de procedimentos realizados pela odontologia, as cirurgias estão classificadas como uma das técnicas mais invasivas, em que podem colocar em risco a saúde sistêmica do nosso paciente, bem como a principal fonte de risco biológico ao profissional. Sendo assim, a cirurgia requer uma atenção redobrada do Cirurgião-Dentista, seja desde o preparo do ambiente para a realização do ato cirúrgico, passando pelo manejo do instrumental após a cirurgia, até ao acompanhamento pós-operatório do paciente. Diante de indicação cirúrgica é necessário avaliar o risco envolvido. Uma boa e completa anamnese e exames complementares são de extrema importância na avaliação pré-operatória para estimar os riscos que o paciente possa vir a apresentar, pois lidamos com os mais diferentes tipos de pacientes, desde aqueles com plena saúde até os sistemicamente comprometidos com variados graus de severidade. Os acadêmicos e odontólogos já formados, devem ter a consciência que estão lidando com vidas humanas, e com isso assumir os riscos e as responsabilidades que envolvem essa profissão. De um modo geral, as intervenções na cavidade oral possuem um elevado risco de contaminação biológica, mas nos procedimentos cirúrgicos mais invasivos esse risco aumenta, pois além do contato com a saliva do paciente temos o sangue proveniente dos atos cirúrgicos. Logo, frente a isso os acadêmicos e odontólogos devem estar cientes da importância da biossegurança na sua profissão, a fim de evitar contaminações e infecções cruzadas. É importante ser abordado, durante a graduação, conteúdos básicos como biossegurança, controle de sinais vitais, suporte básico de vida, técnicas de injeção, de calçar luvas estéreis, descarte correto de materiais, dentre outros, desde os períodos pré-clínicos, proporcionando maior segurança na realização das atividades
clinicas dos alunos. Além disso, sabemos que o conhecimento prévio e continuado facilita as tarefas de prevenção de acidentes, buscando a proteção tanto do aluno quanto dos pacientes, tendo os docentes um papel importante nesse processo de orientação e fiscalização durante as atividades clínicas e cirúrgicas. Em virtude disso, visando um atendimento odontológico integral e a fim de enriquecer e complementar o conhecimento e aprendizado dos acadêmicos de graduação da Faculdade de Odontologia da UFPel a partir de revisões de literatura, objetivamos elaborar um manual de propedêutica voltado para a clínica cirúrgica odontológica. Esse manual aborda temas como biossegurança, imunização, verificação de sinais vitais, suporte básico de vida, técnica de administração de injetáveis, bem como procedimentos técnicos que antecedem o ato cirúrgico.
- 1 Normas de Biossegurança
- 1.1 Métodos de esterilização
- 1.1.1 Lavagem dos instrumentais.....................................................................
- 1.1.2 Empacotamento dos materiais para esterilização....................................
- 1.1.3 Esterilização de artigos............................................................................
- 1.1.4 Armazenamento dos materiais esterilizados
- 1.1.5 Validade dos materiais esterilizados........................................................
- 1.1.6 Monitoramento da esterilização
- 1.2 Higienização das mãos............................................................................
- 1.2.1 Insumos necessários para higienização das mãos..................................
- 1.2.2 Equipamentos necessários......................................................................
- 1.2.3 Higienização simples das mãos...............................................................
- 1.2.4 Higienização antisséptica das mãos
- 1.2.5 Fricção antisséptica das mãos (com preparações alcoólicas)
- 1.2.6 Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos......................
- 1.2.7 Outros aspectos da higienização das mãos
- 1.3 Técnica de calçar luvas estéreis
- 1.3.1 Material necessário..................................................................................
- 1.3.2 Descrição do procedimento
- 1.3.3 Técnica para descalçar a luva estéril.......................................................
- 1.4 Acidentes perforocortantes
- 1.4.1 Conduta após acidente com material perforocortante
- 1.5 Ergonomia
- Referências Bibliográficas
- 2 Imunização
- 2.1 Vacina contra hepatite B..........................................................................
- 2.2 Vacina contra a influenza.........................................................................
- 2.3 Vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola.........................
- 2.4 Vacina dupla tipo adulto contra difteria, tétano e pertusis........................
- 2.5 Vacina contra varicela-zoster...................................................................
- 2.6 Vacina contra febre amarela....................................................................
- Referências Bibliográficas
- 3 SOAP: Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano
- Referências Bibliográficas
- 4 Sinais Vitais
- 4.1 Temperatura
- 4.1.1 Aferição da temperatura axilar
- 4.1.2 Material necessário..................................................................................
- 4.1.3 Descrição do procedimento
- 4.1.4 Aferição da temperatura timpânica
- 4.1.5 Material necessário..................................................................................
- 4.1.6 Descrição do procedimento
- 4.2 Frequência Respiratória...........................................................................
- 4.2.1 Valores de referência...............................................................................
- 4.2.2 Material necessário..................................................................................
- 4.2.3 Descrição do procedimento
- 4.3 Frequência Cardíaca
- 4.3.1 Valores de referência...............................................................................
- 4.3.2 Material necessário..................................................................................
- 4.3.3 Descrição do procedimento
- 4.4 Tensão Arterial.........................................................................................
- 4.4.1 Valores de referência...............................................................................
- 4.4.2 Material necessário..................................................................................
- 4.4.3 Descrição do procedimento
- 4.5 Dor
- 4.5.1 Descrição do procedimento
- 4.6 Glicemia...................................................................................................
- 4.6.1 Material necessário..................................................................................
- 4.6.2 Descrição do procedimento
- Referências Bibliográficas - Endovenosa 5 Técnicas de Injeção: Intramuscular, Subcutânea e
- 5.1 Via Intramuscular
- 5.1.2 Material necessário..................................................................................
- 5.1.3 Descrição do procedimento
- 5.2 Via subcutânea
- 5.2.1 Material necessário.................................................................................
- 5.2.2 Descrição do procedimento
- 5.3 Via endovenosa
- 5.4 Material necessário..................................................................................
- 5.5 Descrição do procedimento
- Referências Bibliográficas
- 6 Prescrição medicamentosa
- Referências Bibliográficas
- cardiorrespiratória 7 Suporte Básico de Vida: da lipotímia a parada
- 7.1 Lipotímia
- 7.2 Síncope ou Desmaio................................................................................
- 7.3 Hipotensão Postural.................................................................................
- 7.4 Superdosagem Anestésica
- 7.5 Convulsão
- 7.6 Asfixia por corpo estranho
- 7.7 Suporte Básico de Vida
- 7.8 Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
- 7.9 Considerações Finais
- Referências Bibliográficas
A seguir serão apresentados alguns conceitos dentro da biossegurança, como assepsia, antissepsia, desinfecção, EPI’s, métodos de esterilização, ergonomia, higienização das mãos e acidentes perfurocortantes.
- Assepsia Assepsia é uma palavra que vem do grego. O “a” significa ausência, privação, negação. O termo “sepsis” tem como significado putrefação, podridão. Finalmente o sufixo “ia”, que é o sufixo usado para os substantivos abstratos da medicina e de outras áreas. Curadoria, por exemplo, não é da área médica e apresenta o sufixo “ia”. Logo, o significado de assepsia pode ser, então, simplesmente desinfecção. De acordo com Moriya e Módena (2008), assepsia é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção.
- Antissepsia A antissepsia é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-organismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes (MORIYA E MÓDENA, 2008).
- Degermação Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de microrganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão. É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele. Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da microbioota existente nas camadas superficiais da pele, também chamada microbiota transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou microbiota residente (MORIYA E MÓDENA, 2008).
- Desinfecção A desinfecção é definida como um processo físico ou químico que elimina a maioria dos microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos (BRASIL, 2006).
- EPI’s Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (Figuras 1 e 2). A Norma Regulamentadora - NR6 do Ministério do Trabalho, descreve sobre a obrigatoriedade do fornecimento dos equipamentos de proteção individual (EPI) aos empregados, gratuitamente, adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento (BRASIL,1978). Cabe ao responsável técnico pelo serviço odontológico providenciar a aquisição dos EPI’s e orientar a equipe quanto aos tipos de EPI’s e as indicações de uso, devendo: a) Adquirir os EPI’s adequados ao risco de cada atividade. b) Exigir seu uso. c) Fornecer ao trabalhador somente aqueles EPI’s aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado e conservação dos mesmos. e) Substituí-los imediatamente, quando danificados, com data de validade vencida ou extraviados. Tipos e indicações de EPI’s para profissionais da odontologia: a) Gorro: É uma barreira mecânica contra a possibilidade de contaminação por secreções, aerossóis e produtos, além de prevenir acidentes e evitar a queda de cabelos nas áreas de procedimento. Deve ser descartável, cobrir todo o cabelo e as orelhas e ser trocado sempre que necessário ou a cada turno de trabalho. Recomenda-se o uso pelo paciente em casos de procedimentos cirúrgicos; b) Óculos de Proteção: Protegem os olhos das secreções, aerossóis e produtos químicos utilizados durante os procedimentos odontológicos e na limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Os óculos devem possuir as laterais largas, ser confortáveis, com boa vedação lateral, e totalmente transparente, permitir a lavagem com água e sabão, desinfecção quando indicada, sendo guardados em local limpo, secos e embalados. Dependendo do procedimento, recomenda-se o uso também pelo paciente para evitar acidentes. Os óculos são medidas de segurança
Figura 1: vestimenta completa recomendada para o Cirurgião-Dentista. Figura 2: Membros inferiores cobertos.
1.1 Métodos de esterilização
Esterilização é a destruição ou remoção de todas as formas de vida microbiana de um dado material. O Ministério da Saúde em Manual de Controle de Infecção Hospitalar (BRASIL, 1994), recomendou a classificação de Spaulding para objetos inanimados, conforme o risco potencial de transmissão de infecção que apresentam. Esta classificação tem sido utilizada rotineiramente também na Odontologia, já que no consultório odontológico o contato entre o instrumental e o paciente é constante. Nesta classificação os materiais são considerados como artigos críticos, semi- críticos e não-críticos. Artigos críticos são todos aqueles que penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular e em outros órgãos isentos de microbiota própria, bem como todos àqueles que estejam conectados com eles. Instrumentos que tocam em pele e mucosa não íntegras também são considerados críticos. Estes artigos devem estar
obrigatoriamente esterilizados ao serem utilizados. Artigos semi-críticos são todos aqueles que entram em contato apenas com mucosa íntegra, capaz de impedir a invasão dos tecidos subepiteliais. Estes artigos também devem estar esterilizados. Para artigos semi-críticos aceita-se desinfecção apenas para àqueles itens que não podem ser esterilizados por procedimentos físicos. Artigos não-críticos são todos aqueles que entram em contato com pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente. Estes artigos devem sofrer procedimentos de desinfecção (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000; GUIMARÃES JÚNIOR, 2001).
1.1.1 Lavagem dos instrumentais
A lavagem dos instrumentais é dada pela remoção mecânica de sujidades, tendo como finalidade a redução da carga microbiana, matéria orgânica e os contaminantes de natureza inorgânica, garantindo o processo de desinfecção e esterilização e a manutenção da vida útil do artigo. Todos os materiais que tiverem contato com o campo operatório devem passar pelo processo de lavagem( BRASIL, 2006). Deve ser feita utilizando-se os EPIs (luvas e borracha resistente e de cano longo, gorro, máscara, óculos de proteção, avental impermeável e calçados fechados, representado na Figura 3). O manuseio dos instrumentais deve ser cuidadoso para evitar acidentes ocupacionais. A lavagem deve ser realizada com escovas de cerdas macias, escova com cerdas de aço para brocas, pia com cuba profunda própria para esta finalidade e preferencialmente com torneira com jato direcionável e detergente (Figura 4). Após a lavagem, deve ser feito o enxágue dos materiais em água potável e corrente, garantido a remoção total da sujidade e do produto utilizado na limpeza (Figura 5). Deve-se realizar uma inspeção visual para verificar a eficácia do processo, se necessário repete-se o procedimento de limpeza. Por fim, realizamos a secagem do material, que deve ser criteriosa para evitar que a umidade interfira nos processos e para diminuir a possibilidade de corrosão dos artigos. Pode ser realizada com a utilização de pano limpo e seco, exclusivo para esta finalidade. (Figura 6).
Figura 7: Materiais embalados e selados. Figura 8: identificação da embalagem para esterilização.
1.1.3 Esterilização de artigos
Na Odontologia, os processos de esterilização indicados são:
- Físicos: utilizando-se o vapor saturado sob pressão. Realizado em autoclave, onde os microrganismos são destruídos pela ação combinada da temperatura, pressão e umidade, que promove a termo a coagulação e a desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. Atualmente, existem três tipos de autoclave disponíveis no mercado: gravitacional (o ar é removido por gravidade, sendo que o ar frio, mais denso, tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da câmara, quando o vapor é admitido), pré-vácuo /alto vácuo (o ar é removido com o uso de bombas de vácuo, podendo ser um único pulso ou seguidas injeções e retiradas rápidas de vapor, é a utilizada nos consultórios odontológicos) e autoclaves de ciclo flash (recomendado para esterilização apenas em situações de uso imediato do artigo, seja acidentalmente contaminado durante um procedimento ou na ausência de artigo de reposição). Os padrões de tempo, temperatura e pressão para esterilização pelo vapor variam de acordo com o aparelho e encontram-se dentro de: 121° C a 127°C (1 atm pressão) por 15 a 30 minutos (gravitacional) e 132° C a 134° C (2 atm pressão) por quatro a sete minutos de esterilização (pré-vácuo).
- Químicos: podem ser utilizadas soluções, embora estejam caindo em desuso (ANVISA, 2010): - Glutaraldeído à 2%: Após a realização da limpeza e secagem do artigo, este deve ser imerso totalmente na solução de glutaraldeído a 2%, em recipiente de plástico e com tampa, por 10 horas. O profissional deve fazer
uso de EPI’s durante a manipulação, tais como avental, luvas de borracha, óculos e máscaras próprias para vapores orgânicos. O enxágue final deve ser rigoroso, em água estéril, e a secagem, com compressas esterilizadas, é obrigatória, devendo o artigo ser utilizado imediatamente. É recomendado que o manuseio desta solução seja realizado em ambiente com boa ventilação;
- Ácido peracético a 0,2%: promove desnaturação de proteínas, alteração na permeabilidade da parede celular, oxidação de ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas, enzimas e outros componentes básicos. Deve-se salientar que a esterilização química deve ser utilizada somente nas situações em que não há outro recurso disponível.
1.1.4 Armazenamento dos materiais esterilizados
O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos demais, em armários fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e a uma distância mínima de 20cm do chão, 50cm do teto e 5cm da parede, respeitando-se o prazo de validade da esterilização.
1.1.5 Validade dos materiais esterilizados
Cada serviço deve realizar a validação do prazo de esterilização dos artigos, recorrendo a testes laboratoriais de esterilidade, considerando os tipos de embalagem utilizados, os métodos de esterilização, as condições de manuseio e os locais de armazenamento.
1.1.6 Monitoramento da esterilização
O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de monitoramento físico, químico e biológico.
- Monitoramento físico: consiste na observação e registro dos dados colhidos nos mostradores dos equipamentos, como a leitura da temperatura, da pressão e do tempo em todos os ciclos de esterilização;
insumo. Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados, com realização de controle microbiológico semestral; b) Sabões: Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n o^ 481, de 23 de setembro de 1999. Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar ressecamentos e dermatites. A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Para confirmar a legalidade do produto, pode-se solicitar ao vendedor a comprovação de registro na Anvisa; c) Agentes antissépticos: são substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan.
1.2.2 Equipamentos necessários
a) Lavatórios: Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de recursos para secagem das mãos. No lavabo cirúrgico, o acionamento e o fechamento devem ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou célula fotoelétrica; b) Dispensadores de sabão e anti-sépticos: para evitar a contaminação do sabão líquido e do produto anti-séptico, têm-se as seguintes recomendações:
- Os dispensadores devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento;
- No caso dos recipientes de sabão líquido e anti-séptico ou almotolias não serem descartáveis, deve-se proceder à limpeza destes com água e sabão (não utilizar o sabão restante no recipiente) e secagem, seguida de desinfecção com álcool etílico a 70%, no mínimo uma vez por
semana ou a critério do Centro de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH);
- Não se deve completar o conteúdo do recipiente antes do término do produto, devido ao risco de contaminação;
- Para os produtos não utilizados em recipientes descartáveis, devem-se manter os registros dos responsáveis pela execução das atividades e a data de manipulação, envase e de validade da solução fracionada;
- A validade do sabão, quando mantida na embalagem original, é definida pelo fabricante e deve constar no rótulo;
- A validade do produto fora da embalagem do fabricante ou fracionado deve ser validada para ser estabelecida, ou seja, pode ser menor que aquela definida pelo fabricante, pois o produto já foi manipulado; essa validade pode ser monitorada, por exemplo, pelo uso de testes que apurem o pH, a concentração da solução e a presença de matéria orgânica;
- Deve-se optar por dispensadores de fácil limpeza e que evitem o contato direto das mãos. Escolher, preferencialmente, os do tipo refil. Neste caso, a limpeza interna pode ser feita no momento da troca do refil;
- Porta papel toalha: O porta-papel-toalha deve ser fabricado, preferencialmente, com material que não favoreça a oxidação, sendo também de fácil limpeza. A instalação deve ser de tal forma que ele não receba respingos de água e sabão. É necessário o estabelecimento de rotinas de limpeza e de reposição do papel;
- Lixeira para descarte do papel toalha: junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo necessária a existência de tampa. No caso de se optar por mantê-lo tampado, o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilização das mãos;
- Técnica: As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em: a) Higienização simples das mãos; b) Higienização anti-séptica das mãos;