




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Manual de Fitopatologia II
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 17/04/2010
4.5
(2)3 documentos
1 / 690
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Em oferta
Volume 2: Doenças das Plantas Cultivadas
*** Alunos do Curso de Pós-graduação, Departamento de Fitopatologia, ESALQ-USP PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO**
É com prazer que apresentamos aos engenheiros-agrônomos, estudantes e técnicos brasileiros a terceira edição do Manual de Fitopatologia: Doenças das Plantas Cultivadas (Volume 2). Desde a publicação da primeira edição, em 1968, mais de 40.000 exemplares do Manual já foram vendidos, fatos
sem precedente na história da Fitopatologia brasileira. Esta terceira edição mantém a divisão em dois volumes introduzida na edição anterior. Da mesma forma que ocorreu com o Volume 1 (Manual de Fitopatologia: Princípios e Conceitos), publicado em 1995, neste Volume 2 houve significativa ampliação do material apresentado: das 37 culturas abordadas na segunda edição, publicada em 1980, passou-se agora para 67 culturas, tornando este Manual ainda mais abrangente e de maior utilidade para nossos profissionais e estudantes da área agronômica. O número de ilustrações coloridas também foi consideravelmente aumentado. Nesta edição, optou-se pela apresentação das doenças de cada cultura de acordo com sua etiologia, na seguinte seqüência: doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e nematóides. A nomenclatura dos vírus causadores de doenças de plantas foi atualizada de acordo com o lnternational “Cormmittee on Taxonomy of Viruses” (Archives of Virology, Suppl. 10, 1995. 586 P ). Apesar das mudanças, esta edição mantém os mesmos objetivos das anteriores. Como foi dito Com propriedade no prefácio da primeira edição, em 1968, este livro “ não tem pretensões de ser um tratado de fitopatologia, nem de abordar todos os temas ventilados com profundidade ou originalidade. Limitamo-nos a apresentar os temas como são tratados nas várias disciplinas de Fitopatologia da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz” , da Universidade de São Paulo, de forma a possibilitar aos estudantes e engenheiros-agrônomos uma visão geral acerca dos princípios e conceitos básicos da Fitopatologia, num livro eminentemente didático”. Finalmente, não poderíamos deixar de destacar o apoio recebido de numerosas pessoas e organizações: dos autores dos diversos capítulos, pela confiança manifestada no nosso trabalho; de nossos alunos de pós-graduação, pelas sugestões na fase de planejamento deste volume e pelas correções feitas no texto; do Departamento de Fitopatologia da ESALQ-USP, pelas excelentes condições de trabalho que sempre ofereceu; das agências de fomento FAPESP, CNPq, CAPES, FINEP e Comunidade Econômica Européia, pelo imprescindível apoio financeiro para a formação científica da maioria dos autores; à Editora Agronômica ‘Ceres’, na pessoa do engenheiro- 0 0 1 F agrônomo Jose Peres Romero, que tudo iniciou, pelo estímulo constante.
Os editores
Índice
1. DOENÇAS DO ABACATEIRO 10 E. Piccinin & S. F. Pascholati 2. DOENÇAS DO ABACAXI 18 A. de Coes 3. DOENÇAS DA ALCACHOFRA 24 M. M. F. B. dos Santos, j.R. Stangarlin & S.F. Pascholati
E. L. Furtado
25. DOENÇAS DOS CITROS 246 E. Feichtenberger, G. W. Müller & N. Guirado 26. DOENÇAS DO COQUEIRO 280 R. L. R. Mariano 27. DOENÇAS DO CRAVEIRO-DA-ÍNDIA 294 M. Dalla Pria & L. E. A. Camargo 28. DOENÇAS DAS CRUCIFERAS 297 A. C. Maringoni 29. DOENÇAS DAS CUCURBITÁCEAS 307 C. Kurozawa & M. A. Pavan 30. DOENÇAS DO DENDEZEIRO 319 D. R. Trindade 31. DOENÇAS DA ERVA-MATE 325 A. Grigoletti júnior & C. G. Auer 32. DOENÇAS DA ERVILHA 328 J.R. Stangarlin, S. E. Pascholati & C. L. Salgado 33. DOENÇAS DO EUCALIPTO 337 T. L. Krugner & C. G. Auer 34. DOENÇAS DO FEIJOEIRO 353 A. Bianchini, A. C. Maringoni & S. M. T. P. G. Carneiro 35. DOENÇAS DA FIGUEIRA 376 S. R. Galleti & j. A. M. Rezende 36. DOENÇAS DE FRUTEIRAS DA AMAZÔNIA 382 S. M. Véras, M. I. P. M. Lima & L. Gasparotto 37. DOENÇAS DO FUMO 387 C. V Godoy & C. L. Salgado 38. DOENÇAS DO GENGIBRE 396 P C Ceresini & N. R. X. Nazareno 39. DOENÇAS DO GERGELIM 401 N. A. Wulff & 5. E. Pascholati 40. DOENÇAS DO GIRASSOL 409 R. M. V. B. C. Leite 41. DOENÇAS DA GOIABEIRA 422 E. Piccinin & S. E. Pascholati 42. DOENÇAS DO GRÃO-DE-BICO 428 J. R. Stangarlin & S. E. Pascholati 43. DOENÇAS DO GUARANA 430 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri 44. DOENÇAS DO INHAME 434 R. M. Moura
45. DOENÇAS DA MACIEIRA E OUTRAS POMÁCEAS 440 J. Bleicher 46. DOENÇAS DO MAMOEIRO 452 J. A. M. Rezende & M. I. Fancelli 47. DOENÇAS DA MAMONEIRA 463 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo 48. DOENÇAS DA MANDIOCA 466 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo 49. DOENÇAS DA MANGUEIRA 475 I. J. A. Ribeiro 50. DOENÇAS DO MARACUJAZEIRO 488 C. Pio-Ribeiro e R. de L. R. Mariano 51. DOENÇAS DA MENTA 498 M. M. E. B. dos Santos, J. R. Stangarlin & S. E. Pascholati 52. DOENÇAS DO MILHO 500 O. A. P. Pereira 53. DOENÇAS DO MORANGUEIRO 516 M. A. S. Tanaka, J. A. Betti & H. Kimati 54. DOENÇAS DA NOGUEIRA PECAN 530 E. R. N. Ortiz & L. E. A. Camargo 55. DOENÇAS DA PIMENTA-DO-REINO 536 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri 56. DOENÇAS DOS PINHEIROS 541 T. L. Krugner & C. G. Auer 57. DOENÇAS DAS PLANTAS ORNAMENTAIS 549 P. Caldari Junior, J. C. de Freitas & J. A. M. Rezende 58. DOENÇAS DO QUIABEIRO 571 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo 59. DOENÇAS DE ROSÁCEAS DE CAROÇO 576 J. Bleicher 60. DOENÇAS DA SERINGUEIRA 583 D. R. Trindade & E. L. Furtado 61. DOENÇAS DA SOJA 596 A. M. R. Almeida, L. P. Ferreira, J. T. Yorinori, J. E. V. Silva & A. A. Henning 62. DOENÇAS DAS SOLANÁCEAS 618 C. Kurozawa & M. A. Pavan 63. DOENÇAS DO SORGO 628 R. C. Panizzi & N. G. Fernandes 64. DOENÇAS DO TOMATEIRO 641 C. Kurozawa & M. A. Pavan
( Persea americana Mill.) E. Piccinin & S. F. Pascholati
O abacateiro é cultura originária do continente americano, tendo México e Guatemala como seu centro de diversidade. Todas as variedades comerciais de abacate são da espécie Persea americana, que subdivide-se em duas variedades botânicas: a antilhana ( P americana var. americana ) e a mexicana ( P. americana var. drymifolia ). Encontramos também híbridos de P americana var. americana com P nubigena var. guatemalensis. Por tratar-se de uma fruta tropical, existe interesse no abacate para fins de exportação, sendo o mesmo apreciado pelo mercado americano e europeu.
GOMOSE - Phytophthora cinnamomi Rands
Sintomas - A gomose ou podridão de raízes do abacateiro é uma das principais doenças da cultura tanto em viveiro como em campo. Sintomas desta doença são muito semelhantes aos da gomose dos citros, iniciando-se com amarelecimento generalizado das folhas, lembrando deficiência de nitrogênio. A seguir, ocorre queda das folhas e exposição dos ramos. Observa-se também seca de ramos do ponteiro. Frutos raramente apresentam sintomas da doença. É comum ocorrer, no entanto, um repentino aumento na produção de frutos menores na fase que antecede a morte das plantas. As raízes exibem descoloração e sintomas de necrose, e as radicelas ficam quase que totalmente destruídas. Fendilhamento da casca, na região próxima ao colo da planta, pode também ser observado, associado à exsudação de goma. Tecidos localizados logo abaixo da casca fendilhada apresentam coloração marrom e necrose. De um modo geral, a doença somente é percebida em estádio muito avançado, quando torna-se muito difícil seu controle, culminando com a morte da planta. Etiologia - O fungo P cinnamomi pertence à subdivisão Mastigomycotina e classe Oomycetes, apresentando hifa não-septada. O patógeno produz esporos assexuais, os zoósporos, que são liberados na presença de água e infectam o hospedeiro. Como estrutura de reprodução sexuada, o fungo produz oósporos, que apresentam paredes espessas e servem como estrutura de resistência. Esse patógeno tem boa capacidade saprofítica, podendo sobreviver por longos períodos desta forma. A sobrevivência do mesmo no solo e na ausência de plantas hospedeiras pode chegar até oito anos na forma de clamidósporo, e em raízes infectadas no mínimo 15 anos. O fungo necessita de água livre para que os zoósporos possam se locomover e infectar o hospedeiro. Portanto, a ocorrência da doença depende da presença de umidade elevada no solo, bem como de temperaturas entre 21 e 30 0 C. Temperaturas acima de
33ºC inibem o desenvolvimento da doença completamente, enquanto que temperaturas entre 9 e 12 0 C reduzem muito sua incidência. Na literatura internacional são relatadas outras espécies de Phytophthora atacando o abacateiro,
como P cactovorum e P citricola, que, normalmente não causam cancros, apenas podridões de raízes. Controle - Medidas de controle incluem: a) uso de porta-enxertos tolerante ao fungo, como os mexicanos Barr Duke, Duke, D9, Thomas, Toro Canyon, Borchard, Topa Topa e G-6; os guatemalenses G1033, Martin Grande (híbridos deR americana com P schiendeana Ness) G755a, G755b, G755c, UCR 2007, UCR 2008,UCR 2022, UCR 2023 e UCR 2053; e G-755 (P schiedeana); b) aquisição ou produção de mudas de qualidade; c) remoção de restos de cultura tanto em viveiro como em campo; d) plantio de mudas em locais não encharcados; e) cuidados com o balanço nutricional. Níveis elevados de nitrogênio e pH e baixos de cálcio e fósforo aumentam a predisposição da planta à doença; f) evitar ferimentos nas raízes ou mesmo no tronco das árvores, pois constituem-se em vias de entrada do patógeno na planta; g) usar fungicidas quando a doença é constatada em seu início. Entre os fungicidas com possibilidade de uso temos: metalaxyl (aplicação via solo) e fosetyl alumínio (pulverização foliar).
PODRIDÃO DE RAÍZES - Rosellinia necatrix Prill ( Dematophora necatrix )
De maneira geral, a podridão de Rosellinia não tem grande importância econômica, sendo problema apenas em áreas isoladas. É uma doença típica de áreas recém-desbravadas, devido a alta capacidade saprofítica do patógeno. Sintomas - Inicial mente observa-se murcha e sintomas que lembram deficiência nutricional, caracterizados por amarelecimento foliar. A doença manifesta-se de maneira lenta, levando alguns meses ou até anos para matar o hospedeiro. São comuns sintomas de murcha ou seca de folhas mais novas, ocasionando seca de ponteiros, que pode ocorrer por toda a planta ou apenas cm algum lado da planta, correspondendo ao lado do sistema radicular afetado. Sintomas e sinais nas raízes caracterizam-se por podridão e coloração branca logo abaixo da casca. Etiologia - Em geral o fungo ascomiceto R. necatrix, um parasita facultativo, é facilmente encontrado cm restos de troncos, raízes mortas ou matéria orgânica devido à sua capacidade saprofítica. Em condições de elevada umidade, o patógeno pode formar cordões miceliais de coloração negra sobre as raízes ou sobre a matéria orgânica próxima à planta atacada. E comum também a presença de peritécios sobre raízes, quando o estado de podridão radicular mostra-se bem avançado. Controle - Deve-se: evitar o plantio em áreas recém-desbravadas ou cm regiões muito ricas em matéria orgânica; amontoar e queimar restos de cultura e raízes presentes no solo; eliminar plantas doentes e seus sistemas radiculares através da queima dos mesmos, se possível no próprio local, e alqueivar o solo; evitar o plantio em solos úmidos; evitar ferimentos nas plantas, principalmente nas raízes, durante as operações de cultivo; utilizar porta-enxertos resistentes (as variedades mexicanas e guatemalenses são muito sensíveis ao patógeno).
CANCRO E PODRIDÃO DE FRUTO - Dothiorella gregaria Sacc. Sintomas - Podem ser observados tanto em ramos, tronco ou ainda em frutos, neste último caso sendo mais comuns em pós-colheita. Nos ramos e troncos, a doença manifesta-se através de fendilhamento e escamamento, sendo possível observar uma massa branca pulverulenta nos pontos de fendilhamento.
primeira vez em 1938 em Limeira. E uma das principais doenças do abacateiro, visto que a mesma, além de depreciar a aparência do fruto, pode provocar também a queda de frutos jovens bem como o subdesenvolvimento em situações de alta severidade de doença. Sintomas - São observados principalmente nos frutos, na forma de pequenas pontuações eruptivas, verrugosas, com tamanho de 5 a 6 mm de coloração marrom, que aumentam rapidamente e coalescem. A infecção nos frutos nunca ultrapassa a casca. A doença também pode ocasionar sintomas em folhas, na forma de pequenas pontuações de cor chocolate, com 1 a 2 mm de diâmetro, arredondadas quando localizadas no limbo foliar e ligeiramente alongadas quando nas nervuras, lembrando cochonilhas. Quando severamente atacadas, as folhas tendem a deformar e até mesmo sofrer rompimento do limbo foliar, além de redução da área fotossintética. Etiologia - A doença é ocasionada pelo fungo S. perseae, que ataca folhas com no máximo 3 cm de comprimento e frutos com menos de 5 cm e desenvolve-se somente em condições de umidade elevada. Controle - Recomenda-se a utilização de variedades resistentes. Variedades pertencentes ao grupo antilhano apresentam elevada suscetibilidade à verrugose das folhas e menor de fruto. Variedades do grupo guatemalense, por sua vez, apresentam elevada suscetibilidade nos frutos e baixa nas folhas. O controle da doença pode também ser feito com a aplicação de fungicidas cúpricos. No caso dos frutos, deve-se iniciar o controle quando pelo menos 2/3 das pétalas caírem e mantê-lo até os frutos atingirem 5 cm de diâmetro. Para as folhas, o controle deve ser leito somente nos períodos de brotações até que as mesmas atinjam um mínimo de 3 cm de comprimento. Em viveiro de mudas, para variedades do grupo guatemalense, deve-se realizar aplicação quinzenal de fungicidas cúpricos.
CERCOSPORIOSE - Cercospora purpurea Cooke, C. perseae Ellis & Martin Esta doença é muito importante nos cultivos de abacate da América Latina e Flórida. Sintomas - Nos frutos são caracterizados por pequenas lesões, ligeiramente deprimidas e irregulares, de coloração marrom e bordos definidos. Em condições de alta umidade, podem surgir alguns pontos de coloração acinzentada no centro das lesões, os quais correspondem à esporulação do patógeno. Lesões nos frutos apresentam tamanhas aproximadas de 3 a 6 mm de diâmetro e, com o envelhecimento, tendem a provocar fissuras nos tecidos, possibilitando a infecção por outros patógenos. A queda de frutos é um dos sintomas mais severos da doença, podendo acarretar elevada perda na produção. Sintomas nas folhas caracterizam-se pela presença de lesões angulares de coloração marrom ou cinza, com halo clorótico. As lesões apresentam tamanho de 1 a 3 mm de diâmetro e são visíveis nas duas faces da folha, tendendo a coalescer. Tecidos necrosados no centro das lesões tendem a cair, facilitando o rasgamento do limbo foliar. As lesões podem ocorrer também no pedúnculo dos frutos, o que induz a queda dos mesmos. Essas lesões mostram-se muito semelhantes às do fruto, porém de coloração escura, formato circular e tamanho aproximado de 1 a 5 mm. Etiologia - No Brasil foram encontradas 2 espécies de Cercospora associadas à doença: Cercospora purpurea e C. perseae. A primeira é a única relatada até o momento no Estado de São Paulo. A incidência da doença inicia-se gradativamente na primeira metade do período chuvoso, atingindo um pico nos meses de junho e julho. Nesse momento, inicia-se a queda das folhas. A sobrevivência do patógeno na cultura dá-se
através das infecções foliares. Visto que a principal forma de disseminação do patógeno é por via aérea, a ocorrência da doença nos frutos é observada desde o início da frutificação. Controle - Recomenda-se o uso de variedades resistentes, entre as quais as resistentes Collinson e Pollock (variedades antilhanas) e as medianamente resistentes Price, Simminds e Linda (variedades guatemalenses). Wagner é altamente suscetível (variedade guatemalense). O controle químico é complicado devido ao porte da planta e à inexistência de produtos de boa eficiência registrados para o uso na cultura. Porém, é possível a aplicação) de cúpricos e ditiocarbamatos em casos onde a doença ocorre após a queda das folhas, pouco antes da florada do abacateiro, e logo após a queda de 2/3 das pétalas.
ANTRACNOSE - Glomerella cingulata (Stonem) Spauld & Schrenk ( Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Sacc.). Sintomas - A antracnose afeta principalmente frutos, sendo possível encontrar o patógeno infectando folhas, flores e ramos, porém sem ocasionar danos à cultura. Sintomas em folhas são caracterizados por manchas necróticas de coloração escura, com bordos definidos e formato irregular. O patógeno pode ocorrer também nos ramos, causando necroses escuras e seca dos ramos e ponteiros, sendo este um sintoma de ocorrência rara. As flores podem ser facilmente afetadas pelo patógeno, ocorrendo seca ou abscisão das mesmas ou então serem infectadas através do botão floral, o que afetará o desenvolvimento do fruto, causando queda prematura e/ou podridão. Sintomas nos frutos são característicos, iniciando-se por pequenas pontuações de coloração marrom a preta, com formato circular e tamanho aproximado de 6-13 mm, de diâmetro. As lesões tendem a evoluir atingindo parte do fruto ou necrosando-o completamente. As necroses ultrapassam a casca e alcançam a polpa do fruto. Uma vez dentro do fruto, o fungo causa um escurecimento da polpa de coloração marrom ou bege. É muito comum a ocorrência de frutos com podridão no pedúnculo, a qual tem início nas infecções ocorridas nas flores ou em pós-colheita no ponto de cicatrização, caso ocorra a queda do pedúnculo. Em geral, este tipo de sintoma leva ao apodrecimento de todo o fruto, acarretando na planta a queda do mesmo. Podridões de frutos ocorrem em frutos maduros, sendo raros os efeitos em frutos verdes. A doença somente adquire importância em pomares mal tratados ou debilitados nutricionalmente. Etiologia - O patógeno Colletotrichum gloeosporioides corresponde, na forma teleomórfica, a Glomerella cingulata. O fungo necessita de água livre para que ocorra a germinação e infecção, sendo a faixa ideal de temperatura para o crescimento 22-27 0 C. Permanece latente em frutos verdes, causando
sintomas apenas após seu amadurecimento. Controle - Deve ser realizado através de adubações e técnicas de manejo adequadas. Podas de limpeza e queima de material doente devem ser realizadas, no mínimo, anualmente. Ferimentos nos frutos devem ser evitados através de cuidados durante as operações de colheita e pós-colheita e controle de insetos. É importante lembrar que a manutenção do pedúnculo nos frutos no momento da colheita contribui para evitar a podridão de frutos. Frutos devem ser conservados em câmaras frias sob concentrações adequadas de CO 2. Não existem fungicidas eficientes registrados para uso na cultura visando o controle desta enfermidade.
MURCHA – Verticillium albo-atrum Reinke & Berth. A murcha de Verticillium é a única doença vascular conhecida que ocorre no abacateiro, sendo casual
Mancha-da-Folha - Cephaleuros virescens Kunze - Caracteriza-se pela presença de manchas de coloração ocre, mais ou menos rego lares, as quais destacam-se facilmente das folhas quando raspadas. Não representa dano econômico, exceto em regiões litorâneas com alta umidade e temperatura. Os danos causados são advindos da redução da área fotossintética das folhas, sendo o controle efetuado pela aplicação de fungicidas cúpricos.
Balmer, E. Doenças do abacateiro. In: Galli, F. Manual de fitopatologia - Doenças das plantas cultivadas, São Paulo, Editora Agronômica Ceres, vol. 2, p. 9-18, 1980. Bitancourt, A. A. A verrugose do abacateiro. O Biológico 2:157-160, 1936. Campos, J. S. Abacaticultura paulista. Boletim Técnico n 0 181. CATI, Campinas. SP. 92p. 1984. Campos, J. S. Cultura racional do abacateiro. Editora Ícone Ltda., São Paulo. p. 99-197, 1988. Cappellini, R. A. Disorders in avocado, mango and pincapple shipments lo the New York market. 1972-1985. Plant Disease 72 :270-273, 1988. Coffey, M. D. Phvtophthom root rot of avocado, an integrated approach to control in California. Plant Disease 71: 1046-052, 1987. Coffey. M. D. & Ohr, H.D. Chemical control of Phytophthora cinnamomi on avocado rootstocks. Plant Disease 68: 956-958, 1984. Darvas, J.M.; Kotzé, J.M. Wehner, F.C. Field occurrence and control on fungi causing postharvest decay of avocados. Phytophlactica 19:453-455, 1987. Darvas, J.M.; Kotzé, J.M.; Wehner, F.C. Pathogenicity of fungi causing pre-and postharvest diseases of avocado fruits. Phytophlactica 19:489-493, 1987. Darvas, J.M.; Kotzé, J.M.; Wehner, F.C. Effect of treatment after picking on the incidence of postharvest fruit discases of avocado. Phytophlactica 22:93-96, 1990. Darvas, J.M. Toerien, J.C.; Mune, D.L. Control of avocado root rot by trunk injection with phosethyl 0 0 1 F Al. Plant Disease 68: 691-693, 1984. Falcon, M.F.; Fox, R.L.; Trujillo, E.E. Interaction of soil pH, nutrients and moisture on Phytophthora root rot of avocado. Plant and Soil 81 :165-176, 1984. Gargor, B.K.; Guillemet, F.B.; Coffey, M.D. Comparison of field resistance to Phytophthora cinnamomi in twelve avocado rootstocks. HortScience 25: 1655-1656, 1990. Hino, T. & Tokeshi, H. Varietal resistance of avocado to cercosporiosis and some observations on the discase cycle. Summa Phytopathologica 2:127-132, 1976. Ploetz, R.C.; Zentmeyer, G.A.; Nishijima, W.T.; Rohrbach, K.G.; Ohr, H.D. Compendium of tropical fruit diseases. St. Paul, APS Press, 1994. 88 p. Prusky, D.; Plumbley, R.A. Kobiler, I.; Zauberman, G. Fuchs, Y. The effect of elevated CO 2 levels on the symptom expression of Colletotrichum gloeosporioides on avocado fruits. Plant Pathology 42:900-904,
Rossetti, V. Podridão das raízes do abacateiro. O Biológico 24:249, 1980.
Rossetti, V. Abacateiro com podridão do pé. O Biológico 29:249, 1980. Souza, S. M. C. Doenças em frutíferas - Abacate. Informe Agropecuário 11: 3-5, 1985. Zentmyer, G. A. Avocado diseases. Tropical Pest Management 30: 388-400, 1984.
( Ananas comosus (L.) Merr.).
Trigona spinipes. A disseminação a longas distâncias dá-se principalmente por meio de mudas infectadas. Sob condições de laboratório, o crescimento micelial e a esporulação de F subglutinans dá-se entre 10 e 30 0 C (máximo a 25 0 C). Abaixo de 90% de umidade relativa do ar a germinação dos conídios é consideravelmente reduzida. Em condições de campo, tem-se verificado uma alta correlação entre a incidência de chuva durante o florescimento e a severidade da doença. Pelo fato de não produzir estrutura de resistência, isto é, clamidósporos, e apresentar baixa capacidade competitiva, F subglutinans não sobrevive no solo por longos períodos. Mudas infectadas e enterradas perdem a capacidade de servir como fonte de inóculo após 30 dias. Entretanto, tem-se comprovado a eficiência do patógeno na forma epífita em folhas de abacaxi e de ervas daninhas. Controle - Nenhuma medida tem, isoladamente, dado resultado satisfatório no controle da doença. Torna-se necessário, portanto, a combinação de várias técnicas. Essas técnicas visam, primordialmente, manter o inóculo em nível baixo. Entretanto, embora as medidas de controle devam ser empregadas sempre que necessárias e em vários estádios do ciclo da cultura, em duas fases são fundamentais: obtenção das mudas e florescimento. Na obtenção das mudas preconiza-se os seguintes cuidados: a) seleção de plantas cujos frutos produzidos nunca produziram sintomas da doença; b) aos 30 e aos 7 dias antes da colheita das mudas, pulverizar com benomyl a 0,05%; e) corte do cacho e cura das mudas, na própria planta ou em local seco. A cura consiste em expor as mudas ao sol durante 2 a 3 semanas, logo após a sua colheita. Esta prática permite identificar e descartar grande parte das mudas eventualmente doentes. Alternativas adicionais que têm também sido empregadas com sucesso na obtenção de mudas sadias envolvem sua produção mediante separação do talo e tratamento das inflorescências com o ácido clorfluorenol-metil-éster (0,0112%). Por ocasião da seleção das mudas recomenda-se que sejam padronizadas por tamanho e peso. Cerca de 2 a 3 meses após o plantio, plantas com sintomas devem ser arrancadas e substituídas por sadias mantidas em viveiro. Posteriormente, qualquer planta eventualmente doente deve ser eliminada. Para facilitar a proteção das inflorescências torna-se necessário proceder à sua uniformização. Para isso, pode ser usado carbureto de cálcio, solução de acetileno ou ethephon. O controle da doença deve ser iniciado a partir da fase de avermelhamento e estender-se até o fechamento das últimas flores, mediante o uso quinzenal de benomyl a 0,05%. Neste período, de cerca de 60 a 70 dias, torna-se necessário também o controle da broca dos frutos ( Thecla basilides ), uma vez que esta praga, além de importante economicamente, ocasiona ferimentos que facilitam a entrada do patógeno. Outras práticas que têm contribuído para o controle da doença envolvem a realização de uma pulverização de benomyl+inseticida na fase de avermelhamento, seguido de ensacamento dos frutos recém-emitidos, usando-se sacos de papel do tipo semi-kraft. O ensacamento não altera as qualidades originais do fruto. Além do ensacamento, a inibição da abertura das flores, mediante o uso de ácido cloroflurenol, tem contribuído para o controle da doença. Alternativa adicional para o controle envolve a utilização da técnica do escape, por meio da indução do florescimento em período cuja condição ambiental seja menos favorável à doença. Tem-se verificado que a concentração do florescimento nos meses de menores índices pluviométricos reduz significativamente a incidência da doença. Vários estudos com vistas ao controle da doença mediante a utilização de microrganismos
antagonistas, como Trichoderma harzianum, T viridis e Bacillus sp., têm sido desenvolvidos e os resultados têm sido promissores. Não há, porém, no momento, nenhuma recomendação de aplicação imediata em condições de campo. Resultados promissores foram também obtidos em testes in vitro usando-se urina de vaca. Além de benomyl, o fungicida tebuconazole tem mostrado resultados promissores no controle da doença. Este produto, porém, não se encontra registrado para utilização nessa cultura no Brasil. Em termos de resistência varietal, os principais cultivares de abacaxi utilizados no Brasil, como Pérola, Smooth Cayenne e Boituva, são suscetíveis à doença. Vários outros, porém, têm demonstrado resistência de campo, como Amapá, Amarelo-de 0 0 1 F -Uaupés, Cabeçona, Fernando Costa, Inerme CM, Perolera, Pinã Negra, Primavera, Rondon, Tapiracanga, Turi Verde e Ver-o-peso. Dentre estes, Perolera e Primavera têm sido recomendados pelos órgãos de pesquisa como alternativa para o controle da doença.
PODRIDÃO NEGRA - Ceratocystis paradoxa (De Seynes) Morcau ( Thielaviopsis paradoxa ) (De Seynes) Hochn.) A podridão negra, também conhecida por podridão mole e podridão do fruto maduro, são, depois da fusariose, a mais importante doença nas nossas condições. Seu agente causal é polífago, incidindo sobre diversas espécies vegetais, incluindo-se arroz, bananeira, cacaueiro, cana-de-açúcar, Crotalaria junceae, além de outras plantas. E uma doença que ocorre essencialmente durante o transporte e o armazenamento, com incidência, às vezes, de 70% dos embarques realizados. Sintomas - A doença manifesta-se quase que exclusivamente no fruto maduro, especialmente na região de inserção do pedúnculo e a base do fruto. Em frutos maduros, a doença é caracterizada pela decomposição total dos tecidos, que amolecem, liquefazem-se e adquirem uma coloração pardo-amarelada, deixando exalar um cheiro etéreo agradável, originário da fermentação da glicose. O fungo penetra sempre por ferimentos e pode colonizar todo o fruto, incluindo-se a casca e a parte basal das folhas. No estádio final de infecção, o fruto desagrega-se, torna-se esponjoso e a polpa, exposta ao ar, cobre-se de um revestimento negro, constituído pelos esporos do fungo. O apodrecimento de mudas, a partir da extremidade que se encontra ferida, pode ocorrer esporadicamente. Além do forte escurecimento dos tecidos infectados, outra diferença entre a podridão negra e a fusariose, nas mudas, é a ausência de goma nas plantas infectadas por Ceratocystis paradoxa. Etiologia - O agente causal da podridão negra, Ceratocystis paradoxa (De Seynes) Moreau, é um fungo ascomiceto, da ordem Microascales, família Ophiostomataceae. Corresponde, na fase anamórfica, ao fungo imperfeito Thielaviopsis paradoxa (De Seynes) Hoehn. T paradoxa, além de possuir grande número de plantas hospedeiras, também vive saprofiticamente, sem apresentar grandes dificuldades de sobrevivência de um ano para outro. O teleomorfo é difícil de ser encontrado na natureza. O patógeno é, essencialmente, um parasita que necessita de ferimento para infectar, não causando lesões em órgãos sadios, exceto quando os tecidos são muito novos ou quando expostos a condições de alta umidade. A seca e a insolação são condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento. Esta doença pode se constituir no principal problema se os frutos colhidos forem mantidos a temperatura ambiente por período superior a três dias. O uso de refrigeração (8-9 0 C) retarda a infecção de C. paradoxa, mas não evita seu