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A ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos 2013 DTA vem aumentando de modo significativo em nível mundial. Vários são os fatores que contribuem para a emergência dessas doenças, dentre os quais destacam-se: o crescente aumento das populações, a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de alimentos em grande escala. Contribui ainda, o deficiente controle dos órgãos públicos e privados, no tocante à q
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Etec Benedito Storani _ Jundiaí-SP 1º Semestre Alimentos Nome: Patrik Rodrigues Santos Silva Nº: 31 Professora: Roseli MANUAL DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS Alimentos seguros e nutritivos é nossa responsabilidade...
1. Descrição da doença - A. hydrophila pode causar gastroenterite em indivíduos saudáveis ou septicemia em indivíduos com sistemas imunes prejudicados. É associada também à infecções em ferimentos. A. caviae e A. sobria também podem causar enterite em qualquer um ou septicemia em pessoas imunocomprometidas. Na atualidade, há controvérsia sobre se A. hydrophila é uma causa de gastroenterite humana. Embora o organismo possua vários atributos que poderiam fazê-lo patogênico para humanos, estudos de alimentação de humano voluntários, com números enormes de células (i.e. 10^11), fracassaram na elucidação da doença em humanos. Sua presença nas fezes de indivíduos com diarréia, na ausência de outro patógeno entérico conhecido, sugere que tenha algum papel na doença. Igualmente, A. caviae e A. sobria são considerados patógenos associados à doença diarréica, mas, provavelmente, não sejam os agentes causadores. Dois tipos distintos de gastroenterite foram associadas com A. hydrophila : uma doença cólera-like caracterizada por diarréia extremamente líquida (arroz e água) e uma disenteria caracterizada por fezes soltas que contêm sangue e muco. A dose infectiva deste organismo é desconhecida, mas mergulhadores que ingeriram quantias pequenas de água ficaram doentes e A. hydrophila foi isolada de suas fezes. Uma infecção geral sistêmica foi observada em indivíduos com septicemia. Em ocasiões raras a síndrome disenteria-like é severa e pode durar várias semanas. A. hydrophila pode espalhar-se ao longo do corpo e causar uma infecção geral em pessoas imunosuprimidas. Pessoas que sofrem de leucemia, carcinoma, ou cirrose, aquelas tratadas com drogas imunossupressoras ou
então, que estão recebendo quimioterapia para câncer estão sob risco da infecção.
2. Agente etiológico - três espécies são definidas fenotipicamente - A. hydrophila, A. caviae e Aeromonas veronii subtipo sobria. Espécies de Aeromonas são gram-negativo, facultativamente bactérias anaeróbicas. Aeromonas hydrophila é uma das espécies de bactéria que está presente em solo e em todos os ambientes de água doce e salgada. Algumas cepas de A. hydrophila são capazes de causar doença em peixes e anfíbios como também em humanos que podem adquirir infecções por feridas abertas ou por ingestão de um número suficiente de organismos em alimentos ou água. Não se conhece muito sobre outras Aeromonas spp., mas também são microorganismos aquáticos e foram implicados em doença humana. 3. Ocorrência - a freqüência de A. hydrophila é desconhecida. Só recentemente foram realizados esforços para averiguar sua verdadeira incidência. A maioria dos casos tem sido esporádica, mas vários surtos têm sido registrados por centros clínicos. Não há estatísticas no Brasil, supondo-se ser subdiagnosticada e subnotificada. 4. Reservatório - provavelmente animal. Encontradas em peixes e frutos do mar e também em carnes vermelhas (boi, porco e carneiro) e aves. 5. Período de incubação - variável, de horas a dias. Duração variável e prolongada em imunodeprimidos. 6. Modo de transmissão - ingestão de alimentos e água contaminados. Foi incluída, por ser um patógeno entérico emergente, na lista de contaminantes importantes para a saúde pública pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), devido a seu potencial de crescimento nos sistemas de distribuição de água, especialmente em biofilmes, onde pode ser resistente à cloração. Entretanto, seu papel em infecções através da água não está claro. Estudos utilizando o PFGE (Pulsed-Field Gel Electrophoresis) em água e pacientes de surtos por água não têm mostrado essa relação. 7. Susceptibilidade e resistência - Acredita-se que todas as pessoas são suscetíveis à gastroenterite, embora freqüentemente tem sido mais observada em crianças muito jovens. Pessoas com sistema imune prejudicado ou septicemia são suscetíveis às infecções mais severas. 8. Conduta médica e diagnóstico - A. hydrophila pode ser diagnosticada através de cultura de fezes ou de sangue em um ágar que contenha sangue de ovelha e ampicilina. Ampicilina previne o crescimento da maioria dos microorganismos competidores. A identificação de espécies é confirmada por uma série de testes bioquímicos. A habilidade do organismo em produzir enterotoxinas, acredita-se, ser a causa dos sintomas gastrointestinais, pode ser confirmada através de ensaios de cultura de tecido. 9. Tratamento - hidratação e reposição de elétrolitos em casos mais graves e antibióticos em septicemias. 10. Alimentos associados - A. hydrophila é freqüentemente encontrada em peixes e moluscos. Também foi encontrada em amostras de carnes vermelhas (carne de boi, carne de porco, carneiro) e frango. Do pouco que é conhecido sobre os mecanismos de virulência da A. hydrophila , presume-se que nem
1. Descrição da doença - intoxicação alimentar por B. cereus é a descrição geral da doença, embora dois tipos de doença sejam causados por dois distintos metabólitos. O tipo de diarréia da doença é causado por uma proteína de grande peso molecular, enquanto que, o de vômito, acredita-se, ser causado por uma proteína de baixo peso molecular, um peptídeo termoestável. Os sintomas de diarréia do B. cereus devido à intoxicações alimentares mimetizam os de intoxicações alimentares por Clostridium perfringens. O tipo emético de intoxicação alimentar pelo B. cereus é caracterizado por náusea e vômito e é semelhante aos sintomas causados por intoxicações por Staphylococcus aureus. Dores abdominais e/ou diarréia podem estar associadas neste tipo. Algumas cepas de B. subtilis e B. licheniformis foram isoladas de carneiro e frango incriminados em episódios de intoxicação alimentar. Estes organismos produzem uma toxina altamente termo-estável a qual pode ser similar à toxina do tipo emético produzida pelo B. cereus. Embora nenhuma complicação específica tenha sido associada com as toxinas do vômito e da diarréia produzidas pelo B. cereus , outras manifestações clínicas de invasão ou contaminação têm sido relatadas. Elas incluem infecções sistêmicas e piogênicas graves, gangrena, meningite séptica, celulite, abcessos pulmonares, endocardite e morte na infância. 2. Agente etiológico - B. cereus é um gram-positivo, facultativamente aeróbico, um formador de esporos, produtor de dois tipos de toxina - diarréica (termo-lábil) e emética (termo-estável). 3. Ocorrência - reconhecida como causa de intoxicações alimentares em todo o mundo. 4. Reservatório - freqüente no solo e meio ambiente e encontrado em baixos níveis em alimentos crus, secos ou processados. 5. Período de incubação - de 1 a 6 horas em casos onde o vômito é predominante; de 6 a 24 horas onde a diarréia é predominante. 6. Modo de transmissão - ingestão de alimentos mantidos em temperatura ambiente por longo tempo, depois de cozidos, o que permite a multiplicação dos organismos. Surtos com vômitos predominantes são mais comumente associados ao arroz cozido que permaneceu em temperatura ambiente. Uma variedade de erros na manipulação de alimentos tem sido apontada como
causa de surtos com diarréia.
7. Susceptibilidade e resistência - todas as pessoas parecem ser susceptíveis ao B. cereus. 8. Conduta médica e diagnóstico - a confirmação do B. cereus como o agente etiológico em um surto alimentar requer: 1) isolamento das cepas do mesmo sorotipo do alimento suspeito e das fezes ou vômitos de pacientes; 2) isolamento de uma grande quantidade do sorotipo do B. cereus no alimento (geralmente > 105 por grama do alimento incriminado) ou nas fezes ou vômitos dos pacientes ou 3) isolamento do B. cereus de alimentos suspeitos e determinação de sua enterotoxigenicidade por testes sorológicos (toxina diarréica) ou biológicos (emética e diarréica). O rápido início dos sintomas na forma emética da doença, acompanhada de alguma evidência de intoxicação por alimento, é muitas vezes suficiente para diagnosticar esse tipo de intoxicação alimentar. 9. Tratamento - sintomáticos, reposição hidro-eletrolítica em casos mais graves. 10. Alimentos associados - uma larga variedade de alimentos tem sido implicada em surtos tais como carnes, leite, vegetais e peixes. Os surtos por vômitos estão mais associados a produtos à base de arroz; entretanto, outros produtos têm sido implicados em surtos como batatas, massas e queijos. Misturas com molhos, pudins, sopas, assados e saladas têm sido implicadas. Uma variedade de métodos de análise é recomendada para a recuperação, identificação e confirmação do B. cereus em alimentos. Mais recentemente, um método sorológico foi desenvolvido para identificação da enterotoxina diarréica do B. cereus para alimentos suspeitos. Estudos recentes sugerem que a toxina do vômito pode ser detectada por modelos em animal (gatos, macacos) ou possivelmente por cultura de células. 11. Medidas de controle - 1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos ( ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466. 2) medidas preventivas – educação para os manipuladores de alimentos e donas de casa; alimentos não podem permanecer em temperatura ambiente após cozidos, uma vez que os esporos de B. cereus podem sobreviver à fervura, germinando e multiplicando-se rapidamente em temperatura ambiente. As sobras de alimentos devem ser prontamente refrigeradas; reaquecimento rápido e de todo o alimento ajuda evitar a multiplicação dos microorganismos. 12. Bibliografia consultada e para saber mais sobre a doença
8. Conduta médica e diagnóstico - o diagnóstico laboratorial se faz pelo isolamento apropriado do agente infeccioso do sangue, da medula óssea ou outros tecidos, ou de secreções do doente. As provas sorológicas são importantes meios de diagnóstico. As provas que medem a IgG podem ser úteis, em particular nos casos crônicos. Para os anticorpos contra B. canis são necessárias técnicas sorológicas específicas. 9. Tratamento - o tratamento indicado é uma combinação de rifampicina ( a 900 mg), e doxiciclina (200 mg/dia) durante seis semanas. Na medida do possível deve-se evitar o uso de tetraciclina nas crianças menores de 7 anos. Nos pacientes graves pode-se administrar esteróides para combater a toxicidade generalizada. As recaídas são observadas em cerca de 5% dos pacientes tratados e não dependem de microorganismos resistentes; esses casos devem se submetidos novamente ao tratamento original. Podem surgir artrites nos casos recorrentes e às vezes é necessário o uso de corticóides. 10. Medidas de controle - 1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos ( ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas (interdição de produtos sem pasteurização, medidas educativas entre outras). Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466. 2) medidas preventivas – a infecção é prevenida pela educação da população para que não se consuma leite cru e derivados de leite sem pasteurização; educação dos granjeiros e dos trabalhadores de matadouros a respeito da natureza da enfermidade e do risco de manipular carnes ou produtos de animais potencialmente infectados; funcionamento apropriado dos matadouros para minimizar a exposição ou contato; aplicação de provas sorológicas nos animais suspeitos e eliminação dos animais infectados. Os produtos de origem animal como o leite e os produtos lácteos de vacas, ovelhas e cabras devem ser pasteurizados. Deve-se ter cuidado no manejo e na eliminação da placenta, secreções e fetos dos animais abortados. A desinfecção das zonas contaminadas também deve ser feita. 3) medidas em epidemias – deve ser feita a busca do veículo comum da infecção, que normalmente seria o leite não pasteurizado e seus derivados, especialmente o queijo, provenientes de rebanho infectado. Deve-se reunir ou confiscar os produtos suspeitos e interromper a sua produção e distribuição, ao menos que estes sofreram pasteurização. 11. Bibliografia consultada e para saber mais sobre a doença
1. Descrição da doença - Campilobacteriose é o nome da doença causada pelo C. jejuni. É também referida como enterite por Campylobacter ou gastroenterite. Seus principais sintomas são diarréia, que pode ser líquida ou com muco e conter sangue (geralmente oculto) e leucócitos fecais; febre, dor abdominal, náusea, dor de cabeça e dores musculares. A maior parte das infecções é auto-limitada e não necessitando tratamento com antibióticos. Complicações são relativamente raras, embora essas infecções possam estar relacionadas à artrite reativa, síndrome hemolítico-urêmica, septicemia e infecções em outros órgãos. A taxa de letalidade estimada para as infecções por C. jejuni é de 0,1 óbitos por mil casos. Fatalidades são raras em indivíduos saudáveis e costumam ocorrer em pacientes com câncer ou outras doenças debilitantes. Estão registrados em literatura 20 casos de aborto séptico por C. jejuni. Meningite, colite recorrente, colecistite aguda e Síndrome de Guillain- Barré (SGB) são complicações mais raras. Estima-se que 1 caso por 1000 infecções diagnosticadas evoluem para SGB, uma paralisia que dura várias semanas e requer cuidados intensivos. É quadro importante para diagnóstico diferencial de botulismo. 2. Agente etiológico - C. jejuni é um gram-negativo em forma de bacilo, curvado, fino e mótil. É um organismo microaerofílico que exige baixos níveis de oxigênio. É relativamente frágil e sensível no meio ambiente, tendo sido reconhecido recentemente como um importante patógeno entérico, despontando em vários países, e em especial nos EEUU, como uma das principais causas de doença diarréica bacteriana, mais que a Shigella spp. e Salmonella spp. juntas. 3. Ocorrência - causa comum em países desenvolvidos. Estima-se nos EEUU a ocorrência de 20 casos por 100 mil habitantes com cerca de 2,4 milhões de pessoas afetadas. No Brasil é subdiagnosticada e subnotificada. 4. Reservatório - indivíduos saudáveis não são portadores de C. jejuni. Tem sido isolado de gado, frangos, pássaros e moscas. É detectado em água (não clorada de fontes, rios e lagos. Ainda está sob estudos, e não tem sido possível diferenciar cepas patogênicas de não patogênicas. 5. Período de incubação - 2 a 5 dias após a ingestão de água ou alimentos contaminados. Dura, em geral, de 7 a 10 dias; reincidências não são incomuns
Campylobacter jejuni infections in the United States and other industrialized nations. (documento técnico). Atlanta, USA (sem data). (e. mail do autor principal para contato - ccf6@cdc.gov ). Texto organizado pela Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, fevereiro de 2003. CLOSTRIDIUM PERFRINGENS/INTOXICAÇÃO ALIMENTAR
1. Descrição da doença - uma desordem intestinal caracterizada por início súbito de cólica abdominal, acompanhada de diarréia; náusea é comum, mas vômitos e febre geralmente estão ausentes. Dura em torno de 24 horas; em idosos ou enfermos pode durar até 2 semanas. Um quadro mais sério pode ser causado pela ingestão de cepas tipo C que provocam a enterite necrotizante ou doença de Pigbel (dor abdominal aguda, diarréia sanguinolenta, vômitos, choque e peritonite), com 40% de letalidade. 2. Agente etiológico - C. perfringens é um gram-positivo, anaeróbico, produtor de esporos. A doença é produzida pela formação de toxinas no organismo. 3. Ocorrência - mundial e principalmente em países onde as práticas de preparo de alimentos favorecem a multiplicação do C. perfringens. São freqüentes os surtos em instituições como escolas, hospitais, prisões, etc., onde há larga produção de alimentos preparados com muita antecedência antes de serem servidos. 4. Reservatório - largamente distribuído no meio ambiente, no solo, habitando o trato intestinal de pessoas saudáveis e animais (gado, porcos, aves e peixes). 5. Período de incubação - de 6 a 24 horas, em geral, de 10-12 horas. 6. Modo de transmissão - ingestão de alimentos contaminados por solo ou fezes e sob condições que permitam a multiplicação do agente. A maioria dos surtos está associada a carnes aquecidas ou reaquecidas inadequadamente como carnes cozidas, tortas de carne, molhos com carne, peru ou frango. Esporos sobrevivem às temperaturas normais de cozimento, germinam e se multiplicam durante o resfriamento lento, armazenamento em temperatura ambiente e/ou inadequado reaquecimento.
7. Susceptibilidade e resistência - a maioria das pessoas é provavelmente susceptível. Estudos demonstram que a doença não confere imunidade. 8. Conduta médica e diagnóstico - em surtos o diagnóstico é confirmado pela demonstração do C. perfringens em cultura semiquantitativa anaeróbica de alimentos ( > 10 5/g) ou fezes de pacientes ( > 10 6/g) ao lado de evidências clínicas e epidemiológicas. A detecção de toxina em fezes de pacientes também confirma o diagnóstico. Ensaios sorológicos são utilizados para detectar enterotoxina em fezes de pacientes e para teste da capacidade das cepas produzirem toxina. 9. Tratamento - hidratação oral ou venosa dependendo da gravidade do caso. Antibióticos e outras medidas de suporte nos casos graves com septicemia e enterite necrotizante. 10. Alimentos associados - carnes e outro produtos e molhos à base de carne são os mais freqüentemente implicados. Contudo, a causa real de intoxicação alimentar por C. perfringens é a inadequação de temperaturas no preparo dos alimentos. Pequenas quantidades do organismo presentes no alimento antes do cozimento, multiplicam-se durante o resfriamento lento e armazenamento em temperaturas inadequadas. 11. Medidas de controle - 1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos ( ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466. 2) medidas preventivas – educação dos manipuladores de alimentos e donas de casa sobre os riscos de preparo de alimentos em larga escala, de temperaturas para o reaquecimento ou cozimento (temperatura interna correta de pelo menos 70 º C, preferivelmente > 75 º C), sobre os riscos de permanência do alimento em temperatura ambiente e do resfriamento lento, sobre a necessidade de refrigeração imediata das sobras, dentre outros aspectos. 3) medidas em surtos - investigação e controle de alimentos e manipuladores. 12. Bibliografia consultada e para saber mais sobre a doença
em lactentes (associação com a Síndrome de Morte Súbita do Recém-Nascido) e em crianças mais jovens, desenvolvido à partir da ingestão de esporos nos alimentos, que no intestino, sem microbiota de proteção, desenvolvem e liberam a toxina; 2) por ferimentos
prevenção. A família deve ser orientada pelo serviço médico para guardar os alimentos devidamente acondicionados e em geladeira para possibilitarem a investigação epidemiológica e sanitária. As amostras coletadas devem ser transportadas sob refrigeração. D. os cuidados com os familiares (comunicantes) são extremamente importantes para prevenir ou detectar precocemente o surgimento de mais casos de botulismo. Deve-se identificar aqueles que fizeram ingestão comum dos alimentos, orientá-los quanto ao aparecimento de sinais e sintomas e a procurar urgentemente os cuidados médicos ao primeiro sinal; como ação preventiva, o hospital, em que se encontra internado o paciente, deve examiná-los à procura de manifestações neurológicas, aproveitando os horários das visitas que fazem ao paciente ou marcando consultas prévias. Quando possível, recomenda-se provocar o vômito, lavagem gástrica ou indução da evacuação intestinal aos que partilharam da mesma comida, para expulsão rápida do alimento. O uso da antitoxina profilática a pessoas que ingeriram o mesmo alimento não é rotineiramente recomendado, devido ao risco de reações de hipersensibilidade. Esta medida deve ser muito criteriosa. E. o diagnóstico diferencial deve ser feito com as demais intoxicações e infecções de origem alimentar a seguir: a. Bacterianas - salmonelas, enterotoxina estafilocócica, enterococus fecais, que evoluem sem sintomatologia neurológica e com manifestações gastroentéricas muito agudas. Atenção especial deve ser dada à bactéria Campylobacter que pode ser responsabilizada por quadros de paralisia flácida simulando a Síndrome de Guillan Barré. A coprocultura ou hemocultura quando indicada, são de grande valor, nas doenças de origem bacteriana. b. Vírus - enterovírus e o vírus da poliomielite que são síndromes infecciosas, com paralisias periféricas, sintomatologia e sinais meníngeos e alterações de líquor. Testes virológicos são de valor. c. Vegetal - devem ser buscadas as intoxicações denominadas micetismo nervoso, micetismo coleriforme, favismo, síndrome de Kwok ou do "restaurante chinês". d. Animal - mariscos e peixes tropicais, ciguatera poisoning (barracuda), triquinelose. e. Química - pesticidas clorados, pesticidas organofosforados e outros inseticidas, raticidas, etc.. f. Outros quadros neurológicos - Síndrome de Guillan-Barré, meningoencefalites, polineurites, acidentes vasculares cerebrais, miastenia gravis, neurastenia, araneísmo, hipopotassemia, intoxicação por atropina ou beladona, intoxicação por álcool/embriagues, envenenamento por curare.
6. Tratamento - o tratamento deverá ser feito em unidade de terapia intensiva (UTI), com
8. Freqüência da doença - A incidência da doença é baixa, com alta letalidade se não tratada adequada e precocemente. São conhecidos casos esporádicos ou em grupos de pessoas, em todos os países do mundo, na maioria das vezes relacionados à ingestão de alimento, preparado ou conservado em condições que permitam a produção da toxina pelo bacilo. Alguns casos de botulismo podem estar subnotificados devido às dificuldades disgnósticas. 9. Conduta epidemiológica - 1) notificação do caso - o médico ao se deparar com quadros neurológicos abruptos, em adultos geralmente saudáveis, e com história de ingestão de alimentos suspeitos (conservas em latas ou vidros de palmitos, embutidos, ou compotas) deve notificar imediatamente a suspeita de Botulismo ao Serviço de Vigilância Epidemiológica Regional, Municipal, ou Central. Sediado no Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, está o Centro de Referência do Botulismo, e uma Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, funciona 24 horas para atender as notificações e orientar tecnicamente os profissionais de saúde com relação a todas as doenças de notificação compulsória. Seus técnicos estão preparados para informar todos os aspectos técnicos e operacionais relativos à doença. O telefone é 0800- 55 - 5466. 2) A investigação epidemiológica parte da notificação do caso e deve ser imediatamente realizada pela equipe de Vigilância Epidemiológica cumprindo-se os seguintes passos: a) levantamento da história do doente e de sua internação nos serviços, obtendo-se esses primeiros dados dos médicos que realizaram o atendimento ao doente, bem como, de seus familiares. b) Os dados importantes consistem em estabelecer o início preciso da doença, sinais e sintomas, resultados dos exame neurológicos, alimentos consumidos dentro de um período mínimo de 5 dias, relacionando-os por ordem de data de consumo em relação ao início dos sintomas, procurando estabelecer o consumo comum entre o paciente e demais familiares ou outras pessoas, o que todos comeram, o que só o paciente comeu, o quanto foi ingerido de cada alimento, para buscar a responsabilização sobre o alimento suspeito. c) Acionar imediatamente a Vigilância Sanitária para coleta na casa dos pacientes ou em restaurantes ou outro estabelecimento (dependendo da história do alimento consumido) dos alimentos ingeridos para a análise laboratorial de detecção da toxina nas sobras encontradas. É muito importante que se consiga exatamente recolher os alimentos que foram consumidos pelo paciente, e se não for possível, recolher exemplares da mesma marca que tenha sido ingerida, ainda na casa do paciente ou no estabelecimento suspeito. 3) Vigilância e acompanhamento do paciente e seus familiares (quadro clínico do paciente, resultados dos exames laboratoriais realizados, orientações aos familiares ou pessoas próximas que consumiram o alimento para procurarem o serviço médico frente à sinais e sintomas suspeitos), para detecção precoce de novos casos de botulismo. 4) Preenchimento da Ficha de Investigação de Surtos/Casos de DTAA e envio dos dados aos vários níveis do sistema do informação. 10. Conduta sanitária - Quando a Vigilância Sanitária for a primeira a ser acionada pelos médicos ou familiares, ou outros meios, esta deve acionar imediatamente a Vigilância Epidemiológica para a iniciar a investigação epidemiológica, em ações integradas e conjuntas. Dar início à: 1) Coleta de alimentos na casa do paciente ou estabelecimento suspeito onde foi feita a ingestão do alimento, para encaminhamento ao laboratório de análise. É importante recuperar informações como a marca do produto, onde foi
comprado, data de validade (e todas as demais, a partir da descrição detalhada do rótulo, como nome e endereço do fabricante, distribuidor, número de lote, data de fabricação, etc..), quando foi aberto, onde ficava armazenado, etc.. 2) Inspeção sanitária nos locais de fabricação dos alimentos suspeitos para verificação das condições higiênico-sanitárias, controles e técnicas de processamento, origem da matéria-prima, verificação de lotes, datas de fabricação e validade, número de registro no Ministério da Saúde, etc.. recolhendo amostras dos produtos para a análise laboratorial de pH, microbiológica e outras, e tomando as medidas sanitárias perante as infrações já detectadas.
11. Conduta laboratorial - 1) Presença de toxina antibotulínica no sangue do paciente e neutralização da toxina em camundongos - teste em ratos, observando-os para sinais de botulismo e morte, até um período de 96 horas (em média, a morte ocorre em 48 horas).