Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Manual Clinico de Alimentação - AIDS, Manuais, Projetos, Pesquisas de Nutrição

Nutição Clinica

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 24/01/2010

clarice-moura-11
clarice-moura-11 🇧🇷

4.7

(6)

3 documentos

1 / 89

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
9 7 9 8 5 3 3 4 1 1 5 3 0
ISBN 8 5- 334- 115 3- 7
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição
Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
2006
2006
Coleção DST . aids - Série Manuais 71
Coleção DST . aids - Série Manuais 71
da Saúde
Ministério
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Manual Clinico de Alimentação - AIDS e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Nutrição, somente na Docsity!

Manual Clínico de Alimentação e Nutrição

Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV

2006

M

Coleção DST. aids - Série Manuais 71

Manual Clínico de Alimentação e Nutrição

Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV

Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Programa Nacional de DST e Aids

Manual Clínico de Alimentação e Nutrição Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV

Série Manuais nº 71

Brasília, DF 2006

© 2006. Ministério da Saúde É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Tiragem: 40.000 exemplares

P residente da rePública Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de estado da saúde Agenor Álvares

secretário de assistência à saúde Carlos Temporão

secretário de Vigilância eM saúde Jarbas Barbosa

diretora do PrograMa nacional de dst e aids Mariângela Simão

diretor-adjunto do PrograMa nacional de dst e aids Carlos Passarelli

diretor do dePartaMento de atenção básica Luis Fernando Rolim Sampaio

coordenadora geral da Política de aliMentação e nutrição Ana Beatriz Vasconcelos

P rodução, distribuição e inforMações MinistÉrio da saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids Av. W3 Norte, SEPN 511, Bloco C CEP 70750-543 – Brasília, DF Disque Saúde / Pergunte aids: 0800 61 1997 Home page: www.aids.gov.br Série Manuais nº 71 – PN-DST/AIDS

P ublicação financiada coM recursos do P rojeto unesco bra 914/11/

resPonsáVel Pela unidade de PreVenção Ivo Brito

resPonsáVel Pela unidade de assistência, diagnóstico e trataMento Orival Silveira

assessor de coMunicação/Pn-dst/aids Alexandre Magno de A. Amorim

editor Dario Noleto

P rojeto gráfico, e diagraMação Alexsandro de Brito Almeida

caPa Lúcia Helena Saldanha Gomes

FICHA CATALOGRÁFICA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS. Manual clínico de alimentação e nutrição na assistência a adultos infectados pelo HIV / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 88 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN 85-334-1153-

1. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. 2. Programas e políticas de nutrição e alimentação. I. Título. II. Série. NLM QW 168.5.H Catalogação na fonte – Editora MS – OS 2006/

Sumário

9

Introdução

A Nutrição tem alcançado nos últimos anos o reconhecimento mundial por enfatizar a importância da alimentação saudável na promoção da saúde das populações. Ela vem fornecer subsídios para o planejamento estratégico da alimentação e a utilização adequada do alimento como promotor da saúde, reduzindo o risco de agravos e buscando a melhoria do estado nutricional. Alimentar-se bem e de forma constante é um direito humano.

Quando a pessoa vivendo com HIV e aids (PVHA) procura um serviço especializado, é importante considerar a possibilidade dela não compreender a relação da alimentação/ nutrição/imunidade/saúde. Esta procura, pode representar um momento oportuno para se enfatizar os cuidados com a sua saúde e com isso alcançar a eficácia desejada, favorecendo a adesão ao seu tratamento.

O sofrimento gerado pelo impacto de se perceber portador de uma doença crônica que ainda não tem cura pode, paradoxalmente, contribuir para que a pessoa encare os diversos aspectos da vida positivamente, e dentro do que lhe compete promover mudanças em seu estilo de vida, inclusive nos hábitos alimentares, caso seja necessário.

Segurança Alimentar e Nutricional: a construção do direito à
alimentação adequada

O direito à vida passa pela garantia de um direito humano que consiste em uma alimentação adequada que respeite a cultura e preserve a dignidade. Isto significa alcançar e satisfazer, além da dimensão orgânica, a intelectual, a psicológica e a espiritual do ser humano.

No Brasil, a evolução do conceito de segurança alimentar acompanhou todo o esforço de democratização da sociedade e a luta por um país com mais justiça econômica e social. Atualmente, este conceito amplia-se, e a segurança alimentar e nutricional, “consiste em garantir, a todos, condições de acesso a alimentos básicos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana” (Valente, 2002).

Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV 10 Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids

Os dados epidemiológicos atuais demonstram que nossa sociedade convive com os dois lados desta questão: a carência - desnutrição, deficiência de iodo, hipovitaminose A, anemia ferropriva, osteoporose - e o excesso - sobrepeso e obesidade, hipertensão arterial, intolerância à glicose e Diabetes Mellitus, dislipidemias, diferentes tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Portanto, para o enfrentamento destes problemas, não há como desvincular a segurança alimentar e nutricional da busca pelo direito à alimentação adequada.

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN)

No âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), compõe o conjunto das políticas de governo voltadas para a segurança alimentar e nutricional e a concretização do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas.

As ações voltadas para a garantia da segurança alimentar e nutricional propiciam, assim, conseqüência prática ao direito humano à alimentação e nutrição adequadas, extrapolando, portanto, o setor saúde e alcançando também um caráter intersetorial.

Para o alcance dos propósitos desta Política são definidas como diretrizes: o estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos; a garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços neste contexto; o monitoramento da situação alimentar e nutricional; a promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; a prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição; a promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; e o desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.

No contexto da epidemia de HIV/Aids, o tema segurança alimentar e nutricional adquire ainda maior relevância. É um dos aspectos que devem ser considerados pelos profissionais que prestam atendimento às pessoas vivendo com HIV/Aids, na perspectiva de ampliar a percepção do conjunto de vulnerabilidades a que possam estar expostas, e assim aprimorar a qualidade da atenção à saúde.

13

Promoção da Alimentação Saudável: princípios,

características e considerações

A história da alimentação humana se confunde com a própria história da humanidade. Isso implica em reconhecer que ela vem sendo historicamente construída, evoluindo e diferenciando-se ao longo do tempo. Portanto, a alimentação do ser humano não se delineia como uma “receita” pré-concebida e universal para todas as pessoas, pois deve respeitar atributos coletivos – inclusive culturais - e individuais, impossíveis de serem estabelecidos de maneira prescritiva. Contudo, identificam-se alguns princípios básicos que devem reger a relação entre as práticas alimentares, a promoção da saúde e a prevenção de doenças.

Uma alimentação saudável deve estar baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento conceitual. Para nós, indivíduos e coletivo humano, a alimentação significa, e tem sentido, em função do consumo de alimentos (e não de nutrientes): os alimentos têm gosto, cor, forma, aroma e textura. Todos estes componentes precisam ser considerados na abordagem e no cuidado nutricional.

Os nutrientes – que compõem os alimentos e são por estes veiculados com vistas à nutrição humana - são muito importantes. Contudo, os alimentos não podem ser resumidos e tratados – em nível coletivo ou individual - apenas como veículos de nutrientes. Os alimentos trazem significações culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem ser desprezadas. Esse entendimento implica em considerar o alimento como fonte de prazer, uma abordagem necessária para a promoção da saúde.

É fundamental resgatar as práticas e valores alimentares culturalmente referenciados, bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos sociais, culturais, comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares.

O estado nutricional e o consumo alimentar interagem estreitamente de maneira multifatorial e sinérgica com os outros fatores de risco para doenças crônicas não- transmissíveis. Os diferentes fatores de risco, como alimentação inadequada, inatividade física, uso de tabaco, precisam ser abordados de maneira integrada, no decorrer do desenvolvimento e evolução do ciclo de vida, a fim de reduzir danos e não a proibir escolhas e opções. O estilo de vida, que engloba o conjunto das ações, reações e comportamentos adotados pelas pessoas é que produzem um perfil de saúde mais ou menos adequado.

15

estado nutricional, estado de saúde, idade, sexo, grau de atividade física e estado fisiológico. Vale aqui ressaltar ainda que entre os vários nutrientes orgânicos, ocorrem interações que podem ser benéficas e outras que podem ser prejudiciais ao estado nutricional, o que implica na necessidade de harmonia e equilíbrio entre os alimentos consumidos.

  1. Segura : os alimentos que compõem a alimentação devem ser seguros, livres de contaminação físico-química, biológica ou genética, evitando possíveis riscos que podem causar à saúde das pessoas e das coletividades. Neste sentido, práticas adequadas de produção, processamento e manipulação dos alimentos, desde a sua origem até o preparo para consumo, em nível domiciliar ou em restaurantes e comércio de alimentos, devem ser observadas com o objetivo da redução de riscos à saúde e, conseqüentemente, ao estado nutricional. Portanto, a atuação da vigilância sanitária e a orientação de práticas adequadas de seleção e preparo de alimentos devem ser asseguradas pelas políticas públicas de promoção da alimentação saudável.

Por fim, cabe destacar que a alimentação e nutrição adequadas constituem requisitos básicos para o crescimento e desenvolvimento humano ideal, mas devem estar inseridas em um contexto de ações integradas de promoção de modos de vida saudáveis, lembrando que os direitos humanos (paz, alimentação, moradia, renda, educação, ecossistema estável, justiça social e equidade) são indivisíveis e inter-dependentes.

Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV 16 Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids

19

Importância da alimentação saudável para a pessoa

vivendo com HIV e aids (PVHA)

Uma alimentação saudável, adequada às necessidades individuais, contribui para o aumento dos níveis dos linfócitos T CD4, melhora a absorção intestinal, diminui os agravos provocados pela diarréia, perda de massa muscular, Síndrome da Lipodistrofia e todos os outros sintomas que, de uma maneira ou de outra, podem ser minimizados ou revertidos por meio de uma alimentação balanceada. Orientar uma alimentação saudável é colaborar para promover melhoria da qualidade de vida das PVHA.

Os sintomas gastrointestinais são comuns no contexto do HIV e da aids. As diarréias, em seus diferentes graus de comprometimento, muitas vezes estão associadas a parasitas entéricos. A má absorção intestinal decorrente das patologias gastrointestinais deve ter terapia nutricional adequada, minimizando os agravos à saúde dela decorrentes.

Para obter uma alimentação saudável, a pessoa deve buscar ingerir todos os grupos de alimentos diariamente, vide quadro 1. A alimentação saudável deve fornecer carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, que são nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo. A diversidade dietética que fundamenta o conceito de alimentação saudável pressupõe que nenhum alimento específico – ou grupo deles

  • é suficiente para atender a todos os nutrientes requeridos à uma boa nutrição e conseqüente garantia e manutenção da saúde. As características de uma alimentação saudável devem sempre ser consideradas no contexto da saúde e da doença.