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Nutição Clinica
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
2006
M
Coleção DST. aids - Série Manuais 71
Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Programa Nacional de DST e Aids
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Série Manuais nº 71
Brasília, DF 2006
© 2006. Ministério da Saúde É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Tiragem: 40.000 exemplares
P residente da rePública Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro de estado da saúde Agenor Álvares
secretário de assistência à saúde Carlos Temporão
secretário de Vigilância eM saúde Jarbas Barbosa
diretora do PrograMa nacional de dst e aids Mariângela Simão
diretor-adjunto do PrograMa nacional de dst e aids Carlos Passarelli
diretor do dePartaMento de atenção básica Luis Fernando Rolim Sampaio
coordenadora geral da Política de aliMentação e nutrição Ana Beatriz Vasconcelos
P rodução, distribuição e inforMações MinistÉrio da saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids Av. W3 Norte, SEPN 511, Bloco C CEP 70750-543 – Brasília, DF Disque Saúde / Pergunte aids: 0800 61 1997 Home page: www.aids.gov.br Série Manuais nº 71 – PN-DST/AIDS
P ublicação financiada coM recursos do P rojeto unesco bra 914/11/
resPonsáVel Pela unidade de PreVenção Ivo Brito
resPonsáVel Pela unidade de assistência, diagnóstico e trataMento Orival Silveira
assessor de coMunicação/Pn-dst/aids Alexandre Magno de A. Amorim
editor Dario Noleto
P rojeto gráfico, e diagraMação Alexsandro de Brito Almeida
caPa Lúcia Helena Saldanha Gomes
FICHA CATALOGRÁFICA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS. Manual clínico de alimentação e nutrição na assistência a adultos infectados pelo HIV / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 88 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN 85-334-1153-
1. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. 2. Programas e políticas de nutrição e alimentação. I. Título. II. Série. NLM QW 168.5.H Catalogação na fonte – Editora MS – OS 2006/
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Introdução
A Nutrição tem alcançado nos últimos anos o reconhecimento mundial por enfatizar a importância da alimentação saudável na promoção da saúde das populações. Ela vem fornecer subsídios para o planejamento estratégico da alimentação e a utilização adequada do alimento como promotor da saúde, reduzindo o risco de agravos e buscando a melhoria do estado nutricional. Alimentar-se bem e de forma constante é um direito humano.
Quando a pessoa vivendo com HIV e aids (PVHA) procura um serviço especializado, é importante considerar a possibilidade dela não compreender a relação da alimentação/ nutrição/imunidade/saúde. Esta procura, pode representar um momento oportuno para se enfatizar os cuidados com a sua saúde e com isso alcançar a eficácia desejada, favorecendo a adesão ao seu tratamento.
O sofrimento gerado pelo impacto de se perceber portador de uma doença crônica que ainda não tem cura pode, paradoxalmente, contribuir para que a pessoa encare os diversos aspectos da vida positivamente, e dentro do que lhe compete promover mudanças em seu estilo de vida, inclusive nos hábitos alimentares, caso seja necessário.
O direito à vida passa pela garantia de um direito humano que consiste em uma alimentação adequada que respeite a cultura e preserve a dignidade. Isto significa alcançar e satisfazer, além da dimensão orgânica, a intelectual, a psicológica e a espiritual do ser humano.
No Brasil, a evolução do conceito de segurança alimentar acompanhou todo o esforço de democratização da sociedade e a luta por um país com mais justiça econômica e social. Atualmente, este conceito amplia-se, e a segurança alimentar e nutricional, “consiste em garantir, a todos, condições de acesso a alimentos básicos seguros e de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo assim para uma existência digna em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana” (Valente, 2002).
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV 10 Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
Os dados epidemiológicos atuais demonstram que nossa sociedade convive com os dois lados desta questão: a carência - desnutrição, deficiência de iodo, hipovitaminose A, anemia ferropriva, osteoporose - e o excesso - sobrepeso e obesidade, hipertensão arterial, intolerância à glicose e Diabetes Mellitus, dislipidemias, diferentes tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Portanto, para o enfrentamento destes problemas, não há como desvincular a segurança alimentar e nutricional da busca pelo direito à alimentação adequada.
No âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), compõe o conjunto das políticas de governo voltadas para a segurança alimentar e nutricional e a concretização do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas.
As ações voltadas para a garantia da segurança alimentar e nutricional propiciam, assim, conseqüência prática ao direito humano à alimentação e nutrição adequadas, extrapolando, portanto, o setor saúde e alcançando também um caráter intersetorial.
Para o alcance dos propósitos desta Política são definidas como diretrizes: o estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos; a garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços neste contexto; o monitoramento da situação alimentar e nutricional; a promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; a prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição; a promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; e o desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
No contexto da epidemia de HIV/Aids, o tema segurança alimentar e nutricional adquire ainda maior relevância. É um dos aspectos que devem ser considerados pelos profissionais que prestam atendimento às pessoas vivendo com HIV/Aids, na perspectiva de ampliar a percepção do conjunto de vulnerabilidades a que possam estar expostas, e assim aprimorar a qualidade da atenção à saúde.
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Promoção da Alimentação Saudável: princípios,
características e considerações
A história da alimentação humana se confunde com a própria história da humanidade. Isso implica em reconhecer que ela vem sendo historicamente construída, evoluindo e diferenciando-se ao longo do tempo. Portanto, a alimentação do ser humano não se delineia como uma “receita” pré-concebida e universal para todas as pessoas, pois deve respeitar atributos coletivos – inclusive culturais - e individuais, impossíveis de serem estabelecidos de maneira prescritiva. Contudo, identificam-se alguns princípios básicos que devem reger a relação entre as práticas alimentares, a promoção da saúde e a prevenção de doenças.
Uma alimentação saudável deve estar baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento conceitual. Para nós, indivíduos e coletivo humano, a alimentação significa, e tem sentido, em função do consumo de alimentos (e não de nutrientes): os alimentos têm gosto, cor, forma, aroma e textura. Todos estes componentes precisam ser considerados na abordagem e no cuidado nutricional.
Os nutrientes – que compõem os alimentos e são por estes veiculados com vistas à nutrição humana - são muito importantes. Contudo, os alimentos não podem ser resumidos e tratados – em nível coletivo ou individual - apenas como veículos de nutrientes. Os alimentos trazem significações culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem ser desprezadas. Esse entendimento implica em considerar o alimento como fonte de prazer, uma abordagem necessária para a promoção da saúde.
É fundamental resgatar as práticas e valores alimentares culturalmente referenciados, bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos sociais, culturais, comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares.
O estado nutricional e o consumo alimentar interagem estreitamente de maneira multifatorial e sinérgica com os outros fatores de risco para doenças crônicas não- transmissíveis. Os diferentes fatores de risco, como alimentação inadequada, inatividade física, uso de tabaco, precisam ser abordados de maneira integrada, no decorrer do desenvolvimento e evolução do ciclo de vida, a fim de reduzir danos e não a proibir escolhas e opções. O estilo de vida, que engloba o conjunto das ações, reações e comportamentos adotados pelas pessoas é que produzem um perfil de saúde mais ou menos adequado.
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estado nutricional, estado de saúde, idade, sexo, grau de atividade física e estado fisiológico. Vale aqui ressaltar ainda que entre os vários nutrientes orgânicos, ocorrem interações que podem ser benéficas e outras que podem ser prejudiciais ao estado nutricional, o que implica na necessidade de harmonia e equilíbrio entre os alimentos consumidos.
Por fim, cabe destacar que a alimentação e nutrição adequadas constituem requisitos básicos para o crescimento e desenvolvimento humano ideal, mas devem estar inseridas em um contexto de ações integradas de promoção de modos de vida saudáveis, lembrando que os direitos humanos (paz, alimentação, moradia, renda, educação, ecossistema estável, justiça social e equidade) são indivisíveis e inter-dependentes.
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV 16 Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
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Importância da alimentação saudável para a pessoa
vivendo com HIV e aids (PVHA)
Uma alimentação saudável, adequada às necessidades individuais, contribui para o aumento dos níveis dos linfócitos T CD4, melhora a absorção intestinal, diminui os agravos provocados pela diarréia, perda de massa muscular, Síndrome da Lipodistrofia e todos os outros sintomas que, de uma maneira ou de outra, podem ser minimizados ou revertidos por meio de uma alimentação balanceada. Orientar uma alimentação saudável é colaborar para promover melhoria da qualidade de vida das PVHA.
Os sintomas gastrointestinais são comuns no contexto do HIV e da aids. As diarréias, em seus diferentes graus de comprometimento, muitas vezes estão associadas a parasitas entéricos. A má absorção intestinal decorrente das patologias gastrointestinais deve ter terapia nutricional adequada, minimizando os agravos à saúde dela decorrentes.
Para obter uma alimentação saudável, a pessoa deve buscar ingerir todos os grupos de alimentos diariamente, vide quadro 1. A alimentação saudável deve fornecer carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, que são nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo. A diversidade dietética que fundamenta o conceito de alimentação saudável pressupõe que nenhum alimento específico – ou grupo deles