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Macroeconomia e suas teses economicas, Trabalhos de Economia

Atuacao de Fernando barbosa na descricao em seu livro

Tipologia: Trabalhos

2010

Compartilhado em 08/07/2025

guilherme-manuel
guilherme-manuel 🇧🇷

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1~9 138

l'':.l\CRO:SCm,JCi>l IA

..~

Fernando de Hola~da Barbosa

1989

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1'1ACROECONO~'lIA

Fernando de Holanda Barbosa

Capítulo I - 1ntroduç~o aos Modelos A~regativos de Curto Prazo

1. Ciclo e Crescimento Econômico 2. 1nflaç~o e Nlvel de Atividade Econômica 3. A Estrutura Agregativa dos Modelos de Curto Prazo 4. A Lei de Walras

Capitulo 2 - As Curvas 1S e LM

1. Equilíbrio no Mercado^ de^ Bens e^ Serviços:^ A^ Cruva^ 1S

  1. EquIlíbrio no Mercado Bonetár:io: A Curva LM. 3. Equilíbrio no Mercado de^ Bens^ e^ Serviços^ e^ no^ Her- cado f'.10netário 4. A Dinâmica do Modelo 1S-LM 5. política Monetária: As Reservas Bancárias 6. Taxa de Juros Nominal x Taxa de Juros Real 7. política Monetária e a Dinâmica da Taxa de Juros

Capítulo 3 - A Demanda Agreqada (^) t

1. A Demanda Agregada 2. A Teoria da Renda Nominal 3. A Demanda Agregada: Um Exemolo Alg~brico 4. A Formaç~o de Expectativa& 5. Expectativas de Preços Futuro e o Conjunto de In- formação 6. A Dcterminaç?ío dos Preços Num Modelo Ncoclilssico com Expectativas Rdcion~is

A2. Equaç~o de Dif~renças Finitas Linear de Segunda Ordem A3. Sistema de Equações Lineares de Diferenças Fini- tas de Primeira Ordem A4. Equação Diferencial Linear de Primeira Ordem AS. Equaç~o Diferencial^ Li'near^ de^ Segunda^ Ordem A6. Sistema de Equa,~ões. ., Lineares Diferenciais de Pri- meira Ordem.

CAPíTULO 1

INTRODUÇÃO AOS f10DELOS AGREG1\TIVOS DE CURTO PRAZO

Esta introduç~o tem como objetivo apresentar (^) algumas quest6es b~sicas e certos aspectos metodo16gicos que sao im- portantes no estuão dos modelos agregativos de curto (^) prazo. Estes modelos procuram captar as interrelac6es entre os diver- 50S mercados na economia; permitem que se analise e se com- preenda o papel das políticas monetãria e fiscal na determina- ção dos diversos agregados macr02conômicos; e são capazes de identificar as possíveis fontes de instabilidade que produzem os ciclos econômicos observados nas economias capit.alistas mo- dernas.

  1. Ciclo e Crescimento Econômico

O nivel de atividade econômica apresenta um comporta- mento cíclico, com o produto real alternando enocas de rec~s- s~o com periodoode aquecimento. A Figura 1 ~ uma represen~açclG^ - estilizada deste fato. A reta AB representa o cresciment.o do (logaritmo) do produto potencial ao lOngo do tempo, e a incli- nação desta reta mede a taxa de crescimento da capacidade pro- dutiva da economia. A evolução do produto real é dcscri::a pela trajet6ria cíclica da Figura 1. A economia nesta traje- tória est~, em geral, ou com recursos ociosos, ou com super-

A componente cíclica, o hiato do produto (h (^) t ), e, entao, definida por:

A especialização do trabalho na macroeconomia atribui a tarefa de estudar as forças que determinam o produto ~potencial

(Y t ) à teoria do crescimento econômico, e aos modelos agregati-

vos de curto prazo, cabem explicar as razões que levam o produ- to a desviar-se do nível de pleno emprego dos fatores de produ-

Uma questão básica da macroeconomia e saber se as eco- nomias de mercado, quando estão operando a níveis diferentes do produto de pleno emprego, possuem mecanismos automáticos capa- zes de trazê-las de volta para o pleno emprego. A Teoria Geral de Keynes pretendia demonstrar que as economias capitalistas pc- deriam permanecer em equilíbrio, com elevadas i:axas de desempre- go. A terapêutica que se seguia deste diagnóstico, é de que o governo deveria intervir, através de combinações das políticas monetária e fiscal, com o objetivo de manter as economias capi- talistas operando a pleno emprego.

o desenvolvimento teórico que se seguiu^ a^ publicação

da Teoria Geral, demonstrou que Keynes estava errado quanto a^ - hipótese de equilíbrio com desemprego. O funcionamento do sis- tema de preços e o comportamento dos agentes econômicos termi- nam por levar as economias de mercado de volta ao nível de ple- no emprego, quando algum distúrbio as coloquem momentaneamente numa situação de desemprego. Todavia, a intervenção do governo no processo econômico pode ser justificada por dois motivos. Em

primeiro lugar, as politicas monetãria e fiscal se usadas apro- priadamente, podem contribuir para diminuir a amplitude dos ci- cIos, fazendo com que a trajetória do produto real seja (^) mais suave, conseqüentemente mais próxima daquela do produto poten- cial. Em segundo lugar, se a economia for deixada a sua própria sorte, o processo de ajustamento dinâmico pode ser bastantelen- to. O custo social de se deixar a economia seguir seu próprio curso seria, então, bastante alto, em termos de recursos ocio- sos ou daqueles utilizados intensivamente.

A trajetória cIclica da Figura I descreve esta concep- ção da dinâmica macroeconômica. A economia tende a se mover na direção do nIvel de pleno emprego, quando, por qualquer razao- ela se afasta de sua rota de longo prazo. Com efeito, quando a economia entra numa fase recessiva, ela acaba por retorna~ gra- dualmente ao nível de pleno empregoi o mesmo acontecendo quando ela entra num perIodo de aquecimento, com uso intensivo dos seus recursos. O caminho tracejado da Figura I seria o resul- tado da política do governo para regular o nível da atividade econômica. Esta trajetória tracejada retrataria intervenções que tiveram sucesso em diminuir as flutuações econômicas. Obvia- mente, as intervenções do goverrio podem produzir resultados in- desejáveis, aumentando o grau de instabilidade na economia, e amplificando os distúrbios no sistema. A avaliação do desempenho das políticas de intervenção do governo, que tinham como objetivo diminuir as flutuações da

atividade econômica, é um tema bastante controvertido, sobre o

qual inexiste, no momento, uma resposta definitiva. Exemplos de fracasso e de sucesso são bastante fãceis de encontrar, bastan-

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y y Figura 2. A Curva de Oferta Agregad~

Um outro fato estilizado im?ortante, é de que nao se observa nas economias capitalistas modernas nenhuma correlação entre produto potencial e taxas médias de inflação. Assim, po- deríamos ter taxas médias de inflação iguais a con- sistentes com o mesmo produto potencial y, corno indicado na Figura 2. Isto e equivalente a afirmar que o produto poten- cial independe da taxa de inflação. Um dos avanços da pesquisa macroeconômica no período pos-guerra foi justamente o de construir modelos capazes de

explicar este tipo de relação entre a taxa de inflação e o ní-

vel do produto real. O Capítulo 4 tratará deste assunto, e apresentará vários modelos que são consistentes com esta evi- dência empírica.

A existência de uma equação que reune a taxa de infla- çao e o nível do produto real é insuficiente para determinar-se o valor de cada uma delas, pois,com uma única equação não se pode resolver um modelo com duas incógnitas. Nos Capítulos 2 e 3 desenvolve-se um modelo baseado no comportamento dos indivíduos com relação a dois tipos de deci- sões: i) de como eles dispõem os seus patrimônios entre os vá- rios ativos existentes na economia, e ii) como esses indivi- duos gastam os rendimentos obtidos com os recursos que empre- gam no processo produtivo, no consumo e na expansão de capaci- dade produtiva. Este modelo estabelece, debaixo de algumas condições, uma relação negativa entre a taxa de inflação e o produto real. A curva DD da Figura 3 representa tal relação.

Ela é denominada de curva de demanda agregada, e sua localiza-

ção no plano TI-Y depende das políticas monetárias e fiscal. TI D

Y Figura 3. A Curva de Demanda Agregada

os deslocamentos da curva de demanda agregada s~o capazes de explicar fatos que ocorrem com o fenômeno do ciclo econômico ' observado nas economias capitalistas. Uma outra possibilidade para explicar a ocorr~ncia de hiatos negativos ou positivos do produto, se obtém com o des- locamento da 'curva de oferta agregada, em virtude de (^) choques de oferta. Estes tipos de choques só passaram a ser estudados, e conseqü,entemente serem discutidos na literatura econômica do hemisfério norte, depois do primeiro choque do petróleo no início da nécada dos 70. A Figura 4b representa' tr~s situações de equilíbrio de curto prazo, nas quais o produto real e menor (Y2< y), igual (y=y) e maior (Yl> y) do que o produto poten- cial. O primeiro caso descreve um choque àe oferta adverso,em que a curva de oferta desloca-se de 8 0 8 0 para 8 28 2 ; na segunda hipótese o hiato do produto é nulo (h=y-y=O); a terceira hipó- tese é um choque de oferta favorãvel, com a curva ~de oferta

A Figura 1, que descreve o ciclo econômico, mostra que o produto real embora desvie-se do produto potencial, eventual- mente retorna ao nível de pleno emprego. A implicaç~o deste fato é que os eauilíbri~de curto prazo, que correspondeD nos pontos El e E 2 da Figura 4, s~o temporãrios. Portanto, uevl.:'In existir forças que movem a economia na direção do equil{brio do produto de pleno emprego. No Capítulo 5 ser~o desenvolvi- dos vários modelos que procuram estudar a dinâmica macroeconô- mica, onde o papel das expectativas dos agentes econômicos c fundamental, no processo de ajustamento de uma situação de equilibrio de curto para longo ~rdzo.

  1. A Estrutura Agregativa dos Modelos de Curto Prazo

Os modelos de curto prazo podem ser construído a partir de diferentes concepções da estrutura agregativa dos ativos existentes na economia. Para se ter urna idéia mais precisades- ta questão, consideremos urna economia com quatro tipos de agen- tes econômicos: a) as famílias, b) as empresas, c) os bancos e d) o governo. Numa especificação mais detalhada poderíamos in- torduzir outros tipos de intermedi~rios financeiros além dos bancos, e levar em conta as relações financeiras "desta economia com demais economias do mundo.

Os ativos das famílias são constituídos de papel moeda, depósitos banc~rios, títulos emitidos pelo governo e ações das empresas. No passivo das famílias estão os empréstimos contraí- dos no sistema banc&rio. A diferença entre o total do ativo e os empréstimos é igual ao patrimônio líquido das famílias. Isto e:

Quadro I Balanço das Famílias Ativo Passivo Papel .Moeda ...... (^) Cf 1)^ Empréstimos^ .....^ Lf Depósitos ........ (^) Df 2)^ Patrimônio^ ......^ W Títulos do Governo^ Tf Ações ............ A =

Quadro 111

Balanço dos Bancos Comerciais

Ativo

  1. Reservas Bancárias (^) R
  2. Títulos do Governo
  3. Empr~stimos ........... L a) Famílias ..... Lf b) Empresas .... L (^) e

Passivo

  1. Depósitos ......... D a) Famílias ... Df b) Empresas D (^) e

R + Tb + L = D

o balanço do governo ~ o resultado da consolidação dos balanços do Banco Central e do Tesouro. Os itens do passivo são os seguintes: i) papel moeda, ii} reservas bancárias e iii) títulos do governo, em poder das famílias, das empresas e dos bancos. O ativo consiste dos bens de capital do governo (pr~- dios, equipamentos e demais instalações utilizadas na produção dos bens e serviços pÚblicos). Poderíamos introduzir um item para fechar o balanço do governo. Todavia, corno isto ~ irrele-

Quadro IV Balanço do Governo Ativo Passivo

  1. Bens de Capital ..... Kg 1)^ Papel^ Moeda^ ........^ C

a) Família ... Cf b) Empresas .. Ce Reservas Bancárias^ .. Títulos do Governo .. a} Famílias .. Tf b) Empresas ... Te c) Bancos .... Tb

R

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vante no que se segue, deixaremos de fazê-lo. A estrutura do modelo agregativo de curto prazo que es- tudaremos no Caoítulo 3, não considera a existência de um sistema bancãrio. Isto equivale a consolidar o governo com os bancos, de acordo com o Quadro V.

Quadro V

Balanço Consolidado dos Bancos e do Governo

Ativo Passivo

  1. Empréstinlos ........... L I} Dep6sitos .............. D
  2. Bens de Capital ....... Kg 2} Papel Moeda ............ C
  3. Títulos do Governo .... T-T (^) b

As famílias e as empresas são consolidadas também, obten- do-se o balanço patrimonial do setor privado da economia. Denomi- nando-se de títulos (B) em poder do setor privado, o total de tí- tu los do governo que ele detém menos o total uos empré::>cimos con-

Quadro VI

Balanço Cosolidado, do Setor Privado (famílias + empresas) Ativo Passivo I} Papel Moeda ........... C 1)^ Empréstimos^ ..........^ L

  1. Dep6sitos ............. D 2)^ Patrimônio^ ...........^ W
  2. Títulos do Governo ... T-T (^) b
  3. Bens de Capital ...... Ke C + D + T-T (^) b + Ke = L + W

juros provenientes dos títulos (r (^) t Bt - l ) e a renda obtida no pe- ríodo (PtY (^) t ), deve ser necessariamente igual ao valor total das aplicações com moeda (M~), títulos (B~), bens de capital (PtK~), compra de bens de consumo (Pt c t ) e pagamento de impostos(P (^) t tt)'

o governo financia seus gastos na aquisição de bens e

serviços (Pt gt)' seja para consumo ou investimento, e no paga- mento de juros da dívida pública (r (^) t Bt - l ) através de impostos (Pt T (^) t ), da emissão de moeda (Mt - Mt - l ) e de títulos (Bt - B (^) t - l ). Isto é:

A consolidação dessas duas identidades fornece a res- trição orçamentária para a economia como um todo, ou seja:

M t - Mdt + B (^) t - Bdt^ + P t (Y (^) t - d t ) - O

onde o dispêndio real d t e igual à soma do consumo (c (^) t ), do investimento (it=K~-Kt_l) e dos gastos do governo: d (^) t =c (^) t +i (^) t +0 (^) t " A Lei de Walras aplicada neste caso, com base na iden- tidade precedente, afirma que se dois mercados estiverem Crl equilíbrio, o terceiro mercado também estará em equilíbrio. Com efeito, suponha que os mercados de bens e serviços e de moeda estejam em equilíbrio. (^) Isto é: yt=d (^) t e Mt=Mt'd segue-se,ent::1o, que o mercado de títulos estará taniliém em ea.uilíbrio,

Bt - B~ :: o.

pois

A Lei de Walras nos permi te, portanto, a e 1imi nac~lo (il~ um dos três mercados quando se deseja estudar a nossa economia

estilizada. Na trac1ição macr.oeconômica costuma-se eliminar o mercado de títulos. Seguiremos esta tradição, (^) concentrando nossa análise nos mArcados de bens e servicos e de moeda. Cabe observar que na restrição do setor privado a

renda nominal é igual ao valor dos rendimentos efetivamente

percebic10s no ~errodo. Isto significa dizer que o mercado de mão de obra pode estar em desequilíbrio enquanto os demais mercados estão em equilíbrio.

4.1. Renda Disponível e Poupança

A renda disponível do setor privado (Y~) é igual a~ renda total adicionada aos juros reais da dívida pública, sub- traída dos impostos, inclusive o imposto inflacionário:

  • T (^) t -

A poupança é definida como o excesso da renda dispo- nível sobre o consumo:

  • c (^) t

Substituindo-se o valor de Yd t

  • T (^) t -

nesta expressa0^ - tem-se:

  • c (^) t

Quando o mercado de bens e serviços estiver em equilí-