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descrição completa sobre ciclo, necessidades agro-cimaticas e produção
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Hélio Watanabe^1
1- INTRODUÇÃO
Segundo dados estatísticos da Seção de Economia e Desenvolvimento da CEAGESP, no ano de 2007, somente o setor de frutas, comercializou 1.590.706,94 t, composta por 73 diferentes variedades, sendo que a goiaba ocupou respectivamente a 20º posição em quantidade (11.610,39 t) e em volume financeiro de R$18.345.947,69. As principais variedades de goiaba comercializadas no mercado atacadistas da CEAGESP são as do grupo de polpa branca (Kumagai, Chinesa) e de polpa vermelha (Pedro Sato, Paluma, Sassaoka, Chinesa, Pariquera-Açu), sendo o segundo grupo, o mais preferido pelos consumidores tanto para consumo in natura e no preparo de sucos e doces. No mercado em geral a classificação adotada pelos produtores é subjetiva, não permitindo transparência na comercialização, gerando desconfiança entre Produtor x Atacadista, Atacadista x Varejista e Varejista x Consumidor; a solução seria adotar uma norma de classificação com padrões mínimos de qualidade e, essa norma já existe, sendo desenvolvida através do Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura.
Engo^ Agro^ e Técnico do Centro de Qualidade em Horticultura (CQH) da Ceagesp – SP.
Outro ponto importante na comercialização é a utilização de embalagens paletizáveis e a rotulagem, como previsto em lei. Os atributos que valorizam a goiaba no mercado são: calibre, cor da casca, defeito de casca, danos mecânicos, firmeza, ponto de maturação, classificação e embalagem.
2. Variação Estacional de Preços e Quantidade de Goiaba Branca e Vermelha.
Tabela 1. Evolução da quantidade de goiaba branca comercializada na CEAGESP de 2002 a 2007.
Meses
2002 2003 2004 2005 2006 2007 QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) Janeiro (^) 455.376 240.534 333.378 241.812 118.830 97. Fevereiro (^) 364.882 443.798 235.230 347.212 102.268 106. Março (^) 471.826 389.530 263.002 308.438 148.120 113. Abril 365.262 378.160 258.828 204.444 80.678 59. Maio 269.496 366.562 133.294 149.372 74.902 45. Junho 263.176 262.172 71.398 170.736 74.014 38. Julho 316.416 241.766 68.340 91.976 97.012 28. Agosto 381.958 240.330 107.684 78.010 75.322 33. Setembro 335.222 339.436 148.336 92.914 70.326 46. Outubro (^) 361.684 372.932 166.864 15.660 48.018 70. Novembro (^) 343.756 339.900 116.664 115.108 65.428 46. Dezembro 262.458 396.440 181.162 106.164 63.566 61719 Total 4.191.512 4.011.560 2.084.180 1.921.846 1.018.484 749. Média Mensal 349. 293 334.297 173.682 160.154 84.874 62. Fonte: SEDES-CEAGESP
A região de Campinas é um pólo tradicional na produção de goiaba branca, cujos produtores são de agricultura familiar e tradicionais produtores de frutas e hortaliças.
Tabela 3. Evolução da quantidade de goiaba vermelha comercializada na CEAGESP de 2002 a 2007.
Meses
2002 2003 2004 2005 2006 2007 QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) QTD (kg) Janeiro 314.420 242.370 380.188 525.928 587.126 1.227. Fevereiro 263.766 417.114 528.824 601.050 578.000 1.249. Março 421.502 289.412 627.452 468.044 688.368 1.103. Abril 247.698 317.812 487.636 454.274 511.808 742. Maio 254.312 259.038 373.316 317.798 541.836 58 5. Junho 180.406 237.276 346.936 375.220 557.364 569. Julho (^) 258.762 300.952 379.378 498.278 580.204 549. Agosto (^) 361.224 228.940 387.024 520.138 601.112 829. Setembro 353.668 234.404 406.136 713.432 515.950 843. Outubro 378.040 267.136 4 79.180 611.280 509.288 915. Novembro 289.898 254.078 374.176 498.762 506.712 726. Dezembro 181.318 262.944 302.962 551.480 500.050 770. Total 3.505.014 3.311.476 5.073.208 6.135.684 6.677.818 10.111. Média Mensal 292.085 275.956 422.767 511 .307 556.485 842. Fonte: SEDES-CEAGESP
Tabela 4. Preços médios da goiaba vermelha na CEAGESP de 2002 a
Meses
2002 2003 2004 2005 2006 2007 R$ (kg) R$ (kg) R$ (kg) R$ (kg) R$ (kg) R$ (kg) Janeiro 1,21 1,35 1,33 1,69 1,61 1, Fevereiro 1,05 1,345 1,4 1,06 1,82 1, Março 1,02 1,285 1,365 1,66 1,67 1, Abril 1,06 1,37 1,595 1,79 1,67 2, Maio 1,31 1,395 1,675 1,89 1,66 2, Junho 1,39 1,435 1,725 2,00 1,66 2, Julho 1,35 1,53 1,815 1,78 1,70 2, Agosto 1,27 1,905 2,395 2,18 1,76 2, Setembro (^) 1,33 1,9 1,63 1,85 2,38 2, Outubro (^) 1,24 1,64 1,745 1,79 2,16 2, Novembro 1,42 1,56 2,08 2,05 2,19 2, Dezembro 1,46 1,485 1,975 1,98 2,40 2, Total 15,08 18,2 20,73 21,70 22,65 25, Média 1,26 1,52 1,73 1,81 1,89 2, Fonte: SEDES- CEAGESP
A Figura 1 demonstra a diferença percentual em relação à média anual para a goiaba tipo 12, ao longo das 52 semanas. Percebe-se que a diferença foi maior entre as semanas 16 a 20, 24 a 36, 38 a 42 e 46 a
Figura 1. Diferença percentual em relação à média anual para goiaba vermelha (padrão tipo 12) no ano de 2007, na CEAGESP.
A Figura 2 demonstra a diferença percentual em relação à média anual para a goiaba tipo 12, ao longo das 52 semanas. Percebe-se que a diferença foi maior entre as semanas 16 a 22, 24 a 36, 38 a 41 e 46 a
Terezinha de Fátima Fumis^1 Aloísio Costa Sampaio^1
1. PLANTA A goiabeira ( Psidium guajava L.) pertence à família das Mirtáceas, sendo essa espécie a mais conhecida no Brasil. A planta apresenta porte pequeno a médio, podendo atingir de 3 a 8 metros quando não podadas. Os ramos são redondos, tortuosos, com a casca lisa, castanho arroxeado-clara, que se solta em lâminas. As folhas são opostas, grossas, coriáceas, de coloração verde-amarelada e persistentes. Em geral, as flores e frutos aparecem nas axilas das folhas. O sistema radicular apresenta raízes adventícias primárias que se concentram a uma profundidade de 30 cm no solo, de onde se desenvolvem verticalmente as raízes adventícias secundárias, que chegam à profundidade de 4 a 5 metros, de onde crescem as radicelas. O fruto é do tipo baga, globosa e de tamanho, forma, sabor, aroma, espessura e coloração da polpa muito variáveis (Figura 1).
Foto: Sampaio, A.C. Figura 1 - Vista geral de uma planta de goiabeira cultivar Pedro Sato - Bauru/SP.
Nas culturas comerciais são realizadas podas anuais o que tem possibilitado reduzir o porte das goiabeiras para alturas em torno de 3 metros. O crescimento lateral tem sido também reduzido pelas podas, permitindo o estabelecimento de pomares em espaçamentos menores. A utilização de poda dos ramos e raleio intenso de frutos promovem, em geral, um maior peso dos frutos. A goiabeira, no Estado de São Paulo, inicia as novas brotações predominantemente no início do período chuvoso, setembro e outubro. As brotações não são uniformes, razão pela qual a florada ocorre durante o período de setembro a novembro e a maturação dos frutos no período de janeiro a março. A produção pode ocorrer durante todo o ano, que é conseguido através de poda drástica realizada em diferentes épocas do ano, associada à poda verde e irrigação. As inflorescências surgem apenas nos ramos do ano e apresentam grande e pronta resposta à poda parcial da copa.
A inflorescência é do tipo dicásio, isto é, a gema florífera do ramo do ano desabrocha, trazendo um botão na extremidade do eixo. Este possui na sua base duas brácteas opostas, em cujas axilas surgem dois novos botões florais laterais. Como conseqüência, as flores da goiabeira podem-se apresentar isoladas ou em grupos de duas a três, na axila das folhas de ramos em crescimento (Figuras 2A e 2B). São brancas, hermafroditas, com quatro ou cinco pétalas; possuem estames longos e numerosos e um único pistilo central, sendo o cálice persistente. O
Na goiabeira, devido à presença de flores hermafroditas, ocorrem principalmente a autopolinização e a polinização cruzada pelo transporte do pólen, principalmente pelas abelhas de uma flor para outra. O principal agente polinizador é a abelha européia Apis mellifera (Figura 3A ), existem outras espécies que também visitam as flores, como por exemplo, mamangava ( Bombus morio ) (Figura 3B); arapuá ( Trigona spinipes ) (Figura 3C), etc.
Fotos: Sagra Figura 3. Flor da goiabeira polinizada pela abelha européia (A), mamangava (B) e arapuá (C).
Todos os visitantes florais concentram-se nas flores apenas no período da manhã, com pico de visitação, por volta de uma hora após o início da abertura das flores, quando há maior disponibilidade de alimento no pomar. Normalmente, o pegamento dos frutos da goiabeira é de aproximadamente 20%, considerando-se a relação entre o número de botões florais emitidos pela goiabeira e o número de frutos colhidos. O ciclo entre a fecundação da flor e o ponto normal de colheita do fruto é de aproximadamente 130 dias.
A B C
As cultivares diferem, entre si, em diversos aspectos, como o formato da copa (algumas mais eretas outras mais esparramadas), produtividade, época de produção (precoce, meia estação e tardia), número, tamanho e formato de fruto, coloração da polpa, características físico-químicas, vida útil pós-colheita e resistência às pragas e as doenças. As cultivares diferenciam-se também quanto ao destino da produção. Para o mercado de frutas in natura , a preferência é por frutos firmes, com casca grossa e resistente, com polpa espessa, saborosa, doce e baixa acidez. O mercado nacional de frutas frescas remunera melhor os frutos de polpa avermelhada que possui a preferência da maioria dos consumidores. As cultivares de polpa branca são recomendadas para fins de exportação, apresentam uma vida útil pós- colheita mais longa e um aroma mais discreto, o que as torna mais finas e delicadas.
4. PRINCIPAIS CULTIVARES NO MERCADO
Paluma: Seleção obtida a partir de sementes de plantas de polinização aberta de Ruby Supreme pelo Prof. Dr. Fernando Mendes Pereira, UNESP/Jaboticabal/SP. Apresenta plantas com excelente produtividade (50 t ha-1), vigorosas, com crescimento lateral, boa tolerância à ferrugem. Possui frutos grandes (acima de 200 g mesmo em plantas não desbastadas), formato piriforme, casca lisa, polpa vermelha e espessa e sabor agradável. Comercializada com finalidade de industrialização e
Foto: Valfrutas Figura 5 – Cultivar Pedro Sato.
Kumagai: Obtida a partir de uma seleção efetuada por produtores do município de Valinhos/SP. As plantas são abertas, médio vigor e bastantes produtivas. Os frutos são grandes (300 a 400 gramas), formato arredondado a oblongo, casca lisa, polpa branca e firme, sabor pouco acentuado e levemente ácido, ótima vida útil pós-colheita. Finalidade mesa e à exportação (Figura 6).
Fonte: www.todafruta.com.br Figura 6 – Cultivar Kumagai.
Sassaoka: Originária de planta de goiaba comum, propagada inicialmente por semente e cultivada no município de Valinhos/SP.
Apresenta plantas com média produtividade, eretas e com bom vigor. Os frutos são grandes (acima de 300 g), formato arredondado, com casca rugosa, polpa rosada e espessa, sabor suave e excelente vida útil pós- colheita. Selecionada para a produção de goiaba de mesa (Figura 7).
Foto: Watanabe, H. Figura 7 – Cultivar Sassaoka.
Século XXI: Resultado do cruzamento entre as cultivares Supreme 2 e Paluma, desenvolvida na UNESP de Jaboticabal/SP. As plantas são muito produtivas, com ciclo curto (130 dias do florescimento à colheita) e crescimento horizontal. Os frutos são grandes (média de 200 a 300 g), casca rugosa, polpa espessa, rósea-avermelhada e com poucas e pequenas sementes. São mais adocicadas e exalam aroma mais suave que as tradicionalmente encontradas no mercado. É menos ácida e possui teor elevado de vitamina C. Ideal para indústria e mesa (Figura 8).
arredondado, casca lisa, polpa espessa, rosada a vermelha e poucas
sementes. Muito doce e suculenta. Finalidade para o comércio in natura.
Ogawa nº 1 (branca): Obtida do cruzamento da goiaba comum e a
Australiana. As plantas são vigorosas, com crescimento lateral e boa
produtividade. Os frutos são grandes (300 a 400 g e às vezes até 700 g,
quando submetidos ao raleio), formato oblongo a ovalado, casca
levemente rugosa, polpa branca, espessa e firme, poucas sementes e
muito doce.
Ogawa nº 2: É o resultado do cruzamento entre a Ogawa nº 1 (vermelha) com Araçá (Vermelha). As plantas apresentam crescimento lateral, porte pequeno e grande produtividade. Os frutos são grandes (300 a 400 g), formato arredondado, casca lisa, polpa vermelha, espessa e firme e poucas sementes.
Ogawa nº 3: Proveniente do cruzamento entre a Ogawa nº 1 (vermelha) e a Ogawa nº 2. As plantas apresentam copa compacta, de porte médio, com crescimento lateral e bastante produtivas. Os frutos são grandes (300 g), formato arredondado a oblongo e polpa rosada a vermelha. A casca é lisa, podendo apresentar uma leve rugosidade.
Novo Milênio: Origem Jaboticabal/SP. Finalidade mesa, boa produtividade, frutos com casca lisa e polpa vermelha. Tem sido bastante cultivada na região de Ivinhema (MS) com apoio da AGRAER (Agência de Desenvolvimento e Extensão Rural) (Figura 10).
Foto: Vieira, C.R.I. Figura 10 – Cultivar Novo Milênio.
Cascuda de Pariquera-Açú: Origem Pariquera-Açú/SP. Finalidade mesa, frutos arredondados, casca rugosa e polpa vermelha (Figura 11).
Fonte: www.todafruta.com.br Figura 11 – Cultivar Cascuda de Pariquera-Açú.
A propagação sexual ou por sementes deve ser empregada em trabalhos de melhoramento genético por polinização aberta ou controlada (hibridação) com posterior seleção em campo ou para obtenção de porta-enxertos.
2. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
2.1. Estaquia herbácea
A propagação por estacas herbáceas é o método de produção de mudas mais rápido para grandes quantidades. Em câmaras de nebulização, utilizando estacas de tecidos jovens (madeira verde), compostas de um internódio e dois pares de folhas reduzidas à metade (redução da transpiração), consegue-se índices de enraizamento entre 60 e 100% após 2 a 2,5 meses. Esta variação de pegamento se dá em função da cultivar escolhida, sendo que a Paluma possui índices de enraizamento superiores a Pedro Sato, e ao uso de indutores de enraizamento (fitorreguladores) como AIB (ácido indolbutírico) na concentração de 200 a 2000 ppm. A base das estacas deve ser imersa em solução de AIB por 12 a 14 horas, em ambiente escuro e temperatura próxima de 23oC. Com objetivo de estimular a brotação de ramos novos e conseqüente obtenção de material para propagação (Figura 2), deve-se realizar poda das plantas matrizes 70 a 80 dias antes da colheita dos ramos.
Foto:Sampaio, A.C. Figura 2. Goiabeira com brotações novas para coleta de ramos herbáceos, Brotas.
2.1.1. Substrato de enraizamento As estacas tem sido plantadas em substrato à base de casca de arroz carbonizada ou vermiculita, que apresentam grande retenção de umidade, indispensável para propiciar um ambiente favorável ao enraizamento. O substrato inerte é colocado no interior de caixas plásticas e após plantio das estacas, as mesmas ficam no interior de estufas climatizadas com nebulização intermitente, cujo controle automático é programado através de um ‘timer’(Figura 3).
Foto: Sampaio, A.C. Figura 3. Caixas plásticas com estacas de goiaba em câmara de nebulização para enraizamento na Fazenda Taperão-Grupo Agromillora, Brotas (SP).