Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Livro que fala sobre diversas doenças raras de A a Z, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

Livro sobre doenças que não aparecem comunmente, para se ter o conhecimento de que existem

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 29/07/2019

michelle-cristina
michelle-cristina 🇧🇷

4.7

(3)

11 documentos

1 / 206

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Um projeto Em parceria com
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Livro que fala sobre diversas doenças raras de A a Z e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Medicina, somente na Docsity!

Um projeto (^) Em parceria com

Prefácio

A

s Doenças Raras são um importante problema de saúde

no mundo, o que não é diferente no Brasil.

Estimativas apontam que cerca de 13 milhões de pessoas

vivem com essas enfermidades em nosso país.

O Ministério da Saúde considera esta publicação

da Associação Paulista de Mucopolissacaridose um importante

instrumento de disseminação de informações para a população

e profissionais de saúde sobre o tema.

O conteúdo deste livro traz conceitos fundamentais

para o reconhecimento de algumas doenças consideradas

raras - patologias caracterizadas pela prevalência

de 5 casos para cada grupo de 10 mil pessoas

Doenças Raras são crônicas, progressivas e incapacitantes,

com consequências importantes na qualidade de vida e saúde

dos cidadãos acometidos, bem como dos seus familiares e amigos.

c

a

a

c

c c a

g

g

g t

c

c

c

a

a

a

b t

g

gc

t

a

a

b

■ Professora adjunta de Endocrinologia, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ■ Coordenadora do Centro de Pesquisa em Neuroendocrinologia, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ ■ Membro da diretoria do departamento de Neuroendocrinologia, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Monica Gadelha

res que 0,4 ng/dL e IGF-I normal excluem a doença. Caso contrário, deve ser realizado o teste de tolerância oral à glicose, sendo confirmado o diagnóstico caso não haja supressão do GH para níveis menores que 0,4 ng/dL. Após o diagnóstico laboratorial, deve ser realizado exame de imagem de sela túrcica, ressonância magnética, preferencialmente. O tratamento cirúrgico está indicado nos pacientes com tumores pequenos (< 10 mm), naqueles com tumores maiores, mas sem expansão extra-selar impor- tante ou ainda naqueles com perda visual recente. Nos pacientes não curados com a cirurgia ou naqueles em que esta não seja indicada, o tratamento medi- camentoso deve ser instituído. Três classes de drogas estão disponíveis para o tratamento da Acromegalia: análogos da somatostatina (octreotide e lanreoti- de), agonistas dopaminérgicos (cabergolina) e antagonista do receptor de GH (pegvisomanto). Há ainda a opção da radioterapia, restrita aos pacientes não controlados pelos tratamentos cirúrgico e medicamentoso. A Acromegalia é uma doença com alta morbi-mortalidade e o seu diagnós- tico e tratamento devem ser realizados em centros especializados. No Brasil, existem centros habilitados para o manejo desses pacientes como, por exem- plo, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo e o Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo.

Para saber mais www.nedo.pt/item.aspx?id_item=88&id_rubrica=80&id_seccao= http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/RelatorioPegvisomanto18_CP.pdf www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?Expert=963&lng=PT

a

Malformação

U

ma Anomalia da Diferenciação Sexual (ADS) é uma situação em que o sexo (46,XX ou 46,XY), o sexo gonadal (ovários ou testícu- los) e o sexo fenotípico (a aparência masculina ou feminina) não estão de acordo. Assim, uma criança com aparência externa femi- nina, com genitália feminina, mas um cariótipo 45,X e ovários em fita, ilustra bem que o sexo genético e o gonadal não estão de acordo e, portanto, trata-se de uma ADS. No entanto, são os casos que se apresentam com ambiguidade genital (genitália externa atípica) que acabam sendo diagnosticados precoce- mente. Uma criança com ambiguidade genital deve ser sempre vista como uma emergência médica, já que a determinação do sexo de criação fica postergada até que se tenha uma definição mais precisa quanto a esta escolha. Em muitos casos, o diagnóstico é feito com rapidez mas, em algumas situações, exames e até mesmo uma abordagem cirúrgica com biópsia gonadal é necessária para uma correta definição do sexo de criação. Uma minuciosa história clínica e um cuidadoso exame clínico auxiliam muito na linha diagnóstica mas, em geral, são necessários exames de laborató- rio, bioquímicos e de imagem para que se chegue ao diagnóstico. Na história, o uso de medicamentos potencialmente virilizantes pela mãe pode induzir a uma virilização de um feto feminino, que acaba nascendo com ambiguidade genital. Outras vezes, a mãe viriliza durante a gravidez (luteoma gravídico, por exemplo) e isto acaba virilizando um feto feminino. Há doenças, como a hiperplasia congênita de suprarrenais em que o feto produz andrógenos em exagero e, numa menina, novamente teremos graus variados de virilização. Ao exame físico, o dado mais importante é a palpação de gônadas. Uma crian- ça com ambiguidade genital sem gônadas palpáveis é, provavelmente, uma hiperplasia congênita de suprarrenais. Nestes casos, um cuidado especial deve ser tomado quanto à perda de sal que tais crianças apresentam, em geral após a primeira ou a segunda semanas de vida. Portanto, o distúrbio hidroeletrolítico (Na baixo e K alto) acabam ocorrendo quando a criança já está em casa e, se a família não estiver atenta, a criança pode morrer por choque hipovolêmico,

Anomalias

da Diferenciação

Uma criança com ambiguidade genital deve ser sempre vista

como uma emergência médica, já que a determinação do sexo

de criação fica postergada até que se tenha

uma definição mais precisa quanto a esta escolha

Síndrome

A

taxia telangiectasia (AT) ou síndrome de Louis-Bar resulta de mu- tações que ocorrem no gene ATM, descrito em 1995. Esse é um dos genes responsáveis por reparos no DNA, portanto, mutações nesse gene facilitam a instabilidade cromossômica, aumentando inclusi- ve a susceptibilidade a tumores. A herança genética é autossômica recessiva e, neste contexto, a presença de consanguinidade pode ser um fator de risco para o aparecimento da doença. Ambos os pais portadores apresentam 25% de chance de gerar um filho acometido e um risco de 50% de que os seus herdeiros sejam portadores da doença. Os sintomas decorrentes da mutação genética são de caráter progressivo e po- dem ser observados nos primeiros anos de vida sendo os comprometimentos imunológico e neurológico os mais relevantes. Pode haver diversidade na gra- vidade das manifestações, sendo que, para alguns, pode haver mais prejuízo na fala, para outros no sistema locomotor, mas um achado laboratorial comum é a elevação da alfa-fetoproteína sérica. As alterações do sistema nervoso são principalmente motoras e degenerativas. As manifestações iniciais podem ser percebidas quando a criança tenta dar os seus primeiros passos e o envolvimento do sistema nervoso central não é unifor- me, destacando-se a disfunção cerebelar. Como resultado, a marcha, a postura e o tônus muscular dos pacientes ficam bastante comprometidos. No início, as crianças conseguem caminhar, até mais rapidamente para manter o equilíbrio, mas a ataxia faz com que os seus passos sejam entrelaçados levando a grandes chances de queda. Com o progredir da doença, o tônus muscular também se altera e os pacientes usam andadores ou passam a ficar restritos a cadeiras de ro- das. Podem ocorrer movimentos involuntários de braços e mãos. Pacientes com AT apresentam apraxia oculomotora (incoordenação dos movimentos oculares) o que dificulta a visão. A fala também pode ficar prejudicada, mais lenta e pas- tosa, decorrente da disartria. Torna-se difícil avaliar a cognição destes pacientes, mas em geral ela é preservada assim como a audição, facilitando o processo de comunicação e aprendizado.

Ataxia

Telangiectasia

As manifestações iniciais podem ser percebidas

quando a criança tenta dar os seus primeiros passos

e o envolvimento do sistema nervoso central não é uniforme,

destacando-se a disfunção cerebelar

■ Mestre e Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP ■ Diretora Secretária da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia ■ Médica Assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP

Ana Paula Beltran Moschione

O sistema imunológico é frequentemente comprometido em pacientes com AT, especialmente a imunidade humoral, responsável pela produção de anticor- pos, portanto tornam-se necessários cuidados especiais no diagnóstico e trata- mento dos processos infecciosos. Cerca de dois terços dos pacientes com AT apresentam deficiência de imunoglobulina A (IgA), importante na proteção das mucosas das vias aéreas superiores e do sistema digestório. Frequentemente há diminuição do número de linfócitos T e a resposta vacinal pode ficar prejudica- da. Para diminuição dos processos infecciosos, pode ser necessária reposição de gamaglobulina por via endovenosa e antibioticoterapia profilática. Todos os pa- cientes com AT devem realizar avaliação imunológica periódica e ser orientados, sempre que indicado, a receberem as vacinas próprias para a idade, com destaque para a gripe e pneumonia (pneumococo). O estado nutricional dos pacientes deve ser monitorado. As dificuldades na deglutição podem impedir a adequada ingestão calórica e proteica, além de faci- litar a aspiração de alimentos ocasionando complicações respiratórias. Especial atenção deve ser dada ao comprometimento pulmonar dos pacientes. Todos os pacientes devem realizar avaliações periódicas da função pulmonar, devendo a espirometria ser incluída na monitorização rotineira do paciente. A instabilidade cromossômica gerada pelas mutações no gene ATM pode facilitar o desenvolvi- mento de neoplasias. Entre 10 a 30% dos pacientes poderão apresentar algum tipo de câncer, sendo os linfomas e as leucemias os mais frequentes. Recomenda-se fortemente evitar a exposição à radiação, portanto só se devem realizar exames que envolvam esta tecnologia se forem extremamente necessários. É fundamental adequada vigilância para o diagnóstico precoce e rápido início do tratamento. A confirmação diagnóstica se faz quando se detectam as mutações do gene ATM em ambos os alelos. Uma vez confirmado o diagnóstico, uma equipe multi- disciplinar deve cuidar do paciente: imunologistas, neurologistas, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. O paciente deve ser inserido em programas de reabilitação motora, terapia ocupacional e apoio emocional. Tudo isto dosado e respeitando os limites do paciente e estrutura familiar.

Para saber mais www.asbai.org.br/revistas/Vol243/ataxia.htm http://ghr.nlm.nih.gov/condition/ataxia-telangiectasia www.orpha.net

a

a

a

c

c c a

g

g

g t

c

c

c

a

a

a

b t

g

gc

t

a

b

b

Síndrome

C

aracteriza-se por macrocefalia, lipomas múltiplos, pólipos intestinais hamartomatosos, malformações vasculares, máculas pigmentadas no pênis. Cerca de 50% dos casos apresentam hipotonia e deficiência intelectual moderada a grave. Podem-se observar também alterações miopáticas proximais, hiperextensibilidade articular, pectus excavatum e esco- liose. A predisposição para tumores, especialmente de mama, de tireóide e do endométrio está definida para os casos decorrentes de mutação no gene PTEN. O diagnóstico baseia-se nas manifestações clínicas, porém, através de técni- cas de biologia molecular, têm sido encontradas mutações no gene PTEN, em cerca de 65% dos casos. Este gene também está relacionado a outros fenóti- pos, tais como a doença de Cowden a síndrome de Proteus, síndrome Proteus- -like e autismo com macrocefalia. O seguimento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar (incluindo estimulação precoce para os casos que apresentam hipotonia). As manifesta- ções benignas ou malignas são tratadas de forma convencional. Para as lesões mucocutâneas, podem ser utilizados agentes tópicos, curetagem, criocirurgia e ablação a laser, reservando-se a exérese cirúrgica para os casos de suspeita de malignidade ou de sintomas significativos, tais como dor e deformidade. Recomenda-se também o rastreamento para câncer, pelo menos para os casos relacionados ao gene PTEN: ultrassonografia de tireóide e avaliação dermatológica anuais, colonoscopia a partir dos 35/40 anos, com frequência dependente do grau de polipose identificado. As mulheres devem iniciar a partir de 30 anos o autoexame mensal da mama, exame de imagem da mama anualmente e ultrassom transvaginal ou biópsia endometrial. Para outros tipos de cânceres diagnosticados em familiares em idade precoce, deve iniciar-se o rastreio 5 a 10 anos antes da idade do caso mais jovem da família. Acredita-se que os pólipos hamartomatosos gastrointestinais (observados em cerca de 45% dos afetados) não aumentam o risco de câncer colorretal, porém podem estar associados a sangramento retal e intussucepção.

Bannayan-Riley-

-Ruvalcaba

O diagnóstico baseia-se nas manifestações clínicas, porém,

através de técnicas de biologia molecular,

têm sido encontradas mutações no gene PTEN,

em cerca de 65% dos casos

Deficiência

A

Deficiência de Biotinidase (DB) é um erro inato do metabolis- mo de herança autossômica recessiva. Na DB, a capacidade de obtenção da vitamina biotina a partir dos alimentos está prejudi- cada. Consequentemente, o funcionamento das carboxilases que dependem da biotina como coenzima é afetado. Além disso, a biotina não pode ser reutilizada a partir das carboxilases quando elas são degradadas (Baumgartner e Suormala, 2000). Existem duas formas da doença de acordo com a atividade residual da biotinidase: a deficiência total – menos de 10% da média da atividade sé- rica normal da biotinidase e a deficiência parcial – 10 a 30% da média da atividade normal. No mundo, estima-se que a incidência da DB seja de 1 para 60 089 recém-nascidos e que as incidências de DB total e parcial sejam semelhantes entre si (Wolf, 1991). O Brasil parece apresentar uma alta fre- quência da doença embora existam poucos estudos sobre esta frequência e os que existem apresentam resultados ainda discrepantes. Neto et al. (2004) descreve uma incidência no país de 1 para 9000 recém-nascidos enquanto que, no Estado do Paraná, Pinto et al. (1998) relata 1 por cada 62 500 recém- -nascidos e, especificamente, no município paranaense de Maringá de 1 para 6843, segundo Luz et al. (2008). Manifestações neurológicas (hipotonia muscular, letargia, convulsões mioclônicas, ataxia) são os sinais clínicos iniciais mais frequentes. Além disso, sintomas respiratórios (estridor, hiperventilação e apneias) ocorrem com frequência (Baumgartner et al., 1989). Rash cutâneo e alopécia são achados característicos da doença, no entanto, eles podem ocorrer mais tar- diamente ou até mesmo não ocorrer em alguns pacientes (Wastell et al., 1988; Wolf et al., 1985; Wolf, 2001). De modo geral, há uma grande varia- bilidade nas manifestações clínicas e na idade de apresentação dos sintomas (do período neonatal até à adolescência) (Baumgartner et al., 1985; Wolf et al., 1998) , o que gera um grande risco de atraso no diagnóstico (Grunewald et al., 2004). Pacientes com diagnóstico tardio podem apresentar retardo

Biotinidase

Com uma grande variabilidade nas manifestações clínicas

e na idade de apresentação dos sintomas esta patologia

é frequentemente diagnosticada tardiamente

■ Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS

■ Médico geneticista

■ Biomédica

Ida Vanessa D. Schwartz

Osvaldo Artigalás

Taciane Borsatto

psicomotor, leucoencefalopatia, perda auditiva e atrofia óptica, que podem ser irreversíveis e, até mesmo, fatais (Ramaekers et al., 1992; Weber et al., 2004; Wolf et al., 2002). O diagnóstico de DB pode ser realizado a partir da suspeita clínica e con- firmado pela medida da atividade da biotinidase no soro (Wolf et al., 1983; Wastell et al., 1984). A detecção de pacientes ainda assintomáticos pode ser feita por triagem neonatal (teste do pezinho). Nesse caso, a avaliação da atividade enzimática é realizada em cartão de papel filtro impregnado com sangue. Quando o resultado for indicativo de DB, a confirmação é dada pela medida no soro (Heard et al., 1984). É recomendado que o teste seja realiza- do, ao mesmo tempo, nos pais do paciente e num indivíduo não relacionado, para auxiliar na interpretação e distinguir a verdadeira deficiência, de uma diminuição da atividade devido ao transporte ou manipulação da amostra (Cowan et al., 2010). Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento deve ser instituído sem demora, inclusive para os assintomáticos, pois os pacientes tornam-se de- ficientes em biotina poucos dias após o nascimento (Baumgartner et al., 1985). O tratamento consiste em suplementação oral de biotina livre (dispo- nível em cápsula, comprimido e preparação líquida) ao longo de toda vida. Todos os indivíduos devem ser tratados, independente do grau da deficiên- cia (total ou parcial) (Wolf, 2010). Invariavelmente, os pacientes tratados com biotina apresentam melhoras, embora os problemas de atrofia óptica, perda auditiva e retardo no desen- volvimento não sejam revertidos completamente. Além disso, as crianças identificadas por triagem neonatal têm os sintomas prevenidos com a terapia (Wolf, 2010).

Para saber mais www.deficienciadabiotinidase.com www.institutocanguru.org.br http://biotinidasedeficiency.20m.com

b

a

a

c

c c a

g

g

g t

c

c

c

a

a

a

b t

g

gc

t

a

c

b

Síndrome

A

síndrome de Chédiak-Higashi (sCH) é uma doença rara, de he- rança autossômica recessiva, caracterizada por albinismo oculo- cutâneo, infecções de repetição, sangramentos e manifestações neurológicas progressivas. A causa da doença é uma mutação no gene CHS/LYST (Lysosomal Trafficking Regulator) , localizado no cromos- somo 1q42.1-q42.2, que codifica uma proteína citosólica do citoesqueleto que regula o tamanho e movimento das organelas do lisossoma, resultante da fusão aberrante dos grânulos azurófilos das células. Isso causa num au- mento das vesículas de origem lisossomal, o que inclui lisossomos, mela- nossomas e plaquetas. Foram descritas cerca de 8 mutações neste gene e todas levam à formação de uma proteína incompleta. O quadro clínico inicial consiste de infecções de repetição, em geral pio- gênicas, associadas à hipopigmentação. Em geral, os pacientes apresentam albinismo parcial, com albinismo oculocutâneo, sendo frequente a queixa de mudanças na coloração de pele, com clareamento da mesma de forma hetero- génea, e cabelos acinzentados. Essas manifestações chamam bastante a atenção de familiares, em especial naqueles de cor negra, que percebem a modificação da coloração da pele e cabelos dos pacientes. Como queixas visuais podem ser referidas fotossensibilidade e alterações da acuidade visual. As infecções afetam especialmente o trato respiratório e pele, podendo acometer outros sistemas. As manifestações neurológicas podem ser variadas, com convulsões, ataxia, defeitos sensoriais e progressiva degeneração neurológica. Cerca de 80% dos casos evoluem com uma fase acelerada, caracterizada por uma síndrome hemo- fagocítica com febre, hepatoesplenomegalia, distúrbios de coagulação, anemia, plaquetopenia e alterações metabólicas, que podem evoluir para óbito. O diagnóstico pode ser feito pelas manifestações clínicas e pelo esfregaço de sangue em lâmina, observando-se grânulos gigantes em polimorfonucleares, hemácias e plaquetas. A microscopia óptica dos fios de cabelo mostra pigmentos agrupados e salpicados ao longo do comprimento do fio, em oposição ao padrão normal de pigmentação fina e difusa.

Chédiak-Higashi

O quadro clínico inicial consiste de infecções de repetição,

em geral piogênicas, associadas à hipopigmentação.

Em geral, os pacientes apresentam albinismo parcial,

com albinismo oculocutâneo