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Guias e Dicas
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Livro Estatistica Básica Para Ciências Agrárias e Biológicas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Ciências Biologicas

Livro base em estatística.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2014
Em oferta
60 Pontos
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Compartilhado em 02/05/2014

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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro Tecnol´ogico
Departamento de Inform´atica e Estat´ıstica
ESTAT´
ISTICA B ´
ASICA PARA AS CIˆ
ENCIAS
AGRON ˆ
OMICAS E BIOL ´
OGICAS
Com No¸oes de Experimenta¸ao
Prof. Paulo Jos´e Ogliari, Dr.
Prof. Dalton Francisco de Andrade, PhD.
FLORIAN ´
OPOLIS
Santa Catarina - Brasil
Abril - 2005
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Baixe Livro Estatistica Básica Para Ciências Agrárias e Biológicas e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Ciências Biologicas, somente na Docsity!

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Tecnol´ogico

Departamento de Inform´atica e Estat´ıstica

ESTAT´ISTICA B ´ASICA PARA AS CIˆENCIAS

AGRON ˆOMICAS E BIOL ´OGICAS

Com No¸c˜oes de Experimenta¸c˜ao

Prof. Paulo Jos´e Ogliari, Dr.

Prof. Dalton Francisco de Andrade, PhD.

FLORIAN OPOLIS´

Santa Catarina - Brasil Abril - 2005

Sum´ario

  • 1 Introdu¸c˜ao Geral
    • 1.1 A Ciˆencia Estat´ıstica na Pesquisa Agronˆomica e Biol´ogica
      • 1.1.1 Forma de coleta dos dados
      • 1.1.2 Erro Experimental ou Res´ıduo
      • 1.1.3 An´alise Explorat´oria de Dados
      • 1.1.4 Inferˆencia Estat´ıstica
      • 1.1.5 Teoria da Probabilidade e seus Modelos
    • 1.2 A Estat´ıstica e o M´etodo Cient´ıfico
    • 1.3 Aspectos do Planejamento Estat´ıstico de um Experimento
      • 1.3.1 Experimentos com um Fator e mais de um Fator
      • 1.3.2 Tratamento Controle
      • 1.3.3 Vari´aveis e Covari´aveis
      • 1.3.4 Repeti¸c˜ao e Casualiza¸c˜ao
    • 1.4 Exerc´ıcios Propostos
  • 2 An´alise Explorat´oria de Dados
    • 2.1 Organiza¸c˜ao, Resumo e Representa¸c˜ao de Dados
      • 2.1.1 Introdu¸c˜ao
      • 2.1.2 Classifica¸c˜ao das Vari´aveis Selecionadas para o Estudo
      • 2.1.3 Distribui¸c˜oes de Freq¨uˆencias. Representa¸c˜ao em Tabelas e Gr´aficos - resenta¸c˜ao em Tabelas 2.1.3.1 Distribui¸c˜oes de Freq¨uˆencias de Vari´aveis Qualitativas. Rep-
        • 2.1.3.2 Representa¸c˜oes Gr´aficas de Vari´aveis Qualitativas
        • 2.1.3.3 Exerc´ıcios Propostos
        • 2.1.3.4 Tabelas de Contingˆencia
        • 2.1.3.5 Exerc´ıcios Propostos
        • 2.1.3.6 Coeficiente de Contingˆencia de Pearson
        • 2.1.3.7 Exerc´ıcios Propostos
          • agrama de Pontos, Gr´afico de Colunas e Histograma 2.1.3.8 Distribui¸c˜oes de Freq¨uˆencias de Vari´aveis Quantitativas: Di-
        • 2.1.3.9 Exerc´ıcios Propostos
        • 2.1.3.10 Ramo-e-Folhas
        • 2.1.3.11 Exerc´ıcios Propostos
    • 2.2 Algumas Medidas e Modelo para Vari´aveis Quantitativas
      • 2.2.1 Medidas de Tendˆencia Central
        • 2.2.1.1 M´edia, Mediana e Moda
      • 2.2.2 Medidas de Dispers˜ao - Interquart´ılico 2.2.2.1 Variˆancia, Desvio Padr˜ao, Coeficiente de Varia¸c˜ao e Desvio
        • 2.2.2.2 Exerc´ıcios Propostos
        • Dados 2.2.3 O Uso da Mediana e dos Quartis na Interpreta¸c˜ao de um Conjunto de
      • 2.2.4 Desenho Esquem´atico (em inglˆes leia-se Box Plot)
        • 2.2.4.1 Exerc´ıcios Propostos
      • 2.2.5 Coeficiente de Correla¸c˜ao
        • 2.2.5.1 Exerc´ıcios propostos
      • 2.2.6 Ajuste da Equa¸c˜ao de uma Reta
        • 2.2.6.1 Exerc´ıcios propostos
  • 3 Modelos de Probabilidades para Experimentos Simples
    • 3.1 Introdu¸c˜ao
    • 3.2 Conceitos Fundamentais
    • 3.3 Opera¸c˜oes com Eventos
    • 3.4 A Probabilidade de Um Evento
    • 3.5 Conceito de Probabilidade
    • 3.6 A Regra da Adi¸c˜ao
    • 3.7 Probabilidade Condicional e Independˆencia
    • 3.8 Teorema de Bayes
    • 3.9 Exerc´ıcios Propostos
  • 4 Modelos de Probabilidades para Contagens
    • 4.1 Introdu¸c˜ao
    • 4.2 O Conceito de Vari´avel Aleat´oria Discreta e Fun¸c˜ao de Probabilidade
    • 4.3 A m´edia e a Variˆancia de Uma Vari´avel Aleat´oria Discreta. Propriedades
    • 4.4 Alguns Modelos Probabil´ısticos para Contagens
    • 4.5 Distribui¸c˜ao de Bernoulli
    • 4.6 A Distribui¸c˜ao Binomial
    • 4.7 A Distribui¸c˜ao de Poisson
    • 4.8 Aproxima¸c˜ao da distribui¸c˜ao binomial pela distribui¸c˜ao de Poisson
    • 4.9 Exerc´ıcios Propostos
  • 5 Modelos de Probabilidades para Medidas
    • 5.1 Introdu¸c˜ao
    • 5.2 A M´edia de Uma Vari´avel Aleat´oria Cont´ınua
    • 5.3 A Distribui¸c˜ao Normal
      • 5.3.1 Introdu¸c˜ao
      • 5.3.2 A Distribui¸c˜ao Normal Padr˜ao
      • 5.3.3 O Uso da Tabela da Distribui¸c˜ao Normal Padr˜ao
      • 5.3.4 A Distribui¸c˜ao Normal como Aproxima¸c˜ao da Distribui¸c˜ao Binomial
      • 5.3.5 Exerc´ıcios propostos
  • 6 Introdu¸c˜ao `a Inferˆencia Estat´ıstica
    • 6.1 Introdu¸c˜ao
    • 6.2 Como Selecionar Uma Amostra
    • 6.3 Amostragem Aleat´oria Simples
      • 6.3.1 Obten¸c˜ao de Uma Amostra Aleat´oria Simples
    • 6.4 Distribui¸c˜oes Amostrais
      • 6.4.1 Distribui¸c˜ao Amostral da Propor¸c˜ao
      • 6.4.2 Distribui¸c˜ao Amostral da M´edia
    • 6.5 Exerc´ıcios Propostos
  • 7 Estima¸c˜ao dos Parˆametros
    • 7.1 Introdu¸c˜ao
    • 7.2 Propriedades dos Estimadores
    • 7.3 M´etodos para Encontrar Estimadores
      • 7.3.1 M´etodo da M´axima Verossimilhan¸ca
    • 7.4 Estimativas Pontuais e Intervalares
      • 7.4.1 Intervalos de Confian¸ca
      • 7.4.2 Intervalo de Confian¸ca para a M´edia da Popula¸c˜ao
      • 7.4.3 Intervalo de Confian¸ca para Uma Propor¸c˜ao Populacional
      • 7.4.4 Erro de Estima¸c˜ao ou de Amostragem
      • 7.4.5 Determina¸c˜ao do Tamanho da Amostra
    • 7.5 Exerc´ıcios Propostos
  • 8 Testes de Hip´oteses Sobre os Parˆametros
    • 8.1 Introdu¸c˜ao
    • 8.2 Testes de Hip´oteses Unilaterais e Bilaterais
    • 8.3 Erros Tipo I e Tipo II
    • 8.4 Testes de M´edias Populacionais - for Desconhecida 8.4.1 Teste de Uma M´edia Populacional Quando a Variˆancia Populacional - sconhecidas 8.4.2 Teste de Duas M´edias Populacionais com Variˆancias Populacionais De-
    • 8.5 Teste Para Propor¸c˜oes
      • 8.5.1 Teste Para Uma Propor¸c˜ao Populacional
      • 8.5.2 Teste de Duas ou Mais Propor¸c˜oes (Teste de Qui-Quadrado)
      • 8.5.3 Teste de Aderˆencia: aplica¸c˜ao `a teoria Mendeliana
    • 8.6 Exerc´ıcios Propostos
  • Bibliografia
  • Apˆendice 1: Tabela da distribui¸c˜ao binomial
  • Apˆendice 2: Tabela da distribui¸c˜ao de Poisson
  • Apˆendice 3: Tabela da distribui¸c˜ao normal padr˜ao
  • Apˆendice 4: Tabela da distribui¸c˜ao t de Student
  • Apˆendice 5: Tabela da distribui¸c˜ao de Qui-Quadrado
  • Apˆendice 6: Tabela da distribui¸c˜ao F
  • Apˆendice 7: Tabela de n´umeros aleat´orios
  • Respostas de Alguns dos Exerc´ıcios

a serem estudados s˜ao for¸cados a sofrer varia¸c˜oes sistem´aticas, mediante a aplica¸c˜ao de ”tratamentos”. Na experimenta¸c˜ao, entende-se por tratamento, as varia¸c˜oes de um fator a ser estudado. Um exemplo disto, seria analisar a produ¸c˜ao de milho mediante a aplica¸c˜ao de diferentes doses de nitrogˆenio. As diferentes doses de nitrogˆenio constituiriam os trata- mentos. Os outros fatores, como por exemplo, diferen¸cas na fertilidade e umidade do solo, existˆencia de pragas e ervas daninhas, que poder˜ao influir nos resultados obtidos (produ¸c˜ao final de milho), s˜ao minimizados, tanto quanto poss´ıvel, do ponto de vista pr´atico. Neste caso temos ent˜ao um experimento. A fun¸c˜ao do experimento ´e determinar as rela¸c˜oes de causa e efeito, como por exemplo, verificar como as doses de nitrogˆenio (causa) influenciam na produ¸c˜ao de milho (efeito).

Experimento: causa ⇒ efeito

1.1.2 Erro Experimental ou Res´ıduo

Quando instala-se um experimento, desejamose verificar o efeito de diferentes tratamen- tos, sendo que, os demais efeitos, que n˜ao os de tratamentos, devem ser controlados ao m´aximo do ponto de vista pr´atico. Portanto, as pulveriza¸c˜oes com produtos qu´ımicos, as capinas, as mensura¸c˜oes, etc. devem ser feitas de modo o mais homogˆeneo poss´ıvel em todo o experimento. Da mesma forma, a disponibilidade de ´agua, a temperatura, a umidade e as sementes utilizadas, devem ser as mais similares poss´ıveis. Acontece que, na pr´atica, por maiores que sejam os esfor¸cos dos pesquisadores para homogeneizar todos esses efeitos, isto n˜ao ´e poss´ıvel, sempre levando `a ocorrˆencia de varia¸c˜oes casuais ou aleat´orias. Isto pode ser verificado quando, ao repetir o experimento, sob condi¸c˜oes as mais pr´oximas poss´ıveis do experimento anterior, obtemos resultados diferentes. Essas varia¸c˜oes s˜ao chamadas de erro experimental ou simplesmente erro. E bom chamar a aten¸´ c˜ao que apesar do termo erro, isto n˜ao significa que o experimento foi mal feito. Muitos preferem o termo res´ıduo para caracterizar essas varia¸c˜oes aleat´orias. Vale a pena ressaltar que essas varia¸c˜oes tamb´em ocorrem para dados obtidos atrav´es de levantamentos. Finney (1952) diz que o prop´osito da ciˆencia estat´ıstica ´e fornecer uma base objetiva para a an´alise de problemas nos quais os dados est˜ao sujeitos a varia¸c˜ao do acaso. Por maiores que sejam os conhecimentos de um pesquisador sobre, por exemplo, nutri¸c˜ao e fisiologia animal, ele jamais ser´a capaz de predizer com exatid˜ao qual vai ser o peso de um su´ıno criado sob determinadas condi¸c˜oes. Existe um grande n´umero de causas que fazem este resultado

variar, como, por exemplo, varia¸c˜oes gen´eticas, de temperatura ambiental, umidade, doen¸cas, etc. Assim, quando o elemento acaso est´a presente em um problema, dificuldades reais s˜ao introduzidas. Observe que estamos interessados em estudar os fenˆomenos ditos aleat´orios, isto ´e, aqueles em que o elemento do acaso est´a presente. E importante ressaltar que quase tudo que fazemos no nosso cotidiano s˜´ ao fenˆomenos aleat´orios e, portanto, apresentam uma chance de ocorrˆencia devido ao acaso. Assim sendo, seria desej´avel determinar qual ´e a sua probabilidade de ocorrˆencia. Para tal finalidade precisamos estabelecer o modelo probabil´ıstico adequado.

Fenˆomeno aleat´orio ⇒ Modelo probabil´ıstico

A seguir, vamos apresentar duas partes importantes da estat´ıstica, quais sejam: an´alise explorat´oria de dados e inferˆencia estat´ıstica.

1.1.3 An´alise Explorat´oria de Dados

Todo o trabalho de an´alise estat´ıstica inicia com a an´alise explorat´oria de dados. Em muitos casos, com uma boa an´alise explorat´oria de dados, atende-se aos objetivos da pesquisa (principalmente em alguns estudos realizados atrav´es de levantamentos), enquanto em outros, ela serve como uma primeira aproxima¸c˜ao da an´alise final. O conceito de estat´ıstica, como poder´a ser visto ainda neste cap´ıtulo, ´e bastante amplo e engloba a no¸c˜ao usual que as pessoas tˆem do que seja estat´ıstica. Esse conceito usual logo relaciona a estat´ıstica com tabelas, gr´aficos, taxas, ´ındices, nos quais os dados obtidos s˜ao representados. Assim, ouvimos falar da produtividade m´edia do milho no Estado de Santa Catarina, ´ındice pluviom´etrico mensal, anual, ´ındice da infla¸c˜ao, taxa de desemprego, estat´ısticas da sa´ude p´ublica, estat´ısticas da loteria, do aumento da produ¸c˜ao de ma¸c˜a em Santa Catarina, etc. Essa parte, utilizado para descrever fatos, ´e, de forma bastante apro- priada, apresentado nos livros como an´alise explorat´oria de dados. Ela se preocupa com a organiza¸c˜ao, apresenta¸c˜ao, simplifica¸c˜ao e descri¸c˜ao (e n˜ao explica¸c˜ao) dos dados. Este enfoque de an´alise explorat´oria de dados foi introduzido por Tukey (1971), no seu livro: Exploratory Data Analysis. A an´alise explorat´oria de dados utiliza-se muito de t´ecnicas visuais e procura vislumbrar alguma regularidade quase sempre presente num conjunto de dados, podendo sugerir modelos que possam ser utilizados na inferˆencia estat´ıstica. Exemplo. Foi feito um experimento para estudar a dura¸c˜ao, em dias, do quinto est´adio ninfal de Triatoma klugi com alimenta¸c˜ao em galo. Os resultados s˜ao apresentados na tabela

parte, ´e conhecida como Estat´ıstica Indutiva ou Inferencial e normalmente escapa a no¸c˜ao corrente da grande maioria das pessoas. Para deixar mais clara a finalidade da estat´ıstica inferencial, ´e necess´ario fazer a apre- senta¸c˜ao de dois conceitos fundamentais, que s˜ao: Popula¸c˜ao e Amostra. Uma popula¸c˜ao consiste de todos os valores poss´ıveis de uma caracter´ıstica desej´avel. Os valores que comp˜oem uma popula¸c˜ao, podem ser diferentes entre si, e a mesma pode apre- sentar um tamanho infinito ou finito por´em desconhecido. Na experimenta¸c˜ao a defini¸c˜ao de popula¸c˜ao ´e conceitual. S˜ao exemplos de popula¸c˜oes: todos os valores poss´ıveis da produ¸c˜ao de milho em kg/ha de uma cultivar; todos os pesos ao nascer de coelhos da ra¸ca gigante; to- dos os valores de diˆametro altura do peito de uma esp´ecie do manguezal do Itacorubi; todos os valores de micron´ucleos por cinco mil c´elulas examinadas de roedores de uma determinada regi˜ao.

Popula¸c˜ao: todos os valores poss´ıveis de uma vari´avel em estudo, observadas em unidades experimentais com uma ou v´arias caracter´ısticas em comum.

Amostra ´e uma parte (subconjunto) da popula¸c˜ao. Exemplos: os pesos ao nascer de coelhos de uma ninhada pode ser uma amostra de uma popula¸c˜ao infinita; uma amostra ser´a formada por 100 pesos de pacotes de caf´e selecionados; 50 valores de micron´ucleos por cinco mil c´elulas examinadas de peixes do gˆenero bagre selecionados; cinco valores de produ¸c˜ao de milho da dose 1 de nitrogˆenio, cada um tomado num canteiro de 5 × 2 m^2 , etc.

Amostra: um suconjunto da popula¸c˜ao

E intuitivo que, quanto maior a amostra, mais precisas e confi´´ aveis dever˜ao ser as in- ferˆencias realizadas sobre a popula¸c˜ao. Levando esse racioc´ınio ao extremo, concluiremos que os resultados mais exatos seriam obtidos pelo exame completo de toda a popula¸c˜ao, ao qual se costuma denominar de Censo ou Recenseamento. Por´em, a utiliza¸c˜ao de amostras pode ser feita de tal maneira que se obtenham resultados confi´aveis, em termos pr´aticos, de forma equivalente ou at´e mesmo superiores aos que seriam conseguidos atrav´es do censo. Na experimenta¸c˜ao biol´ogica e agronˆomica, geralmente n˜ao temos acesso a toda a popula¸c˜ao, portanto, somos obrigados a trabalhar com amostras, por exemplo, n˜ao podemos conhecer todos os valores poss´ıveis de produ¸c˜ao de milho em kg/ha de uma cultivar; n˜ao podemos determinar todos os comprimentos de baleias de uma ´area de prote¸c˜ao. O fato ´e que n˜ao ´e

necess´ario examinar toda a popula¸c˜ao para se chegar as conclus˜oes desejadas. Desde que o tamanho da amostra seja convenientemente determinado, e que a mesma seja representativa da popula¸c˜ao, ou seja, possua as mesmas caracter´ısticas b´asicas da popula¸c˜ao no que diz respeito as vari´aveis que deseja-se pesquisar, inferencias suficientemente precisas e confi´aveis podem ser realizadas. Como exemplo, podemos citar o experimento que tem como objetivo verificar o compor- tamento da produ¸c˜ao de milho sob o efeito de diferentes doses de nitrogˆenio. As doses foram definidas pelo pesquisador. Nesse caso, geralmente, a cultivar de milho escolhida para par- ticipar do experimento ´e a cultivar mais plantada na regi˜ao. Os resultados s˜ao apresentados na tabela 1.2. Para cada dose de nitrogˆenio s˜ao plantados 5 canteiros de terra de 20m^2 cada, portanto, o tamanho da amostra para cada dose de nitrogˆenio ´e 5,ou seja, foram feitas 5 repeti¸c˜oes dos tratamentos. Para cada amostra existe uma correspondente popula¸c˜ao; cada popula¸c˜ao ´e formada por todos os valores poss´ıveis de produ¸c˜ao em kg/ha para a dose cor- respondente. Ap´os realizada a an´alise estat´ıstica e a interpreta¸c˜ao dos resultados a partir de um modelo que relacione a produ¸c˜ao com as doses de nitrogˆenio, ser´a indicada qual(is) a(s) melhor(es) dose(s) de nitrogˆenio para a cultura do milho. A estat´ıstica inferencial, dada a sua grande importˆancia, apresenta um grande n´umero de m´etodos de an´alise. Seriam necess´arios v´arios cursos de estat´ıstica para estud´a-los. E´ bom deixar claro que para se executar uma an´alise estat´ıstica, por mais sofisticada que seja o m´etodo utilizado, deve-se, primeiramente, procedera an´alise explorat´oria dos dados. Como j´a foi comentado anteriormente, uma caracter´ıstica dos experimentos biol´ogicos e agronˆomicos, ´e que os seus resultados tendem a variar de repeti¸c˜ao para repeti¸c˜ao, ou, de outra forma, toda vez que se repetir o experimento, sob condi¸c˜oes bastante semelhantes, os seus resultados n˜ao s˜ao os mesmos. Esta variabilidade nos resultados do experimento deixa o pesquisador com d´uvidas quanto ao(s) melhor(es) tratamento(s). Neste caso, os m´etodos estat´ısticos ir˜ao auxili´a-lo. Para ilustrar esta varia¸c˜ao vamos considerar os resultados da tabela 1.2 relativos as produ¸c˜oes de milho, em kg/ha, de cinco tratamentos, incluindo o controle (dose 0). O objetivo do experimento ´e comparar os cinco tratamentos com rela¸c˜aoa produ¸c˜ao. Mais especificamente pode-se estabelecer dois objetivos para o experimento, quais sejam: 1 o) testar a hip´otese de que n˜ao existem diferen¸cas entre os tratamentos; 2o) estimar a diferen¸ca de produ¸c˜ao entre dois tratamentos. Todos os experimentos s˜ao conduzidos com estes dois objetivos: testar hip´oteses e estimar as diferen¸cas dos efeitos de tratamentos. Com respeito ao teste de hip´otese de que n˜ao h´a diferen¸ca entre as m´edias da dose 3 e

1.1.5 Teoria da Probabilidade e seus Modelos

Vimos que o objetivo da estat´ıstica indutiva ou inferencial ´e tirar conclus˜oes sobre pop- ula¸c˜oes com base nos resultados observados em amostras extra´ıdas dessas popula¸c˜oes. Como vamos trabalhar com uma amostra, o processo indutivo n˜ao pode ser exato. Ao se fazer in- ferˆencias sobre a popula¸c˜ao, portanto, estamos sempre sujeitos a cometer erros, isto ´e, o pesquisador n˜ao pode fazer afirmativas com 100% de certeza. Isto, por´em, n˜ao deve de- sesperan¸car o pesquisador, pois a estat´ıstica indutiva ir´a dizer at´e que ponto pode-se estar errando, isto ´e, qual ´e a probabilidade de erro. Por exemplo, pode-se afirmar com 95% de confian¸ca que a diferen¸ca m´edia de produ¸c˜ao, em kg/ha de milho, entre a dose 3 e o controle, da cultivar A est´a entre 694 e 1589 kg/ha. Ent˜ao ´e poss´ıvel determinar limites dentro dos quais a verdadeira diferen¸ca deve encontrar-se, com um certo grau de certeza, dada por uma probabilidade, fixada pelo pesquisador. Esses intervalos s˜ao conhecidos em estat´ıstica como intervalos de confian¸ca. A espinha dorsal da inferˆencia estat´ıstica ´e a teoria da probabilidade, com seus modelos probabil´ısticos, a qual deve necessariamente fazer parte de um curso de estat´ıstica. O que ´e um modelo no sentido geral da palavra? Modelo ´e uma vers˜ao simplificada de algum evento, fenˆomeno, acontecimento da vida real. Exemplos: um globo ´e uma vers˜ao simplificada do planeta terra; uma maquete de um pr´edio, um layout (distribui¸c˜ao interna), etc. Um dos prop´ositos da ciˆencia ´e descrever e fazer previs˜oes de eventos do mundo real, do mundo no qual n´os vivemos. Uma maneira pela qual isto ´e feito, ´e construindo-se modelos matem´aticos (que s˜ao express˜oes matem´aticas) que adequadamente descrevem os fenˆomenos do mundo real. Exemplo: desejamos fazer um estudo sobre a distribui¸c˜ao de uma esp´ecie vegetal num habitat. Vamos supor que a distribui¸c˜ao dessa esp´ecie no habitat ´e aleat´oria, casual, sendo assim, essa distribui¸c˜ao se ajustar´a ao que ´e conhecido como modelo de Poisson. Outro exemplo: suponhamos que 10 vacas de mesma idade e ra¸ca s˜ao tratadas com uma determinada ra¸c˜ao A para aumentar a produ¸c˜ao de leite (total da lacta¸c˜ao). Admitimos que a probabilidade de aumento de produ¸c˜ao na lacta¸c˜ao ´e de π = 0, 65. Ent˜ao podemos estar interessados em saber qual ´e a probabilidade de exatamente 8 vacas aumentarem a produ¸c˜ao na lacta¸c˜ao. Nesse caso o modelo a ser usado ´e o binomial. Estes modelos ser˜ao estudados na se¸c˜ao 4. Na constru¸c˜ao de um modelo deve-se simplificar as coisas e certos pormenores devem ser desprezados, ´e claro que estes pormenores n˜ao devem ter importˆancia para o entendimento do fenˆomeno em estudo. A resolu¸c˜ao do problema matem´atico pode estar correta e, mesmo

Amostragem

Análise exploratória de dados Teoria de probabilidades

Inferência estatística

Tópicos especiais

Figura 1.2: Esquema geral de um curso de estat´ıstica b´asica

assim, estar em grande discordˆancia com os dados observados, simplesmente por que as hip´oteses b´asicas feitas n˜ao s˜ao confirmadas. Por isso, ´e muito importante deduzir certas conseq¨uˆencias do modelo e, a seguir, comparar esses resultados previstos pelo modelo com dados reais (observados). E a valida¸´ c˜ao do modelo. Para se desenvolver um curso b´asico completo de estat´ıstica, deve-se abordar os pontos ilustrados na figura 1.2. A ordem de apresenta¸c˜ao dos pontos seria: 1) an´alise explorat´oria dos dados; 2) probabilidades; 3) obten¸c˜ao das amostras atrav´es de levantamentos ou exper- imentos; 4) inferˆencia estat´ıstica e 5) outros t´opicos. Como t´opicos especiais em um curso pode-se citar: planejamento e an´alise de experimen- tos, an´alise de regress˜ao e correla¸c˜ao.

1.2 A Estat´ıstica e o M´etodo Cient´ıfico

Nesta se¸c˜ao pretende-se mostrar como a estat´ıstica pode ajudar o pesquisador a resolver os problemas por ele identificados e colocados como sendo realmente importantes. Esta exposi¸c˜ao ser´a feita atrav´es de dois exemplos que foram desenvolvidos por um ´org˜ao de pesquisa do governo do Estado de Santa Catarina (EPAGRI S.A.) e pelo Centro de Ciˆencias Biol´ogicas da Universidade Federal de Santa Catarina (CCB/UFSC), respectivamente. Quando se faz uma pesquisa cient´ıfica o procedimento geral ´e formular hip´oteses e test´a- las. Inicialmente essas hip´oteses s˜ao formuladas em termos cient´ıficos, dentro da ´area de es-

(4) Desenvolvimento da teoria

(2) Observações ou dados

(1) Formulação de hipóteses

(3) Verificação das hipóteses formuladas

Análise estatística

Planejamento estatístico do experimento

Figura 1.3: Circularidade do m´etodo cient´ıfico

lema, juntamente com a formula¸c˜ao dos objetivos e hip´oteses. No planejamento do experi- mento, ´e importante a participa¸c˜ao de especialistas de diversas ´areas, pois quanto maior o conhecimento adquirido, melhor o entendimento sobre o fenˆomeno em estudo e, isto, facili- tar´a a solu¸c˜ao final do problema. Os ervais explorados para a produ¸c˜ao de erva-mate s˜ao na grande maioria plantas nativas. Dada a grande demanda por erva-mate, as erveiras foram exploradas, isto ´e, extra´ıda sua massa foliar, atrav´es de m´etodos inadequados; esta falta de manejo implicou na extin¸c˜ao de esp´ecies e outras est˜ao em vias de extin¸c˜ao, ent˜ao, os ervais nativos ficaram em sua quase totalidade comprometidos. Buscando recuperar os ervais nativos, ir´a aplicar-se a t´ecnica da decepa total das erveiras em diferentes n´ıveis de altura.

  1. Objetivo geral. Determinar o efeito da decepa em plantas adultas e danificadas de erveiras.
  2. Objetivos espec´ıficos:
  • Verificar a capacidade e comprimento de brota¸c˜ao;
  • estudar a produ¸c˜ao de massa verde;
  • verificar a sobrevivˆencia das erveiras decepadas.
  1. Formula¸c˜ao da hip´otese cient´ıfica. E vi´´ avel a recupera¸c˜ao de ervais nativos e impro- dutivos atrav´es da pr´atica da decepa.
  2. Escolha dos fatores que devem ser inclu´ıdos no estudo e seus correspondentes n´ıveis (tratamentos). O pesquisador deve escolher os fatores a serem estudados, a faixa na qual esses fatores ser˜ao variados, e os n´ıveis espec´ıficos utilizados no experimento. Neste projeto o fator, tamb´em conhecido como vari´avel independente, ´e a decepa, e as alturas em que ser´a realizada a mesma s˜ao os tratamentos (n´ıveis do fator). Foram utilizadas quatro alturas de decepa (4 tratamentos), quais sejam: tratamento 1 - altura de decepa a 0,00 m do solo; tratamento 2 - altura de decepa a 0,30 m do solo; tratamento 3 - altura de decepa a 0,60 m do solo; tratamento 4 - altura de decepa a 0,90 m do solo. Este ´e um experimento com um fator.
  3. Escolha da unidade experimental. As unidades experimentais s˜ao as que recebem os tratamentos e devem ser as mais homogˆeneas poss´ıveis, para que quando submetidas a tratamentos diferentes, seus efeitos sejam facilmente detectados. Portanto, elas devem ser orientadas no sentido de minimizar o erro experimental. As unidades experimentais pode ser um animal, um conjunto de animais, uma pessoa, cinco mil c´elulas, uma planta, um conjunto de plantas, um vaso, um frango, cinco ´areas de 5 cm^2 em um frango, um tubo de ensaio, etc. Nesse experimento, a unidade experimental ´e formada por 8 plantas de erva-mate de diˆametros bem pr´oximos. Ent˜ao, o tratamento 1 ser´a aplicado a 8 plantas de erva-mate, o tratamento 2 a outras 8 plantas, e assim por diante, at´e o quarto tratamento. Embora tenhamos 8 medidas da vari´avel resposta em cada unidade experimental, esses resultados n˜ao s˜ao repeti¸c˜oes independentes. Na realidade, s´o temos um resultado independente para cada tratamento, a m´edia das oito ´arvores para cada vari´avel resposta em estudo. A heterogeneidade das unidades experimentais ´e que determina os diferentes planos ex- perimentais.
  4. Escolha das vari´aveis que ser˜ao medidas nas unidades experimentais. Denominam- se de vari´aveis as caracter´ısticas que ser˜ao mensuradas, avaliadas pelos pesquisadores nas unidades experimentais. As vari´aveis s˜ao pr´e-estabelecidas pelo pesquisador e devem medir diretamente os tratamentos de acordo com os objetivos do trabalho. Algumas vari´aveis medidas nesse experimento foram: percentagem de brota¸c˜ao, n´umero de brotos, comprimento dos brotos, produ¸c˜ao de massa verde para a ind´ustria e sobrevivˆencia das erveiras decepadas. O importante ´e que os dados devem ser objetivos, precisos e verdadeiros, isto ´e o m´ınimo que se espera de algu´em que ir´a publicar um trabalho de pesquisa.
  5. Determina¸c˜ao das regras e procedimentos pelos quais os tratamentos s˜ao atribu´ıdos `as unidades experimentais: delineamentos experimentais. Trata-se de normas de designar

lamos hip´oteses, realizamos o experimento para pesquisar sobre essas hip´oteses e, de acordo com os resultados, formulamos novas hip´oteses, e assim sucessivamente. Isto sugere que a experimenta¸c˜ao ´e iterativa.

Projeto 2 - An´alise de Alguns Aspectos da Dinˆamica de Popula¸c˜oes de Duas Amostras de Biomphalaria tenagophila Submetidas a Diferentes Concentra¸c˜oes de Mat´eria Orgˆanica no Meio.

  1. Identifica¸c˜ao do problema. A importˆancia do genˆero Biomphalaria no contexto da sa´ude p´ublica brasileira deve-se ao fato de que dentre as 19 esp´ecies que constituem este genˆero, dez delas s˜ao encontradas no Brasil, sendo que trˆes s˜ao hospedeiras intermedi´arias do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose mansoni, um dos mais importantes problemas de sa´ude p´ublica em muitos pa´ıses tropicais e subtropicais. Sua ocorrˆencia ´e acen- tuada entre popula¸c˜oes carentes de alguns pa´ıses subdesenvolvidos. Segundo a Organiza¸c˜ao Mundial da Sa´ude, s˜ao estimados 200 milh˜oes de pessoas como tendo sido contaminadas pelo S. mansoni, enquanto, outros 500 a 600 milh˜oes correm o risco de contra´ı-la. As trˆes esp´ecies hospedeiras s˜ao: B. straminea; B. glabrata e B. tenagophila. No Brasil, estima-se em 5,5 milh˜oes de pessoas infectadas, isto parece ser uma subesti- mativa, pois o Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Faculdade de Medicina da USP, estimou em 10 milh˜oes o n´umero de pessoas infectadas. Em Santa Catarina, o primeiro foco de transmiss˜ao ocorreu em S˜ao Francisco do Sul, atrav´es da B. tenagophila. Hoje, tem-se registro de B. tenagophila em 26 munic´ıpios do nordeste do Estado. Na Ilha de Santa Catarina, pesquisadores obtiveram registros de B. tenagophila, B. oligoza e Drepanotrema sp, em 8 pontos estrat´egicos. Em consequˆencia da alta endemicidade da esquistossomose no pa´ıs, a distribui¸c˜ao dos planorb´ıdeos vem sofrendo constantes investiga¸c˜oes, sendo que especial aten¸c˜ao tem sido dada, ainda, ao controle da expans˜ao das esp´ecies vetoras, apesar que a ´area ocupada por cada uma das esp´ecies vetoras do S. mansoni, est´a aumentando. O genˆero Biomphalaria apresenta uma grande tolerˆancia a diferentes condi¸c˜oes ecol´ogicas, isto permitiu sua ampla distribui¸c˜ao geogr´afica. Muitos autores analisaram o comportamento reprodutivo e crescimento em fun¸c˜ao de uma s´erie de vari´aveis, sendo que os efeitos de temperatura, tipo ou ausˆencia de alimenta¸c˜ao, influˆencia do fotoperiodismo e densidade populacional s˜ao alguns que receberam maior aten¸c˜ao. As condi¸c˜oes do meio exigidas pelas biomfal´arias para colonizar um ambiente, s˜ao: riquezas de microflora e mat´eria orgˆanica, pouca turbidez, boa insola¸c˜ao, pH em torno de

6 a 8, teor de NaCl abaixo de 3 por 1000 e temperatura m´edia entre 20◦C e 25◦C. Cabe aqui ressaltar, todavia, que as bionfal´arias suportam modifica¸c˜oes consider´aveis nas carac- ter´ısticas f´ısicas, qu´ımicas e biol´ogicas de seus ambientes, podendo, inclusive, utizar-se da estiva¸c˜ao como uma estrat´egia para suportar a adversidade do meio. Sabendo-se que os representantes do gˆenero Biomphalaria s˜ao constantementes encon- trados em grande variedades de cole¸c˜oes de ´agua doce, paradas ou pouco correntes, natural ou articialmente alagadas, que um ´unico esp´ecime ´e capaz de produzir, por autofecunda¸c˜ao, uma popula¸c˜ao de numerosos indiv´ıduos e que B. tenagophila est´a em prov´avel extens˜ao em Santa Catarina, torna-se importante estudar os fatores bi´oticos e abi´oticos que interferem na biologia, distribui¸c˜ao e adapta¸c˜ao aos ambientes por eles explorados. Assim sendo, o objetivo do presente trabalho ´e avaliar crescimento, desempenho reprodutivo, sobrevivˆencia e fecundidade de duas amostras de B. tenagophila, considerando-se diferentes condi¸c˜oes do meio.

  1. Objetivo geral. Determinar o efeito de diferentes condi¸c˜oes do meio (polui¸c˜ao) sobre a biologia de B. tenagophila.
  2. Objetivos espec´ıficos:
  • Verificar (estudar) o crescimento de B. tenagophila.
  • Estudar o desempenho reprodutivo da esp´ecie.
    1. Hip´otese cient´ıfica. Num meio com polui¸c˜ao, o desenvolvimento biol´ogico da esp´ecie ´e prejudicado.
  1. Escolha do fator que deve ser inclu´ıdo no estudo e seus correspondentes n´ıveis. Nesse projeto, o fator em estudo ´e polui¸c˜ao, tamb´em chamado de vari´avel independente, os difer- entes n´ıveis de polui¸c˜ao s˜ao os tratamentos. Nesse trabalho foram utilizados dois tratamentos, quais sejam: 1) Sem polui¸c˜ao (com troca de ´agua) e 2) com polui¸c˜ao (completa a ´agua).
  2. Escolha da unidade experimental. Nesse experimento a unidade experimental ´e um caramujo. Cada unidade experimental ´e formada por um copo de vidro (mini-aqu´ario), com 60 ml de ´agua deionizada, contendo um caramujo.
  3. Escolha das vari´aveis que ser˜ao medidas nas unidades experimentais. Algumas vari´aveis avaliadas neste experimento foram: diˆametro em trˆes diferentes tempos (nascimento, na 1a desova e no final do experimento); idade na 1a^ desova; n´umero de ovos desenvolvidos; n´umero de ovos vi´aveis; n´umero de ovos invi´aveis; n´umero total de ovos.
  4. Determina¸c˜ao das regras e procedimentos pelos quais os tratamentos s˜ao atribu´ıdos `as unidades experimentais. Nesse experimento a amostra total foi composta por 51 caramujos (i.´e. 51 unidades experimentais). Atrav´es de um processo aleat´orio foram escolhidos 23