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Introdução ao Ciclo Cardíaco, Notas de estudo de Fisiologia

Resumo de Fisiologia Cardíaca - GUYTON

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 16/10/2020

anaraquelfmaia1
anaraquelfmaia1 🇧🇷

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Organização Morfofuncional II – P2
Fisiologia Cardiovascular
Somente no século XVII o cérebro
substituiu o coração como o controlador
das nossas ações.
Mary A. B. Brazier, A History of
Neurophysiology in the 19th Century, 1988.
Nos sistemas circulatórios mais eficientes,
o coração bombeia o sangue através de um
sistema fechado de vasos. Este circuito
unidirecional leva o sangue por uma rota
específica e assegura a distribuição de
gases, nutrientes, moléculas sinalizadoras
(hormônios) e resíduos. Um sistema
composto por um coração, vasos
sanguíneos e sangue é conhecido como um
sistema circulatório.
O sistema circulatório é uma série de tubos
(vasos sanguíneos) cheios de líquido
(sangue), conectados a uma bomba (o
coração).
A pressão gerada no coração propele o
sangue continuamente pelo sistema. O
sangue captura o oxigênio nos pulmões e
os nutrientes no intestino e, então, entrega
essas substâncias para as células corporais
enquanto, simultaneamente, remove
resíduos celulares e calor para serem
excretados.
Além disso, o sistema circulatório tem um
papel importante na comunicação célula a
célula e na defesa do corpo contra
invasores.
Função Primária do Sistema
Circulatório
Transportar materiais, que podem ser
divididos em:
(1) Nutrientes, água e gases
(2) Materiais que se movem de célula a
célula
(3) Resíduos que as células eliminam
Um fornecimento contínuo de oxigênio às
células é particularmente importante, uma
vez que muitas células, quando privadas de
oxigênio, sofrem danos irreparáveis em um
curto período de tempo.
Por exemplo, cerca de 5 a 10 segundos
depois que o fluxo sanguíneo cerebral for
interrompido, a pessoa perde a
consciência. Se a chegada do oxigênio
parar por 5 a 10 minutos, ocorrerá
dano cerebral permanente.
Os neurônios encefálicos possuem uma
taxa elevada de consumo de oxigênio e
não podem suprir suas necessidades
metabólicas de ATP utilizando vias
anaeróbias, as quais têm baixa produção
de ATP/glicose.
Devido a sensibilidade do encefalo a
hipóxia, controles homeostaticos fazem
todo o possivel para manter o fluxo
sanguineo cerebral, mesmo que isso
signifique privar outras celulas de oxigenio.
Hipóxia é ausência de O2 nos tecidos;
A comunicação célula a célula é uma
função fundamental do sistema circulatório.
Por exemplo, os hormônios secretados
pelas glândulas endócrinas são
transportados no sangue até suas células-
alvo.
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Organização Morfofuncional II – P Fisiologia Cardiovascular Somente no século XVII o cérebro substituiu o coração como o controlador das nossas ações. Mary A. B. Brazier, A History of Neurophysiology in the 19th Century, 1988. Nos sistemas circulatórios mais eficientes, o coração bombeia o sangue através de um sistema fechado de vasos. Este circuito unidirecional leva o sangue por uma rota específica e assegura a distribuição de gases, nutrientes, moléculas sinalizadoras (hormônios) e resíduos. Um sistema composto por um coração, vasos sanguíneos e sangue é conhecido como um sistema circulatório. O sistema circulatório é uma série de tubos (vasos sanguíneos) cheios de líquido (sangue), conectados a uma bomba (o coração). A pressão gerada no coração propele o sangue continuamente pelo sistema. O sangue captura o oxigênio nos pulmões e os nutrientes no intestino e, então, entrega essas substâncias para as células corporais enquanto, simultaneamente, remove resíduos celulares e calor para serem excretados. Além disso, o sistema circulatório tem um papel importante na comunicação célula a célula e na defesa do corpo contra invasores. Função Primária do Sistema Circulatório Transportar materiais, que podem ser divididos em: (1) Nutrientes, água e gases (2) Materiais que se movem de célula a célula (3) Resíduos que as células eliminam Um fornecimento contínuo de oxigênio às células é particularmente importante, uma vez que muitas células, quando privadas de oxigênio, sofrem danos irreparáveis em um curto período de tempo. Por exemplo, cerca de 5 a 10 segundos depois que o fluxo sanguíneo cerebral for interrompido, a pessoa perde a consciência. Se a chegada do oxigênio parar por 5 a 10 minutos, ocorrerá dano cerebral permanente. Os neurônios encefálicos possuem uma taxa elevada de consumo de oxigênio e não podem suprir suas necessidades metabólicas de ATP utilizando vias anaeróbias, as quais têm baixa produção de ATP/glicose. Devido a sensibilidade do encefalo a hipóxia , controles homeostaticos fazem todo o possivel para manter o fluxo sanguineo cerebral, mesmo que isso signifique privar outras celulas de oxigenio. Hipóxia é ausência de O2 nos tecidos; A comunicação célula a célula é uma função fundamental do sistema circulatório. Por exemplo, os hormônios secretados pelas glândulas endócrinas são transportados no sangue até suas células- alvo.

Nutrientes, como a glicose hepática ou ácidos graxos do tecido adiposo, também são transportados pelo sangue para as células metabolicamente ativas. Por fim, a equipe de defesa, que é constituída de leucócitos e anticorpos, patrulha a circulação para interceptar invasores. O sistema circulatório também recolhe os resíduos metabólicos e o dióxido de carbono liberados pelas células e os transporta para os pulmões e rins, onde serão excretados. Artérias x Veias O sistema circulatório é constituído por coração, vasos sanguíneos (também denominados vasculatura), células e plasma sanguíneos. Os vasos sanguíneos que carregam sangue adiante a partir do coração são chamados de artérias; os vasos sanguíneos que trazem sangue para o coração são chamados de veias. À medida que o sangue é transportado pelo sistema circulatório, um sistema de valvas no coração e nas veias assegura que o sangue flua em apenas um sentido. Semelhante a uma roleta na entrada de um parque de diversões, as valvas impedem que o sangue inverta o sentido do seu fluxo. O coração está dividido por uma parede central, ou septo, em metades esquerda e direita. Cada metade funciona como uma bomba independente que consiste em um átrio e um ventrículo. Os átrios recebem o sangue que retorna ao coração dos vasos sanguíneos, e os ventrículos bombeiam o sangue para dentro dos vasos sanguíneos. O lado direito do coração recebe sangue a partir dos tecidos e o envia para os pulmões, onde será oxigenado. O lado esquerdo do coração recebe o sangue recém-oxigenado dos pulmões e o bombeia para os tecidos de todo o corpo. Sangue no lado direito do coração → azul Sangue no lado esquerdo do coração → vermelho Essa é apenas uma convenção para representar o sangue pobre em oxigênio

Caso Clínico

  • Idosa, 78 anos, sedentária, ex-fumante (30 anos), procurou uma UBS com tosse, fraqueza e fadiga.
  • Negativo para hipertensão;
  • Negativo para doenças hematológicas;
  • Negativo para doenças autoimunes;
  • Negativo para infecções virais e bacteriológicas;
  • PA: 100 x 50 mm Hg;
  • Frequência cardíaca: 30 bpm; Obs.: Tomografia aponta calcificação nas valvas semilunares. Morfohistologia do Coração
  • Mediastino: cavidade medial do tórax que é delimitada por 3 estruturas principais: esterno, diafragma e vértebras. O mediastino é uma cavidade anatômica que compreende principalmente o coração e os pulmões.
    • Quando seccionamos o coração nós vemos uma série de camadas, desde a região externa do coração até a região interna. A primeira coisa que vamos observar é uma camada externa chamada de pericárdio. Pericárdio fibroso – compreende a estrutra mais externa do coração. Pericárdio seroso – compreende a parte histológica que está em contato com o miocárdio, que é o músculo cardíaco. Entre o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso existe uma cavidade chamada de cavidade pericárdica, como mostra a figura abaixo.

Dentro dessa cavidade existe um fluido para evitar um atrito entre as membranas, tendo em vista que o coração é um músculo que se contrai e relaxa o tempo todo. Ainda na parte da morfohistologia, existe uma classificação mais interna do pericárdio seroso, que é a lâmina parietal e a lâmina visceral; Lâmina visceral – parte mais interna do pericárdio seroso, é também chamada de epicárdio; Lâmina parietal – parte mais externa do pericárdio seroso.

- Epicárdio Mais interna (parede cardíaca); Presença de nervos que regulam o coração e artérias coronárias; - Angina Pectoris Dor intensa geralmente associada à isquemia; o paciente quando está com angina pectoris não recebe irrigação necessária de O2, e aí as estruturas musculares entram em um processo de falha; e ao entrar em falha o paciente tem a sensação dolorosa. O que pode estar acontecendo? - Algum entupimento está impedindo a passagem de sangue adequada; ou algum fator infeccioso. Mas na maioria dos casos são processos de obstrução. - Infarto do Miocárdio Necrose/ruptura; Quando ocorre uma necrose ou ruptura do miocárdio o paciente pode ficar com sequelas pelo restante da vida, tendo em vista que o tecido muscular estriado cardíaco não se renova. O ventrículo esquerdo é bem mais espesso que o direito, pois o ventrículo esquerdo bombeia sangue para a circulação sistêmica, ou seja, para o corpo inteiro; e para que isso seja possível é necessário que o ventrículo seja mais elaborado; Miocárdio: células dependentes de oxigênio (compacto/esponjoso); Células muito próximas: sangue flui no lúmen ventricular; Circulação coronariana: responsável pela irrigação do próprio coração; Câmaras, Válvulas e Valvas - Enchimento: átrios;

Ex: a valva tricúspide possui 3 estruturas menores que se unem e formam uma maior. Cada estrutra menor é chamada de cúspide, que faz referência à válvula.

- Valva: Grupo de válvulas

  • Atrioventriculares:
  • Mitral e tricúspide.
  • Semilunares:
  • Aórtica e pulmonar. A valva mitral possui 2 válvulas, enquanto a tricúspide possui 3 válvulas. Acredita-se que isso se deva ao fato de que o corpo necessita de um maior volume de sangue sendo ejetado do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo e em seguida para a circulação sistêmica, diferente da tricúspide, que será direcionada do átrio direito para o ventrículo direito e por último aos pulmões. Na valva mitral algumas estruturas são estudadas no processo de fechamento e abertura, como a cordoalha tendínea e os músculos papilares. Esses tendões ligam cada cúspide da valva com os músculos papilares dos ventrículos, impedindo que as valvas se invertam durante a contração ventricular. Valvopatias
  • Condicões patológicas que atingem uma ou mais valvas;
    • É classificada em insuficiência e estenose. Insuficiência: controle de refluxo prejudicado. Em tese, não pode haver refluxo de um ventrículo para o átrio, ou de uma estrutura vascular para o ventrículo. Estenose: abertura reduzida, não passa a quantidade de sangue adequada. As valvopatias, sejam por insuficiência, sejam por estenose, elas podem gerar sobrecarga cardíaca. Isso acontece porque o corpo age de forma compensatória, gerando a sobrecarga. - Sobrecarga de volume (geralmente causada por insuficiência): a valva não fecha corretamente e o sangue acaba voltando para o ventrículo. Quando esse sangue volta ele acaba forçando as paredes do ventrículo, gerando um excesso de trabalho. - Sobrecarga de pressão (estenose): a valva apresenta abertura reduzida, então o sangue flui com uma pressão baixa. Dessa forma, o ventrículo quando perceber a baixa pressão sanguínea, vai relaxar de uma maneira mais intensa. Quando o ventrículo relaxa ele puxa as estrutas tendíneas numa tentativa de abrir a valva, e isso gera também uma sobrecarga, mas agora de pressão. - Sobrecarga de volume Ex.: insuficiência mitral
    • Mais sangue retido no ventrículo esquerdo;
    • Mais força de bombeamento exigida; Consequências:
    • Dilatação (hipertrofia) do ventrículo esquerdo;
    • Hipertrofia do átrio esquerdo (ocasional).

- Sobrecarga de pressão Ex.: estenose mitral

  • Sangue encontra resistência ao fluir; Consequências:
  • Hipertrofia do átrio esquerdo;
  • Hipertensão pulmonar; Como se dá a hipertensão pulmonar? A hipertensão ocorre como uma consequência da hipertrofia do ventrículo esquerdo, que vai acometer o ventrículo direito também com um crescimento. Dessa forma, o ventrículo direito vai bombear o sangue com mais intensidade para os pulmões e daí surge a hipertensão pulmonar. As veias pulmonares vão trazer o sangue com alta pressão até o coração novamente, pois estas não possuem valvas e não possuem uma forma de minimizar essa pressão, isso pode gerar uma hipertrofia do átrio esquerdo e consequentemente um comprometimento desse lado do coração. Sístole e Diástole Coração: bomba cardíaca – propulsão do sangue Sístole: contração;
    • aumenta a pressão dentro das câmaras;
    • força o sangue a sair. Diástole: relaxamento;
    • reduz a pressão dentro das câmaras;
    • permite a entrada do sangue. Contração do coração
    • Coração com câmaras
    • Átrios (reservatório e bomba)
    • Ventrículo (bomba principal) As artérias principalmente possuem uma retração elástica que permite a constante dilatação e o relaxamento do vaso de acordo com o fluxo sanguíneo que está passando.

intrínseca de se adaptar a volumes crescentes de fluxo sanguíneo (retorno venoso), ou seja, quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta. Quanto maior o volume diastólico final, maior o volume sistólico. Ou em outras palavras, dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias.